"No próprio dia da batalha, as verdades podem ser pinçadas em toda a sua nudez, perguntando apenas;
porém, na manhã seguinte, elas já terão começado a trajar seus uniformes."

(Sir Ian Hamilton)



domingo, 30 de julho de 2017

PERSONAGENS DA HISTÓRIA MILITAR - CAPITÃO-DE-FRAGATA LUÍS BARROSO PEREIRA

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* ??/??/1786 - Minas Gerais

+ 27/04/1826 - Montevidéu, Uruguai


O Capitão-de-Fragata Luís Barroso Pereira, era filho do Desembargador Antônio Barroso Pereira e de dona Maria Inácia de Castro Sampaio, nasceu em Minas Gerais, em 1786. Mandado para Lisboa, matriculou-se aos 15 anos de idade na Real Academia dos Guardas-Marinha.  Ao concluir o curso, demonstrou, de imediato, “as suas belas qualidades de oficial hábil e inteligente.”

Distinguiu-se pelo seu zelo e galhardia, quando, no comando de algumas barcas-canhoneiras, prestou inestimáveis serviços na guerra da península, principalmente em Santarém, quando ai se achava o General francês Massena. Em 1816, regressou ao Brasil, fazendo parte da esquadra que sob o mando de José Rodrigo Lôbo dirigia-se à Banda Oriental, transportando as tropas do General Lecor (Voluntários Reais), com o fito de combater Artigas.  Depois de desembarcar as tropas em Santa Catarina a esquadra seguiu para o Rio da Prata onde estacionou. 

Após a vitória de India-Muerta, Lecor entrou triunfalmente em Montevidéu. Precisava ele enviar a Buenos Aires um comissário que tratasse com esse governo de assuntos importantíssimos, concernentes à guerra na Banda Oriental. Era mister que o encarregado dessa missão possuísse, a par da habilidade, circunspeção, prudência e ilustração. O Almirante Lôbo enviou ao General o jovem Barroso, dizendo-lhe que não encontraria, nem no Exército nem na Esquadra, oficial mais inteligente, hábil e probo. Depois de receber Instruções do General Lecor, Barroso Pereira dirige-se a Buenos Aires, onde saiu-se muito bem, graças a seu trato afável e sua bela educação. Conservou-se algum tempo em Buenos Aires, retirando-se depois para o Rio de Janeiro.

Com a proclamação da Independência, embarcou na Fragata Nichteroy como seu imediato, e, com Lorde Cochrane, partiu para a Bahia, a fim de combater a esquadra portuguesa, que se rebelou contra o novo governo. Destacou-se no combate de 4 de maio de 1823.

Taylor culminou de elogios o seu imediato, e como recompensa dos seus serviços, Barroso Pereira recebeu o Oficialato da Imperial Ordem do Cruzeiro, sendo nomeado para comandar a Fragata Imperatriz, que se achava no Pará.  Tomou parte na pacificação de Pernambuco.

Regressando ao Rio de Janeiro, ai se achava ele, quando irrompeu a Guerra da Cisplatina.
Comandando a fragata Imperatriz, foi enviado para Montevidéu a fim de garantir as Província Unidas do Prata. Nessa luta, voltou a demonstrar a sua desmedida bravura.

A esquadra argentina, sob o comando, do Almirante William Brown, não cessava de hostilizar as forças brasileiras, atacando a Colônia do Sacramento e Montevidéu. Brown alimentava a ideia de capturar um navio brasileiro, mesmo no seio da nossa esquadra. Pretendia, sobretudo, aprisionar a Nichteroy, comandada por Norton, seu rival em audácia.

Para isso, com seis dos seus melhores navios, foi fundear junto ao banco Ortiz; posteriormente, fez-se de vela e penetrando durante a noite entre os navios ali fundeados, procurou a Nichteroy e, ao invés dela, atacou a Imperatriz “que se achava distante dos demais e com o aparelho arriado para refrescar.”

Brown enganara-se; não era Norton o rival com quem ia medir-se, mas outro não menos digno, o Capitão-de-Fragata Luis Barroso Pereira. Depois de um rude combate que durou uma hora e um quarto, a fragata Imperatriz repele o inimigo.  

O navio transporte de tropa Barroso Pereira (G-16) foi batizado em homenagem ao comandante da fragata Imperatriz, morto na Cisplatina


Mortalmente ferido, ao tombar, ainda teve uma palavra de incentivo aos seus camaradas, quando gritou: “Não foi nada camaradas! Ao Fogo!”  Muitos foram os esforços para salvá-lo. Poucos momentos depois expirou. Era o dia 27 de abril de 1826.

Em homenagem a Luís Barroso Pereira, o navio de transporte de tropas Barroso Pereira - G-16 foi o primeiro navio da Marinha do Brasil a ostentar esse nome. Foi construído pelo estaleiro Ishikawajima Heavy Industries Co. Ltd., em Tóquio, no Japão. Teve sua quilha batida em 13 de dezembro de 1953, foi lançado ao mar em 7 de agosto de 1954, e entregue à Marinha do Brasil em 1° de dezembro de 1954, sendo incorporado em 22 de março de 1955. Em 3 de abril de 1995 deu baixa do serviço ativo.

Fontes:
- ANDRÉA, Júlio. A Marinha Brasileira: florões de glórias e de epopeias memoráveis. Rio de Janeiro, SDGM, 1955.
- NOMAR - Notícias da Marinha, Rio de Janeiro, SRPM, n.º 541, set. 1988.
- Biografia de Luís Barroso Pereira, de autoria do Barão do Rio Branco.


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