Pesquisadores americanos encontraram um submarino japonês naufragado
no litoral da ilha de Ohau, no Havaí. O I-400 havia sido apreendido
pelos EUA após a Segunda Guerra Mundial. Em comunicado, a Universidade
de Manoa declara que a descoberta soluciona o mistério que data da
Guerra Fria – o navio desapareceu em 1946.
No comunicado, o diretor de operações do Hawaii Undersea Research
Laboratory, Terry Kerb, afirma que “[o I-400] foi o primeiro de uma
classe de apenas três unidades construídas, é um submarino único e de
grande valor histórico”. E completa: “encontrá-lo nesse local foi
inesperado. Todas as nossas pesquisas indicavam que ele estaria mais
longe da costa.”
Com 122 metros de comprimento, o I-400 foi o maior submarino
construído antes das embarcações de propulsão nuclear, introduzidas na
década de 1960. Segundo pesquisadores envolvidos na descoberta, o navio
podia dar uma volta e meia ao redor do globo sem precisar reabastecer, e
apresentava tecnologias de ponta para a época – era capaz de
transportar três planadores bombardeiros que podiam ser lançados assim
que o navio emergisse, e cada planador carregaria uma bomba de 816
quilos que poderia ser lançada em solo americano.
O I-400 no fundo do mar ao largo do Havaí
De acordo com James Delgado, diretor do US National Oceanic and
Atmospheric Administration’s Maritime Heritage Program que participou
dos mergulhos que encontraram o I-400, "a capacidade de combate aéreo a
partir de submarinos de longa distância representou uma mudança tática
na doutrina da época para esses navios." Para Delgado, o hangar hermético
gigante do submarino era um avanço tecnológico que se refletiria no na
tecnologia dos SSBNs americanos para lançamento de mísseis balísticos no
início da era da propulsão nuclear.
O I-400 pertencia à classe conhecida como Sen Toku, e foi um dos
cinco submarinos japoneses capturados pelos EUA no final da Segunda
Guerra e levado para Pearl Harbor para inspeção. Em 1946 os soviéticos
exigiram acesso aos navios apreendidos, sob os termos do tratado que
encerrava o conflito, mas a US Navy afundou as unidades, alegando a
Moscou não saber onde estavam.
Conforme o comunicado da Universidade de Manoa, os pesquisadores
encontraram o classe Sen Toku em uma área de mais de 700 metros de água
em agosto deste ano. Porém, o anúncio só foi feito na última
segunda-feira (02), após consulta ao Departamento de Estado do governo
americano e ao governo japonês.
Fonte: Poder Naval
.
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