sábado, 16 de setembro de 2017

A PERIGOSA ARTILHARIA MEDIEVAL

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No contexto da “revolução militar”, processada na transição da Idade Média para a Modernidade, a artilharia experimentou grande desenvolvimento, passando de uma situação de quase descrédito para constituir uma das armas essenciais no campo de batalha. Depois do assombro que os canhões causaram na Europa desde sua introdução na Batalha de Crécy, na primeira metade do século XV as bocas de fogo geralmente não metiam medo nos soldados inimigos, pois as bombardas eram extremamente imprecisas e costumavam explodir, tirando a vida dos serventes que as guarneciam. Como testemunho das limitações da artilharia, um tratado medieval manuscrito, de autor desconhecido, orientava os artilheiros sobre os perigos do manuseio das novas armas:

"[...] Primeiro – Deve honrar, temer e amar a Deus, e ter sempre defronte aos olhos o receio de o ofender, muito mais do que a qualquer outro soldado, porque todas as vezes que uma bombarda faz fogo, ou quando trabalha com a pólvora, a sua grande força e virtude faz algumas vezes rebentar o canhão de que se serve, e, quando mesmo não rebente, já é um grande perigo o poder ser queimado pela pólvora, cujos vapores são só por si uns verdadeiros venenos contra o homem."

Artilharia medieval francesa, c.1410

Como se pode observar, durante a batalha, estar ao lado do canhão era, muitas vezes, mais perigoso do que estar nas linhas inimigas, e seu efeito costumava ser mais moral do que prático.

Canhões medievais preservados eu museu europeu


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