sexta-feira, 15 de maio de 2009

NOTÍCIA - MORRE NO RIO, AOS 108 ANOS, O ÚLTIMO MARECHAL BRASILEIRO

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Levy Cardoso comandou um dos quatro Grupos de Artilharia de Campanha da Força Expedicionária Brasileira durante a 2ª Guerra Mundial


Faleceu essa semana no Rio de Janeiro, aos 108 anos, o marechal Waldemar Levy Cardoso, o último marechal vivo no País. O mais alto posto do Exército foi extinto em 1967, quando houve a reforma estrutural da instituição, definindo que somente haveria a promoção de General-de-Exército ao posto de Marechal em caso de guerra. O marechal morreu de insuficiência respiratória no Hospital Central do Exército, na zona norte da capital fluminense. O corpo do marechal foi sepultado com honras militares no cemitério São João Batista, em Botafogo, na zona sul do Rio.

Filho de uma judia de origem argelina e de pai descendente de portugueses, Waldemar Levy Cardoso ingressou na vida militar em 1914, no Colégio Militar de Barbacena. Saiu de lá em 1918, aos dezessete anos de idade, como Coronel-Aluno, por ter sido o primeiro classificado de sua turma. Em 1921 foi declarado Aspirante-a-oficial da arma de Artilharia e designado para servir no 4º Regimento de Artilharia Montado (4º RAM), situado em Itu. Em 1924 envolveu-se na revolta contra Artur Bernardes, quando foi preso e condenado a dois anos de prisão. Depois de cumprir a pena, o Supremo Tribunal Federal reviu seu caso e o condenou a mais três anos de detenção. Levy Cardoso fugiu da prisão e passou alguns anos escondido em Paranaguá, usando nome falso. Anistiado, envolveu-se na Revolução de 1930, já como tenente. Foi então promovido a capitão.

Em fevereiro de 1935 matriculou-se na Escola do Estado-Maior, no Rio de Janeiro, concluindo o curso em dezembro de 1937. Em 1944, como tenente-coronel, seguiu com a Força Expedicionária Brasileira para a Itália para lutar na Segunda Guerra Mundial, onde comandou um dos quatro Grupos de Artilharia da 1ª Divisão de Infantaria Expedicionária brasileira.

Após a volta da guerra, Levy Cardoso permaneceu na ativa do Exército. Em 1951, foi enviado para a Europa como adido militar às embaixadas do Brasil na França e na Espanha. Retornando ao Brasil em 1953, foi nomeado comandante do 2º Regimento de Obuses 105 (Regimento Deodoro) em Itu, onde permaneceu até ser promovido ao posto de General-de-Brigada.

Em 1957, foi nomeado para a chefia do gabinete do Ministro da Guerra, General Henrique Teixeira Lott. Após a Revolução de 1964 assumiu a chefia do Departamento de Provisão Geral (DPG) do Exército. Passou para a reserva em 1966, com a o posto de Marechal. Em abril de 1967, foi nomeado presidente do Conselho Nacional do Petróleo, cargo que manteve até março de 1969, quando assumiu a presidência da Petrobrás. Deixou a presidência em 30 de outubro de 1969. Entre 1971 e 1985, foi conselheiro da Petrobrás.

Waldemar Levy Cardoso foi o último brasileiro detentor da patente de Marechal a falecer. Também por ter sido o mais antigo militar combatente da 2ª Guerra, detinha o bastão de comando da Força Expedicionária Brasileira.

No dia 19 de janeiro de 2008, já com 107 anos, esteve presente à cerimônia comemorativa dos 90 anos do Regimento Deodoro, hoje denominado 2º Grupo de Artilharia de Campanha Leve, unidade que comandou durante a década de 1950.

O Blog História Militar presta seu tributo ao grande brasileiro e soldado.
A cobra continua fumando ...

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2 comentários:

  1. Gostaria encarecidamente aos envolvidos em toda essa passagem histórica e em essa homenagem que se puderem ou tiverem informações sobre Pedro de Campos ex médico veterinário que serviu no 4º Regimento de Artilharia Montado (4º. RAM), situado em Itu, que entrasse em contato, pois sou filha dele e nunca tivemos a oportunidade de nos conhecer nem ao menos sei onde posso encontar. Meu nome é Alda e tenho 63 anos vivo em Campinas e agradeceria qualquer informação.(pamella462@hotmail.com)

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  2. Quando o Brasil estiver em perigo
    e os tambores rufarem para guerra...

    O último Marechal retornará !

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