quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

"A GUERRA DO AÇÚCAR" - OS HOLANDESES DESCONFIAM DA INSURREIÇÃO

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Com a saída de Nassau e a adoção de medidas impopulares, o Alto e Secreto Conselho colocou em risco a segurança da colônia e as boas relações entre as Províncias Unidas e Portugal. No princípio de 1645, os governantes do Brasil Holandês menosprezavam a capacidade dos moradores, mas, ao mesmo tempo, reconheceram a possibilidade de uma rebelião, sentimento que foi registrado em despacho para o Conselho dos XIX:

"Os portugueses desta terra, como estão de tal modo endividaddos que, na sua maioria, não podem ter qualquer esperança de pagar as dívidas, por mais que vivam [...] trazem noite e dia no pensamento a ideia de se revoltar, como fizeram no Maranhão e no próprio Portugal, e de assim se libertarem do nosso governo e fugirem ao pagamento das dívidas que têm conosco. [...] enquanto as crenças deles são para nós motivos de escárnio, [...] de modo que é de temer que façam muito em breve alguma coisa contra nós." 

No final de 1644, o judeu Gaspar Francisco da Cunha denunciou ao Alto e Secreto Conselho o verdadeiro propósito da visita de Vidal de Negreiros ao Recife, que era articular a rebelião. Em consequência, em janeiro de 1645, foram enviados a Salvador dois emissários, o conselheiro Gisbert de Witt e o major Dirk van Hoogstraten, com a missão de protestarem contra uma possível insurreição, pelo fato de os portugueses estarem abrigando na Bahia senhores-de-engenho que deviam à Companhia das Índias Ocidentais.

André Vidal de negreiros, um dos líderes da Insurreição Pernambucana, viajou pela Capitania de Pernambuco para articular a rebelião. Os holandeses desconfiaram.


O governador-geral Antônio Teles da Silva respondeu com evasivas, afirmando que “continuaria, como até então, dando provas de obediência e fidelidade ao seu rei”. Os emissários da WIC, então, pediram que não fosse dado abrigo a desertores, e que estes fossem enviados ao Recife, ao que o governador solicitou, com toda autoridade, que os holandeses divulgassem o nome dos desertores que chegaram à Bahia. Não houve resposta.
Sem que seu companheiro de missão soubesse, o major Hoogstraten, que exercia o comando do Forte de Nazaré no Cabo de Santo Agostinho, ofereceu ao governador os “serviços que pudesse ofertar” no caso de uma guerra de restauração em Pernambuco. Parecia que nem os holandeses confiavam na manutenção da colônia. Mais tarde o major Hoogstraten venderia aos portugueses o forte, inclusive os serviços de sua guarnição.

Engenho localizado na Várzea do Capibaribe. A cobrança de dívidas impagáveis levou os senhores de engenho pernambucanos a deflagarem a insurreição. A "Guerra da Liberdade Divina" iria começar.


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"A guerra do açúcar: as invasões holandesas no Brasil"

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