"No próprio dia da batalha, as verdades podem ser pinçadas em toda a sua nudez, perguntando apenas;
porém, na manhã seguinte, elas já terão começado a trajar seus uniformes."

(Sir Ian Hamilton)



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segunda-feira, 21 de agosto de 2023

LIVRO CONTA A HISTÓRIA DAS MULHERES QUE PILOTARAM AVIÕES NA 2ª GUERRA MUNDIAL

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Acaba de chegar às livrarias britânicas um lançamento com relatos históricos sobre a coragem de pilotos de aviões de combate durante a Segunda Guerra Mundial.


No entanto, o livro, escrito pela jornalista britânica Jacky Hyams, se diferencia de outros do gênero num ponto: os cinco pilotos que enchem suas páginas com depoimentos são mulheres.

Muitos se surpreendem ao saber que havia mulheres pilotos. Elas não eram muitas e não participavam de batalhas, mas pilotavam os aviões dentro da Grã Bretanha, entre fábricas, unidades de manutenção e, a partir destas, para os pilotos nas frentes de batalha.


O livro de Hyams, intitulado The Female Few: Spitfire Heroines of the Air Transport Auxiliary, é um tributo às "heroínas" que trabalhavam para o órgão que dava suporte aos transportes aéreos no país, o Air Transport Auxiliary - ou ATA.

"Um total de 1.245 pilotos e engenheiros voavam para o Air Transport Auxiliary", disse Hyams à Rádio 4 da BBC. "Destes, 15%, ou 168, eram mulheres".


Aventura

Entre elas, estava a ex-piloto Joy Lofthouse, hoje com 89 anos. Com voz firme e cheia de vida, ela também falou à Rádio 4. "Comecei em 1943", disse Joy Lofthouse. "Faltavam pilotos qualificados e eu vi um anúncio em uma revista dizendo que eles estavam oferecendo treinamento. Então, me inscrevi. Eu nem sabia dirigir carros, mas consegui ser selecionada."

Lofthouse disse que sua principal tarefa era pilotar Spitfires, mas explicou que pilotou um total de 18 modelos diferentes, a maioria monomotores. "Meu favorito era o Spitfire. Era um aviãozinho tão compacto, fácil de manobrar, suave no toque, era como se (o próprio piloto) tivesse asas e pudesse voar."


Jay Lofthouse não sabia dirigir carros

As mulheres eram pilotos civis mas, tecnicamente, voavam dentro da Royal Air Force - a Força Aérea britânica. Sua função era pegar os aviões na fábrica e levá-los às unidades de manutenção onde eram equipados com rádios e armas. Por conta disso, tinham de pilotar qualquer avião que aparecesse - mesmo os modelos que nunca haviam pilotado antes.

"Tínhamos uma pasta chamada Ferry Pilot’s Notes (notas do piloto de transporte)", contou Lofthouse. "Se você se deparava com um avião que nunca tinha pilotado antes, abria a página correspondente na pasta e ela dizia exatamente as velocidades de decolagem, de aterrissagem, de perda de sustentação - quase tudo o que você precisava saber.  Eu acho que não era muito diferente do que você entrar em carros de marcas diferentes hoje em dia. Não parecia muito difícil", disse a ex-piloto.

Apesar da modéstia de Lofthouse e das outras pilotos entrevistadas, Hyams ressalta que o trabalho que faziam não era seguro de maneira alguma.  "O tipo de voo que faziam seria considerado impensável hoje", explicou. "Na maior parte do tempo, voavam às cegas (sem instrumentos) e no terrível clima inglês, ou seja, se você entrasse em uma nuvem ruim, podia se ver em grave perigo".

Além disso, elas voavam sem rádio. De fato, de um total de 173 pilotos da ATA mortos durante a guerra, 16 eram mulheres.


Destemidas

Uma das entrevistadas por Hyams, a ex-piloto Mary Ellis, contou que uma amiga que trabalhava para a ATA morreu em serviço.  Ellis pilotava um avião levando uma engenheira como passageira quando a aeronave caiu. Ela escapou com vida, recebeu alguns dias de folga para se recuperar e logo estava de volta pilotando.


Diane Barnato-Walker embarcando em um avião para mais uma missão de transporte


Em seus depoimentos, as pilotos contaram que não havia ressentimento ou atitudes machistas por parte dos homens na época. Ao contrário. Às vezes, quando um avião aterrissava e uma mulher saía da cabine do piloto, notava-se nos homens um sentimento de admiração, elas disseram.  Até porque, em certas ocasiões, as mulheres pilotavam sozinhas aviões que normalmente eram tripulados por até cinco homens.

Mas as pilotos explicaram que quando voavam tinham de se concentrar tanto no que faziam que não sobrava tempo para sentir medo. "Éramos tão jovens, nada nos assustava naquele tempo", contou Lofthouse.  "Era tudo parte do esforço de guerra e sentia que tinha muita sorte em poder fazer algo tão recompensador.  Eu teria adorado se pudesse ter continuado a voar, pilotando aviões mais velozes e maiores, mas a guerra terminou antes de que eu pudesse fazer isso."


 Aviadoras do ATA em seus trajes de voo


Lição de Vida

Refletindo sobre o período, Lofthouse acha que a experiência fez dela e das colegas pilotos pessoas mais aventureiras. "Meu lema, mais tarde, era: melhor fracassar do que lamentar.  Você sentia que podia encarar a vida e lidar com qualquer situação, porque tinha feito coisas como essas durante a guerra."

Ela confessou, no entanto, que sentiu muita saudade quando tudo terminou. "Quando tive de deixar todos os meus amigos e toda essa empolgação para trás, me perguntei: 'O que vou fazer com o resto da minha vida’?
 
Fonte: BBC


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quinta-feira, 12 de março de 2020

M.BOOKS LANÇA "ENIGMA", MAIS NOVA OBRA ABORDANDO A ESPIONAGEM NA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL

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A verdadeira história da quebra do código secreto e como  ajudou a vencer a Segunda Guerra Mundial


A editora M.Books, que tem em seu portfólio uma extensa linha editorial dedicada à História Militar, acaba de lançar mais uma obre de referência abordando a Segunda Guerra Mundial: ENIGMA.

Ricamente ilustrado e com diagramação primorosa, o livro conta a história do impacto de Bletchley Park sobre a guerra, incluindo a superação da ameaça dos submarinos alemães na Batalha do Atlântico, a ajuda aos Aliados na vitória do Mediterrâneo, com a identificação dos movimentos navais e aéreos do Eixo, o entendimento dos planos e disposições das tropas alemães antes dos desembarques na Normandia e a ajuda para afundar o encouraçado Scharnhorst no norte da Noruega. 

Ao acompanhar esses eventos, o livro também mergulha na história dos principais personagens de Bletchley: gênios como Alan Turing, que construiu a máquina de decifração Bombe e teve grande influência no desenvolvimento da ciência da computação e da inteligência artificial; Gordon Weilchman, um dos primeiros especialistas em análise de metadados; e novatos como Mavis Batey, que decifrou o código Enigma italiano e deu à Marinha Real britânica vantagem estratégica na Batalha do Cabo Matapan, em março de 1941. 

Bletchley Park durante a Segunda Guerra Mundial

Faz um relato histórico do papel dos decifradores que ajudaram os Aliados a vencer a Segunda Guerra Mundial. Apresenta decifradores fundamentais como Alan Turing, Gordon Welchman, Dillwyn “Dilly” Knox, Jane Hughes e Mavis Batey.

Ilustrado com cerca de 180 fotografias, desenhos e mapas, este livro explica o trabalho vital dos decifradores na vitória dos Aliados em muitas batalhas e campanhas importantes daquele conflito.


Sobre o autor

MICHAEL KERRIGAN é autor de Stalin, Hitler: The Man behind the Monster, World War II Plans That Never Happened, World War II Abandoned Places e Dark History of the American Presidents, entre outros. É crítico literário e escritor de artigos para publicações como The Scotman e Times Literary Supplement. Mora em Edimburgo, na Escócia. 


Ficha técnica

Título: Enigma
Subtítulo: A verdadeira história da quebra do código secreto e como ajudou a vencer a Segunda Guerra Mundial
Autor: Michael Kerrigan
Tradutora: Maria Beatriz Medina
Áreas de interesse: 1. História 2. Segunda Guerra Mundial 3. Códigos Secretos  4. Enigma
Páginas: 224
Formato: 17 x 24cm
ISBN: 9788576803300
EAN: 9788576803300



ENIGMA pode ser adquirido na página da M.Books, clicando aqui.

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quinta-feira, 5 de dezembro de 2019

UNESP LANÇA O LIVRO "A HISTÓRIA DO BRASIL NAS DUAS GUERRAS MUNDIAIS"

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O Brasil foi a única nação da América do Sul a enviar contingentes para as duas grandes guerras. O presente livro permite ao leitor ultrapassar as linhas gerais em que são descritas as participações brasileiras nos dois grandes conflitos mundiais e observar de posição privilegiada o que ocorria na trincheira, no navio, na caserna. A obra vem preencher lacuna ainda sentida na bibliografia relativa à temática, contemplando ângulos raramente explorados do envolvimento brasileiro nas duas guerras, como a geopolítica, a economia, a espionagem, o desenvolvimento de instituições militares e o próprio cotidiano dos soldados no calor da batalha.


Ficha Técnica

Assunto: História do Brasil
Ano: 2019
Acabamento: Brochura
Páginas: 262
Edição: 1
ISBN: 9788539308200
Peso: 465g
Formato: 16 X 23


Os autores

Mary Del Priore (Org.)
Mary Del Priore é doutora em História pela Universidade de São Paulo (USP). Publicou, pela Editora Unesp, Ao sul do corpo (2009), História do esporte no Brasil (2009), História do corpo no Brasil (2011), História dos crimes e da violência no Brasil (2017) e História das mulheres no Brasil (1997), sendo vencedor dos prêmios Jabuti e Casa Grande & Senzala no mesmo ano.

Carlos Daróz (Org.)
Carlos Daróz é historiador militar, pesquisador e escritor. Doutorando em História Social (UFF), mestre em Operações Militares e em História. Autor de Um céu cinzento (2013), A Guerra do Açúcar (2015), O Brasil na Primeira Guerra Mundial (2016) e Bruxas da Noite (2018)

Adquira seu exemplar clicando AQUI


sexta-feira, 22 de novembro de 2019

MAX HASTINGS: AS GUERRAS DE 1914 E DE 1939 NÃO SÃO MORALMENTE DIFERENTES

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Em Catástrofe 1914, o historiador, um dos grandes especialistas na Segunda Guerra Mundial, visita pela primeira vez as trincheiras e a frente de combate da Grande Guerra


O historiador Max Hastings (Londres, 1945), um dos grandes especialistas na Segunda Guerra Mundial, visita pela primeira vez as trincheiras e a frente de batalha da Grande Guerra em seu livro Catastrophe 1914: Europe Goes to War.

Trata-se de uma obra muito mais militar e com menos sutilezas do que o livro de Margaret MacMillan, mas com a habitual carga de malícia, inteligência, senso de humor e conhecimento do meio bélico que caracteriza o autor. Ao contrário do que faz sua colega, no ensaio de Hastings as balas logo começam a zunir, e muito.

Cabe destacar o inovador relato da brutal invasão da Sérvia pelo exército austro-húngaro – Hastings salienta que os sérvios foram proporcionalmente os que mais baixas sofreram na luta – e a descrição das tremendas falhas e limitações dos generais de ambos os lados (sobre John French, comandante da Força Expedicionária Britânica, o autor diz sem rodeios que era “estúpido a não mais poder”).

Soldados alemães utilizando máscaras contra gases preparam suas granadas em uma trincheira, durante a 1ª Guerra Mundial


Também chama a atenção a afirmação de que o célebre plano Schlieffen, que supostamente daria uma rápida vitória à Alemanha, era “fantasioso” e não poderia funcionar de maneira nenhuma em um mundo no qual havia ocorrido uma revolução no poder destrutivo das armas, mas onde as tecnologias de transporte e comunicação ainda estavam muito atrasadas. De fato, esse paradoxo, salienta o autor, é o que transformou a I Guerra Mundial em um inferno estático de barro e trincheiras.

Como é habitual em seu trabalho, Max Hastings se mostra genial na descrição da experiência do combate e na seleção de testemunhos e relatos. Uma das características essenciais (e surpreendentes) da sua visão sobre a Grande Guerra é que ele não acredita que o conflito pertença a uma ordem moral diferente da Segunda Guerra Mundial.

Ou seja, para ele não houve uma “guerra má” e uma “guerra boa”, uma guerra que foi apenas um massacre inútil, e outra que era necessária (para acabar com os nazistas). Ele considera que em ambos os casos era preciso travá-las para deter os alemães, cujas intenções ele julga tão malévolas em uma luta quanto na outra. “Basta ver a lista de compras do Kaiserreich [império alemão] em agosto de 1914, tudo o que eles pensavam em adquirir”, justifica. “Anexariam grandes pedaços da Rússia e da França, Luxemburgo, transformariam a Holanda e a Bélgica em Estados vassalos… uma lista terrível”. 

Hastings prossegue: “É difícil hoje convencer as pessoas de que deter os alemães na Grande Guerra foi uma causa que valeu a pena, prepondera a ideia dos poetas – Owen, Sasoon – de que foi uma carnificina absurda, mas basta pensar em como teria sido a Europa se as potências centrais vencessem.  Muitos criticam a Paz de Versalhes porque, dizem, foi cruel com os alemães, mas não imaginam o tipo de paz que a Alemanha teria imposto. A liberdade, a justiça e a democracia europeias teriam saído muito prejudicadas”.

Para o historiador, além disso, a culpa da guerra recai especialmente sobre a Alemanha. “Pode-se discutir se foi ela a responsável pelo estopim, mas não o fato de que se havia uma potência que podia ter detido o mecanismo que levou à guerra era a Alemanha. A grande ironia é que, se ela não tivesse ido à guerra então, seu domínio sobre a Europa teria ficado assegurado em vinte anos, por razões industriais”.

O historiador militar britânico Max Hastings, especialista na Segunda Guerra Mundial, realiza uma "incursão" na Grande Guerra.


Pergunto se ele acredita que o kaiser – cuja estátua de cera, no começo do conflito, foi transferida da Galeria Real do Museu Madame Tussaud, em Londres, para a ala denominada Câmara dos Horrores (é ele quem conta) – e Hitler são comparáveis. “A comparação é possível. Recentemente, gravando um programa com MacMillan em Versalhes, ela me disse: ‘Não é paradoxal que ninguém nunca tenha perdoado Hitler por ser louco, mas que o kaiser seja, sim, desculpado pelo mesmo motivo?’. O kaiser comandou coisas terríveis, como os massacres na África e o assassinato sistemático de civis na Bélgica em 1914. E depois da batalha de Tannenberg ele queria enviar os prisioneiros russos para a península da Curlândia [na atual Letônia] para lá deixá-los morrer de fome. Nós nos empenhamos em ver o kaiser como uma figura ridícula, mais do que malvada. Tinha aspectos ridículos, mas Hitler também tinha”.

Para Hastings, o elemento bélico que melhor define a Primeira Guerra Mundial não é a metralhadora, o aeroplano ou o gás, e sim ... o arame farpado! “A descoberta de que ele poderia ser usado na guerra como com os animais, para bloquear a passagem dos soldados, foi extremamente relevante na luta.” 

Eu lhe pergunto quem considera ser o personagem mais representativo da Primeira Guerra Mundial. Joffre? O Barão Vermelho? O almirante Fisher? Lawrence da Arábia? “Lawrence? Não era representativo exceto de si mesmo! Não, possivelmente esse veterano que cito no livro, Henry Mellersh, que escreveu: ‘Eu e meu companheiro entramos na guerra esperando uma aventura heroica e com uma firme confiança na retidão de nossa causa; acabamos terrivelmente desiludidos quanto à natureza da aventura, mas convencidos ainda de que nossa causa era correta e de que não tínhamos lutado em vão”.

Fonte: El País

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terça-feira, 1 de outubro de 2019

LANÇAMENTO DO LIVRO RELAÇÕES MILITARES BRASIL-EUA 1939/1943

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Alô, galera do Rio de Janeiro. No próximo dia 15 ocorrerá o lançamento do livro do nosso amigo Giovanni Latfalla, Relações Militares Brasil-EUA 1939/1943.

Excelente oportunidade para quem estuda História Militar e Relações Internacionais.


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sexta-feira, 31 de maio de 2019

RELAÇÕES MILITARES BRASIL-EUA 1939/1943 - NOVA OBRA NO MERCADO

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Já se encontra disponível para a venda o novo livro do pesquisador Giovanni Latfalla, que trata das complexas relações entre Brasil e EUA nos anos que antecederam o envio de a Força Expedicionária Brasileira para combater nos campos de batalha da Itália, durante a Segunda Guerra Mundial.


O livro

Relações militares Brasil-Estados Unidos 1939/1943
Política, História, Relações Internacionais, Giovanni Latfalla

Hoje, passados mais de setenta anos do fim da Segunda Guerra Mundial, é possível acrescentar alguns pontos esclarecedores a respeito das negociações militares do Brasil com os EUA entre os anos de 1939 e 1943, antes e depois do rompimento de relações com o Eixo, um assunto ainda com lacunas a serem preenchidas pelos pesquisadores do assunto.

A presente obra é relativa as negociações militares entre o Exército Brasileiro e autoridades militares dos Estados Unidos visando uma cooperação na defesa do hemisfério ocidental, no período anterior e posterior ao rompimento das relações diplomáticas do Brasil com as nações do Eixo, ocorrido em janeiro de 1942. Durante esta fase os entendimentos entre as duas nações não transcorreram serenamente, pois, ambos possuíam interesses e objetivos diferentes. As negociações foram tensas e eivadas de desconfianças, principalmente por parte dos norte-americanos que acreditavam que muitas autoridades brasileiras, inclusive militares, eram simpatizantes do nazismo e possuíam uma má vontade em aliar-se a eles. Esta obra demonstra que o Brasil nunca planejou uma aliança com o Eixo, e sim, sempre procurou uma aliança com os EUA, sem, contudo, colocar a soberania brasileira em xeque.


O autor

Giovanni Latfalla Possui graduação em História pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Carangola; graduação em Direito pela Faculdade de Direito de Cachoeiro de Itapemirim; mestrado em História pela Universidade Severino Sombra; e doutorado em Ciência Política pelo IUPERJ. 


Como adquirir

Diretamente com o autor via facebook (Giovanni Latfalla) ou pela página da Editora Gramma.



quarta-feira, 10 de abril de 2019

LIVRO - A PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL - HISTÓRIA COMPLETA

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A Primeira Guerra Mundial, deflagrada em 1914, provocou mudanças sem precedentes na História. O mapa da Europa foi redesenhado, impérios seculares desmoronaram como castelo de cartas, os EUA afirmaram sua hegemonia, a União Soviética se apresentou ao mundo. Tudo isso começou com o assassinato do arquiduque Francisco Ferdinando, herdeiro do Império Austro-Húngaro, pelo bósnio Gavrilo Princip, de 19 anos.

As consequências da guerra vão muito além de alterações de fronteiras. O embate revolucionou as relações de poder dentro das sociedades e, para além dos âmbitos militar, político e diplomático, transformou normas e atitudes sociais, relações de gênero e relações de trabalho, o comércio e as finanças internacionais.

Neste livro, o mais abrangente e atual já escrito sobre o tema, o historiador Lawrence Sondhaus faz um relato minucioso das forças envolvidas, da explosão do conflito e das várias frentes que teve em todo o planeta. É uma obra de referência, escrita com brilho e precisão, para ser lida por todos, graças ao seu estilo narrativo e envolvente. Depois da Primeira Guerra Mundial, o mundo nunca mais foi o mesmo. Nem nossa percepção sobre ela, após a leitura deste livro.


Sobre o autor

Lawrence Sondhaus é professor de História na Universidade de Indianápolis, onde dirige o Instituto para o Estudo da Guerra e da Diplomacia. Entre suas publicações anteriores estão "Franz Conrad von Hötzendorf: Architect of the Apocalypse" (2000), "Naval Warfare", 1815-1914 (2001) e "Strategic Culture and Ways of War" (2006).


Ficha técnica

Editora: Contexto
ISBN 978-85-7244-815-4
Formato 16 x 23
Peso 1.010 kg
Acabamento Brochura
Páginas 560



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sexta-feira, 13 de abril de 2018

LIVRO - DE GAULLE: O HOMEM QUE RESGATOU A HONRA DA FRANÇA

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“Nada está perdido para a França.” Foi assim, por uma transmissão radiofônica de Londres, após ver seu país invadido pelos alemães, que Charles de Gaulle convocou os franceses a lutarem pela Resistência. Ele liderou o país nos momentos mais difíceis e tornou-se herói nacional.

Nos diversos conflitos dos quais participou, De Gaulle lutou, foi ferido, acabou preso e, depois, fugitivo. Fora dos campos de batalha, mostrou sua faceta de estadista, trabalhou em reformas constituintes, assumiu a presidência da França. Foi também um escritor importante, compondo obras sobre militaria, além de novelas, romances e até poemas.

Neste livro, o leitor encontrará essas e muitas outras facetas da personalidade política e militar francesa mais importante do século XX, desde o nascimento até o fim da vida. E conhecerá a fundo o estadista por trás do militar, o homem por trás do guerreiro.


Sobre o autor

Ricardo Corrêa Coelho é cientista social com doutorado em Ciência Política pela Universidade de São Paulo. Autor do livro Os franceses, publicado pela Editora Contexto, tem trabalhos acadêmicos sobre eleições, política partidária e administração pública. Desde 2000, vem atuando como especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental em diferentes órgãos e entidades do Ministério da Educação e encontra-se, atualmente, vinculado ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo.


Ficha técnica

Editora: Contexto
ISBN 978-85-7244-853-6
Formato 16 x 23
Peso 0.431 kg
Acabamento Brochura
Páginas 240



quarta-feira, 11 de abril de 2018

LIVRO - A GUERRA CIVIL ESPANHOLA

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A Guerra Civil Espanhola começou em 1936 e logo se tornou um acontecimento mundial. Não só porque a Europa toda parecia um barril de pólvora prestes a explodir: na Espanha, Hitler e Stalin mediram forças, comunismo e fascismo se enfrentaram, soldados voluntários originários de muitas nações foram ao país defender a causa republicana. Não é errado dizer que, além de ter sofrido uma sangrenta guerra civil, a Espanha foi palco do último ensaio antes da Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Contudo, ainda que tenha ganhado o mundo, uma guerra civil é uma batalha entre conterrâneos, entre grupos do mesmo país. E, no caso da Guerra Civil Espanhola, todo tipo de questão veio à tona de modo muito intenso: religião, conflito de classes, interesses corporativos, luta pela reforma agrária, ideias de supremacia cultural e de identidade nacional, utopias. Tudo isso somado às manobras dos interesses individuais mais mesquinhos.

Neste livro, o historiador espanhol radicado no Brasil Josep M. Buades relata em detalhes o antes, o durante e o pós-guerra, sempre de forma equilibrada, evitando que convicções pessoais interfiram em seu trabalho de pesquisador. O autor escreve especialmente ao leitor brasileiro e, por isso, retrata também as consequências e repercussões que o conflito produziu por aqui. E nos lembra que, depois da Guerra Civil Espanhola, as guerras nunca mais foram as mesmas. Foram ainda piores.


Sobre o autor

Josep M. Buades, nascido em Palma de Maiorca, Espanha, é doutor em História, licenciado em Filosofia e Letras (seção de Geografia e História), licenciado em Direito e tem MBA em Administração de Empresas. Desenvolveu seus estudos e atividades acadêmicas em diversas universidades e centros de pesquisa da Espanha, Portugal, Itália, Inglaterra, Bélgica, Alemanha e Brasil. Reside em São Paulo desde 2000, onde trabalha como consultor de comércio exterior. Colaborador em jornais e revistas e autor de vários livros de história contemporânea. 


Ficha técnica

Editora: Contexto
ISBN 978-85-7244-793-5
Formato 16x23
Peso 0.496 kg
Acabamento Brochura
Páginas 336



terça-feira, 21 de novembro de 2017

LIVRO - O CERCO DE LENINGRADO

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Por 900 dias os habitantes da cidade de Leningrado - atual São Petersburgo - viveram cercados por tropas nazistas. Um milhão de russos morreram na ocasião, dos quais 800 mil em consequência da fome. Contudo, esse terrível episódio da Segunda Guerra Mundial é frequentemente deixado em segundo plano em nome de outros embates. Com este livro, além do ponto de vista humano, a batalha de Leningrado é estudada em termos estratégicos, políticos e até simbólicos. 


Em pleno século XX desenrolou-se um cerco digno da era medieval. A fome, a sede, o fogo também foram inimigos temíveis. Pesquisando nos diários íntimos, nas cartas, nos arquivos, o historiador Pierre Vallaud revive toda a dimensão trágica dessa sangrenta aventura humana. Ele destaca o heroísmo dos cidadãos, a ignomínia de alguns, o esgotamento dos soldados nos dois lados. Leningrado não será a mesma para os leitores deste livro.


Sobre o autor

Pierre Vallaud é historiador, especialista em história contemporânea e em guerras do século XX. Antigo diretor do Centro de Estudos Estratégicos (CERGES) da Universidade Saint-Joseph, é autor de diversas obras sobre a Primeira e a Segunda Guerra Mundial, a Guerra da Argélia e a Guerra Fria.


Ficha técnica

Editora: Contexto
ISBN 978-85-7244-719-5
Formato 16 x 23
Peso 0.400 kg
Acabamento Brochura
Páginas 256



terça-feira, 31 de outubro de 2017

LIVRO - STALINGRADO 1942: O INÍCIO DO FIM DA ALEMANHA NAZISTA

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Era a batalha do tudo ou nada: se os nazistas conquistassem Stalingrado, provavelmente venceriam a Segunda Guerra Mundial. Acuados, os soviéticos pagaram caro pela resistência encarniçada. Milhares de vidas foram ceifadas no trágico embate. De julho de 1942 até fevereiro do ano seguinte, o mundo acompanhou como pôde o encontro dos dois grandes exércitos. 

O autor Alexander Werth, um dos pouquíssimos jornalistas estrangeiros a cobrir a frente oriental, teve um olhar privilegiado. Assim que os alemães capitularam, Werth chega a uma Stalingrado ainda traumatizada e nos relata com vivacidade tudo o que observa. Além de ser testemunha ocular, entrevistou oficiais, especialistas militares e teve acesso a documentos originais. Stalingrado continua sendo o livro mais importante publicado sobre uma das mais sangrentas e decisivas batalhas da Segunda Guerra Mundial.


Sobre o autor

Alexander Werth nasceu em 1901, em São Petersburgo. Foge com a família para a Grã-Bretanha às vésperas da Revolução Russa e se instala em Glasgow, onde cursa os estudos superiores e se forma em Jornalismo. Contratado pelo Manchester Guardian, vai para Paris como correspondente nos anos 1930. Durante a Segunda Guerra Mundial, assume como correspondente da BBC e do Sunday Times e embarca no avião que leva a Moscou os membros da missão militar britânica. Werth permanecerá na URSS até maio de 1948, retornando à Grã-Bretanha apenas por alguns meses, de outubro de 1941 a maio de 1942. Autor de diversos livros, falece em 1969. Seu filho, Nicolas Werth, historiador especializado na União Soviética, fez as notas comentadas e o posfácio da obra.


Ficha técnica

Editora: Contexto
ISBN 978-85-7244-930-4
Formato 16 x 23
Peso 0.300 kg
Acabamento Brochura
Páginas 224




quinta-feira, 9 de março de 2017

DIA INTERNACIONAL DA MULHER - “QUERIDA, VOCÊ DERRUBOU UM BOMBARDEIRO HEINKEL!”

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Em ‘Defendendo a Pátria’, Lyuba Vinogradova narra a corajosa luta das aviadoras soviéticas contra os nazistas e contra o machismo


Por Jacinto Antón

Mulheres que voam, que combatem, que vencem e que caem, alvejadas, queimadas, destroçadas, vítimas inclusive da “pior das mortes”: precipitar-se do céu sem paraquedas, depois de saltar de seu avião em chamas. O mundo heroico, vertiginoso e terrível da aviação de guerra, no feminino. Em Zashchishchaya Rodinu (“defendendo a pátria”, inédito no Brasil), a pesquisadora Lyuba Vinogradova (Moscou, 1973), colaboradora habitual e prestigiosa dos historiadores Antony Beevor (que assina o prefácio) e Max Hastings, traça, a partir de fontes documentais originais e depoimentos em primeira mão, a grande aventura das aviadoras soviéticas da II Guerra Mundial. Narra essa história com uma voz de mulher, atenta a detalhes comovedores que costumam ser ignorados, como a separação das famílias, a dificuldade de contar com roupa adequada – inicialmente, recebiam trajes masculinos, incluindo cuecas –, as lágrimas quando suas tranças eram cortadas, o assédio e os gracejos dos colegas homens, geralmente embriagados de vodca, a falta de acesso a anticoncepcionais (Vinogradova descreve uma cena em que as aviadoras observam com inveja um preservativo capturado do inimigo, uma raridade na época) ou a confecção de lingeries com a seda dos paraquedas de aviadores alemães abatidos. Ficamos imaginando como isso deveria ser humilhante para os pilotos nazistas. Ser derrubado por uma mulher já é duro, diriam os machões da Luftwaffe, mas daí a fazerem calcinhas com o seu equipamento...

“Os alemães não tinham mulheres como combatentes em seu exército, para não falarmos de pilotos”, conta Vinogradova ao EL PAÍS. “Naturalmente, as aviadoras despertavam muita curiosidade neles. No entanto, as que caíam como prisioneiras eram tratadas com enorme dureza.” Para começar, despiam-nas para comprovar o gênero. Quando Lina Smirnova foi abatida, conta a autora, deu um tiro em si mesma antes que pudesse ser capturada.


A aviadora russa Marina Raskova

A emoção das vitórias era semelhante à dos homens, mas às vezes expressa de modo peculiar. “Você derrubou um Heinkel, querida!”, anunciou uma mecânica a Lera Khomyakova quando esta pousou após um combate. Imediatamente, as outras moças em terra a rodearam e a cobriram de beijos. A aviadora foi derrubada pouco depois disso. Seu corpo foi encontrado em um campo de girassóis.

A luta contra o machismo dentro das suas fileiras era tão dura para as aviadoras quanto a própria guerra contra os alemães? “Em comparação à maioria das mulheres no Exército soviético, que constantemente sofriam assédio sexual e às vezes violência sexual, as aviadoras eram um grupo privilegiado. O assédio ostensivo não era tolerado. Entretanto, havia muita discriminação. Os homens se apropriavam dos seus caças, menosprezavam as aviadoras, chamavam-nas de ‘bonecas’. Um exemplo clássico são as exclamações dos pilotos homens no campo perto de Stalingrado quando foram informados de que um regimento de bombardeio feminino chegava: ‘Protejam-se, tem umas meninas tentando aterrissar!’. A grande aviadora Raisa Belyaeva, que havia participado de apresentações aéreas antes da guerra, precisou escutar o comandante do regimento de caças onde combatia lhe dizer: ‘Não quero enviar você em missão, você é muito bonita’, o que, obviamente, ela encarava como um insulto. As mulheres, que muitas vezes tinham mais experiência de voo que seus camaradas masculinos, precisavam provar constantemente suas habilidades e sua coragem.” Paulatinamente, dando o sangue, conquistaram o respeito.

A URSS mobilizou suas mulheres na luta de vida ou morte contra os nazistas, de uma forma que nunca ocorrera antes nem voltou a ocorrer depois. Quase um milhão de soviéticas engrossaram as fileiras do Exército Vermelho, em todos os postos: sapadoras, tanquistas, franco-atiradoras (tema do próximo livro de Vinogradova), operadoras de metralhadora... Ao todo, 92 delas foram condecoradas como Heroínas da União Soviética, sendo 50 postumamente. As soviéticas foram as únicas mulheres do mundo a pilotarem aviões em missões de combate naquele sangrento conflito, enfrentando de igual para igual em numerosas ocasiões os ases da Luftwaffe de Hitler, aos quais impunham surpresas às vezes letais.


O frágil e obsoleto Polikarpov Po-2 foi a aeronave mais utilizada pelas aviadoras russas


Quando vejo um avião com as cruzes negras e a suástica na cauda, tenho um só sentimento: ódio; essa emoção faz com que eu aperte ainda mais firmemente o disparador das minhas metralhadoras”, dizia a frágil e minúscula – porém corajosa e vital – Lilya Litvyak, conhecida como Garota Vingadora e Lírio Branco de Stalingrado e Kursk, a quem era atribuído o abate de um grande piloto alemão, que ficou perplexo ao ser apresentado à inimiga que o havia derrubado. Dizem que tentou beijar-lhe a mão, mas Vinogradova garante que isso já é invenção da propaganda oficial. Litvyak, a mais famosa aviadora de caça, com 12 abates confirmados, desapareceu durante uma missão em agosto de 1943, aos 21 anos, no comando de seu Yak-1, o número 18, qual uma Saint-Exupéry no feminino, ou uma Amelia Earhart fardada. Seus restos só seriam encontrados em 1979, em parte por causa da roupa íntima – incluindo um sutiã feito com seda de paraquedas. Estava claro que não se tratava de um piloto qualquer.

Litvyak realmente estava à altura da sua lenda? “Era pequenina e muito bonita, com olhos verdes, um cabelo maravilhoso e ótimo tipo. Era uma grande bailarina, adorava roupas bonitas e flertava com os pilotos jovens. Era estilosa. Como muitas outras, queria ser boa piloto sem deixar de ser uma mulher atraente. E ao mesmo tempo tinha muitíssimo caráter. Tinha a coragem de um demônio audacioso.

A história favorita de Vinagradova envolve Litvyak. “Numa ocasião, após um combate, fez um pouso forçado num terreno com mato muito alto. Dois soldados soviéticos correram para resgatar o piloto. Não o encontravam. Então escutaram a voz aguda de uma garota: “Eu sou o piloto’. Lilya era tão baixinha que não conseguiam vê-lo no mato crescido.

Litvyak, segundo Vinogradova, era uma mulher briosa. Foi punida várias vezes por desobediência e comportamento indecoroso. Tornou-se amante do ás da aviação Salomatin, também piloto de caça, com quem voava em dupla e que caiu pouco antes dela, num caso de “vandalismo acrobático”.

Como eram o amor e o sexo para essas meninas aviadoras? “Eram muito jovens e, no começo, o estado de ânimo dominante era de que ‘a guerra não é lugar para romances’. Depois, com o confronto se prolongando, elas perceberam que não podiam esperar o seu fim para quer a vida recomeçasse, porque, naqueles momentos, a guerra era a sua vida e era bastante possível que não houvesse um ‘depois’, já que tantas delas estavam morrendo. Muitas já voltaram da guerra casadas e várias outras perderam seus companheiros em combates”. A autora menciona vários casos, e pelo menos um relacionamento homossexual.


A capitão de aviação Masha Dolina, do regimento de bombardeio pesado 587, em 1941.

Vinogradova destaca que as mulheres da aviação da URSS no segundo confronto não só lutaram no comando de caças e bombardeiros e foram tripulantes, observadoras, radiotelegrafistas ou membros da artilharia, como também participaram das equipes em terra atuando como mecânicas, fornecedoras de munição ou de combustível. Com efeito, o Exército Vermelho teve em sua força aérea três regimentos compostos unicamente por mulheres: um de caça (586), outro de bombardeio pesado (587) e um terceiro de bombardeio noturno (588). Este último era o das Bruxas da Noite. “Diz a lenda que esse nome foi dado pelos alemães, que eram atacados por elas com seus frágeis aviõezinhos, os pequenos biplanos de treinamento U-2 (Po-2), de compensado, que, por causa de seu ruído específico, eram chamados de máquinas de costura. Mas eu acredito que foram elas mesmas que se autodenominaram assim. Elas são admiráveis, pois era preciso ter muita coragem para combater nesses aparelhos, que se incendiavam facilmente. Muitas delas tiveram mortes terríveis. De modo geral, entre as mulheres pilotos e navegadoras que lutaram nas primeiras fileiras, as baixas foram enormes. Talvez um terço do total. É difícil quantificar. No regimento de bombardeio noturno, onde as baixas eram cobertas pelo próprio pessoal, as mortas e feridas chegaram a 50% dos efetivos iniciais”.

As aviadoras tinham diversas origens: estudantes, camponesas, operárias. Muitas delas haviam se formado em escolas de aviação do Konsomol, a organização das juventudes comunistas. Para outras, tal como ocorria no caso de seus colegas masculinos, a guerra fornecia a oportunidade de realizar o sonho de voar. Fizeram isso sob condições dificílimas, morrendo em acidentes e combates. Em seu livro A guerra não tem rosto de mulher, a prêmio Nobel Svetlana Alexiévich reporta o testemunho de uma das Bruxas da Noite, Aleksandra Popova – falecida aos 91 anos de idade em 2013 -, segundo o qual algumas deixavam de menstruar por causa do estresse. Mas, como testemunhou uma outra aviadora, a capitã Klaudia Térejova: “Nós, meninas, voávamos e derrubávamos os ases da aviação! Os homens nos observavam com perplexidade. Nos admiravam”.

Na galeria das aviadoras, destaca-se a grande Marina Raskova, que já era uma pioneira da aviação, criadora dos regimentos femininos e que, além disso, atuava como agente secreta da NKVD, dirigida por Beria. Seu lema era: “Podemos fazer tudo”.

O que aconteceu com as sobreviventes depois da guerra? “Foram muito poucas as que permaneceram no exército. Na verdade, elas só haviam sido recrutadas para a guerra. Muitas que já eram aviadoras civis voltaram à sua profissão. Mas é difícil combinar a vida de piloto com a criação de uma família. As poucas que continuaram na força aérea foram desestimuladas por seus superiores: a pátria precisara delas durante a guerra, lhe diziam, mas agora elas precisavam partir e deixar o trabalho dos homens para os homens”.

As aventuras das aviadoras são lembradas hoje em dia na Rússia? “Os russos, de um modo geral, têm muito orgulho de seus heróis e heroínas da Grande Guerra patriótica. No entanto, muitos deles, ou a maioria, ainda prefere a versão da propaganda soviética às versões mais verdadeiras. As mulheres pilotos sobre as quais escrevi não são muito conhecidas, com exceção das mais famosas, como as Bruxas da Noite”. Atualmente, segunda Vinogradova, não há nenhuma dessas valentes aviadoras ainda viva. “Quando comecei a fazer as entrevistas, em 2009, ainda consegui falar com algumas. Tinham muito orgulho daquilo que haviam feito, e eu tinha muito orgulho delas!”.

Qual foi a sua contribuição concreta para o esforço de guerra e para a vitória? “Um regimento de aviação, mesmo que contasse com apenas dez pilotos, era algo bastante valioso na frente de combate do Leste: o Exército Vermelho padecia de uma grande escassez de aviões e de pilotos experientes. Os três regimentos femininos foram, sem dúvida, muito úteis nesse terreno. Desempenharam, além disso, um papel importantíssimo no sentido de elevar o moral na luta tanto entre mulheres soldados como entre as civis, que carregavam um peso enorme em suas costas”.

Fonte: El País