* 13/09/1861 – Uruguiana-RS
+ 24/05/1947 — Rio de Janeiro-RJ
Fernando
Setembrino de Carvalho nasceu em Uruguaiana–RS, no dia 13 de setembro de 1861.
Aos dezesseis anos assentou praça no 12º Batalhão de Infantaria, em Porto
Alegre, e, logo após, requereu sua matrícula na Escola Militar do Rio Grande do
Sul, onde concluiu o curso de Artilharia no mês de janeiro de 1882. Mandado apresentar-se à Escola Militar da
Corte em março do mesmo ano, em 5 de setembro foi declarado 2º Tenente e
classificado no 2º Batalhão de Artilharia a Pé.
Em 1884 concluiu o curso de Estado-Maior de 1ª Classe e o de Engenharia
Militar, recebendo o grau de bacharel em Matemática e Ciências Físicas. Em
seguida, foi classificado no 1º Regimento de Artilharia a Cavalo, em São
Gabriel–RS, herdeiro do velho "Boi de Botas" de Mallet da Guerra da
Tríplice Aliança.
Revolução Federalista e atuação
como engenheiro militar
Setembrino
de Carvalho atuou como engenheiro na construção de quartéis e fortificações no
Rio Grande do Sul. Transferido para Uruguaiana, lá servia quando ocorreu a
proclamação da República. Desde 1885 aderira à causa republicana sem alterar, contudo,
sua conduta fiel de militar. Com a eclosão da Revolução Federalista, comandou o
Batalhão de Infantaria "Defensores da República", integrante da Divisão
Oeste, organizado para defender Uruguaiana das tropas federalistas. terminada a
revolução, foi transferido para o 2º Batalhão de Engenharia, onde provocou a
iniciativa de construir a estrada de ferro estratégica Porto Alegre –
Uruguaiana, de alta expressão para a economia gaúcha. Foi promovido a
tenente-coronel em abril de 1906, e assumiu o comando do batalhão, passando, em
julho de 1907 à construção do ramal ferroviário Cruz Alta – Ijuí. Já em 1908
assumiu a construção da linha telegráfica São Vicente - Santiago do Boqueirão.
Novas missões
Em
1910 foi convidado pelo Marechal Hermes da Fonseca, então candidato à
Presidência da República, para exercer a chefia do Gabinete do Ministro da
Guerra. Promovido a coronel no mesmo mês, foi mantido no cargo pelo novo
Ministro, General Vespasiano Gonçalves de Albuquerque, em 30 de março de 1912.
Nomeado comandante da então 4ª Região Militar em Fortaleza, foi, logo a seguir,
designado interventor no Ceará em meio a grave crise. Em março de 1914 conseguiu
apaziguar a revolta promovida pelo padre Cícero Romão Batista e fazer com que
ele e seus seguidores voltassem para Juazeiro. Logo a seguir, em abril, foi
promovido a general-de-brigada.
Campanha do Contestado
De
volta ao Rio, foi incumbido pelo Ministro da Guerra de tratar da pacificação da
luta em Palmas (Campanha do Contestado, 1914-1915) que se estendia desde 1840,
liderada por José Maria de Agostinho, o "Monge". Entre 1912 e 1914
haviam sido enviadas seis expedições com tropas do Exército. Todas fracassaram.
Para cumprir essa missão, no período de 12 de setembro de 1914 a 9 de março de
1915, comandou a 11ª Região Militar, em Curitiba-PR. Em seguida, assumiu o comando da 2ª
Circunscrição Militar, criada pelo Aviso do Ministro da Guerra nº 652, de 28 de
abril de 1915, para pacificar os estados do Paraná e Santa Catarina. Graças à
sua habilidade e atuação, os rebeldes foram completamente derrotados até
dezembro de 1915, quando regressou ao Rio.
Atuação nos Movimentos Tenentistas
Promovido
a general-de-divisão em janeiro de 1918, foi nomeado comandante da 2ª Divisão
de Exército, sediada em Niterói. Em 1º de julho de 1922, foi nomeado Chefe do
Estado-Maior do Exército pelo Presidente Epitácio Pessoa. No levante dos Fortes
de Copacabana e do Vigia, Escola Militar e alguns efetivos da Vila Militar, foi
chamado a intervir. Dirigiu-se então ao Realengo, encontrando a Escola Militar
já sob controle. Instalou um quartel-general de operações em Deodoro, de onde
comandou a repressão. O movimento terminou com o episódio na Avenida Atlântica,
envolvendo os 18 do Forte.
Em
novembro de 1922, Arthur Bernardes, empossado na Presidência da República,
designou-o Ministro da Guerra. Em 1923, surgia no Rio Grande do Sul novo conflito
armado. Fracassada a tentativa de armistício e agravando-se o conflito em todo
Estado, decidiu Bernardes encarregar da missão o General Setembrino. Chegando a
Porto Alegre, Setembrino promoveu o entendimento entre as partes em conflito,
obtendo o armistício com o "Pacto das Pedras Altas", na estância de
Assis Brasil, no dia 14 de dezembro.
Promovido
a Marechal em abril de 1924, viu-se diante de novo movimento, iniciado no dia 5
de julho, com focos em São Paulo, Amazonas e Sergipe. Fez face aos revoltosos,
comandados pelo General lsidoro Dias Lopes, conclamando-os por meio de dois
manifestos à rendição e isentando-os de culpa.
O
Marechal Setembrino afastou-se da vida pública em 1926. Continuou morando no
Rio de Janeiro, então capital do Brasil, vindo a falecer no dia 24 de maio de
1947, aos 85 anos de idade.
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José Maria de Agostinho seria o mesmo "Monge" de Agostini (na história de Santa Maria-RS) aparece como fundador da Capela de Santo Antão na localidade de mesmo nome, no subir da Serra para São Martinho da Serra-RS, localidade onde fez parada Leite de Castro quando se dirigia em Missão à São Borja logo após o término da Guerra do Paraguai para conferência de armamento das tropas desmobilizadas naquela cidade.
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