quinta-feira, 21 de outubro de 2021

BATALHA DAS ILHAS PARACEL (1974)

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Em 1974, no apagar das luzes da Guerra do Vietnã, a República Popular da China conquistou as Ilhas Paracel, assegurando uma posição geopolítica no Mar do Sul da China e antecipando o conflito Sino-Vietnamita.


Embora a China não tivesse participado diretamente da Guerra do Vietnã nos anos 1960 e 1970, o apoio econômico e material de Beijing para o Vietnã do Norte desempenhou um papel crucial. A China enviou tropas para ajudar a manter as linhas de abastecimento e, de acordo com estimativas, seu apoio a Hanói entre 1950 e 1978 ultrapassou a cifra de US$ 20 bilhões. Portanto, Beijing ficou compreensivelmente incomodada com a melhoria das relações entre Moscou e Hanói. Em uma ação que acompanhava de perto a grilagem de terras da União Soviética (URSS) perto do fim da Guerra Civil Chinesa, a República Popular da China decidiu tomar posse das Ilhas Paracel do Vietnã do Sul, imediatamente antes da reunificação norte-vietnamita do país.

Em 19 de janeiro de 1974, a Marinha do Exército Popular Chinês ganhou nova visibilidade quando conquistou do Vietnã do Sul as Ilhas Paracel. De acordo com a versão chinesa desses eventos, o conflito se originou quando os vietnamitas ilegalmente prenderam pescadores chineses em novembro de 1973. Isso levou o Ministério das Relações Exteriores a anunciar, em 11 de janeiro de 1974, que o Vietnã havia invadido seu território soberano, razão pela qual a operação foi classificada como um "contra-ataque".

As Ilhas Paracel, posição estratégica na geopolítica do Mar do Sul da China

A batalha principal ocorreu durante a manhã de 19 de janeiro, quando quatro embarcações vietnamitas encontraram um número igual de navios chineses. A batalha durou menos de uma hora, mas resultou no afundamento de um navio vietnamita e danos a outros três. Os navios chineses também sofreram danos, mas nenhum deles afundou. O Vietnã perdeu 53 mortos e 16 feridos, enquanto a República Popular da China admitiu apenas 18 mortos. Além das ações navais, as aeronaves chinesas da ilha de Hainan apoiaram os desembarques anfíbios.

Deng Xiaoping era chefe do Estado-Maior do Exército chinês na época e supervisionou a operação. Considerando as distâncias envolvidas e o tempo que levou para deslocar os navios da Marinha do Exército Popular Chinês para a área, a data da batalha de 19 de janeiro, exatamente o vigésimo quarto aniversário do reconhecimento do governo norte-vietnamita pela República Popular da China, não era claramente uma coincidência, mas o objetivo era enviar um sinal político ao Vietnã do Norte, mostrando o descontentamento de Beijing com as estreitas relações de Hanói com Moscou. Em 20 de janeiro, essas ilhas foram oficialmente anexadas pela China e fizeram parte integrante da província de Guangdong.

Destroier sul-vietnamita Ly Thuong Kiet (HQ-16)

No final de janeiro de 1974, portanto, o plano assegurava o controle sobre as Ilhas Paracel. No mês de fevereiro, Mao Zedong tentou usar esse sucesso para pressionar o Vietnã do Norte a se voltar contra a URSS, pedindo publicamente uma coalizão de “terceiro mundo” contra o chamado “primeiro mundo”, neste caso significando a URSS. Em vez disso, o governo vietnamita criticou a presença da China nessas ilhas e procurou relações ainda mais próximas com Moscou. A URSS também aumentou dramaticamente sua força ao longo da fronteira sino-soviética para mais de um milhão de homens, e armou essas tropas com armas convencionais, incluindo tanques T-72, e armas nucleares. Enquanto isso, mais de 70 navios soviéticos e cerca de 75 submarinos estavam agora estacionados no Pacífico. Conforme observou uma autoridade vietnamita: "Há um forte interesse soviético coincidente com os interesses vietnamitas - reduzir a influência chinesa nesta parte do mundo".

Após a reunificação formal do Vietnã, o governo comunista de Hanoi se posicionou abertamente contra Beijing. Em 1º de julho de 1976, o Vietnã declarou que as Ilhas Paracel eram território vietnamita. Em resposta, a China repetiu essencialmente os maus tratos da União Soviética em relação à China em 1960, tentando minar o desenvolvimento econômico do Vietnã.

Navio chinês avariado após combate pelas Ilhas Paracel

A República Popular da China também apontou para o reconhecimento, em setembro de 1958, pelo primeiro-ministro Pham Van Dong, das fronteiras marítimas da China, como prova de que o governo da República Democrática do Vietnã havia reconhecido a soberania da China sobre as Ilhas Paracel e Spratly. Apesar de não negar a existência da carta, o governo vietnamita emitiu um comunicado em agosto de 1979, esclarecendo que “o espírito e a letra da nota estavam estritamente limitados ao reconhecimento das águas territoriais da China de 12 milhas”. Sob o direito internacional, entretanto, país reconheceu a soberania de outro país sobre o território, não pode rescindir esse reconhecimento.

Desde a expedição naval chinesa de 1974 para assumir o controle das Ilhas Paracel, as tensões sino-vietnamitas sobre as ilhas persistiram. Como esclareceu um estudioso vietnamita, as Paracel permanecem “estrategicamente importantes” para o Vietnã, já que estão “localizados em uma das vias marítimas mais importantes do mundo”.

Em 15 de fevereiro de 1979, Deng declarou que a China planejava realizar um ataque limitado ao Vietnã. Para evitar a intervenção soviética, a China colocou suas tropas ao longo da fronteira sino-soviética - estimadas em um milhão e meio - em um alerta de emergência. Organizou um novo comando militar em Xinjiang e evacuou cerca de 300.000 civis de suas casas, imediatamente ao longo da fronteira sino-soviética.

Cartaz de propaganda chinês

Enquanto isso, a Frota do Mar do Sul empregou dois destróieres lançadores de mísseis, quatro destróieres de escolta, 27 navios-patrulha, 20 submarinos e 604 outros navios. Além de posicionar embarcações de patrulha em torno das Paracel, a guarnição de mil homens possuía armas antiaéreas. 

As Paracel serviram tanto como uma área intermediária entre a China e o Vietnã, e também potencialmente como uma área estratégica para realizar ataques navais punitivos contra os vietnamitas. Além disso, as forças terrestres e navais chinesas nas Paracel forneceram um importante posto avançado para observar a Marinha Soviética.

Mapa mostrando as ações navais nas Ilhas Paracel

Mas a Marinha do Exército Popular Chinês claramente não era páreo para a Marinha Soviética. Em 22 de fevereiro de 1979, o coronel N.A. Trarkov, adido militar soviético em Hanói, ameaçou que a URSS se sentia obrigada a “cumprir suas obrigações sob o tratado soviético-vietnamita”. Em outros lugares, diplomatas soviéticos deixaram claro que a URSS não interviria enquanto o conflito permanecesse limitado. Os navios soviéticos estavam navegando ativamente no Mar do Sul da China, sob a vigilância constante dos porta-aviões americanos USS Midway e USS Constellation. Por decisão mútua, no entanto, nem a China nem a União Soviética autorizaram suas forças navais a atacar.

A maioria dos estudos da expedição naval chinesa às Ilhas Paracel minimiza ou ignora completamente que, na verdade, foi uma campanha periférica no maior conflito da China contra o Vietnã do Norte e, por extensão, com a principal aliada de Hanói, a URSS.  Essa campanha periférica incluiu uma tentativa da China de afirmar uma medida de controle do mar, ou pelo menos de "negação do mar", mantendo o controle sobre as Ilhas Paracel. Embora a ameaça naval chinesa das Paracel permanecesse passiva, seu impacto estratégico era enorme. O resultado dessa ameaça naval foi convencer a Marinha Soviética a não prestar apoio ao Vietnã durante a guerra sino-vietnamita.

Navios participantes da batalha pelas Ilhas Paracel


Quando as negociações de paz foram abertas em abril de 1979, a China imediatamente exigiu que o Vietnã reconhecesse a soberania da República Popular da China no Mar do Sul da China e, em particular, nas Ilhas Paracel, mas Hanói rejeitou essa proposta. As tensões continuaram intensas e, em 1988, um segundo conflito estourou nas Ilhas Spratly, quando forças navais chinesas expulsaram tropas vietnamitas do recife Johnson.


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quinta-feira, 14 de outubro de 2021

GUARDA VARANGIANA: OS VIKINGS EM CONSTANTINOPLA

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Do século X até o século XIV, mercenários escandinavos se tornaram parte central na defesa do Império Romano do Oriente


Por Letícia Yazbek e Thiago Lincolins

Durante o verão de 987, os homens do general bizantino Bardas Focas se preparavam para invadir Constantinopla. Antes aliado do imperador Basílio II, Focas havia se rebelado para lhe tomar o poder e controlar o Império. Mas o imperador, que já esperava o ataque inimigo, contava com uma arma secreta. Em um acordo com o príncipe Vladimir I, dos Rus de Kiev, 6 mil guerreiros foram enviados para lutar pelo exército bizantino — em troca, Vladimir se casou com Ana, irmã do imperador.

Antes que Focas pudesse atacar, um grupo atravessou o Estreito de Bósforo em direção a Crisópolis, atual Üsküdar, onde os rebeldes festejavam. Armados com machados e espadas, os nórdicos trucidaram grande parte dos inimigos e colocaram em fuga os poucos que restaram.

No ano seguinte, os guerreiros enfrentaram Bardas Focas e seus homens na sangrenta Batalha de Abido, que terminou com a morte do general e na consolidação do poder de Basílio II — e de seu exército estrangeiro.

Era a instituição permanente da guarda varangiana, unidade de elite do exército bizantino que atuou como tropa de choque e defesa pessoal dos imperadores até o século 14. Conhecida pela fidelidade e violência extremas, seria a tropa mercenária mais famosa da História.


Vikings russos

O que vikings faziam na Ucrânia? No século IX, parte dos nórdicos que viviam na região de Uppland, hoje pertencente à Suécia, iniciou um movimento de migração em direção ao leste, em busca de prata e produtos como peles e âmbar. Liderados pelo rei Rurik, tomaram a cidade eslava de Novgorod.

Esses invasores eram chamados de rus. Segundo os pesquisadores Hunt Janin e Ursula Carl, autores de Mercenaries in Medieval and Renaissance Europe (Mercenários na Europa Medieval e Renascentista), “a palavra rus provavelmente tem origem no idioma nórdico antigo, e significa os homens que remam”, referência à forma como os vikings chegavam, de barco.

Navio Viking: "homens que remam".
 
Excelentes navegadores, os rus passaram a comercializar com os árabes e os gregos, controlando importantes rotas comerciais, como a do Rio Volga, que ligava o Mar Báltico ao Mar Cáspio, e a do Rio Dniepre, que os levava ao Mar Negro e a Constantinopla — o mais poderoso e organizado Estado da Europa, que seria alvo de ataques rus.

“Em 860, os varangianos [nome pelo qual os bizantinos os chamavam] atacaram e pilharam os arredores da capital imperial e, mesmo sem conseguir atacar Constantinopla devido à sua fortificação, eles se mostraram, conforme fontes bizantinas, como forças devastadoras”, afirma o historiador Johnni Langer, da Universidade Federal da Paraíba.

Escudo e armas Vikings
 
Em 882, sob o comando de Oleg, sucessor do rei Rurik, os rus migraram para o sul, em direção ao Rio Dniepre e à cidade de Kiev, expandindo seu território e influência na região. A partir de então, até por volta de 970, realizaram mais uma série de ataques ao Império Romano do Oriente (eles nunca se chamaram de bizantinos), que, diante do poder ofensivo inimigo, acabaram cedendo vantagens comerciais e oferecendo acordos de paz.


A serviço do imperador

No fim do século 10, enquanto muitos rus se aventuravam pelas rotas comerciais, outros optaram por atuar como uma guarda mercenária. Segundo Langer, há evidências de que a presença de vikings em uma elite militar bizantina teve início ainda no século 9, durante o governo do imperador Teófilo (829-842), quando estrangeiros eram contratados para lutar em batalhas específicas.

Autor de The Varangian Guard — 988-1453 (A Guarda Varangiana — 988-1453), o historiador Raffaele D’Amato cita uma operação realizada contra os muçulmanos de Creta, em 902, quando cerca de 700 varangianos estavam a serviço dos bizantinos.

O termo varangiano surgiu no século IX, quando os primeiros rus começaram a servir o Império Bizantino. Foi usado inicialmente pelos bizantinos e depois apropriado pelos rus. Segundo Janin e Carl, a palavra tem origem no termo nórdico antigo vaering, que significa algo como aliado, confiança ou voto de fidelidade.

Mercenários da Guarda Varangiana a serviço do Imperador bizantino
 
Ela se refere a um grupo de guerreiros ou comerciantes que jurou lealdade ao seu líder e fraternidade entre si.” Foi só em 988, após o acordo entre Basílio II e Vladimir I de Kiev, quando a tropa de 6 mil homens foi enviada em auxílio ao imperador, que a aliança política entre norte e sul foi consolidada.

Impressionado com a rapidez, a ferocidade, o empenho e as técnicas de ataque com que ao varangianos derrotaram os homens de Bardas Focas, Basílio II decidiu contratá-los como sua guarda pessoal. A vantagem, para ele, era enorme: além da fama de brutalidade, que fazia com que fossem respeitados por onde passassem, o povo era conhecido por sua lealdade comprovada.

Os estrangeiros logo se mostraram muito mais habilidosos e confiáveis do que os próprios guardas bizantinos. “Sendo mercenários, podiam ser controlados com dinheiro, sempre uma vantagem em vez de recrutar bizantinos — que poderiam se rebelar por questões políticas ou sociais”, conta Langer.

Utilizada principalmente como defesa do palácio e do imperador, a guarda varangiana era a unidade mais bem paga de todas as tropas do Império. Focados no objetivo de enriquecer, os soldados nórdicos se entregavam à tarefa em troca de dinheiro, terras e cidadania.

Diante da lealdade e do terror provocado pelos varangianos, os sucessores de Basílio II continuaram a utilizá-los como guardas pessoais e tropa especial. Ao longo dos séculos que se seguiram, a guarda ganhou importância e se tornou uma das forças mais respeitadas do Império.


Ajuda decisiva 

Inicialmente, a guarda era composta de descendentes de escandinavos. À medida que crescia, passou a incluir diferentes homens, entre eles: anglo-saxões, irlandeses e escoceses. Na época, era uma honra servir aos imperadores bizantinos.

Assim, uma taxa de 7 a 16 libras (328 g, na libra romana) de ouro passou a ser cobrada para que os homens pudessem entrar na guarda. Muitas vezes o próprio imperador emprestava a quantia. Em troca, os soldados pagariam a dívida com o salário que recebiam por suas atuações. A confiança que os imperadores investiram nos guerreiros só foi possível devido aos esforços nos campos de batalha.

Guardas Varangianos escoltando o corpo do Imperador leão V, em 820, em uma iluminura bizantina

Durante a Batalha de Beroia, em 1122, no local que é hoje a Bulgária, a guarda varangiana demonstrou todo o seu poder. Inicialmente, o conflito foi travado entre o exército regular com pechenegues, um povo seminômade da Ásia Central que havia invadido o Império. Essas tropas bizantinas não foram capazes de conter a invasão.

A luz no fim do túnel veio com os varangianos. Com machados dinamarqueses que mediam em torno de 1 metro, e com uma enorme fúria, os vikings fizeram com que os pechenegues fugissem. Os que sobreviveram foram aprisionados e se juntaram às fileiras da guarda varangiana.


Soldado-celebridade

Um nome notório que atuou na guarda foi Harald Hadrada. O futuro rei da Noruega chegou a Constantinopla em 1034. Como membro da guarda, se diferiu dos vikings que protegiam os imperadores. Hadrada e os seus 500 homens participaram de batalhas nas fronteiras do Império.

Inicialmente, ele e os seus homens participaram de campanhas contra piratas árabes no Mediterrâneo. Depois foram para as cidades do interior da Ásia Menor. Por volta de 1035, Harald também prestou serviços no leste do Eufrates.

Harald Hadrada, rei da Noruega, atuou como membro da Guarda Varangiana.

De acordo com os relatos de Thiodholf Arnorsson, poeta da corte dos reis, ele participou da captura de 80 fortalezas árabes. O prestígio veio quando Harald, e os outros guerreiros varangianos, foram enviados para lutar na Bulgária, em 1041, ao lado do exército liderado por Miguel IV, contra a revolta búlgara.

Após o conflito, Harald recebeu o título de honra bizantino Spatharokandidatos (Espatarocandidato) e o apelido Bolgara brennir (Búlgaro incendiário), devido à sua participação intimidadora.

“No serviço da Guarda, Hardrada viu ação extensiva, tendo participado de campanhas na Itália, Sicília, Bulgária e no Oriente, tendo ainda viajado até Jerusalém, possivelmente em escolta de peregrinos de alta importância no Império Bizantino. Sua vida no leste lhe garantiu fama, reputação e uma boa fortuna, que usou para financiar sua reivindicação ao trono da Noruega”, diz Langer.

Harald teria sido preso após a realização de um saque indevido da fortuna do imperador Miguel V. Ele foi libertado quando o imperador perdeu o trono após um reinado curto de quatro meses. Só deixaria a guarda de fato em 1043, quando voltou para a sua terra e iniciou o processo para assumir o trono da Noruega.


Desastre 

O declínio dos vikings bizantinos se relaciona, em grande parte, à queda de Constantinopla, devido às consequências da Quarta Cruzada, de 1204. Foi feito um acordo com a República de Veneza para prover o transporte deles até o Egito, no caminho para a reconquista de Jerusalém. Mas, antes mesmo de saírem, receberam uma proposta do príncipe Alexios Angelos para realizarem um desvio para Constantinopla.

Angelos queria que eles o ajudassem a se instalar no trono de seu pai, Alexios III, deposto por uma revolta. Em troca, receberiam suprimentos e financiamento para o resto da missão. Com a ajuda dos cruzados e seus aliados venezianos, Alexios, o filho, seria feito imperador em 1203.

No ano seguinte, outra revolta o levou do trono para o precipício. Quando os cruzados souberam que Alexios havia sido executado, decidiram tomar Constantinopla — o notório saque seria a forma de receberem o pagamento prometido pelo imperador.

O cerco começou em 8 de abril de 1204, e no dia 12 os cruzados conseguiram atravessar os muros, iniciando um saque que iria até o dia seguinte. E foi nesse momento que os vikings bizantinos entraram em ação. A guarda travou uma sangrenta luta com os venezianos que escalaram as muralhas pelo mar. Mas foi em vão, diante dos números dos cruzados.

O cerco de Constantinopla em 1204
 
Com a capital do Império queimada, saqueada e vandalizada, a guarda varangiana perdera o seu impacto. Passou a desempenhar funções secundárias ou cerimoniais. Alguns dos guerreiros ainda serviram ao Império de Niceia ou ao Principado do Epiro, fragmentos do Império Romano do Oriente.

Outros varangianos lutaram contra os búlgaros em 1265. Em 1351, foram mencionados como guardas do imperador João V. “Diversos elementos da identidade dos vikings bizantinos eram providos pela cultura e religião nórdica pagã, que desapareceram aos poucos com a cristianização dos guerreiros”, afirma Langer.

Constantinopla voltaria às mãos dos bizantinos, pela Dinastia Paleóloga, em 1261 . A essa altura, os nórdicos já estavam totalmente integrados na vida cristã europeia. Não havia mais vikings. A guarda não foi reconstruída.

O novo Império Romano — eles continuaram a se chamar assim, nunca bizantinos ou gregos — não duraria dois séculos, caindo diante dos canhões de 5 metros do Império Otomano em 1453. Provavelmente, a essa altura, uma força viking não teria muito a fazer. Mas nunca vamos saber.

Fonte: Aventuras na História

quinta-feira, 7 de outubro de 2021

EDITOR DO BLOG MINISTRA AULA NA ACADEMIA DA FORÇA AÉREA DOS EUA

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Na condição de professor visitante, o editor do Blog Carlos Daróz-História Militar ministrou duas aulas para os cadetes da Academia da Força Aérea dos EUA (USAFA). O tema abordado foi a participação do Brasil na Primeira Guerra Mundial, assunto pouco conhecido até mesmo no Brasil. 

A USAFA fica em Colorado Springs, nas montanhas do Colorado, e forma anualmente cerca de 1.000 oficiais para a United States Air Force e para a United States Space Force.




Excelente oportunidade para divulgar a História Militar brasileira em tão importante instituição.