quinta-feira, 27 de outubro de 2016

EDITOR DO BLOG PARTICIPARÁ DE PAINEL SOBRE O CENTENÁRIO DA AVIAÇÃO NAVAL

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(Autor: Danilo Zasimowicz / Acervo: MUSAL)

Para comemorar o centenário de criação da Aviação Naval, o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e a Diretoria do Patrimônio Histórico e Documentação da Marinha organizaram um seminário comemorativo.

Na oportunidade, o editor do Blog Carlos Daroz-História Militar da atuação da Aviação Naval durante a Revolução Constitucionalista de 1932.

A programação do seminário:

"As Aeronaves AF-1 e a retomada da aviação de asa fixa pela Marinha"
Almirante de Esquadra Mauro César Rodrigues Pereira

"O início"
Vice-Almirante  Armando de Senna Bittencourt (IHGB - IGHMB)

"A Aviação Naval durante a Revolução de 1932"
  Prof. Carlos Daroz (IGHMB - PPGHB/Universo)

Savoia-Marchetti S.55 utilizado pela Aviação Naval em 1932


O seminário será realizado na sede do IHGB no dia 17 de novembro, a partir das 14:00 horas.






Compareça, você é nosso convidado.


quarta-feira, 26 de outubro de 2016

FORÇA AÉREA BRASILEIRA SELECIONA OFICIAIS PARA O MAGISTÉRIO DE HISTÓRIA

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Olha aí a oportunidade para a galera de História.  A Força Aérea Brasileira abriu processo seletivo para convocação de oficiais temporários, inclusive para a área de História-Magistério, para trabalhar na Academia da Força Aérea, em Pirassununga-SP, o "Ninho das Águias".  

Maiores informações, no site da FAB (www.fab.mil.br)



A PAZ DE PRAGA NA GUERRA DOS TRINTA ANOS (1635)

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No dia 30 de maio de 1635 foi assinado o Acordo de Paz de Praga, que deveria encerrar a terceira fase da Guerra dos Trinta Anos. O acordo, entretanto, não vingou.


Por Catrin Möderler


Por volta de 1630, circulou em Nuremberg um panfleto em forma de cantiga medieval que dizia mais ou menos o seguinte: 

"Assustou-nos que chegue a guerra em nossa cama. Façam com que, de imediato, nos acorde o galo e não o trompete assassino. Em vez de batalhas, queremos a dança da alegria; em vez de louros, uma coroa de folhas de oliveira. E que todos possam dormir seguros".


Início: conflito religioso na Boêmia

A Europa Central já não suportava mais sua primeira grande guerra. Os confrontos acirravam-se havia 12 anos, com períodos de lutas ferozes, seguidos por fases de relativo apaziguamento.

A chamada Guerra dos Trinta Anos começara em 1618 como conflito religioso entre católicos e protestantes na Boêmia, e adquirira caráter político em torno das contradições entre Estados territoriais e principados. Envolveu a Alemanha, Áustria, Hungria, Espanha, Holanda, Dinamarca, França e Suécia.

O conflito eclodiu quando grupos protestantes boêmios rebelaram-se contra o imperador e, de modo ostensivo, construíram uma igreja evangélica num reduto católico. Eles invadiram a fortaleza Hradschin, em Praga, e assassinaram dois altos funcionários da corte que os haviam preterido.  Na época, Fernando II, Imperador do Sacro Império Romano de Nação Germânica, era também rei da Boêmia. Os rebeldes negaram-lhe esse título e entronizaram o príncipe eleitor calvinista Frederico do Palatinado.

Recém-coroado, Fernando II – monarca católico da casa dos Habsburgo, que permaneceu no poder de 1619 a 1637 – reagiu energicamente. Mandou à Boêmia as tropas de seu aliado, o duque Maximiliano da Baviera. Na primeira batalha da Guerra dos Trinta Anos, Maximiliano conseguiu controlar rapidamente os revoltosos boêmios. Ferdinando do Palatinado teve de fugir depois de uma breve regência que lhe rendeu o apelido de "Rei do Inverno".

Em Praga, o imperador vingou-se dos revoltosos com a execução pública de 27 nobres, líderes do levante. Para reprimir a insatisfação popular, enviou para a Boêmia tropas comandadas por Albrecht von Wallenstein, um comandante sedento de guerra.


Outros países entram no conflito

Na década de 1620, Wallenstein parecia estar a caminho de impor a paz na Boêmia. Foi aí que outros países europeus entraram no conflito. Os holandeses invadiram a Renânia para enfrentar os exércitos da Espanha e dos Habsburgo, comandados pelo poderoso general Spinosa. Em 1626, uma força dinamarquesa comandada pelo monarca Cristiano IV invadiu a Alemanha pelo norte, para apoiar os protestantes germânicos.

Albrecht von Wallenstein


Albrecht von Wallenstein ofereceu-se a Fernando II para expulsar os dinamarqueses com um exército organizado por conta própria – e teve sucesso. Como compensação, tornou-se príncipe imperial. Durante um breve período, Wallenstein foi o homem mais poderoso da Alemanha.

Mas essa rápida acumulação de poder em suas mãos apenas provocou os muitos inimigos da casa de Habsburgo, levando-os a lutar com mais empenho. Os príncipes germânicos logo depuseram Wallenstein do trono.


Assassinato de Wallenstein

Em 1630, o exército do influente rei sueco Gustavo Adolfo II (1611–1632), protestante, invadiu o norte da Alemanha e avançou para a Renânia e a Baviera no ano seguinte. Wallenstein foi novamente chamado para defender o território alemão, mas não conseguiu vencer as tropas de Gustavo Adolfo.

Ele acabou fechando um acordo de paz duvidoso, o que lhe rendeu a suspeita de alta traição à pátria. Por ordem do imperador Fernando II, Wallenstein foi assassinado por oficiais que ele próprio comandava.

Tropas suecas sitiam Colônia, na Alemanha, em 1632


Com a morte de Wallenstein, Fernando II reconquistou o controle sobre o Exército e conseguiu expulsar os suecos da Alemanha. Em consequência, os protestantes alemães passaram a procurar soluções pacíficas para o conflito, o que culminou no chamado Acordo de Paz de Praga, de 30 de maio de 1635.

Esse acordo, porém, foi de pouca duração. A França e a Espanha intervieram no conflito, desencadeando mais uma série de lutas, que só terminou em 1648, com a Paz de Vestfália, na qual foi reconhecida a liberdade religiosa dos calvinistas e dos demais protestantes.

A Guerra dos Trinta Anos reforçou o processo de fracionamento do território alemão. Em 1648, a Alemanha compunha-se de 300 principados soberanos, sem qualquer sentimento nacional comum. A Paz de Vestfália finalmente trouxe tranquilidade para a Alemanha.


Segundo Paul Kennedy, autor de Ascensão e Queda das Grandes Potências, a essência da solução de Vestfália foi o reconhecimento do equilíbrio religioso e político dentro do Sacro Império Romano de Nação Germânica, confirmando dessa forma as limitações da autoridade imperial.

Fonte: DW


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sábado, 22 de outubro de 2016

EDITOR DO BLOG LANÇA NOVO LIVRO: O BRASIL NA PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL - A LONGA TRAVESSIA

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Por Carlos Daróz

Em maior ou menor grau, praticamente todos os brasileiros sabem que o país enviou a Força Expedicionária Brasileira para combater o nazismo durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Mas pouca gente conhece a participação dos brasileiros na Primeira Guerra Mundial (1914-1918), o primeiro grande conflito ocorrido no século XX.

Mas, afinal, o Brasil enviou forças militares para combaterem na Europa na Primeira Guerra?
Quem transita pela Rua Tenente Possolo, no centro do Rio de Janeiro, dificilmente saberá quem foi o oficial da Marinha que deu nome à via, nem as circunstâncias em que perdeu a vida o jovem brasileiro, enquanto realizava treinamento de vôo na Inglaterra, em 1918, por ocasião da Primeira Guerra Mundial.


A Primeira Guerra Mundial, ou Grande Guerra, como foi chamada pela imprensa da época, irrompeu em 1914 e se estendeu por quatro anos. O conflito global teve consequências tão profundas que, vinte anos mais tarde, conduziriam o mundo a um novo e mais devastador confronto: a Segunda Guerra Mundial. Depois de 1918 as fronteiras da Europa foram redesenhadas, impérios faliram pelos custos do conflito, ao mesmo tempo em que novas potências mundiais se ergueram: os Estados Unidos da América se consolidaram e a União Soviética, herdeira da Rússia czarista, apresentou-se ao mundo. Com a economia mundial em ruínas, a sociedade também se modificou em decorrência da guerra, e as relações de poder, trabalho e, até mesmo, de gênero, ganharam novos moldes. As mulheres conquistaram o mercado de trabalho e os operários das fábricas foram às ruas em busca de uma legislação que contemplasse suas necessidades. No plano internacional, novos parceiros comerciais se associaram, na mesma medida em que tradicionais linhas de negócio foram irremediavelmente rompidas.

A guerra chegou ao Brasil pelo mar, quando navios mercantes brasileiros começaram a ser afundados por submarinos alemães, que desenvolviam uma campanha de bloqueio naval contra a navegação Aliada. Diante dos ataques, em 1917 o Brasil reconheceu estar em estado de guerra contra a aliança liderada pela Alemanha, e uniu-se, ainda que de forma modesta, ao esforço internacional contra os germânicos. No último ano do conflito, 1918, o Governo brasileiro deu sua contribuição, enviando uma Divisão Naval para patrulhar a costa ocidental da África; uma missão médica militar e um grupo de oficiais do Exército para a França; e um grupo de aviadores navais para treinamento e posterior atuação em combate na Grã-Bretanha, Itália e EUA. Diante da participação das forças armadas brasileiras no conflito, surgem algumas indagações: o Brasil estava preparado para enfrentar uma “guerra total”? Qual foi a nossa contribuição para os Aliados no conflito? A atuação dos brasileiros na Grande Guerra trouxe consequências positivas para o país? As forças armadas nacionais se modernizaram? O propósito da obra O Brasil na Primeira Guerra Mundial – a longa travessia é justamente procurar responder a esses questionamentos e lançar uma luz sobre esse desconhecido episódio da história militar brasileira.

Oficiais do Exército Brasileiro na França em 1918
 
Em razão de ter sido travada, em sua maior parte, no solo europeu e devido ao elevado número de combatentes dos países do continente – calcula-se em 60 milhões a quantidade de mobilizados –, a memória histórica da Grande Guerra é bastante viva na Europa, porém vista com olhares diferenciados de um país para o outro. No ano do centenário do início da guerra, 2014, a imprensa internacional deu amplo destaque para a cobertura das solenidades e eventos realizados na Europa. Alunos britânicos visitaram os campos de batalha em Flandres e o Dia do Armistício (11 de novembro) foi comemorado como feriado na França. Na Alemanha, contudo, a Grande Guerra permaneceu esquecida durante anos, até a chegada do centenário, quando filhos e netos buscaram saber o grau de envolvimento de seus pais e avós, demonstrando o profundo enraizamento nas memórias familiares.



Pelas mesmas razões, mas em sentido oposto, no Brasil pouco se fala ou se estuda sobre o conflito de 1914-1918. Nossa participação foi modesta e envolveu, de forma direta, uma reduzida parcela da população – menos de 2.000 pessoas –, o que leva a Grande Guerra a ser uma desconhecida do público brasileiro, seja na memória coletiva ou nos livros escolares. Comparativamente, observa-se que a participação brasileira na Segunda Guerra Mundial, que envolveu o envio de uma força expedicionária e de um grupo de aviação para a Itália, bem como o patrulhamento antissubmarino do Atlântico Sul, é hoje bem mais familiar aos brasileiros.

Este silenciamento da memória é potencializado pela carência historiográfica sobre o tema, havendo muito poucas obras com uma abordagem direta sobre a participação brasileira na Grande Guerra. Nesse sentido, na oportunidade em que se rememora o centenário do conflito, outra intenção deste trabalho é revisitar a história da participação das forças armadas do Brasil no conflito.

Ao todo, quase duzentos brasileiros perderam a vida nos navios e nos campos de batalha da Europa, a maioria vitimada pela pandemia de gripe espanhola e outros em decorrência de acidentes durante as operações.

Ficha Técnica 
Editora Contexto
Gênero: História Militar
Ano: 2016
ISBN 978-85-7244-952-6
Formato 16 x 23
Peso 0.351 kg
Acabamento Brochura
Páginas 208

Acesse a página da Editora Contexto clicando aqui, e conheça o nosso trabalho:



Fonte: Blog da Editora Contexto

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quarta-feira, 19 de outubro de 2016

OS CAMPOS DE BATALHA DA 1ª GUERRA MUNDIAL CEM ANOS DEPOIS

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Decorridos cem anos da 1ª Guerra Mundial, o Blog Carlos Daróz-História Militar publica, a seguir, algumas imagens de como estão os campos de batalha hoje, verdadeiros lugares de memória do grande conflito.


Somme

Parte do campo de batalha de Somme, na França, é hoje o Parque Newfoundland Memorial. A batalha ali começou em 1º de julho de 1916 e terminou em novembro, com os aliados tendo avançado apenas 8 km. Composto por quase 800 homens, o Regimento Newfoundland foi praticamente exterminado no primeiro dia.




Chateau Thiaumont

Acima, posto de observação destruído no reduto Thiaumont, na França, é uma prova de fúria da artilharia alemã – a cúpula tinha 25 centímetros de espessura e pesava sete toneladas antes de ir pelos ares.




Belleau Wood

A batalha de Belleau Wood ocorreu em julho de 1918, quando o Exército alemão iniciou uma ofensiva contra tropas americanas. Os Estados Unidos venceram, mas não sem antes sofrer as piores perdas registradas na guerra até então.




Lagos Masurianos

Os Lagos Masurianos onde, sob o comando de Hindenburg, o 8º Exército Alemão lutou contra o 1º Exército russo.




Messines

Em 7 de junho de 1917, na Bélgica, o 2º Exército britânico, sob o comando de Herbert Plumer, deu início à Batalha de Messines. Planejada com meses de antecedência, foi uma das mais sangrentas de toda a guerra.




Passchendaele

Uma bomba não-detonada na Batalha de Passchendaele, na Bélgica, está até hoje em meio a lama.




Mons

O cemitério militar de St. Symphorien em Mons, na Bélgica, abriga o corpo do primeiro soldado britânico morto no conflito, assim como de outros soldados britânicos e alemães que morreram nos últimos dias da guerra. Este local foi criado depois que o Exército alemão exumou os corpos de soldados que tinham sido mortos em Mons e enterrados no cemitério local.



Fonte: BBC