domingo, 4 de julho de 2010

AÇÕES DA RESISTÊNCIA FRANCESA

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Durante a 2ª Guerra Mundial as ações da Resistência Francesa notabilizaram-se por solapar o moral e o poder de combate das forças alemãs de ocupação na França.

Philippe de Crevoisier de Vomécourt, escritor francês educado na Inglaterra, participou na Resistência desde seus primeiros momentos. De seu livro Who lived to See the Day, editado em Londres pela Editorial Hutchinson, reproduzimos um fragmento referente às primeiras, e em muitos casos ingênuas, formas de "resistência" na cidade de Paris.

"A fama da resistência francesa não deve morrer e não morrerá" - as palavras de De Gaulle criava nos ingleses a idéia de que uma resistência organizada em solo francês com atos de sabotagem, não serviria para outra coisa senão provocar represálias. Os franceses livres não podiam se limitar a isso, necessitavam demonstrar aos alemães que a guerra com eles não havia terminado.

As primeiras tentativas foram naturalmente diletantes e ingênuas.  Por exemplo, aquela velha senhora de 78 anos, que trabalhava no metrô de Paris. Ficava sentada num banquinho ao lado da porta do vagão e cada vez que um oficial alemão subia, fazia-o tropeçar em sua bengala. Eram trinta ou quarenta vezes por dia que os conquistadores caíam de pernas para o ar.

Nos banheiros públicos apareceram uns cartõezinhos escritos a mão, que informavam aos cidadãos sobre a melhor maneira de inutilizar os veículos alemães, colocando açúcar nos tanques de gasolina. Houve um menino que costumava introduzir-se nos vestíbulos dos cafés frequentados pelos oficiais da Luftwaffe e, longe das vistas de todos, tirava os espadins que estavam pendurados junto aos capotes, nos cabides, e lhes quebrava as lâminas.

O marquês de Mousrier, um velho patrício do leste, que possuía minas na França e na Bélgica, fez voar pelos ares um dos seus poços. O gesto lhe custou quatro milhões de francos, uma boa soma de dinheiro para a época, porém, em compensação os alemães não puderam retirar mineral do poço. 

Outras atividades saíram bastante caras, como a bravata de cinco mocinhos de Nantes, que cortaram os fios telegráficos e telefônicos do norte da cidade, para aborrecer os alemães. Eles não consideraram a inutilidade do seu ato; porque os invasores continuavam comunicando-se pelas linhas do sul ou pelas da cidade vizinha; além disso, o inconveniente foi facilmente reparado. Porém, os cinco mocinhos foram presos e passados pelas armas.

Combatentes da Resistência Francesa preparam suas armas antes de uma ação contra os alemães

Um dos fatores que mais ativamente contribuíram para organizar centros de resistência foi a reação popular à tentativa dos alemães de criar grupos e movimentos políticos favoráveis a eles. Uma propaganda maciça através do rádio, dos jornais, etc., foi lançada para desorientar o espírito da massa e inculcar-lhe a teoria e o programa do regime nazista. A oposição não tardou a aparecer de forma concreta, numa série de movimentos clandestinos, com nomes combativos, como: “Liberdade”, “Libertação”, “O Franco-atirador”, “O galo acorrentado” (o galo é o símbolo representativo do povo francês) e “Combate”. Eram na realidade, reuniões de franceses que elaboravam e discutiam a melhor maneira de salvar o país de uma total submissão. Em seu estado embrionário, esses grupos almejavam por uma resistência, porém não ainda em forma de atividade militar organizada.


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