terça-feira, 19 de dezembro de 2017

PERSONAGENS DA HISTÓRIA MILITAR – GENERAL IWANE MATSUI

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* 27/7/1878 - Nagoya, Japão

+ 23/12/1948 - Tóquio, Japão


O General Iwane Matsui comandou as forças expedicionárias enviadas para a China durante a Guerra Sino-Japonesa. Foi executado por sentença do Tribunal Militar Internacional para o Extremo Oriente no pós-guerra por seu papel no Massacre de Nanquim.


Iwane Matsui nasceu na província de Aichi. Participou na Guerra Russo-Japonesa e se formou na Academia Militar em 1906. Foi comandante do 29º Regimento de 1919 a 1921. Em seguida foi designado para a Força Expedicionária de Vladivostok, onde permaneceu até 1922. Entre 1922 e 1924 foi chefe da Agência de Serviços Especiais de Harbin, na Manchúria e, posteriormente, assumiu o comando do 35º Regimento, posto que ocupou até 1925.

Apís uma breve passagem pelo Departamento de Pessoal do exército, em 1929 recebeu o comando da 11ª Divisão, na qual permaneceu até 1931. Após isso foi incluído na delegação japonesa, em Genebra, na Conferência Mundial do Desarmamento, um esforço por parte da Liga das Nações para promover o desarmamento mundial.

Em 1933, Matsui ascendeu ao generalato e foi membro do Conselho Supremo de Guerra até 1935, quando foi nomeado Comandante-em-chefe do Exército do Distrito de Formosa.

Matsui reformou-se em 1935, mas, em 1937, retornou de sua aposentadoria para comandar a Força Expedicionária de Xangai, que seguiu para tomar a cidade durante a Segunda Guerra Sino-Japonesa. Este comando foi indicado pessoalmente pelo imperador japonês Hirohito. Ao assumur o comando, de acordo com Fumimaro Konoe, Matsui disse que a única forma de subjugar Chiang Kai-shek era conquistar Nanquim.

Em 23 de agosto, o general Matsui e sua força chegaram ao campo de batalha de Xangai, onde ele recebeu o 10º Exército para o reforço. Em 7 de novembro, Matsui assumiu o comando de todas as forças japonesas na área de Xangai, que foi chamado Exército Expedicionário da China Central. Depois de vencer a batalha de Xangai, Matsui pediu permissão para avançar contra Nanking. Em 1° de dezembro recebeu uma resposta positiva e, embora o comando da Força Expedicionária fosse passado para o príncipe Asaka Yasuhiko, Matsui continuou a ser o comandante-em-chefe na China Central. Ao compartilhar o comando da Força Expedicionária com um parente do Imperador, surgiriam dúvidas sobre Matsui ter a total responsabilidade pelo Massacre de Nanquim que se produziu quando da tomada da cidade.

O General Iwane Matsui comando um desfile em Nanquim. Sua omissão perante o massacre ocorrido na cidade resultaria em sua condenação e execução


No dia 10 de dezembro começou a batalha de Nanquim, que terminou três dias depois. O assassinato e estupro de civis chineses começou imediatamente, mas foi temporariamente interrompido no dia 17, quando o general e príncipe Asaka Yasuhiko marchou para Nanking.

Matsui não estava presente durante o massacre em Nanquim, visto que adoecera, e anotou em seu diário que o estupro e a pilhagem prejudicacam a reputação do Exército Imperial japonês, o que revelou o seu conhecimento do massacre em desenvolvimento. Além disso, em um discurso durante o funeral de um número de policiais mortos em ação, em 7 de fevereiro de 1938, mencionou que "alguns atos abomináveis que ocorreram nos últimos cinquenta dias não serão repetidos".

Tanto o General Matsui como o Príncipe Asaka Yasuhiko foram chamados de volta, em 1938.  Matsui reformou-se definitivamente e fixou-se em Atami, na província de Shizuoka, onde, junto com vários membros de sua comunidade, ajudou a construir uma estátua de Kannon, a deusa da Ásia representa a misericórdia. Em 29 de abril de 1940 foi condecorado por sua participação na guerra.


Julgamento 

Após a Rendição do Japão na 2ª Guerra Mundial, Matsui foi julgado pelo Tribunal Militar Internacional para o Extremo Oriente, pela sua omissão durante o massacre de Nanquim. Matsui expressou sua vergonha perante o massacre, mas indiretamente culpou o príncipe Asaka Yasuhiko e Tenente-General Yanagawa Heisuke, comandante do 10º Exército, pelos assassinatos, por não coibirem os homens sob seu comando direto. Matsui afirmou que alguns oficiais riram quando manifestou indignação pelo ocorrido, e que, por encontrar-se enfermo, não poderia intervir.

Em 1948, o Tribunal considerou que Matsui não estava o enfermo suficientemente para não ter tentado impedir a matança, e que ele tinha ciência do que aconteceu em Nanquim. O Tribunal considerou-o culpado de crimes de guerra e ele foi enforcado em dezembro, na Prisão de Sugamo, na mesma cerimônia em que foi enforcado o ex-primeiro-ministro Hideki Tojo.

Seu nome foi incluído no Livro das Almas do Santuário Yasukuni, que é tão venerado indiretamente, o que provocou protestos em todo o mundo, especialmente na China.

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