sexta-feira, 1 de junho de 2012

OS BATALHÕES DE CAMARADAS

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Levamos dois anos para ser formados e dez minutos para ser destruídos”, escreveu em suas memórias o veterano britânico Arthur Pearson, do Batalhão de Camaradas de Leeds, ao relatar sua experiência na Batalha do Somme. Salvo da morte por dois pacotes de comida enlatada, que carregava no bolso e apararam um projétil de metralhadora, Pearson traduziu o fim do entusiasmo representado pelos Pals Battalions, traduzindo-se, batalhões de camaradas.

Criados no início da 1ª Guerra Mundial, em 1914, pelo General Henry Rawlings e pelo então Ministro da Guerra, General Horatio Kitchener, esses batalhões foram a solução encontrada para suprir a falta de homens para o Exército Britânico. Como o serviço militar não era obrigatório, a melhor maneira seria incentivar o voluntariado. A criação de batalhões que unissem homens por profissões, bairros, cidades ou outro tipo de afinidade serviria para tal propósito. Em dois anos, três milhões de voluntários acolheram ao chamado, formando um total de mil batalhões que ficaram conhecidos como “o exército de Kitchener”.


"Junte-se ao Exército de seu país! Deus salve o rei!"  Assim o cartaz de recrutamento, trazendo a figura do General Horatio Kitchener, conclamava o voluntariado entre os britânicos


Sem experiência em combate e, muitas vezes com o treinamento incompleto, o batismo de fogo de vários deles foi na sangrenta Batalha do Somme, travada em 1916. Muitos cruzaram a terra de ninguém crendo que nenhum alemão sobrevivera ao bombardeio de artilharia preliminar que durara seis dias. Um erro que se transformou em tragédia, quando dois soldados britãnicos foram feridos ou mortos para cada centímetro de terreno capturado aos alemães, totalizando 420 mil baixas.

Novembro de 1914 - Grupos de recrutas do Exército de Kitchener recebendo instrução militar em um campo de críquete em Stockport

A notícia das mortes causou comoção e o fervor patriótico tornou-se em medo. A partir de 1916, o Exército Britânico implantaria o serviço militar obrigatório e nunca mais formaria batalhões de camaradas.


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