
sexta-feira, 26 de março de 2010
PENSAMENTO MILITAR

UM ESCLARECIMENTO
NOTÍCIA - CÂMARA FEDERAL HOMENAGEIA EX-COMBATENTES DA FEB
Dezenas de Pracinhas, como são carinhosamente conhecidos, estiveram presentes no plenário para receber as merecidas homenagens dos deputados, representantes das Forças Armadas, e do Grupo Histórico FEB, composto por representantes do Imperial Jeep Club (IJC) e do Clube de Veículos Militares Antigos do Rio de Janeiro (CVMARJ).
Atendendo a uma proposta do historiador e colecionador Marcos Renault, o deputado Ciro Pedrosa, de Minas Gerais, propôs a realização da Sessão Solene, que teve como objetivo
O 1º/2º Grupo de Transporte da Força Aérea Brasileira, do Rio de Janeiro, disponibilizou uma aeronave Embraer 145, designação C-99, para transporte dos Pracinhas e membros do Grupo Histórico FEB. Durante uma escala em Belo Horizonte foi embarcado mais um grupo de Pracinhas. Trajeto inverso foi realizado ao fim das comemorações.
Após o embarque em viaturas históricas preservadas por colecionadores, os Pracinhas e os membros do Grupo Histórico FEB, trajados com uniformes utilizados na Itália durante o conflito, o comboio de onze viaturas, se deslocou para a Câmara dos Deputados escoltado por batedores do Batalhão de Polícia do Exército de Brasília, cruzando as principais avenidas da capital do Brasil, despertando curiosidade e recebendo cumprimentos dos cidadãos que paravam para admirar o desfile.
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Na chegada à Câmara, as viaturas ficaram estacionadas em frente à rampa de acesso, onde permaneceram em exposição durante todo o dia, chamando a atenção de todos os que por lá passavam.
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Uma grande recepção aguardava os homenageados. Foram recebidos com muita alegria e reverência passando por uma Guarda de Honra formada por cavalarianos do Regimento Dragões da Independência. Uma vez no Plenário, foi iniciada a Sessão Solene, transmitida ao vivo para todo o Brasil pela TV Câmara, além de muitos outros meios de comunicação.
A sessão foi aberta com a apresentação da banda do Batalhão da Guarda Presidencial, tocando o Hino Nacional Brasileiro, cantado por todos os presentes. Logo após a Sessão foi aberta solenemente. Discursaram os deputados Mauro Benevides, representado o Presidente da casa, Dep. Michel Temer, e Ciro Pedrosa, Coordenador da Frente Parlamentar Mista para Revalorização Histórica da Força Expedicionária Brasileira. Por parte do Grupo Histórico FEB, também discursaram os Srs. João Barone, Presidente do CVMARJ e Marcos Renault, idealizador dessa justa homenagem.
Foram mostradas aos presentes algumas cenas do documentário “Caminho dos Heróis”, do Sr. João Barone, que está em fase de finalização e deve ser lançado ainda este ano. O documentarista ressaltou que o principal objetivo do documentário é estimular uma releitura da participação do Brasil na 2ª Guerra Mundial.
O documentário foi filmado em 2009, na Itália, quando o Grupo Histórico FEB passou pelos caminhos percorridos pela FEB, participando de diversas solenidades e sendo homenageados em nome dos Pracinhas que são tratados como “Libertadores da Itália”. A apresentação do rico material sobre a campanha do Brasil na 2ª Guerra Mundial causou muita emoção na platéia, principalmente aos Pracinhas, por terem relembrado os momentos inesquecíveis além mar.
Encerrando a Sessão Solene, foi entoada a Canção do Expedicionário, o que criou um clima de saudade e orgulho aos presentes, àquela pequena homenagem feita aos brasileiros que tem como lema, o jargão “A Cobra Fumou”!
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Foi oferecido pela Câmara dos Deputados um almoço de confraternização para a comitiva dos Pracinhas e do Grupo Histórico FEB. Momento profícuo ao orgulho e rememoração dos fatos ocorridos antes, durante e depois do conflito na Itália.
Todo o evento foi coordenado pela Frente Parlamentar Mista de Revalorização Histórica da Força Expedicionária Brasileira, cujos objetivos são homenagear a memória daqueles que tombaram em combate durante a 2ª Guerra Mundial e lutar pela valorização do soldado brasileiro e das Forças Armadas.
A COBRA CONTINUA FUMANDO!
BRASIL!
Fonte: CVMARJ
sábado, 13 de março de 2010
O RESGATE DO "FANTASMA DO PÂNTANO"
Empresário do ramo de construção e também um entusiasta da aviação, Hagen teve um tio-avô morto na Nova Guiné durante a guerra. Na última década, ele fixou sua atenção no Swamp Ghost, que avistou pela primeira vez em 1996.
“Eu me apaixonei no instante em que desci lá para vê-lo” - disse Hagen - “É como quando você é jovem... caminhando pela rua e vê uma bela mulher, e você quer tê-la com todas as fibras do seu ser”. E concluiu: “Eu simplesmente pensei: que belo avião”.
A história
O Swamp Ghost decolou ao amanhecer de 23 de fevereiro de 1942 da base de Townsville, na Austrália, para atacar os navios japoneses no porto de Rabaul, na Nova Bretanha. Ao chegar ao alvo, contudo, as portas do compartimento de bombas não abriram, e a tripulação decidiu circundar o alvo mais uma vez. Desta vez o compartimento abriu-se, mas também subiram os caças japoneses.

Durante os 30 minutos seguintes, diversos Zeros alvejaram o avião, e 33 furos foram feitos em sua cauda. Um projétil antiaéreo também atingiu a asa direita do B-17.
O Swamp Ghost escapou do ataque e voou para a Nova Guiné, onde foi reabastecido em Port Moresby, mas a tripulação logo percebeu que não tinha potência suficiente para superar a cordilheira Owen Stanley.
A tripulação saiu e viu-se em meio a mais de um metro de água. Após quatro dias de caminhada sob intenso calor, nos quais alguns membros começaram a sofrer de alucinações, eles encontraram nativos. Então, após mais de cinco semanas de viagem, finalmente conseguiram chegar a Port Moresby.
Um dos únicos quatro B-17E recuperados no mundo, o Swamp Ghost entrará em exibição ainda este ano. O objetivo a longo prazo é restaurá-lo até ter condições de vôo novamente.
Fonte: Philadelphia Daily News, 6 de março de 2010.
quarta-feira, 10 de março de 2010
A ARTILHARIA DURANTE A GUERRA DAS ROSAS
A guerra das Rosas confrontou duas famílias nobres, entre os anos de 1453 e 1485, pela conquista do poder inglês. O nome Guerra das Rosas teve origem devido ao fato de a família real trazer no seu brasão uma rosa vermelha, e a Casa de York uma rosa branca.
A luta começou quando Ricardo, duque de York, aprisionou Henrique VI, da família Lancaster e rei da Inglaterra. Na Batalha de Wakefield, que ocorreu em 1460, os York foram derrotados e, em 1461, Eduardo IV, da Casa de York, na Batalha de Towton, assumiu o trono dos Lancaster, mas foi traído pela nobreza e obrigado a devolver o poder para Henrique VI.
Em 1473, Eduardo IV morreu. Seu irmão Ricardo III assumiu o trono, e ordenou que estrangulassem seus sobrinhos, pois eram os próximos da linha de sucessão. O fim da guerra em 1485 ocorreu quando Ricardo III foi derrotado na Batalha de Bosworth por Henrique Tudor. Como Henrique Tudor estava ligado às duas famílias nobres, pois era genro de Eduardo IV e tinha ligação com os Lancasters por parte de mãe, uniu as duas casas reais. Henrique Tudor ascendeu ao trono da Inglaterra iniciando a dinastia Tudor (1485-1603), que implantou o absolutismo na Inglaterra, nomeando Henrique VII, rei da Inglaterra.
O papel da Artilharia na Guerra
Por ocasião do início da Guerra das Rosas, a artilharia vinha sendo utilizada na Europa há cerca de um século. Praticamente todos os exércitos desfrutavam de seu poderio, mesmo que possuíssem apenas uma pequena força de artilharia.
O ritmo do avanço tecnológico na produção de armas na Europa havia acelerado na década de 1370, quando as pequenas, imprecisas e pouco confiáveis peças de artilharia, utilizadas no início da Guerra dos Cem Anos, deram lugar a armas maiores e mais poderosas que eram capazes de romper as altas muralhas de pedra de vilas fortificadas e castelos. Embora a nova artilharia ainda pudesse ser considerada imprevisível - Jaime II da Escócia foi morto em 1460, quando um de seus canhões de sítio explodiu -, os ingleses começaram a empregar tais armas com grande efeito no País de Gales e na fronteira da Escócia no início do século XV.
As novas armas passaram a ser fabricadas com tipos e tamanhos variados, desde a bombarda maciça, que podia demolir muralhas com enormes bolas de pedra ou de ferro; até os canhões menores, capazes de serem disparados em tripés ou utilizados como armas portáteis, além de uma variedade de canhões de tamanho intermediário. Os canhões de século XV eram fabricados em ferro ou em bronze, apesar de as armas de bronze serem mais comuns, pois as técnicas de fundição do ferro somente atingiriam a qualidade necessária no final do século XVI. Em razão das armas serem despadronizadas e disparassem projéteis feitos “sob medida” para elas, era comum os fabricantes de canhões também atuarem como artilheiros. Essa singularidade no tamanho de cada projétil levou as grandes armas a receberem nomes próprios que as individualizavam, como o Mons Meg, atualmente em exposição no Castelo de Edimburgo, Escócia, um canhão 14.000 libras com calibre de 20 polegadas.

Disparar uma peça de artilharia do século XV era um processo lento e difícil. As armas de sítio maiores disparavam pedras e projéteis de ferro que podiam pesar centenas de libras. Para disparar a arma, o atirador usou um disparador constituído de uma barra de ferro aquecida em uma panela de carvão que era mantida quente e ao alcance de sua mão. Devido ao fato de que um quilo de pólvora era necessário para lançar nove libras de peso de granada e que o tubo precisava ser lavado com uma mistura de água e vinagre depois de cada tiro, a cadência de dez tiros por hora era considerada satisfatória. Na Guerra das Rosas, tal lentidão fez com que os canhões fossem utilizados, principalmente, na véspera ou no início de uma batalha, disparando uma saraivada contra o inimigo antes que o combate corpo-a-corpo tivesse início.
Durante a noite que antecedeu a batalha de Barnet, Richard Neville, Conde de Warwick, disparou seu canhão continuamente com o objetivo de amedontrar e levar a desordem às fileiras de York. No entanto, Warwick não tinha conhecimento de quão próximo o inimigo estava de suas linhas e os disparos foram ineficazes. Para impedir que Warwick aprendesse com seu próprio erro, Eduardo IV ordenou à sua artilharia que se abstivesse de revelar a sua posição respondendo ao fogo. Poucas semanas depois, na Batalha de Tewkesbury, Eduardo neutralizou o ataque da Casa de Lancaster a partir de uma excelente posição defensiva, abrindo fogo com sua artilharia.
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Ainda assim, ambas as partes reconheceram a importância crescente da artilharia e tomaram medidas para garantir um bom fornecimento de canhões e bombardas. Desde 1415 a Coroa Inglesa designou um mestre-artilheiro para supervisionar a Artilharia Real. Em 1456, John Judde, um comerciante de Londres, recebeu a nomeação para o cargo por oferecer armamentos e suprimento de pólvora para a artilharia de Henrique VI às suas expensas. Judde iniciou um ambicioso programa de produção armas para a Casa de Lancaster, motivo pelo qual os partidários de York o emboscaram e o mataram em junho 1460, quando supervisionava a entrega de uma nova remessa de armamentos.
Eduardo IV também reconhecia a importância da artilharia, e seus mestres-artilheiros - como John Wode, que ocupou o cargo entre 1463 e 1477 - eram membros de confiança da família real. Eduardo frequentemente inspecionava sua artilharia e suas campanhas normalmente incluíam um considerável trem de artilharia.
Assim, desde o reinado de Henrique VII, a Coroa Inglesa reuniu uma grande e crescente coleção de material de artilharia, atualmente em exposição na Torre de Londres.
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PENSAMENTO MILITAR – LIDERANÇA EM COMBATE

J.F.C. Fuller, General britânico, criticando o tipo de liderança dos Aliados durante a 1ª Guerra Mundial
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domingo, 28 de fevereiro de 2010
ANIVERSÁRIO DO BLOG - 1 ANO

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010
IMAGEM DO DIA - 25/02/2010

UNIFORMES - OFICIAL GRANADEIRO RUSSO, 1855

PERSONAGENS DA HISTÓRIA MILITAR – PIRRO, DE ÉPIRO

+ 272 a.C. - Argos
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Pirro (Pyrrhus), filho de Eácida, foi rei do Épiro e da Macedônia e notabilizou-se por ter sido um dos principais opositores a Roma.
Pirro teve uma infância e juventude bastante atribuladas. Tinha apenas dois anos de idade quando o seu pai foi destronado. Mais tarde, aos 17 anos de idade, os Epirotas chamaram-no para governar, mas Pirro acabou por ser destronado novamente. Nas guerras entre os diádocos, após a divisão do Império de Alexandre III, tomou partido de seu cunhado, Demétrio I da Macedónia, e lutou a seu lado na Batalha de Ipso (301 a.C.).
Mais tarde, tornou-se refém de Ptolomeu I do Egito, num acordo entre este e Demétrio. Pirro casou com Antígona, filha de Ptolomeu I e, em 297 a.C., restaurou seu reino no Épiro. Em seguida, declarou guerra a Demétrio, seu antigo aliado e, no ano de 286 a.C., depôs o seu cunhado assumiu o controle do reino da Macedônia. Dois anos depois, porém, seu ex-aliado Lisímaco expulsou-o da Macedônia.
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Campanha na Itália
No ano de 281 a.C., a cidade grega de Tarento, no sul da Itália, foi tomada de assalto pelos Romanos. A derrota dos Tarentinos parecia certa. Na oportunidade, Roma já crescera suficientemente para partir à conquista - com sucesso - da Magna Grécia, ou Itália do Sul. O povo de Tarento não teve alternativa senão pedir o auxílio de Pirro.
Pirro foi encorajado a ajudar os Tarentinos por influência do oráculo de Delfos. Suas pretensões, no entanto, eram bem mais ambiciosas: almejava formar um império na Itália. Para isso, tornou-se aliado do rei Ptolomeu da Macedônia, seu vizinho mais poderoso, e chegou à Itália em 280 a.C..
Sua força militar era extraordinária: 3.000 cavaleiros, 2.000 arqueiros, 500 fundeiros, 20 000 soldados de infantaria e 19 elefantes de guerra. Com ela, o objetivo de Pirro era não só evitar a conquista de Tarento pelos Romanos, como subjugá-los.
Em função da superioridade de sua cavalaria e dos seus elefantes, derrotou os Romanos na Batalha de Heracleia, inde os Romanos perderam cerca de 7.000 homens, enquanto Pirro perdeu 4.000. Desde esta vitória, várias tribos e as cidades gregas de Cróton e Locros juntaram-se a Pirro, que ofereceu aos Romanos um tratado de paz, o qual foi prontamente rejeitado.
Quando Pirro invadiu a Apúlia (279 a.C.), os dois exércitos defrontaram-se na Batalha de Ásculo, onde Pirro obteve uma vitória muito custosa. Os romanos perderam 6.000 homens e Pirro teve 3.500 baixas. Foi um duro golpe no exército de Pirro, que não aguentaria outro desfalque semelhante contra os romanos.
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Campanha na Sicília
Em 278 a.C., no meio de suas dificuldades e inquietações, Pirro viu-se diante de novas oprtunidades que se lhe ofereciam, levando a hesitação ao seu espírito. De um lado, chegaram da Sicília embaixadores que lhe propuseram colocar em suas mãos as cidades de Agrigento, Siracusa e Leontinos, pedindo ao mesmo tempo que ajudasse a expulsar os cartagineses da ilha e a libertá-la de seus tiranos; de outro, mensageiros vindos da Grécia trouxeram-lhe a notícia de que o Ptolomeu tinha sido morto em uma batalha contra os gauleses, e que seu exército fora derrotado, surgindo, assim, uma ocasião das mais favoráveis para se apresentar aos macedônios, que necessitavam de um rei.
Pirro maldisse então a fortuna, que lhe apresentava ao mesmo tempo duas oportunidades para fazer grandes coisas e, vendo com pesar que não podia optar por uma sem perder a outra, hesitou durante muito tempo antes de fazer a escolha. Finalmente, as dificuldades da Sicília pareceram-lhe muito mais importantes, por motivo da proximidade da África, decidindo-se então por este empreendimento. Assim, após tomar tal resolução, enviou Cíneas, conforme costumava fazer, às cidades da ilha, a fim de realizar as negociações. Contudo, a guarnição que colocara na cidade de Tarento, a fim de mantê-la submissa, provocara grande descontentamento entre os seus moradores. Estes mandaram-lhe dizer que, ou ele permanecia no país a fim de sustentar a guerra contra os romanos, de acordo com o compromisso assumido ao dirigir-se à cidade, ou, caso decidisse abandonar a Itália, que deixasse Tarento na situação em que a havia encontrado. Pirro, porém, respondeu-lhes secamente, dizendo-lhes que não lhe falassem mais em tal assunto, que esperassem por uma oportunidade. E, dada esta resposta, seguiu para a Sicília, onde viu, logo após a chegada, todas as suas esperanças se realizarem. Com efeito, as cidades apressaram-se em se entregar, e, em todos os lugares onde teve de empregar a força, não encontrou nenhuma resistência séria.
Com um exército de trinta mil homens de infantaria e dois mil e quinhentos cavaleiros, e uma esquadra de duzentos navios, ele foi expulsando por toda parte os cartagineses e conquistando as regiões que estavam sob o seu domínio.
Pirro entra em uma cidade siciliana com suas tropas
A cidade de Erix , dentre as que os cartagineses conservavam em seu poder, era a dotada de melhores fortificações e a que contava o maior número de defensores. Em 277 a.C., Pirro decidiu ocupá-la pela força. Quando tudo estava pronto para o assalto, tomou todas as suas armas, e, ao aproximar-se da cidade, prometeu a Hércules um sacrifício solene, bem como jogos públicos, em sua homenagem, caso lhe concedesse a graça de mostrar-se, aos olhos dos gregos que moravam na Sicília, digno de seu nascimento e dos grandes recursos de que dispunha. Feito este voto, ordenou que as trombetas soassem, dando o sinal do ataque. Quase todos os cartagineses que se encontravam sobre as muralhas retiraram-se logo às primeiras flechadas. Foram em seguida colocadas as escadas, sendo ele o primeiro a subir. No alto da muralha um grupo de inimigos ousou enfrentá-lo; atacando-os, forçou uns a se atirarem de ambos os lados da muralha, e abateu outros a golpes de espada, sem que recebesse qualquer ferimento. Com efeito, ele parecia tão terrível aos cartagineses, que estes não ousavam olhá-lo de frente e sustentar o seu olhar. Após a ocupação da cidade, ele fez a Hércules um sacrifício magnífico e promoveu festas com jogos e combates de todas as espécies.
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Havia nas imediações de Messina uma nação cujo povo eram chamados mamertinos, que causavam grandes tribulações aos povos gregos, obrigando mesmo alguns deles a lhes pagarem impostos e tributos. Este povo, numeroso e aguerrido, devia seu valor à denominação de mamertinos, que, em língua latina, significa marciais. Pirro liderou suas forças contra eles e os derrotou num renhido combate, arrasando várias de suas fortalezas. Além disso, mandou matar todos os que entre eles se encarregavam da coleta dos impostos. Os cartagineses, que desejavam fazer as pazes com Pirro, ofereceram-lhe, como prova de amizade, prata e navios; mas, como visava a coisas ainda maiores deu-lhes uma breve resposta, dizendo que havia um único meio de ser estabelecida a paz: a evacuação de toda a Sicília, de modo que o mar da África passasse a constituir a zona de separação entre os gregos e eles. Os êxitos alcançados e a confiança que depositava em suas forças encorajavam-no e o incitavam a tornar uma realidade as esperanças que o tinham levado à Sicília; e aspirou, assim, em primeiro lugar, à conquista da África. Para levar a efeito esta vasta empresa ele possuía um número suficiente de navios; mas faltavam-lhe marinheiros e remadores. Entretanto, para obtê-los das cidades, em vez de agir com habilidade e brandura, passou a tratá-las com excessivo rigor, constrangendo seus moradores e castigando com severidade os que não obedeciam às suas ordens. Transformando-se, subitamente, de príncipe popular em tirano violento, Pirro adquiriu, em consequência de sua severidade, a reputação de homem ingrato e pérfido. Entretanto, por mais descontentes que estivessem, as cidades sicilianas cediam à necessidade e lhe forneciam tudo aquilo que deles era exigido.
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Em 276 a.C., o comportamento despótico de Pirro começou a fazer com que a população se descontentasse com o rei. Ainda que Pirro continuasse a vencer as guarnições cartaginesas, acabou por ter de abandonar a Sicília, regressando à Itália.
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Regresso à Itália e à Grécia
Quando regressou, travou uma batalha inconclusiva em Beneventum (275 a.C.), no sul da Itália. Pirro abandonou a campanha na Itália e regressou ao Épiro. Apesar da sua campanha no ocidente ter solapado grande parte do seu exército e da sua riqueza, Pirro lançou-se à guerra: atacou o rei Antígono II, vencendo-o facilmente, e apossou-se do trono Macedônio.
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Em 272 a.C., Cleónimo, um espartano de sangue real, mas odiado em Esparta, pediu a Pirro que atacasse a cidade e o colocasse no poder. Pirro concordou com o plano, mas tencionava ficar com o controlo do Peloponeso para si mesmo. Inesperadamente, Esparta ofereceu resistência, o que abalou a sua tentativa de assalto.
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Logo a seguir, surgiu a oportunidade de Pirro intervir numa disputa cívica em Argos. Entrando na cidade com o seu exército às escondidas, Pirro acabou por ser apanhado numa confusa batalha nas estreitas ruas da cidade. Durante a confusão, uma velha que observava do telhado atirou uma telha em Pirro, que caiu atordoado, permitindo que um soldado argivo o matasse (algumas fontes dizem que Pirro foi envenenado por um servo).
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Mapa mostrando as campanhas militares de Pirro
"Vitória de Pirro"
Por ter sido um homem extremamente belicoso e um líder incansável, embora não tivesse sido um rei propriamente sábio, Pirro foi considerado um dos melhores generais do seu tempo. Aníbal considerou-o o segundo melhor, depois de Alexandre Magno. Pirro era também conhecido por ser muito benevolente. Como general, as maiores fraquezas políticas de Pirro eram a falta de concentração e a tendência de esbanjar dinheiro: grande parte dos seus soldados eram dispendiosos mercenários.
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Seu nome tornou-se famoso pela expressão "Vitória de Pirro". Quando da vitória na Batalha de Ásculo, conseguida a custo elevado, foram-lhe dar os parabéns, diz-se que respondeu com as palavras: "Mais uma vitória como esta, e estou perdido."
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Pirro escreveu ainda Memórias e vários livros sobre a arte da guerra. Os escritos perderam-se, mas sabe-se que foram usados por Aníbal e elogiados por Cícero.
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segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010
IMAGEM DO DIA - 22/02/2010

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OS COURACEIROS PRUSSIANOS E A CARGA DA MORTE
De acordo com os regulamentos da cavalaria prussiana de 1860, a altura necessária para o serviço nos couraceiros era, pelo menos, 1,70 m para os homens e 1,57 m para os cavalos. A título de comparação, a altura mínima dos homens para as unidades de dragões e ulhanos era 1,67 m; nos regimentos de hussardos os homens precisavam medir no mínimo 1,62 m. Os couraceiros e dragões recebiam seus cavalos de raça procedentes das regiões de Holstein, Magdeburg e Hanôver.
Na fase inicial da Batalha de Mars-la-Tour, em 16 de Agosto de 1870, uma brigada de cavalaria da Prússia, composta pelos 7º Regimento de Couraceiros de Magdeburgo e 16º Regimento de Ulhanos, executou um ataque contra a infantaria e a artilharia francesas que ficou conhecido como o todesritt (carga de morte). A infantaria francesa ameaçava atacar a ala esquerda prussiana perto de Vionville, colocando em risco o avanço do exército. Enquanto os reforços não se materializaram, o General Alvensleben ordenou ao general von Bredow que carregasse com a sua brigada, conscientemente sacrificando-a para deter o inimigo até que o auxílio chegasse. Von Bredow levou seus homens para a carga em linha, com os couraceiros sob o comando do Major Von Schmetow à esquerda e os ulhanos à direita, ao todo cerca de 700 homens. Sob o fogo dos canhões e da metralha, os prussianos romperam as linhas francesas e eliminaram sua infantaria e artilharia. Aproveitando o êxito obtido, a brigada atacou as tropas francesas atrás da primeira linha, mas foi surpreendida e repelida por uma divisão de cavalaria inimiga.
Menos de metade da brigada retornou da carga: 104 couraceiros e 90 ulhanos. A carga ocupou os franceses até o final do dia, e removeu a ameaça à ala esquerda prussiana.

O 7º Regimento de Couraceiros carregando contra bateria de canhões francesa em Mars-la-Tour. Menos da metade dos cavalarianos prussianos sobreviveu à carga.
Temendo novos ataques, os franceses trouxeram outra divisão de cavalaria, enquanto os prussianos usaram sua cavalaria para garantir a chegada dos reforços. Em Mars-la-Tour, 5.000 couraceiros franceses e Prussianos entraram em choque na maior batalha de cavalaria da guerra.
PENSAMENTO MILITAR
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA MILITAR - INSCRIÇÕES ABERTAS


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sábado, 20 de fevereiro de 2010
IMAGEM DO DIA - 20/02/2010
CONDECORAÇÕES: A ESTRELA DE PRATA (SILVER STAR)

A CONQUISTA DE MONTE CASTELO PELA FEB


A Força Expedicionária Brasileira (FEB) levou o Brasil ao teatro de operações na Itália. O primeiro contingente brasileiro embarcou em 30 de junho de 1944 rumo às terras européias. Ao longo dos meses seguintes, outros quatro escalões seguiram para aquele cenário de batalha internacional. Em solo italiano, o Exército Brasileiro preparava-se para um dos feitos mais gloriosos da FEB em sua vitoriosa campanha na 2a Guerra Mundial, qual seja, a tomada de Monte Castelo.



Patrulha brasileira subindo para mais uma investida contra o Castelo
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NOTÍCIA - ABERTA SUBSCRIÇÃO PARA CONSERVAR CARRO DE COMBATE DA 2ª GUERRA MUNDIAL
O famoso Tiger 131 foi capturado pelas tropas aliadas durante uma disputada batalha na Tunísia em 1943, tendo sito atingido por um tiro de canhão anticarro de seis libras após destruir dois carros de combate Churchill britânicos.

O Tiger 131 examinado por oficiais britânicos após ter sido capturado na Tunísia. É possível ver, ao fundo, um dos Churchill colocados fora de ação
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Produzido em 1942, o Tigre foi apenas uma das 1.354 unidades fabricadas na Alemanha, as quais participaram de ações de combate na Rússia, Tunísia, Sicília e norte da Europa Ocidental. Possuía como armamento principal o preciso canhão de 88 mm e sua blindagem era capaz de absorver os impactos das principais armas anticarro dos aliados, mesmo em curtas distâncias. Possuía, no entanto, a desvantagem de ser extremamente pesado -57 toneladas – possuir pouca manobrabilidade. Além disso, o motor tinha o “péssimo hábito de pegar fogo” e sua transmissão costumava falhar quando submetida a regime de estresse.
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O Tiger 131 representou um significativo ganho para as forças aliadas, pois permitiu que os engenheiros britânicos pudessem, em processo de engenharia reversa, examinar o veículo. O rei George VI e o primeiro-ministro Winston Churchill inspecionaram o Tiger 131 em Tunis e, no ano seguinte, o blindado participou do desfile do Regimento de Cavalaria de Guarda (Horse Guards) na Inglaterra, antes de ser recolhido ao novo lar em Bovington.

O Tiger 131 desfilando na década de 1990
sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010
RETORNO ÀS ATIVIDADES

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009
PAUSA NAS ATIVIDADES

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quinta-feira, 17 de dezembro de 2009
IMAGEM DO DIA - 17/12/2009

PERSONAGENS DA HISTÓRIA MILITAR - GENERAL BERTOLDO KLINGER

+ 1969 – Rio de Janeiro-RJ
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Bertoldo Klinger nasceu em Rio Grande (RS), em 1884 e ingressou na Escola Militar da Praia Vermelha, no Rio de Janeiro, em 1901. Junto com outros companheiros militares, participou da revolta contra a vacina obrigatória ocorrida em 1904, na então capital do país. Em função disso foi preso, só regressando ao Exército no ano seguinte, quando foi anistiado.
Entre 1910 e 1912, esteve na Alemanha realizando estágio militar, quando tomou contato com as inovações técnicas e organizacionais então empreendidas no exército daquele país. Ao voltar ao Brasil, tomou parte na fundação da revista A Defesa Nacional, junto com outros militares que haviam realizado estágio semelhante ao seu. Por se mostrarem fortemente influenciados pela doutrina militar alemã, os incentivadores da revista receberam de seus adversários o apelido de "jovens turcos", numa referência aos jovens oficiais militares que, após terem tido contato com o exército germânico, voltaram à Turquia para promoverem reformas políticas e militares.
Em 1924, foi preso sob acusação de colaborar com a revolta tenentista deflagrada naquele ano em São Paulo. Sua participação é assunto controverso, pois durante o período em que esteve preso foi acusado de traidor pelos líderes do movimento. Nos anos seguintes, confirmou sua oposição ao tenentismo, comandando as tropas legalistas lançadas contra a Coluna Prestes, o exército guerrilheiro que percorreu o interior do Brasil em campanha contra o governo de Artur Bernardes, em Mato Grosso e Goiás.
Em 1930, manteve contatos com elementos da Aliança Liberal que articulavam a deposição do presidente Washington Luís, mas não apoiou o movimento. Com o sucesso da insurreição deflagrada em outubro daquele ano, porém, participou ativamente do golpe promovido por altos oficiais das Forças Armadas lotados na capital federal, que se anteciparam aos revolucionários e afastaram o presidente da República. Nos poucos dias que durou o governo da junta militar que então se instalou no poder, Klinger foi designado chefe de polícia do Distrito Federal, tendo, então, proibido reuniões e comícios na capital do país. Manifestou-se, nessa ocasião, contrário à transferência do poder aos revolucionários. Contudo, quando Getúlio Vargas foi empossado na presidência, telegrafou ao novo ministro da Justiça, Osvaldo Aranha, para elogiar a revolução.
Em maio de 1931 chegou ao generalato. Suas antigas desavenças com os tenentes, contudo, levaram ao seu afastamento do governo. Transferido para o Mato Grosso, proibiu que os oficiais sob sua autoridade naquele estado se filiassem ao Clube 3 de Outubro, agremiação que visava dar maior coesão política aos tenentes. Em abril de 1932, reprimiu rebeliões camponesas em território mato-grossense.

O general Bertholdo Klinger com oficiais paulistas durante a Revolução de 1932
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Nesse mesmo ano, juntou-se aos grupos dirigentes paulistas que preparavam uma insurreição para depor Vargas. Escolhido para exercer a chefia militar do movimento, precipitou sua deflagração ao enviar uma carta ofensiva ao recém-nomeado ministro da Guerra, general Augusto Inácio do Espírito Santo Cardoso, em julho daquele ano. Foi, então, recebido com festa em São Paulo e empossado no comando das forças constitucionalistas. Sua prometida adesão de efetivos militares aquartelados no estado do Mato Grosso, porém, não se confirmou. O esperado apoio de gaúchos e mineiros também não se efetivou, o que levou os paulistas a se manterem em posição defensiva. No mês de setembro, propôs o armistício ao governo federal ao perceber a inviabilidade da continuação da campanha militar.
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Preso após a rendição dos paulistas, foi em seguida enviado para o exílio em Portugal, onde retomou as atividades conspirativas junto a outros deportados. Anistiado, voltou ao Brasil em 1934.
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Só foi readmitido no Exército em 1947, passando em seguida para a reserva. Em 1964, deu apoio ao movimento militar que derrubou o presidente João Goulart e implantou o regime militar no país. Morreu em 1969, no Rio de Janeiro.
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Fonte: CPDOC – Fundação Getúlio Vargas
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ARMAS – ALABARDA

Graças à sua lâmina em meia-lua, nos combates corpo-a-corpo a alabarda era usada como machado. Já a peça pontiaguda permitia o uso da alabarda como lança, o que era muito comum nos combates contra outras unidades de infantaria, principalmente contra as que escalavam muralhas usando-se de escadas.
A alabarda era especialmenten eficaz no combate a oponentes montados. Existiam três métodos básicos para isso: a face oposta à lâmina, normalmente uma ponteira ou gancho podia ser usada para puxar o cavaleiro para baixo derrubando-o; a lâmina podia se usada para golpear a parte de trás do tornozelo do cavalo forçando-o a dobrar as pernas caindo, algumas vezes a lâmina em forma de meia-lua convexa dava lugar a uma em forma de meia-lua, ou um "V", côncava para encaixar melhor na perna do cavalo; e por fim podia ser usada apoiando a extremidade contrária da haste no pé e apontando a peça pontiaguda de lança para o peito do cavalo, matando-o.
A alabarda era por excelência a arma usada pelos guardas de castelos e palácios e ainda hoje aparece como o padrão em unidades militares históricas, mantidas para fins cerimoniais, com suas fardas e armaduras de época.

Alabardeiro espanhol, século XVII
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IMPERIAL ORDEM DE SÃO BENTO DE AVIS

A Imperial Ordem de São Bento de Avis é uma antiga ordem militar brasileira, originada a partir da portuguesa Ordem Militar de Avis, a qual por sua vez remonta à medieval Ordem de São Bento de Avis. Essa ordem medieval foi aparentemente originada na Espanha, a partir da Ordem de Calatrava; outra teoria informa ter-se originado em Portugal no século XII, sob D. Afonso Henriques.
A chancelaria que cuidava dos registros da ordem brasileira pertencia ao Ministério do Império. Destituiu-se seu caráter religioso por meio de Decreto de 9 de setembro de 1843. Foi mantida após a proclamação da República, juntamente com a Imperial Ordem do Cruzeiro, por determinação do Marechal Deodoro da Fonseca, pelo decreto n.º 227 F de 22 de março de 1890. Até sua extinção definitiva, por meio da Constituição de 1891, chegou da Fonseca a distribuir as ordens de Avis e do Cruzeiro a 724 pessoas.
Pelo decreto n.º 4328 de 15 de novembro de 1901, criou-se uma medalha honorífica que leva seu nome, reservada a condecorar militares brasileiros das três armas. Também, a Ordem do Mérito Militar, criada por decreto n.º 24660 de 11 de junho de 1934, apresenta a cruz florenciada em referência à Imperial Ordem de Avis.

Marechal Joaquim Xavier Curado ostentando em seu uniforme a Imperial Ordem de São Bento de Avis
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Diversos militares ilustres pertenceram à Imperial Ordem de São Bento de Avis, tais como: Luís Alves de Lima e Silva, Duque de Caxias; Marechal Carlos Frederico Lecor, Visconde de Laguna; Marechal Joaquim Xavier Curado, governador de Santa Catarina, Barão e conde de São João das Duas Barras; Tenente-coronel João Carlos de Villagran Cabrita e Brigadeiro Antônio de Sampaio, dentre outros.
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quarta-feira, 16 de dezembro de 2009
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA MILITAR - INSCRIÇÕES ABERTAS

- História Militar Geral I: as guerras da Idade Antiga à Idade Moderna

AS DIVISÕES E OS CORPOS-DE-EXÉRCITO DE NAPOLEÃO

Um dos mais significativos desenvolvimentos no comando e controle durante a Revolução Francesa e as guerras napoleônicas foi a introdução da divisão de combate e dos corpos de exército. O tamanho crescente dos exércitos durante o século XVIII, bem como o emprego simultâneo de tropas em diversos teatros de guerra impuseram uma necessária reorganização administrativa dos exércitos europeus. Geralmente, a unidade padrão militar era regimento de infantaria, composto por um ou dois batalhões de combate e um batalhão de depósito. Regimentos de cavalaria também seguiam este padrão, embora os seus esquadrões pudessem ser divididos entre os exércitos em teatros diferentes.
O comandante do Exército, portanto, precisava controlar vários batalhões e esquadrões nos níveis estratégico, operacional e tático. Isso criou uma enorme sobrecarga para o pessoal do Exército, que tinha a responsabilidade de manter o controle das unidades, mantendo-as devidamente supridas e garantindo que as ordens fossem divulgadas em tempo hábil. Esta não era uma tarefa fácil. A coordenação de dezenas de milhares de homens em campanha muitas vezes levou à confusão e à ineficiência. Para reduzir a dificuldade, os exércitos europeus eram frequentemente organizados em alas ad hoc, colunas (Abteilungen), divisões e brigadas, de cuja composição dependia inteiramente a natureza da missão em questão. Acima do escalão regimento não havia padronização na organização do Exército .
Pierre de Bourcet (1700-80), um oficial de estado-maior, defendeu a introdução da divisão como uma formação padrão em seu Principes de la Guerre des Montagnes, escrito na década de 1760-1770. A organização em Divisões permitiria ao exército avançar ao longo de rotas paralelas e concentrar-se-se rapidamente para a batalha. A formação facilitaria uma maior eficiência na prestação de campanha e para a circulação rápida de um maior número de tropas a grandes distâncias, ao contrário de um exército com uma única estrada, movendo-se lentamente e sobrecarregados com os comboios de abastecimento. Para esse fim, outro teórico militar francês, o Conde de Guibert (1743-90), argumentou em seu Essai de tactique geral, do início de 1770, que os exércitos deviam dispensar seus comboios de abastecimento a fim de aumentar a sua flexibilidade e mobilidade.
Marchar divididos, lutar unidos
A divisão começou a se desenvolver em meados do século XVIII, como um meio de melhorar a mobilidade estratégica de um exército e facilitar seu e comando. Um general comandando um exército não precisava mais manter o controle de cada batalhão e esquadrão, mas apenas de suas divisões. Enquanto isso, os generais de divisão ficavam responsáveis por controlar os seus respectivos regimentos. De fato, enquanto a organização divisionária francesa era testada, foi introduzida também a brigada de infantaria - uma unidade formada por dois regimentos de infantaria. A Prússia também organizou o seu exército em brigadas, mas não adotou a divisão de combate. O que fez a divisão francesa original foi a integração da artilharia e da cavalaria na ordem de batalha. Antes, normalmente a artilharia e a cavalaria ficavam sob o controle direto do comandante do exército, que as distribuía a seus subordinados, conforme necessário. Ao integrar a artilharia e a cavalaria na estrutura de divisão, o exército francês passou a possuir o maior poder de fogo, embora a capacidade de reconhecimento tenha sido diminiuída.

Durante as guerras revolucionárias francesas, o aumento do tamanho dos exércitos de campanha obrigou os revolucionários a introduzir a divisão de combate como uma entidade permanente dentro da organização do exército. Cada divisão era composta por duas brigadas de infantaria, um destacamento de cavalaria - esquadrão ou regimento - e uma bateria de artilharia. Às vezes, os generais atribuíam o comando de várias divisões a um único comandante subordinado, dependendo do plano de operações. O General Andre Massena (1758-1817), por exemplo, comandou duas divisões do exército de Napoleão na Itália, em 1796; o mesmo ocorreu com o General Kleber na Bélgica, em 1794.
O corpo-de-exército era comandado por um marechal de França ou, ocasionalmente, por um general de divisão. Um corpo francês também, como uma legião romana, em geral, permanecia em um determinado teatro europeu. Assim, o alardeado III Corpo do Grande Armée, comandado pelo Marechal Louis Davout, manteve sua composição desde sua criação em 1803 até 1812 e foi baseado na Alemanha.
A Prússia e a Áustria adotaram o sistema de divisões no início do século XIX, mas mantiveram-se, em grande parte, com divisões administrativas. As divisões combatentes somente seriam implantadas nestes exércitos a parir de 1809. Os russos não desenvolveram divisões militares e divisões de combate até 1805, mas, quando o fizeram, estas se apresentavam extremamente complicadas e faltava o pessoal adequado para liderar as brigadas e regimentos de forma eficiente.
Na Grã-Bretanha, as brigadas e divisões eram organizadas de maneira ad hoc, cujas formações eram estabelecidas para cumprir missões específicas.