"No próprio dia da batalha, as verdades podem ser pinçadas em toda a sua nudez, perguntando apenas;
porém, na manhã seguinte, elas já terão começado a trajar seus uniformes."

(Sir Ian Hamilton)



quarta-feira, 25 de novembro de 2009

ARMAS – CARABINA



 Carabina francesa Lebel Modelo 1886


A Carabina é uma arma de fogo mais curta que o fuzil, tendo entre 1,0 e 1,2 m de comprimento, muito usada em caça e tiro desportivo podendo ser de diversos calibres. Antigamente, designava uma versão mais curta do fuzil de infantaria a ser empregada por tropas de cavalaria. Hoje, designa armas longas de cano raiado mais compactas do que os fuzis ou que disparam munição de menor potência do que estes.

No século XIX e início do século XX, as carabinas eram as armas utilizadas pelas tropas de cavalaria e de caçadores a pé. Os soldados de infantaria de linha precisavam de uma arma de fogo de maior potência, enquanto que aquelas tropas precisavam de uma arma mais compacta e leve. As dimensões e peso relativamente baixos das carabinas permitem a sua mais fácil utilização em situações de combate a curtas distâncias, como áreas urbanas e florestas. A desvantagem, em relação aos fuzis, é a redução do alcance e da precisão a longas distâncias.


Primórdios

A Carabina era, originalmente, uma arma mais curta e leve desenvolvida para os soldados de cavalaria, que não podiam disparar um fuzil ou mosquete montados a cavalo, devido ao peso e tamanho daquelas armas. As carabinas tendiam a ser menos precisas e com menor potência de fogo que as armas de infantaria, em virtude da distância mais curta entre a alça e o ponto de mira e à baixa velocidade de saída dos seus projéteis em razão do cano de menor comprimento.

Com o desenvolvimento da pólvora sem fumaça, as desvantagens das Carabinas devido aos seus canos curtos diminuiram. Para além da cavalaria, as Carabinas começaram a ser utilizadas por aqueles preferiam uma arma mais compacta e ligeira em detrimento da precisão e do alcance. Este era o caso das tropas de caçadores a pé, de artilharia, de logística, de polícia, etc.. O uso deste tipo de arma levou a que alguns corpos de tropas passassem a ser denominados Carabineiros.

Durante o século XIX as Carabinas eram normalmente desenvolvidas separadamente dos fuzis de infantaria, na maioria dos casos utilizando munições diferentes, o que causava diversos problemas logísticos e operacionais.

Durante a Guerra Civil nos Estados Unidos foi desenvolvida uma das Carabinas mais notáveis da época, a Spencer, que utilizava um sistema de carregamento tubular com capacidade para sete munições. Posteriormente a carabina de repetição Winchester converteu-se num dos modelos mais populares e reconhecíveis, sendo criadas várias versões que utilizavam munições de revólver.

1ª Guerra Mundial
,Nas décadas que precederam a 1ª Guerra Mundial os fuzis em serviço nos diversos exércitos começaram a ser de menor tamanho, ou através de projetos completamente novos ou da utilização de “versões carabina” dos fuzis. O fuzil Mosin-Nagant russo, viu o comprimento do seu cano ser reduzido de 800 mm no Modelo 1891, para 730 mm em 1930 e para 510 mm em 1938. O cano da Mauser 98 passou de 740 mm na versão Gewehr 98 para 600 mm na versão Karabiner 98k, adotado como arma longa padrão do Exército Alemão em 1935.

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Pistola-carabina Luger de Artilharia alemã .


Durante a 1ª Guerra Mundial, os combates a curta distância nas trincheiras, levaram à necessidade de armas facilmente manejáveis em espaçõs restritos. Para essa função os alemães utilizaram as versões Carabinas das suas pistolas Mauser C96 e Parabellum, que consistiam essencialmente no acréscimo de uma coronha às armas, permitindo-lhes um tiro mais preciso.

2ª Guerra Mundial


A experiência dos combates da 2ª Guerra Mundial levou à mudança dos critérios para a seleção das armas de infantaria. Ao contrário da 1ª Guerra Mundial, que foi um conflito estático com linhas fixas, a 2ª Guerra foi uma guerra de movimento, com combates frequentes em cidades, florestas e outras áreas de mobilidade e visibilidade reduzidas. A maioria dos confrontos dava-se a distâncias inferiores a 300 metros e o inimigo apenas se expunha ao fogo durante breves instantes, quando se movia de uma abrigo para outro.
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Era realizado fogo de supressão, ou seja, fogo que não era apontado diretamente a um combatente inimigo, mas na direção das tropas adversárias com a intenção de lhes impedir os movimentos e os seus ataques. Estas situações requeriam não um fuzil pesado e de longo alcance, mas sim uma arma leve, de menor potência de fogo, mas com maior cadência de tiro com maiores hipóteses de atingir o inimigo durante os breves instantes em que se expunha. Além das munições mais leves e da capacidade de fogo automático ou semi-automático, as novas armas tinham um cano mais curto, tornando a arma mais compacta e fácil de usar em espaços apertados.

Nos primeiros anos da 2ª Guerra Mundial, os alemães experimentaram carabinas de fogo seletivo. Devido à potência da munição usada, a arma tinha um grande recuo que a impedia de funcionar correctamente em tiro automático. Foi então desnvolvida uma munição intermédia, a 7,92 x 33 mm (Kurz) que foi usada no fuzil de assalto Sturmgewehr 44 (StG44).


Guerra Fria

Durante o período da Guerra Fria, a União Soviética adotou uma arma semelhante ao StG44, o AK-47, que se tornou a arma padrão da sua infantaria. Os Estados Unidos criaram a Carabina M2, uma versão de fogo selectivo da Carabina M1 usada na 2ª Guerra Mundial.

Ainda que os países da OTAN não tenham adotado uma munição intermédia, continuaram a tendência de criar fuzis de assalto menores e mais leves. A OTAN adotou a munição de 7,62 x 51 mm, com uma potência entre a .30-06 Springfield e a .303, que foi utilizada em armas tais como o M14, o FN FAL e o HK G3.


Soldado americano com uma Colt M4 no Iraque

Na década de 1960 os Estados Unidos adotaram a munição de 5,56 x 45 mm. Esta munição era mais pequena e leve que a da AK-47, mas possuía maior velocidade e aproximadamente a mesma energia. Vários países da NATO seguiram os EUA nessa tendência, mantendo a munição de 7,62 mm apenas para armas de precisão de longo alcance. A munição de 5,56 mm levou à adoção de armas de assalto compactas, denominadas Carabinas, como a Colt M4A1.






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