"No próprio dia da batalha, as verdades podem ser pinçadas em toda a sua nudez, perguntando apenas;
porém, na manhã seguinte, elas já terão começado a trajar seus uniformes."

(Sir Ian Hamilton)



quinta-feira, 7 de maio de 2009

PERSONAGENS DA HISTÓRIA MILITAR - MARECHAL HERMANN GÖERING



* 12/01/1893 - Rosenheim, Alemanha

+ 15/10/1946 - Nuremberg, Alemanha


Hermann Wilhelm Göring (ou Goering) nasceu na Baviera, o segundo filho da segunda esposa de Heinrich Ernst Goering, um oficial da Cavalaria Prussiana e também Cônsul-geral Alemão no Haiti. A família firmou moradia na Alemanha com a aposentadoria de seu pai, em 1896.

Cresceu próximo a Nuremberg, no pequeno castelo de Veldenstein, pertencente ao Cavaleiro Hermann von Epenstein, um judeu que até 1913 foi amante de sua mãe e seu padrinho.

Estudou no colégio militar e na escola de cadetes e em 1912 foi incorporado ao Exército Prussiano, no Regimento Prinz Wilhelm, na arma de infantaria. E assim seguiu para a 1a Guerra Mundial, servindo como infante nas trincheiras alemãs. Ainda no primeiro ano de conflito, um problema reumático causados pela umidade das trincheiras forçou sua hospitalização.

Pouco depois tentou transferência para a Luftstreitkräfte, o Serviço Aéreo do Exército Imperial Alemão, mas teve seu pedido de ingresso negado. Insistindo em seu intento, conseguiu voar como observador, transferindo-se por conta própria, ignorando a possibilidade de uma corte marcial. Já em 1915 foi qualificado como piloto de caça. No mesmo ano foi derrubado em combate, e retornaria apenas em 1917, onde atingiu a marca de 22 vitórias aéreas, que lhe garantiram a Cruz de Ferro e a medalha Pour le Mérite.

Em 1918 Goering alcançou o posto de comandante do celebrado Esquadrão Richthofen, o qual o lendário aviador alemão Manfred von Richtofen, o Barão Vermelho, servira.

Com o término da Primeira Guerra Mundial, Goering foi intimado a entregar seus aviões aos Aliados em dezembro de 1918. Ao saber disso, ele e outros oficiais fizeram aterrissagens forçadas com os biplanos, causando o máximo de danos possíveis sem destruí-los, para que os países vencedores não receberem os aviões em estado operacional.

Seu ressentimento maior foi com a população civil, devido ao tratamento dado aos oficiais do Exército após a rendição alemã, fato que fez com ele deixasse o país. Passou a pilotar comercialmente na Dinamarca e na Suécia.

Goering tornou-se amigo de Rudolf Hess na Faculdade de Ciências Políticas, logo em seguida, em 1921, conheceu Adolf Hitler num comício, e em 1922, filiou-se ao então, pequeno Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães (Nazista).

Hermann Göering no auge de seu poder durante o regime nazista

Por ter sido um oficial na 1ª Guerra Mundial, recebeu o comando de uma Unidade das Tropas de Assalto de Hitler (as S.A., Sturmabteilung). Goering participou do fracassado Golpe de Munique de novembro de 1923, no qual Hitler tentou tomar o poder prematuramente. Durante o episódio, Goering foi ferido gravemente na virilha e, com sua prisão decretada, fugiu com sua esposa para a Áustria. O excesso de morfina consumido para aliviar a dor de seus ferimentos o tornou um viciado, fazendo com que buscasse ajuda por duas vezes em 1925-26, junto ao Hospital Mental de Langbro, na Suécia.

Seu retorno à Alemanha ocorreu em 1927 e, graças aos seus contatos na indústria alemã, Göring foi eleito na direção do Partido. Ocupou um dos 12 assentos no Reichstag, conquistados pelo Partido Nazista nas eleições de 1928. Após isso Goering se tornou o famoso líder da bancada do Partido na Câmara Baixa e, quando os nazistas conseguiram 230 assentos nas eleições de 1932, foi eleito Presidente do Reichstag.

Nos anos seguintes, Goering foi o responsável pelo banimento dos jornais católicos na Alemanha, assim como o articulista do rearmamento alemão visando uma nova guerra de conquista. Em 1935 tornou-se comandante e o primeiro Marechal do Ar da Luftwaffe - a nova Força Aérea alemã. Em 1940 Hitler o proclamou seu sucessor e o promoveu ao posto único de Marechal do Reich (Reichsmarschall), a mais alta patente militar do Reich alemão. Também foi Ministro da Economia do Reich, após o afastamento de seu titular por anos, Hjalmar Schacht.

Goering não acreditava que a Alemanha estava pronta para entrar num novo conflito e, particularmente, não acreditava que a Luftwaffe, estivesse à altura da RAF, a Força Aérea britânica. Entretanto, com o início da 2a Guerra Mundial, pôs-se aos esforços de conseguir a vitória.

E elas vieram, nos combates travados pela Luftwaffe, na Polônia e na França. Fatos que conduziram o Reichsmarschal ao seu ápice político e militar na Alemanha nazista. Porém, a capacidade de defesa da Luftwaffe se desfazia ao passo em que as frentes de batalha de Hitler se estendiam do norte da Europa ao Mediterrâneo e ao norte da África, e Goering perdeu prestígio quando a Luftwaffe sofreu derrota na Batalha da Inglaterra e não preveniu os bombardeios Aliados à Alemanha.

Alegando problemas de saúde, Goering se manteve em sua vida privada o quanto Hitler o consentiu, usufruindo do luxo da Carinhall - sua vasta propriedade ao norte de Berlim -, onde cuidou de sua coleção de arte e recebeu diversos presentes daqueles que buscavam seus favores. Seu vício em paracodeína, um derivado da morfina, o tornou eufórico e deprimido.

Se descrente da vitória alemã numa guerra ocidental, Goering se opunha completamente a uma nova guerra na frente oriental contra a Rússia e buscou todos os meios para convencer Hitler a cancelar a Operação Barbarossa. Com a invasão da URSS, empenhou-se então a vencer essa campanha, fato, que apagaria seu fracasso na Batalha da Grã-Bretanha, mas como ele previu, tais conflitos conduziram a Alemanha ao desastre e a aniquilação.

Nos anos finais da 2a Guerra Mundial a Luftwaffe combateu, sempre em desvantagem numérica contra russos, estadunidenses e ingleses, chegando próximo a completa destruição.

Em 1945, próximo ao fim da guerra, diante da Alemanha irremediavelmente derrotada, invadida a leste pelos russos e a oeste pelos demais Aliados, Goering, enviou a Adolf Hitler, um telegrama onde propunha assumir a liderança do Reich como sucessor anunciado do Führer. Hitler recebeu a proposta como uma grande traição e ordenou a prisão de Goering pela SS, assim como o retirou de seu testamento político e o expulsou do Partido Nazista.

Goering foi preso em 8 de maio de 1945, na Áustria, onde se refugiara, e suas condições físicas e mentais eram lamentáveis. Encarcerado em Nuremberg, recuperou-se de seu vício através do tratamento dado pelos estadunidenses na prisão. Seu brilho de orador e sua saúde física e mental voltaram, então, Goering atuou como líder dos acusados, defendendo-se vigorosamente durante o julgamento. As provas, testemunhos e evidências contra seus crimes o renderam pena de morte na forca, por crimes contra a humanidade, contra a paz e crimes de guerra.

Quando tomou conhecimento de sua pena, solicitou ao tribunal que fosse fuzilado, considerando que tal forma de execução seria digna de um militar. Pedido negado pelo Tribunal de Nuremberg.

Na véspera de sua execução, Goering suicidou-se engolindo uma cápsula de veneno de cianeto de potássio - somente em 1967 é que foi revelado que ele havia deixado um bilhete explicando que a cápsula de veneno tinha estado o tempo todo em uma embalagem de pomada.

Postumamente, seu cadáver foi içado à forca junto com os demais executados, num ato macabro autorizado pelos juízes do tribunal de Nuremberg. Em seguida, seu corpo foi cremado e suas cinzas jogadas num rio em Munique.


Um comentário:

  1. Ótimomaterial, servirá de auxílio em meu artigo para a matéria de psicologia jurídica. Obrigado por sua dedicação em ajudar o próximo.
    Att: Ramires A. A.

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