sábado, 29 de janeiro de 2022

VIAGEM DE ESTUDOS AO CAMPO DE BATALHA EM DINANT

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Editor do portal Carlos Daróz-História Militar realiza pesquisa de campo em Dinant, Bélgica.


Durante a visita a Dinant, realizamos pesquisa de campo nos campos de batalha da Grande Guerra, museus e no cemitério militar francês.

Dinant localiza-se em uma posição estratégica, dominando o Rio Meuse e na entrada da floresta das Ardenas. Por essas razões, cumprindo o Plano Schlieffen em seu avanço para atacar a França, o 3º Exército alemão foi incumbido de conquistar a cidade e assegurar a transposição do rio. O 5º Exército francês, no entanto, deslocou-se para a cidade a fim de barrar o avanço dos alemães. A batalha de Dinant transcorreu entre 15 e 24 de agosto de 1914, nos primeiros movimentos da Grande Guerra.

Os alemães saíram vitoriosos, mas o combate foi marcado pelo fuzilamento indiscriminado de 674 civis da cidade, incluindo mulheres e crianças, em 23 de agosto por soldados alemães. O crime de guerra foi a primeira das atrocidades alemãs que ficaria conhecida como "o estupro da Bélgica".

Somente diante do Muro Tschoffen, 611 cidadãos de Dinant foram fuzilados. Passados mais de cem anos, as marcas de tiros no muro ainda são visíveis.


No memorial em homenagem aos civis fuzilados em 23 de agosto de 1914. Gravados no metal os nomes dos 674 civis fuzilados pelos alemães.


No memorial em homenagem aos civis fuzilados em 23 de agosto de 1914. Famílias inteiras se perderam, com a família Monin, que perdeu 12 pessoas.


Destaca-se o fato que, na batalha, o então tenente Charles de Gaulle teve seu batismo de fogo, e foi ferido em combate com um tiro na perna. Hoje, a ponte da cidade que liga as duas margens do rio leva seu nome.

Placa assinalando o local onde o tenente Charles de Gaulle foi ferido em 15 de agosto de 1914.

Estátua de De Gaulle na margem esquerda do rio Meuse.



Em 1940, no contexto da Segunda Guerra Mundial e utilizando quase o mesmo itinerário, a 7ª Divisão Panzer de Erwin Rommel, apelidada de "Divisão Fantasma", cruzou o Meuse em Dinant e seguiu em direção à França.

Cemitério militar localizado na Citadelle, onde encontram-se sepultados 1.200 soldados franceses mortos na breve Batalha de Dinant.


Escutura "L'Assaut", de Alexandre Daoust, existente no cemitério francês.


No cemitério francês encontram-se sepultados 25 tripulantes de bombardeiros da Real Força Aérea britânica abatidos na região em 1941, durante a Segunda Guerra Mundial.


Capacete pickelhaube do Regimento de Artilharia de Guarda prussiano preservado no museu da Citadelle.


Devido ao massacre de quase 10% de sua população em 1914, a memória local sobre a Grande Guerra é muito mais expressiva do que os fatos de 1940, existindo diversos monumentos dedicados às vítimas do "23 de agosto".

Monumento em homenagem aos fuzilados de 23 de agosto de 1914 diante da Abadia de Leffe. 243 pessoas foram fuziladas no distrito de Leffe.


Monumento em homenagem aos fuzilados de 23 de agosto de 1914 existente em Bouvine-sur-Meuse, um dos distritos de Dinant.


Nomes das vítimas no monumento em Bouvine-sur-Meuse





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