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Um dos bairros mais antigos do Rio de Janeiro é
Botafogo, que foi inicialmente habitado por franceses. Estes foram expulsos por
Estácio de Sá, em 1565. Então, as terras foram adquiridas pelo morador que deu
nome ao bairro: João de Souza Botafogo.
+ 1627
João de Souza Pereira, apelidado de “Botafogo“, foi capitão-mor da
capitania de São Vicente, nomeado por meio de uma ordenança do governador D.
Francisco de Sousa.
Na condição de lugar-tenente do governador-geral D. Antônio Salema, Pereira de Sousa ganhou duas sesmarias, a de Francisco Velho e a de Inhaúma. A primeira, na bela enseada que hoje leva seu nome, adotado por seus ancestrais pela fama do galeão São João Batista, mandado construir pelo rei D. João II, em 1519. O galeão tinha poder de fogo de 200 peças de artilharia pesada e ganhou o apelido de “Botafogo”. Os feitos do galeão foram tantos que os nobres portugueses produziram uma carta com base em seu brasão de armas com o título de Botafogo.
O galeão português São João Batista ("Botafogo") em ação na Batalha de Tunis, em 1535. Era o navio mais poderoso de sua época
Em 1560, o governador geral Mem de Sá, tendo expulsado os Franceses da
Baía de Guanabara, deteve-se na Capitania de São Vicente e "providenciou
para que o provedor Brás Cubas e o mineiro Luís Martins fossem ao sertão adentro
a buscar minas de outro e prata". Os sertanistas percorrem trezentas
léguas de sertão em busca de outro e prata. Partindo de São Paulo e passando
por Mogi das Cruzes, desceram o rio Paraíba, guiados pelos índios até a paragem
de Cachoeira, onde encontraram o caminho que atravessava do litoral para a
serra acima, e, tomando esse caminho, subiram a serra de Jaguamimbaba
(Mantiqueira), na direção do rio das Velhas, e correram a margem do rio São
Francisco até o Pará-Mirim, de onde voltaram pelo mesmo caminho.
Navegando a favor da correnteza nas águas do rio Paraíba do Sul, os paulistas e outros sertanistas e aventureiros atingiram as terras de Guapacaré (atual Lorena ) e, transpondo o rio "antes dele encachoeirar-se", atravessavam a garganta do Embaú, por onde se transpunha a serra da Mantiqueira e penetraram os sertões mineiros.
As expedições de João Pereira de Souza “Botafogo” (1596), de Martim Corrêa de Sá e Anthony Knivet (1597), de André de Leão e Wilhelm Glimmer (1601), Jerônimo da Veiga ( 1643), Sebastião Machado Fernandes Camacho (1645), de Fernão Dias Paes (1674), atravessaram o Vale do Paraíba percorrendo o rio e as velhas trilhas, abrindo o chamado "caminho geral do sertão", que ligava a vila de São Paulo aos primeiros núcleos de povoamento nos sertões do Paraíba e às minas dos Cataguás, de Taubaté e da Gerais.
Desde os primeiros anos do século XVII "foi esse caminho
senhoreado e frequentado pelos paulistas, tornando-se a linha de penetração
mais importante do Brasil, senão na América do Sul" , até a abertura do
"caminho novo de Garcia Rodrigues ", que ligou, diretamente, Rio de
Janeiro às Minas Gerais.
O bairro de Botafogo recorda João Pereira de Souza "Botafogo", aí morador desde 1590, donde também chamar-se-ia "praia de João de Souza", antes, "praia de Francisco Velho", companheiro de Estácio de Sá, que, da praia Vermelha ou de Martim Afonso, avançou pela praia da Saudade, costeando o morro, depois chamado de Matias, do Pasmado, da Azinhaga (começo da avenida Pasteur de hoje), atravessando o rio de Berquó, nome do ouvidor Berquó, onde está hoje se encontra o Pavilhão Mourisco. Desbravou então, daí, a pequena baía encerrada entre os morros do Pasmado e da Viúva: a atual enseada de Botafogo, cartão-postal do Rio de Janeiro e do Brasil.
No âmbito da atual Região Administrativa de Botafogo, estão localizadas duas importantes edificações: o Palácio Guanabara, sede do Governo Estadual (localizado em Laranjeiras); e o Palácio da Cidade, sede do Governo Municipal (situado em Botafogo).
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