sexta-feira, 11 de maio de 2018

PERSONAGENS DA HISTÓRIA MILITAR - ALBRECHT VON WALLENSTEIN

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Albrecht von Wallenstein ou von Waldstein (Albrecht Wenzel Eusebius von Waldstein)  foi um general imperial do tempo da Guerra dos Trinta Anos e duque da Friedland e Mecklemburgo, príncipe de Sagan. Lutou ao lado do imperador Fernando II e da Liga Católica contra a União Protestante.



* 24/9/1583 - Hermanitz an der Elbe, Boêmia

+ 25/2/1634 - Eger


Wallenstein destacou-se pela sua capacidade de financiar, levantar e suprir forças cada vez mais numerosas, alcançando a cifra de 100 mil homens. Derrotou a Dinamarca, na segunda fase do conflito e enfrentou, com algum sucesso, o rei da Suécia, Gustavo Adolfo. Entretanto, acabou se tornando credor do imperador e começou a agir com um grau de independência que gerou insegurança entre as forças católicas. Acabou por cair em desgraça, sendo destituído e assassinado por oficiais da confiança do imperador.


Participação na Guerra dos Trinta Anos

Quando a Morávia aderiu à rebelião protestante de Frederico V contra Fernando II, em 1619, era comandante da infantaria deste território, ocasião em que fugiu para Viena com as receitas do tesouro moraviano. Isso ocorreu em um momento importante para o imperador, porque as forças rebeldes, sob o comando de Matias Thurn, haviam marchado através da baixa Áustria e começado um cerco desorganizado e rapidamente fracassado a Viena.

Em setembro de 1625, quando da intervenção dinamarquesa, deslocou seu exército de 20.000 homens no norte da Boêmia e marchou para o oeste da Alemanha, adotando como quartéis de inverno os ricos bispados protestantes de Halberstadt e Magdeburgo.

Em 25 de abril de 1626, comandou o cerco a uma posição fortificada que estava sob o comando do tenente Aldringen. Em seguida, empurrou as tropas do comandante protestante Von Mansfeld através da ponte de Dessau, no rio Elba. Nesta ocasião, Wallenstein contava com pelo menos o dobro de homens dos quase 7.000 de seu adversário. Como resultado da derrota, Von Mansfeld teve perto de 3.000 soldados capturados, a maioria de infantaria, indo aquartelar-se em Brandenburgo. Na sequência, no mês de junho, Von Mansfeld seguiu em direção à Silésia com reforços, sendo firmada uma trégua entre os dois comandantes em outubro. Com isso, Wallenstein ocupou a linha do Elba e, aquando da campanha seguinte, em 1627, rapidamente destruiu o exército protestante.

Também neste período mandou alguns soldados como reforços ao conde Von Tilly, as quais atuaram na vitória da Liga Católica e Imperial contra as forças de Cristiano IV na Batalha de Lutter-am-Bamberg, ocorrida em 27 de agosto de 1626.

Albrecht von Wallenstein no comando de suas tropas durante a Guerra dos Trinta Anos


Tendo completado duas operações no leste, em maio de 1627 juntou suas forças as de Von Tilly na invasão dos ducados de Macklemburg e, em 14 de setembro, tendo as tropas imperiais invadido o Holstein dinamarquês, o último exército deste país foi esmagado na Batalha de Grossembrode.

Por causa dessas derrotas, Cristiano IV foi obrigado a se refugiar na ilhas do mar Báltico. Para destruir esta resistência, o imperador nomeou Wallenstein almirante do mar Báltico em janeiro de 1628, recebendo em março os ducados de Macklemburg, com os portos de Wilmar e Rostock, na tentativa de acabar com o apoio protestante a Cristiano IV nas ilhas do norte da Alemanha durante a primavera seguinte. Todavia, esta tarefa seria prejudicada pela falta de uma armada adequada.

Em 13 de maio, seu subordinado Von Arnim começa o cerco a Stalsund, na Pomerânia, com Wallenstein chegando em 6 de julho para comandar pessoalmente as operações. Entrementes, em 23 de junho, Stralsund firmou uma aliança de 30 anos com o rei Gustavo Adolfo da Suécia. A cooperação entre suecos e dinamarqueses forçou Wallenstein a levantar o cerco em 24 de julho, permitindo assim que a Suécia tivesse seu primeiro ponto de apoio na Alemanha.

Porém, em 2 de setembro, Wallenstein derrotou completamente Cristiano IV na Batalha de Wolgast, forçando o soberano dinamarquês a fugir de barco de volta para a Dinamarca. Esse conjunto de operações realmente destruiu as possibilidade dinamarquesas na guerra, embora a Paz de Lubeck tenha sido adiada até 1629.

Após o Édito de Restituição, na reunião eleitoral de Regensburg, os eleitores católicos forçaram sua demissão pelo imperador e também a cassação de seu título de generalíssimo, além de se recusarem a elegerem o filho do imperador como rei dos romanos, reduziram o tamanho do exército imperial de 150.000 homens no papel para 39.000, sendo o exército da Liga Católica reduzido para 20.000, além de alterarem sua estrutura de comando e os métodos de financiamento. Ademais, o conde de Tilly foi nomeado comandante dos exércitos Imperial e da Liga Católica.

Pouco antes da demissão de Wallenstein, porém, começava a intervenção sueca, em 1630. Na sequência desta, o conde de Tilly foi derrotado na Primeira Batalha de Breitenfeld. Graças a vitória, os suecos invadiram a Francônia, a Turíngia, os vales do Main e do Reno. Em novembro de 1631, os suecos tomaram Frankfurt e, em dezembro, invadiram o Baixo palatinado e cruzaram o Reno e armaram seu acampamento de inverno no Eleitorado da Mogúncia. Em 1632, os suecos tomaram Donauwörth, atravessaram o rio Lech sob fogo das tropas do conde von Tilly, que foi morto nesta ocasião e, finalmente, capturaram Munique, forçando a fuga do eleitor Maximiliano I.

Frente a todos esses desastres, o imperador chamou novamente Wallenstein e, em 13 de abril de 1632, o nomeou mais uma vez generalíssimo. Em meados de maio, ele recapturou Praga e, no fim deste mesmo mês, o exército da Saxônia foi expulso da Boêmia. Em 9 de junho, os suecos comandados pelo rei Gustavo Adolfo chegaram a Nuremberg e começaram a construir uma rede de baluartes e redutos em torno da cidade. Em julho, o exército de Wallenstein começou o cerco das fortificações sucas, tentando submeter os inimigos pela fome. Nos dois meses seguintes, a capacidade da região de prover as tropas esgotou-se, enquanto Wallenstein conseguia cortar as rotas de abastecimento dos acampamentos suecos e chegavam reforços católicos.


Batalha de Lützen

Tentando escapar da armadilha, o exército sueco buscou conquistar a posição fortificada de Alte Veste, mas fracassou. Neste ínterim, as epidemias haviam começado no acampamento sueco. Porém, como a falta de abastecimento também atingia as forças católicas, von Waldstein tentou dispersar suas forças, capturando Leipzig em 1 de novembro e observando ao comandante de cavalaria Pappenheim que: "Se o eleitor [da Saxônia] está perdido, o rei [da Suécia] também estará perdido", considerando o exército do rei Gustavo Adolfo como "Totalmente arruinado." 

Estátua de Wallenstein em Praga

De uma maneira incompreensível, porém, entendeu que a época em que se faziam campanhas militares havia acabado e, em 14 de novembro, começou a dissolver as tropas católicas.

O rei Gustavo Adolfo, todavia, atacou von Wallestein, dando vez à Batalha de Lützen. Neste confronto, o exército Imperial e da Liga Católica abandonou o campo de batalha, após a morte tanto de seu comandante Pappenheim quanto do próprio rei sueco. A decisão de von Wallenstein em abandonar o campo de batalha, contra conselhos dos subalternos e após ter pedido toda a sua artilharia, fez com que na época ela fosse considerada uma vitória protestante. Mas, recentemente, historiadores tem considerado a batalha como inconclusiva, sobretudo porque após ela o exército Imperial e da Liga Católica permanecia maior.


Queda em desgraça, demissão e assassinato

Em outubro de 1633, Wallenstein atacou o quartel general do conde Matias Thurn, chefe militar da recém criada Liga Heilbronn, em Steinau, conseguindo uma importante vitória e capturando o comandante adversário, que entregou todas as cidades do norte da Silésia em troca de ser libertado. Após, avançou em direção a Lusácia, pela linha do rio Oder, atacando Brandenburgo e a Saxônia. Começaram, então, dissenções entre Brandenburgo e a Suécia, em torno da posse da Pomerânia.

Porém, apesar de suas vitória, no final de 1633 todos desconfiavam de Wallenstein, principalmente o imperador. Em 12 de janeiro de 1634 fez chegar emissários ao acampamento do generalíssimo, em Pilsen, ordenando que deslocasse as tropas católicas para a Baviera. A reação de Wallenstein foi ordenar que todos os seus comandantes lhe jurassem fidelidade. Dois deles, Picolomini e Gallas, fugiram e emitiram um comunicado dizendo que o comando de Wallenstein estava terminando, o que o imperador confirmou em 18 de fevereiro, começando então as deserções em grande escala no exército.

Em 25 de fevereiro, afinal, Wallenstein e seus colaboradores mais fiéis foram todos assassinados por um grupo comandado pelos mercenários estrangeiros Butler, Gordon e Lesley, na localidade de Eger.

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