"No próprio dia da batalha, as verdades podem ser pinçadas em toda a sua nudez, perguntando apenas;
porém, na manhã seguinte, elas já terão começado a trajar seus uniformes."

(Sir Ian Hamilton)



segunda-feira, 24 de agosto de 2009

PERSONAGENS DA HISTÓRIA MILITAR - MARECHAL LUIZ ALVES DE LIMA E SILVA, DUQUE DE CAXIAS



* 25/08/1803 - Duque de Caxias-RJ


+ 07/05/1880 - Vassouras-RJ

Luís Alves de Lima e Silva, nasceu em 25 de agosto de 1803, na fazenda de São Paulo, no Taquaru, Vila de Porto da Estrela, na Capitania do Rio de Janeiro, quando o Brasil era Vice Reino de Portugal. Hoje, é o local do Parque Histórico Duque de Caxias, no município de Duque de Caxias, no estado do Rio de Janeiro.

Filho do Marechal-de-Campo Francisco de Lima e Silva e de D. Mariana Cândida de Oliveira Belo. Ao seu pai, Veador da Imperatriz Leopoldina, coube a honra de apresentar em seus braços à Corte, no dia 2 de dezembro de 1825, no Paço de São Cristóvão, o recém-nascido que, mais tarde, viria a ser o Imperador D. Pedro II.


Primeiros anos

Em 22 de maio de 1808, época em que a Família Real Portuguesa transfere-se para o Brasil, Luís Alves é titulado Cadete de 1ª Classe, aos 5 anos de idade.

Pouco se sabe da infância de Caxias. Pelos almanaques do Rio de Janeiro da época e publicados pela Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, os quais davam o nome das ruas em que moravam as autoridades governamentais, sabe-se que seu pai, desde capitão, em 1811, residia na rua das Violas, atual rua Teófilo Otoni. Esta rua das Violas, onde existiam fabricantes de violas e violões e onde se reuniam trovadores e compositores, foi o cenário principal da infância de Caxias.

Sabe-se que estudou no convento São Joaquim, onde hoje se localiza o Colégio D.Pedro II, e próximo do Quartel do Campo de Santana que ele viu ser construído e que hoje é o Palácio Duque de Caxias, onde está instalado o Comando Militar do Leste.


Guerra de Independência do Brasil

Em 1818, aos quinze anos de idade, matriculou-se na Academia Real Militar, de onde egressou, promovido a Tenente, em 1821, para servir no 1º Batalhão de Fuzileiros, unidade de elite do Exército do Rei.

O retorno da família real e as consequências que daí advieram, concorreram para almejada emancipação do país. D. Pedro proclama a independência do Brasil e organiza, ele próprio, em outubro de 1822, no Campo de Sant'Ana, a Imperial Guarda de Honra e o Batalhão do Imperador, integrado por 800 militares selecionados, tipos atléticos e oficiais de valor excepcional, escolhidos da tropa estendida à sua frente. Coube ao Tenente Luís Alves de Lima e Silva receber, na Capela Imperial, a 10 de novembro de 1822, das mãos do Imperador D. Pedro I, a bandeira do Império recém-criada.

No dia 3 de junho de 1823, o jovem militar tem seu batismo de fogo, quando o Batalhão do Imperador foi destacado para a Bahia, onde pacificaria movimento contra a independência comandado pelo General Madeira de Melo. No retorno dessa campanha, recebeu o título que mais prezou durante a sua vida - o de Veterano da Independência.


Na Cisplatina e na pacificação do Maranhão

Em 1825 iniciou-se a campanha da Cisplatina e o então Capitão Luís Alves desloca-se para os pampas, junto com o Batalhão do Imperador. Sua bravura e competência como comandante e líder o fazem merecedor de várias condecorações e comandos sucessivos, retornando da campanha no posto de Major.

A 6 de janeiro de 1833, no Rio de Janeiro, o Major Luís Alves casava-se com a senhorita Ana Luiza de Loreto Carneiro Viana que contava, na época, com dezesseis anos de idade.

Em 1837, já promovido a Tenente Coronel, Caxias é escolhido "por seus descortino administrativo e elevado espírito disciplinador" para pacificar a Província do Maranhão, onde havia iniciado o movimento da Balaiada.
Em 2 de dezembro de 1839 é promovido a Coronel e, por Carta Imperial, nomeado Presidente da Província do Maranhão e Comandante Geral das forças em operações, para que as providências civis e militares emanassem de uma única autoridade.

Em agosto de 1840, mercê de seus magníficos feitos em pleno campo de batalha, Caxias foi nomeado Veador de Suas Altezas Imperiais.


Em 18 de julho de 1841, em atenção aos serviços prestados na pacificação do Maranhão, foi-lhe conferido o título nobiliárquico de Barão de Caxias. Por quê Caxias? "Caxias simbolizava a revolução subjugada. Essa princesa do Itapicuru havia sido mais que outra algema afligida dos horrores de uma guerra de bandidos; tomada e retomada pelas forças imperiais, e dos rebeldes várias vezes, foi quase ali que a insurreição começou, ali que se encarniçou tremenda; ali que o Coronel Luís Alves de Lima e Silva entrou, expedindo a última intimação aos sediciosos para que depusessem as armas; ali que libertou a Província da horda de assassinos. O título de Caxias significava portanto: - disciplina, administração, vitória, justiça, igualdade e glória", explica o seu biógrafo Padre Joaquim Pinto de Campos.

Em 1841, Caxias é promovido a Brigadeiro e, em seguida, eleito unanimemente, deputado à Assembléia Legislativa pela Província do Maranhão e, já em março de 1842, é investido no cargo de Comandante das Armas da Corte.





Revoltas Liberais de 1842

Em maio de 1842 iniciava-se um levante na Província de São Paulo, suscitado pelo Partido Liberal. D. Pedro II, com receio que esse movimento, alastrando-se, viesse fundir-se com a revolta farroupilha que se desenvolvia no sul do Império, resolve chamar Caxias para pacificar a região. Assim, o Brigadeiro Lima e Silva é nomeado Comandante-chefe das forças em operações da Província de São Paulo e, ainda, Vice-Presidente dessa Província.

Cumprida a missão em pouco mais de um mês, o Governo, temeroso que a revolta se envolvesse a Província das Minas Gerais, nomeia Caxias Comandante do Exército pacificador naquela região, ainda no ano de 1842. Já no início do mês de setembro a revolta estava abafada e a Província pacificada.

No dia 30 de julho de 1842, "pelos relevantes serviços prestados nas Províncias de São Paulo e Minas" , é promovido ao posto de Marechal-de-Campo graduado, quando não contava sequer quarenta anos de idade.
Ainda grassava no sul a revolta dos farrapos. Mais de dez Presidentes de Província e Generais se haviam sucedido desde o início da luta, sempre sem êxito. Mister de sua capacidade administrativa, técnico-militar e pacificadora, o Governo Imperial nomeou-o, em 1842, Comandante-chefe do Exército em operações e Presidente da Província do Rio Grande do Sul.


Revolução Farroupilha

Logo ao chegar a Porto Alegre fez apelo aos sentimentos patrióticos dos insurretos através de um manifesto cívico. A certo passo dizia: "Lembrai-vos que a poucos passos de vós está o inimigo de todos nós - o inimigo de nossa raça e de tradição. Não pode tardar que nos meçamos com os soldados de Oribes e Rosas; guardemos para então as nossas espadas e o nosso sangue. Abracemo-nos para marcharmos, não peito a peito, mas ombro a ombro, em defesa da Pátria, que é a nossa mãe comum".

Mesmo com carta branca para agir contra os revoltosos, marcou sua presença pela simplicidade, humanidade e altruísmo com que conduzia suas ações. Assim ocorreu quando da captura de dez chefes rebeldes aprisionados no combate de Santa Luzia onde, sem arrogância, com urbanidade e nobreza, dirigiu-se a eles dizendo: "Meus senhores, isso são conseqüências do movimento, mas podem contar comigo para quanto estiver em meu alcance, exceto para soltá-los".

Se no honroso campo da luta, a firmeza de seus lances militares lhe granjeava o rosário de triunfos que viria despertar nos rebeldes a idéia de pacificação, paralelamente, seu descortino administrativo, seus atos de bravura, de magnanimidade e de respeito à vida humana, conquistaram a estima e o reconhecimento dos adversários. Por essas razões é que os chefes revolucionários passaram a entender-se com o Marechal Barão e Caxias, em busca da ambicionada paz. E em 1º de março de 1845 é assinada a paz de Ponche Verde, dando fim à revolta farroupilha.

Em 1845 Caxias é efetivado no posto de Marechal-de-Campo e é elevado a Conde. Em seguida, mesmo sem ter se apresentado como candidato, teve a satisfação de ter seu nome indicado pela Província que pacificara há pouco, para Senador do Império. Em 1847 assume efetivamente a cadeira de Senador pela Província do Rio Grande do Sul.


Guerra contra Oribe e Rosas

A aproximação das chamas de uma nova guerra na fronteira sul do Império acabaram por exigir a presença de Caxias, novamente, no Rio Grande do Sul e em junho de 1851 foi nomeado Presidente da Província e Comandante-chefe do Exército do Sul, ainda não organizado. Essa era a sua principal missão: preparar o Império para uma luta nas fronteiras dos pampas gaúchos.

Assim, em 5 de setembro de 1851 Caxias adentra o Uruguai, batendo as tropas de Manoel Oribe, diminuindo as tensões que existiam naquela parte da fronteira.

Em 1852, é promovido ao posto de Tenente-general e recebe a elevação ao título Marquês de Caxias. Em 1853, uma Carta Imperial lhe confere a Carta de Conselho, dando-lhe o direito de tomar parte direta na elevada administração do Estado e em 1855 é investido do cargo de Ministro da Guerra. Em 1857, por moléstia do Marquês de Paraná, assume a Presidência do Conselho de Ministros do Império, cargo que voltaria a ocupar, em 1861, acumulativamente com o de Ministro da Guerra.

Em 1862 foi graduado Marechal-do-Exército, assumindo novamente a função de Senador no ano de 1863.


Guerra da Tríplice Aliança

Em 1865 inicia-se a Guerra da Tríplice Aliança, reunindo Brasil, Argentina e Uruguai contra as forças paraguaias de Solano Lopez.  No ano de 1866, Caxias é nomeado Comandante-chefe das Forças do Império em operações contra o Paraguai, mesma época em que é efetivado Marechal-do-Exército. Cabe destacar que, comprovando o seu elevado descortínio de chefe militar, Caxias utiliza, pela primeira vez no continente americano, a aeroestação (balão) em operações militares, para fazer a vigilância e obter informações sobre a área de operações.

O tino militar de Caxias atinge seu ápice nas batalhas dessa campanha. Sua determinação ao Marechal Alexandre Gomes Argolo Ferrão para que fosse construída a famosa estrada do Grão-chaco, permitindo que as forças brasileiras executassem a célebre marcha de flanco através do chaco paraguaio imortalizou seu nome na literatura militar. Da mesma forma, sua liderança atinge a plenitude no seu esforço para concitar seus homens à luta na travessia da ponte sobre o arroio Itororó - "Sigam-me os que forem brasileiros".

Caxias só deu por finda sua gloriosa jornada ao ser tomada a cidade de Assunção, capital do Paraguai, a 1º de janeiro de 1869.

Estátua equestre do Duque de Caxias


Últimos anos

Em 1869, Caxias tem seu título nobiliárquico elevado a Duque, mercê de seus relevantes serviços prestados na guerra contra o Paraguai. Eis aí um fato inédito pois Caxias foi o único Duque brasileiro. Em 1875, pela terceira vez, é nomeado Ministro da Guerra e Presidente do Conselho de Ministros.

Caxias ainda participaria de fatos marcantes da história do Brasil, como a "Questão Religiosa", o afastamento de D. Pedro II e a Regência da Princesa Isabel. Já com idade avançada, Caxias resolve retirar-se para sua terra natal, a Província do Rio de Janeiro, na Fazenda Santa Mônica, na estação ferroviária do "Desengano", hoje Juparaná, próximo à Vassouras.

No dia 7 de maio de 1880, às 20 horas e 30 minutos, fechava os olhos para sempre aquele bravo militar e cidadão, que vivera no seio do Exército para glória do próprio Exército.

No dia seguinte, chegava, em trem especial, na Estação do Campo de Sant'Ana, o seu corpo, vestido com o seu mais modesto uniforme de Marechal-de-Exército, trazendo ao peito apenas duas das suas numerosas coondecorações, as únicas de bronze: a do Mérito Militar e a Geral da Campanha do Paraguai, tudo consoante suas derradeiras vontades expressas.

Outros desejos testamentários são respeitados: enterro sem pompa; dispensa de honras militares; o féretro conduzido por seis soldados da guarnição da Corte, dos mais antigos e de bom comportamento, aos quais deveria ser dada a quantia de trinta cruzeiros (cujos nomes foram imortalizados em pedestal de seu busto em passadiço do Conjunto Principal antigo da Academia Militar das Agulhas Negras); o enterro custeado pela Irmandade da Cruz dos Militares; seu corpo não embalsamado.  Quantas vezes o caixão foi transportado, suas alças foram seguras por seis praças de pré do 1º e do 10º Batalhão de Infantaria.

No ato do enterramento, o Visconde de Taunay, então Major do Exército, proferiu alocução assim concluída: "Carregaram o seu féretro seis soldados rasos; mas, senhores, esses soldados que circundam a gloriosa cova e a voz que se levanta para falar em nome deles, são o corpo e o espírito de todo o Exército Brasileiro. Representam o preito derradeiro de um reconhecimento inextinguível que nós militares, de norte a sul deste vasto Império, vimos render ao nosso velho Marechal, que nos guiou como General, como protetor, quase como pai durante 40 anos; soldados e orador, humilde todos em sua esfera, muito pequenos pela valia própria, mas grandes pela elevada homenagem e pela sinceridade da dor".


Homenagens

Em 25 de agosto de 1923, a data de seu aniversario natalício passou a ser considerada como o Dia do Soldado do Exército Brasileiro, instituição que o forjou e de cujo seio emergiu como um dos maiores brasileiros de todos os tempos. Ele prestou ao Brasil mais de 60 anos de excepcionais e relevantes serviços como político e administrador público de contingência e, inigualados, como soldado de vocação e de tradição familiar, a serviço da unidade, da paz social, da integridade e da soberania do Brasil Império.

Em mais uma justa homenagem ao maior dos soldados do Brasil, desde 1931 os Cadetes do Exército da Academia Militar das Agulhas Negras, portam, como arma privativa, o Espadim de Caxias, cópia fiel, em escala, do glorioso e invicto sabre de campanha de Caxias que desde 1925 é guardado como relíquia pelo Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, a que o Duque de Caxias integrou como sócio Honorário a partir de 11 de maio 1847.

O Decreto do Governo Federal de 13 de março de 1962 imortalizou nome do Duque de Caxias como o Patrono do Exército Brasileiro.  Atualmente, os restos mortais do Duque de Caxias, de sua esposa e de seu filho, repousam no Pantheon à Caxias, construído em frente ao Palácio Duque de Caxias, na cidade do Rio de Janeiro.


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quinta-feira, 20 de agosto de 2009

NOTÍCIA - EMBARCAÇÕES DA REVOLUÇÃO DE 1924 SÃO RECUPERADAS NO PARANÁ

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Um resgate raro, de embarcações que naufragaram longe do mar, no interior do país, revelou um capítulo da nossa história.  A cidade parou para ver a história que veio à tona foi uma atração registrada por todos os ângulos. Mergulhadores encontraram os barcos por acaso no Rio Paraná, a uns 30km de Porto Rico. A notícia correu e um empresário organizou o resgate.As embarcações estavam lado a lado, a 8 metros de profundidade. Dentro, talheres, cintos fivelas, ossadas e muita munição.São carcaças diferentes com mais ou menos 17m de comprimento, 4m de largura, marcas de tiros e alguns mistérios.
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O veredicto foi dado por historiadores. As embarcações teriam naufragado em 1924, durante um combate na chamada Revolta dos Tenentes Paulistas. Segundo historiadores, as embarcações desciam o Rio Paraná, lotadas de soldados revoltosos. A missão era conquistar a região de Guaíra, à época um ponto estratégico. Numa batalha sangrenta, tropas federais, teriam surpreendido e bombardeado os barcos. “Acredita-se que nesta batalha devem ter morrido uns 512 homens”, afirmou um pesquisador.
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Agora, as peças vão pra um museu e os barcos, para a oficina. Se a restauração der certo, os dois barcos voltarão para o batente, mas com uma nova missão: levar turistas e um pedaço da história pelas águas do Rio Paraná.

Fonte: Portal G1

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sábado, 15 de agosto de 2009

ZUIKAKU - UMA HISTÓRIA DE HEROÍSMO E SACRIFÍCIO




Observe bem a fotografia acima ... observe os detalhes. O porta-aviões japonês Zuikaku aderna no Cabo Engaño, ao norte de Luzon nas Filipinas. Enquanto afunda, em seus últimos momentos, 843 marinheiros permanecem no convoo e prestam a continência enquanto a bandeira do Japão é arriada.
Um pouco de sua história ...

O Zuikaku participou das principais batalhas navais da Guerra do Pacífico durante a 2ª Guerra Mundial, do ataque a Pearl Harbor em dezembro de 1941 à Batalha do Golfo de Leyte em outubro de 1944, onde foi afundado por aviões norte-americanos ao largo do Cabo Engaño, durante a batalha do mesmo nome, nas Filipinas.

Com 29.800 toneladas de deslocamento, comprimento de 257,5 m e capacidade para 84 aviões embarcados, o Zuikaku foi um do seis porta-aviões japoneses que participaram do ataque a Pearl Harbor, dando início às hostilidades no Oceano Pacífico. Partindo do mar interior do Japão com 69 aviões a bordo em 26 de novembro de 1941, ajudou na destruição da frota de encouraçados e cruzadores dos Estados Unidos no Havaí, provocando a entrada dos norte-americanos na guerra em curso.

Após Pearl Harbor o Zuikaku cumpriu um papel de liderança nos ataques a Rabaul na Nova Guiné e contra as bases navais britânicas de Colombo e Trincomalee no Oceano Índico, onde seus aviões afundaram o porta-aviões britânico HMS Hermes, no começo de 1942. No mês de maio participou da esquadra de ataque a Port Moresby, que abriria caminho para a invasão da Austrália, onde um grande enfrentamento entre aviões de ambos os lados em luta causou seu retorno ao Japão com apenas metade de suas aeronaves, para rearmamento e treinamento de novas tripulações, o que o impediu e aos outros porta-aviões avariados nesta batalha de participar da Batalha de Midway, no mês seguinte.

No segundo semestre de 1942, fez parte da frota que investiu contra a esquadra americana na Batalha das Ilhas Salomão – durante a luta por Guadalcanal – e na Batalha das Ilhas Santa Cruz, onde seu aviões afundaram o porta-aviões USS Hornet e infligiram sério dano ao USS Enterprise, obrigado a se retirar do teatro do Pacífico para reparos por grande período do restante da guerra.

Em 1943, após cobrir a evacuação dos soldados japoneses de Guadalcanal, perdida para os americanos, foi baseado na ilha Truk e operou contra os Aliados nas Ilhas Marshall.

Em 1944, baseado em Cingapura, o Zuikaku foi enviado com outros porta-aviões para tentar impedir o desembarque norte-americano nas Ilhas Marianas. Em junho deste ano, durante a Batalha do Mar das Filipinas, em que os japoneses perderam mais de 600 aviões, nova derrota da esquadra japonesa causaria o afundamento dos porta-aviões Shokaku e Taiho, deixando o Zuikaku como o único remanescente dos seis porta-aviões que participaram do ataque a Pearl Harbor em 1941.

Finalmente, o veterano sobrevivente de tantos combates foi enviado para missão da qual não voltaria. Em novembro de 1944, como navio-capitânea da esquadra combinada sob o comando do Almirante Jisaburo Ozawa, o Zuikaku fez parte da flotilha de porta-aviões que participou da Batalha do Golfo de Leyte.


Porta-aviões Zuikaku em sua configuração de 1944 


Enviada em uma missão de sacrifício quase sem armamento e um número pequeno de aviões, no intuito de chamar para si o ataque da aviação americana, para permitir que outras esquadras de navios de batalha pudessem ao mesmo tempo destruir os navios americanos em Leyte, deixados sem cobertura aérea, a frota diversionista de Ozawa, tendo a frente o Zuikaku, entrou em combate com os aviões inimigos 300 km a leste do Cabo Engaño, no extremo norte da ilha de Luzon, nas Filipinas.

Sob pesado ataque e atingido por sete torpedos e nove bombas, o Zuikaku começou a adernar para bombordo e a tripulação recebeu ordem para abandoná-lo, após ser feita a transferência do almirante Ozawa e da bandeira de nau capitânea para outra belonave.

Virando sobre si mesmo ainda repleto de tripulantes em seu convés inclinado e quase na linha d’água, o Zuikaku afundou às 14:14 de 24 de outubro de 1944, levando consigo seu capitão, Kaizuka Takeo e mais 842 marinheiros e oficiais.

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PENSAMENTO MILITAR - CONHECENDO O INIMIGO



“Se conheces o inimigo e te conheces a ti mesmo, não precisas de temer o resultado de cem batalhas. Se te conheces a ti mesmo, mas não conheces o inimigo, por cada vitória sofrerás também uma derrota. Se não te conheces a ti mesmo nem conheces o inimigo, perderás todas as batalhas.”


(Sun Tzu, A Arte da Guerra)

DOCUMENTO - O CASTIGO À BRIGADA DO ALGARVE


Interessantes documentos relatam como era administrada a manutenção do moral e da disciplina em combate. 

A Brigada do Algarve do Exército Português apresentou baixo desempenho durante as operações contra os franceses e foi punida coletivamente pelo comandante-em-chefe. O grifo na nota de punição é nosso.

"Quartel-General do Ginço, 20 de Maio de 1809

SEGUNDA ORDEM DO DIA

O Marechal Comandante em Chefe, achando que a precipitação e velocidade da fuga do inimigo (pungido com a ideia das suas derrotas e abatimento total, resultado dos ataques que sofreu pelas forças comandadas em pessoa pelo Marechal-General Sir A Wellesley), não lhe dão esperança alguma de o alcançar com a coluna do seu imediato Comando, e que de persegui-lo nada mais se segue do que a fadiga das suas Tropas, tem determinado fazer entrar estas em Portugal. O Marechal não pode deixar passar esta ocasião sem dar à parte das Tropas, que se acham com ele, aquela aprovação, que ele crê terem merecido. O Marechal dá os seus agradecimentos ao Marechal-de-campo Bacelar pelo zelo e atenção que tem mostrado, ainda que o mesmo Marechal-de-campo reconhece, que as Tropas do seu comando não tem correspondido aos seus cuidados e intenções Igualmente agradece ao Conde de Sampaio a exactidão e zelo, com que tem cumprido os desejos do Comandante em Chefe e dá ao Brigadeiro Sir Robert Wilson a sua perfeita aprovação, assim como aos dois Corpos que este tem consigo, o primeiro Batalhão do Regimento Nº 9 e o Batalhão de Caçadores Nº 3, cuja exacta observância de disciplina e regularidade de marcha acreditam tanto o Comandante como as Tropas, seguindo-se achar-se o Comandante com Tropas muito aptas para se arrostarem ao inimigo, quando havia esperança de ser alcançado nesta Vila, por terem elas seguido os seus desejos, o que faz honra às mesmas Tropas e à sua Pátria.
O Marechal não pode deixar de contrastar esta conduta com a da Brigada do Algarve, composta dos Regimentos Nº 2 e 14 , os quais estando em boa disciplina antes do princípio da marcha, não merecem desculpa alguma pela sua conduta a mais irregular e vergonhosa, que os punha inteiramente fora do Estado de se mostrarem ao inimigo; e o que o Marechal pode dizer destes dois Regimentos é, que depois de Amarante, à medida que se aproximavam ao inimigo, era menor o seu desejo de avançar, e ontem não faziam mais do que demorar a Brigada da retaguarda, e impedi-la de avançar. O Marechal tomará bastante cuidado em punir estes dois Regimentos pela sua conduta, e ordena ao Marechal-de-campo José Lopes de Sousa, que até nova determinação em toda a parte onde se achar esta Brigada a faça marchar todos os dias, que chover. a duas léguas do seu Quartel, e voltar para o mesmo Quartel, não permitindo aos soldados nestas marchas, que se cubram com os seus capotes, e fará que marchem na melhor ordem, e que os Oficiais marchem nos seus lugares, até que estes tenham energia suficiente para verem e cuidarem em que os soldados não se apartem das suas filas e fileiras, e não haverá nenhuma promoção nos Oficiais destes Regimentos, até que o Marechal veja, que eles fazem o seu dever, que dão exemplo, e que obrigam os seus soldados ao menos a não temerem a chuva; porque o Marechal não pode pôr uma grande confiança em soldados, que não somente temem molharem-se, mas que absolutamente não se atrevem a expor-se a isso, e tais se têm mostrado os destes dois Regimentos. Estes dois Regimentos não serão mesmo mandados contra o inimigo, senão depois que o Marechal tiver a segurança de que ousam arrostar. se à chuva, e ao mau tempo, e até esta época eles não lhe servirão senão de peso, ainda que lhe faz a justiça de dizer, que enquanto fazia sol eles mostravam bastante ardor para se medirem com o inimigo; porém o Marechal tem precisão de soldados, que não se abatam com o mau tempo

O Marechal dá os seus agradecimentos ao Coronel Talbot do Regimento 14 dos Dragões Ingleses. pelo seu zelo e actividade, e aos Oficiais e Soldados do Regimento 60 Inglês, que se acham neste Exército; e ao Coronel D'Urban, Quartel-Mestre-General do Exército, faz o Marechal os elogios merecidos pelo maior zelo, actividade e inteligência, e aos outros Oficiais do seu Estado-maior. Aos Capitães May e Arentschild dá também o Marechal os seus agradecimentos pelo grandíssimo trabalho, com que fizeram avançar a Artilharia; e ao Segundo-tenente, que fez, avançar de Chaves para S. Milão na noite de 18 para 19 do corrente as quatro peças três, pela energia que mostrou a este respeito, serviço pelo qual o Marechal o faz Primeiro-tenente, entrando já neste Posto, e vencendo o soldo que lhe corresponde.
Assinada pelo Senhor Marechal.”


O castigo à Brigada do Algarve seria sustado em 23 de dezembro do mesmo ano, quando foi restabelecida a honra da brigada

“Quartel general de Tomar, 23 de Dezembro de 1809

ORDEM DO DIA

O marechal, comandante em chefe do exército, viu ontem a brigada composta dos regimentos de infantaria nºs 2 e 14, que se acha debaixo das imediatas ordens do tenente-coronel Mesurier, e tanto na disciplina, e exercício debaixo de armas, como na aparência da tropa, e cuidados empregados na economia interior destes corpos, eles não cedem a nenhum dos mais, que tem visto, e os oficiais e soldados merecem a aprovação do marechal Os dois regimentos têm permissão de darem licença a oito homens por companhia, e por causa da grande distancia em que se acham dos seus lares, essa licença será de vinte e seis dias - O numero de homens licenciados é em proporção da força destes regimentos com a dos que tem merecido mais a aprovação do marechal A boa conduta destes regimentos, e o seu estado de disciplina, lhes dão merecimento, para que o Marechal suspenda todas as consequências da primeira ordem do dia de 20 de Maio ultimo, e terá grande prazer de recomendar a sua alteza real a promoção dos oficiais destes corpos, que tnto têm sabido merecer isto.


Assinado pelo Sr. marechal-ajudante general, Mosinho"
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IMAGEM DO DIA 15/8/2009

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O custo da guerra. França, 1943. Além dos prejuízos materiais, o maior preço a ser pago na guerra é o de vidas humanas. na imagem, granadeiro das Waffen-SS alemãs morto durante ataque aéreo da Força Aérea do Exército dos EUA. O baralho espalhado ao lado do corpo revela o lado humano da guerra.


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PERSONAGENS DA HISTÓRIA MILITAR - CAPITÃO-MOR PEDRO TEIXEIRA


* ??/??/1585 - Cantanhede - Portugal

+ 04/07/1641 - Belém 


"Tomo posse destas terras, se houver entre os presentes alguém que a contradiga ou a embargue, que o escrivão da expedição o registre."

Pedro Teixeira nasceu na Vila de Cantanhede, situada a cerca de 20 km ao Nordeste de Coimbra – Portugal, em 1585. Pouco se conhece sobre sua família e primeiros anos de vida. Sabe-se que, desde criança, foi muito forte, adquirindo na fase adulta uma compleição invejável que o tornou talhado para a vida agreste.

Após a expulsão dos franceses do Maranhão em fins de 1615, o governo português determina o envio de uma expedição à foz do rio Amazonas, com vistas a consolidar sua posse sobre a região. A força expedicionária lusa foi constituída por três companhias. Como subalterno de uma delas, seguia o então alferes Pedro Teixeira.

A 12 de janeiro de 1616, a tropa entrou na Baía de Guajará. Desembarcou numa ponta de terra firme, onde desde logo foram iniciadas as obras de instalação e defesa. Em local bem selecionado, foi erguido o Forte que tomou o nome de Presépio, origem da atual cidade de Belém.

O destemido desbravador prossegue prestando inestimáveis serviços à coroa portuguesa. Combate holandeses e ingleses em muitas refregas, bem como realiza várias entradas de exploração dos sertões amazônicos. Em princípios de 1622 foi encarregado de abrir uma estrada que ligasse as capitanias do Pará e do Maranhão. Tal empreendimento não foi concluído por terem surgido grandes dificuldades, especialmente pela grande profusão de rios a atravessar.
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Continuavam os holandeses a importunar a fixação dos portugueses na região. Foi incumbido Pedro Teixeira da destruição dos fortes holandeses «Nassau» e «Orange», incumbência que cumpre do melhor modo. Em 2 de Maio de 1625 foi entregue ao Capitão Pedro Teixeira a chefia duma expedição para destruir o forte holandês Mandiutuba, situado na margem direita do rio Xingu. A frente de cinquenta soldados e setecentos índios guerreiros, atacou simultaneamente o forte por terra e pelo rio. Apesar da valente resistência do capitão Nicoláo Ondaen e da sua bem organizada tropa, ao cair da noite o forte estava em poder das tropas portuguesas.


A maior de todas as suas façanhas teria início em outubro de 1639. À frente de 2.500 pessoas, entre militares, índios e familiares, empreende viagem de exploração da calha do rio Amazonas, partindo de Belém. Empregando cerca de cinquenta grandes canoas, atinge Quito, no Equador, e regressa a Belém depois de haver percorrido mais de 10.000 km de rios e trilhas. Com esse feito – um dos maiores da História do Brasil – contribuiria para assegurar a posse de vasta porção da bacia amazônica por parte de Portugal.

Como reconhecimento pelos seus 25 anos de profícuos serviços ao Rei de Portugal, Pedro Teixeira foi nomeado para o cargo de Capitão-Mor do Grão-Pará. Tomou posse em fevereiro de 1640. Infelizmente, sua gestão foi curta, durando até maio de 1641. A 4 de julho desse ano faleceu na mesma Belém que auxiliou a fundar e consolidar.

Mais de três séculos após sua morte, os empreendimentos de Pedro Teixeira ainda causam admiração. As lutas travadas contra os invasores estrangeiros e a exploração da bacia amazônica fizeram-no um dos maiores heróis da então Colônia no século XVII.

Por isso, sua figura representa o símbolo da luta pela preservação da soberania brasileira sobre a Amazônia.

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II ENCONTRO NACIONAL DE VEÍCULOS MILITARES



O II Encontro Nacional de Veículos Militares, vai ocorrer nos dias 27 à 30/08/2009.

No dia 27/08/2009, às 17:00 horas haverá a solenidade de abertura. O evento transcorrerá no Forte de Copacabana (www.fortecopacabana.com)
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quinta-feira, 6 de agosto de 2009

DOCUMENTO - RENDIÇÃO ALEMÃ NA 2ª GUERRA MUNDIAL

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Ato de rendição militar das forças alemãs


Nós abaixo assinados, agindo com a autoridade do Alto Comando Alemão, e por meio deste, rendemos incondicionalmente todas as forças em terra, mar e ar, que estão até esta data sobre controle alemão, ao Comando Supremo da Força Expedicionária Aliada e simultaneamente ao Alto Comando Soviético.



O Alto Comando Alemão irá, de uma só vez, ordenar todas os militares alemães, autoridades navais e do ar, e todas as forças sob controle alemão, cessar as atividades e operações as 2301 horas do horário europeu central do dia 8 de maio e manter suas atuais posições naquele momento e a se desarmar completamente, abaixando suas armas e entregando seus equipamentos ao comandante aliado local ou aos oficiais designados pelos representantes do Comando Supremo Aliado. Nenhum navio, nave ou aviões deve fugir, ou qualquer dano deve ser causa em seu casco, maquinário ou equipamentos e também às maquinas de quaisquer tipos, armamentos, aparatos de guerra, e todos os significados técnicos dessa ação de guerra em geral.


O Alto Comando Alemão irá, de uma só vez, ordenar ao comandante apropriado, e assegurar o cumprimento de quaisquer ordens feitas pelo Comando Supremo da Força Aliada Expedicionária e pelo Alto Comando Soviético.


Este ato de rendição militar é imparcial, e substitui qualquer instrumento geral de rendição imposto por ou em nome das Nações Unidas e aplicável na Alemanha e em todas as forças armadas alemãs como um todo.


No caso de forças sob o Comando do Alto Comando Alemão não cumprirem este ato de rendição, o Comando Supremo da Força Aliada Expedicionária e o Alto Comando Soviético irão tomar ações punitivas ou qualquer outra ação que vejam apropriadas.


Este ato está sendo escrito em inglês, russo e alemão. As versões em russo e inglês são as únicas versões autenticas.




Berlim, 08 de maio de 1945


(a) General Jodl, pelo Alto-Comando Alemão

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IMAGEM DO DIA - 6/8/2009

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Enganam-se os que acreditam que a Guerra do Vietnã foi travada contra as forças do Vietnã do Norte e da guerrilha Vietcong apenas pelos Estados Unidos. Outros países com interesse geopolítico na região - Austrália, Nova Zelândia e Coréia do Sul, por exemplo - atuaram ao lado dos norte-americanos no conflito. Na imagem acima, tropas australianas aguardam o pouso de helicópteros do Exército dos EUA que as conduzirão para mais uma patrulha de busca e destruição.


V CICLO DE HISTÓRIA MILITAR E LIDERANÇA DA ECEME



O V CICLO visa a promover um amplo fórum de debates sobre temas relacionados a História Militar e Liderança. Será conferido um certificado de participação com a carga horária do Ciclo (09 horas). Presença mínima 2 dias.Participação Gratuita.


INFORMAÇÕES
Data:De 11 a 13 de agosto de 2009
Telefones:(21)3873-3871 / (21)3873-3872
Local:Praça General Tibúrcio, 125Praia Vermelha - Urca Rio de Janeiro - RJ

INVASÕES MONGÓIS DA EUROPA (1241-1277)




As invasões mongóis prosseguiram durante o século XIII e resultaram na expansão do Império Mongol cobrindo a maior parte da Ásia e da Europa Central.



Após devastarem e conquistarem a Rússia, o próximo alvo das hordas mongóis de Batu Khan e Subedei foi a Europa Central, mais precisamente Polônia, Hungria e Romênia. Estes eventos ficaram conhecidos como as invasões mongóis da Europa. Alguns historiadores discutem se a campanha mongol do Leste Europeu teve alguma importância macro-histórica.

Grande parte dos historiadores militares considera que tais ataques foram essencialmente advertências, objetivando enfraquecer os poderes ocidentais de forma a não atrapalhar os interesses mongóis no oriente, principalmente na Rússia. Diversas evidências, no entanto, indicam que Batu Khan estava preocupado em assegurar as fronteiras ocidentais das conquistas russas, e só depois da destruição dos exércitos locais que passou a pensar em conquistar toda a Europa.


A invasão da Europa

O ataque à Europa foi planejado e conduzida por Subadei, no qual alcançou sua vitória mais importante. Após devastar os vários principados russos, Subadei enviou espiões para Polônia, Hungria e até a Áustria, preparando um ataque ao coração da Europa. Tendo uma noção clara dos reinos europeus, ele brilhantemente preparou um ataque teoricamente comandado por Batu Khan e outros dois príncipes de sangue. Batu era o líder supremo, porém no campo Subedei era o comandante, assim como foi nas campanhas na Rússia e na Ucrânia. Os ataques à Polônia e Romênia serviram para distrair os reinos vizinhos da Hungria, impedindo-os de ajudarem os húngaros e assim arruinarem seus planos para a Europa Central. O verdadeiro objetivo dos mongóis era a Hungria, que possuía uma área de estepes muito fértil.



Na Europa Central os mongóis se dividiram em três grupos. Ao norte um grupo conquistou a Polônia, arrasando várias cidades do sul do país (dentre elas Sandomierz, Lublin e Cracóvia) e derrotando, em Legnica, uma força combinada de tropas germânicas e polonesas sob o comando de Henrique o Piedoso, duque da Silésia e o Grão-Mestre da Ordem Teutônica. Ao sul atravessaram os montes Cárpatos, na atual Romênia, e no centro o exército principal atravessou o Danúbio. Os três exércitos reagruparam-se e devastaram a Hungria em 1241, vencendo em 11 de abril os exércitos húngaros.

Os exércitos alcançaram as planícies húngaras no verão e na primavera de 1242 retomaram seu ímpeto e estendeu seu controle até a Áustria e Dalmácia assim como atacando Boêmia.

O exército novamente reunificado então se retirou do rio Sajo, onde infligiu uma vitória decisiva sobre o rei Bela IV da Hungria na batalha de Mohi. Subadei comandou pessoalmente as ações e esta foi, sem dúvida, uma de suas maiores vitórias, se não a maior.
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Soldado de cavalaria húngaro


A Batalha de Mohi

O rei da Hungria convocou um conselho de guerra em Gran (Esztergom), um grande e importante assentamento acima do rio de Buda e Pest. Batu Khan avançava sobre a Hungria vindo do nordeste e ficou decidido pelo próprio rei que suas forças se concentrariam em Pest e posteriormente se dirigiram ao norte para enfrentar o exército mongol. Quando as notícias da estratégia de batalha húngara chegaram aos ouvidos dos comandantes mongóis, estes lentamente se retiraram arrastando os seus inimigos. Esta era a estratégia mongol clássica, aperfeiçoada por Subadei. Ele preparou o campo de batalha e esperou. Era uma forte posição, pois a vegetação impedia que suas fileiras fossem claramente rastreadas ou vistas, enquanto que ao longo do rio, na planície de Mohi, o exército húngaro encontrava-se completamente exposto.

Então na noite de 10 de abril de 1241 Subadei lançou a batalha de Mohi, apenas um dia antes de o exército menor na Polônia vencer a batalha de Legnica. Em Mohi uma divisão cruzou o rio em segredo para avançar no campo húngaro pelo flanco sul. O corpo principal começou a cruzar o Sajo pela ponte em Mohi. Após enfrentar forte resistência, foram utilizadas catapultas para limpar a margem oposta. Quando a travessia foi completada, o outro contingente atacou ao mesmo tempo. O resultado foi o pânico e, para impedir que os húngaros não lutassem desesperadamente até o último homem, os mongóis deixaram uma brecha óbvia no seu cerco.

Como Subadei planejou, os húngaros em fuga se retiraram pela brecha deixada deliberadamente e foram canalizados para uma área pantanosa. Quando os cavaleiros húngaros se dividiram, os arqueiros ligeiros mongóis dispararam à vontade, resultando em grande matança no espaço de dois dias. Dois arcebispos e três bispos foram mortos no Sajo, somados a 40.000 homens do exército, o orgulho da Hungria.


Soldado mongol

No final de 1241 Subadei estava discutindo planos para invadir Áustria, Itália e os estados germânicos, quando chegaram notícias da morte de Ogadei. Como resultado os mongóis tiveram de se retirar, já que Subadei foi chamado à Mongólia. Depois disso os exércitos mongóis nunca mais avançaram tão a oeste, concentrando-se mais na conquista da China.


Ataques posteriores

Depois do grande grande ataque de 1241, os mongóis ainda promoveram algumas incursões em pequena escala contra reinos vizinhos da Europa Central e Oriental. Em 1259, sob a liderança de Burundai e Nogai Khan, foi realizado um novo ataque à Lituânia e à Polônia que, tal como o primeiro, foi bem-sucedido. Com um exército de 20.000 soldados, os mongóis saquearam Lublin, Zawichost, Sieradz, Sandomierz, Cracóvia e Bytom, arrebanhando expressivo butim para financiar a guerra de Berke contra Hulagu.

Ainda um terceiro ataque mongol ocorreu em 1287. De início foi bem-sucedido, porém fracassou em tomar Cracóvia. Em 1265 houve um reide bem sucedido contra a Trácia, e, como resultado, o Imperador bizantino Miguel VIII Paleólogo deu sua filha Euphrosyne em casamento a Nogai. Na Hungria ainda houve uma segunda tentativa de invasão mongol em 1285, liderada por Nogai Khan. Após atacar com sucesso a Transilvânia, pilhando cidades como Brasov, Reghin, Bistrita e Arad, a força invasora foi detida próxima à Pest pelo exército do rei Ladislau IV da Hungria e emboscado pelos Szekély no retorno.

A Bulgária foi alvo de investidas mongóis em 1271, 1274, 1280 e 1285, e a Lituânia sofreu novos ataques em 1275 e 1277.