sábado, 20 de junho de 2020

PERSONAGENS DA HISTÓRIA MILITAR - CAPITÃO MARCOLINO JOSÉ DIAS

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Por Renato Coutinho

O Capitão Marcolino José Dias (também conhecido como Marcolino Dias dos Santos) trouxe da Bahia, sob seu comando, a 2ª Companhia de Zuavos baianos. Tinha sido nomeado Alferes em comissão, depois efetivado no posto e, no momento do embarque para o Rio de Janeiro, já havia sido promovido ao posto de Tenente em comissão. No dia 19 de maio de 1865, a Ordem do dia nº 447, da Repartição da Ajudância-Geral, publicou a nomeação para Capitão em comissão do Tenente da 2ª Companhia de Zuavos baianos Marcolino José Dias. O Corpo de Zuavos, mais conhecidos como "Zuavos Baianos" ou "Zuavos da Bahia", chegou a ter como comandante interino o Capitão Marcolino José Dias. 

Sabemos que, infelizmente, o Corpo de Zuavos foi dissolvido e seus membros foram transferidos para outras unidades. Muitos deles foram servir no Corpo de Saúde e, os demais, foram incorporados em diversos batalhões de infantaria brasileiros. O Capitão Marcolino Dias foi servir no 8º Corpo (Batalhão) de Voluntários da Pátria, batalhão este que foi organizado no Rio de Janeiro com grande contingente da Província do Rio de Janeiro e, também, com pequenos contingentes de Alagoas e Sergipe.

O 8º de Voluntários da Pátria participou com destaque do assalto contra Curuzu (3 de setembro de 1866). Conquistamos a posição defensiva paraguaia ao custo de 941 baixas (baixas computadas entre os dias 1º e 3, incluindo as baixas da Marinha). Sofremos mais de 830 baixas, do Exército Brasileiro, no assalto de infantaria do dia 3. Os paraguaios sofreram 2.132 baixas. Avançando debaixo de fogo inimigo, o 8º de Voluntários penetrou no entrincheiramento paraguaio, lutou corpo a corpo com os infantes paraguaios e conquistou a posição com muita determinação e coragem (claro que outros batalhões brasileiros também combateram e tiveram participação na captura da trincheira inimiga). O 8º de Voluntários capturou duas bandeiras paraguaias nesta ação, uma que tremulava no topo da posição paraguaia e, outra, que pertencia a um dos batalhões de infantaria paraguaios que defendia Curuzu. O batalhão sofreu 105 baixas na tomada de Curuzu (talvez 106 baixas).

A bandeira paraguaia que tremulava no topo do entrincheiramento de Curuzu, "desafiando nossos soldados", foi derrubada e capturada pelo bravo e destemido Capitão Marcolino José Dias. Ele foi ferido quando estava se aproximando da bandeira inimiga, mas conseguiu capturá-la e protegê-la. Ficou de posse daquele troféu de guerra até quase o fim do combate e ai de quem tentasse tomá-la de suas mãos. Ele só foi passar adiante o troféu no momento em que o comandante da 1ª Divisão de Infantaria brasileira, Brigadeiro (General de Brigada) Joaquim José Gonçalves Fontes, apareceu no interior da trincheira paraguaia, entregando o estandarte inimigo para o comandante de sua divisão (o 8º de Voluntários fazia parte da 2ª Brigada de infantaria brasileira, a qual, por sua vez, fazia parte da 1ª Divisão de Infantaria brasileira).

O Capitão Marcolino José Dias foi muito elogiado na parte (relatório) de combate do comandante do 8º de Voluntários da Pátria, Major Rufino Voltaire Carapeba (descrevendo o feito de armas do mencionado Capitão). O comandante da 2ª Brigada de infantaria brasileira, Tenente-Coronel Augusto de Barros e Vasconcelos, também elogiou o comportamento e o feito de armas realizado pelo nosso ilustre capitão baiano.

Em 1867, por Decreto de 15 de junho, foram concedidas honras do posto de Capitão do Exército ao Capitão em comissão Marcolino José Dias. Ainda em 1867, Marcolino recebeu baixa por motivo de incapacidade física não especificada (talvez em decorrência do ferimento recebido em Curuzu). 

Fonte: História Militar e Militaria brasileira

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