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* 27/11/1887 – Sado, Japão
+ 03/05/1946 – Los Baños, Filipinas
O tenente-general Masaharu Homma foi o comandante das tropas que
invadiram e ocuparam as Filipinas durante a 2ª Guerra Mundial, responsável pela
"Marcha da Morte" contra prisioneiros norte-americanos e filipinos em 1942, pela
qual seria executado como criminoso de guerra ao final do conflito.
Homma era conhecido como um militar
moderado, não-fanático, escritor amador apelidado de "general poeta", com
profundo respeito pela civilização ocidental, tendo morado na Inglaterra e
estudado em Oxford, no começo do século
. Após a queda de Nanquim,
China, na guerra Sino-Japonesa, declarou publicamente que “ao menos que a
paz seja conseguida imediatamente, haverá um desastre”. Durante as batalhas,
ele pintava e compunha poesias.
Crime de guerra
No começo da guerra no Pacífico, Homma comandou com sucesso o 14º
Exército japonês na invasão das Filipinas, em dezembro de 1941, pouco depois do
ataque japonês a Pearl Harbor. Apesar das vitórias conquistadas por suas
tropas, seu comportamento com relação aos civis filipinos, ordenando a seus
soldados que evitassem o saque e o estupro da população civil, e que os tratassem
como amigos e não inimigos, respeitando seus costumes e religião, causaram
desagrado a seus superiores e um princípio de rebelião entre oficias
subordinados mais fanáticos. Acabou causando sua destituição e remoção para o Japão, após a
vitória de Corregidor, pelo que o comando central do Exército Japonês
considerava falta de agressividade na guerra, que custou ao Japão uma
inesperada demora em derrotar as forças norte-americanas nas Filipinas.

Prisioneiros americanos durante a "Marcha da Morte", que seria responsável pela condenação de Homma após a guerra
Entretanto, seu
comportamento leniente em relação à população não foi imitado no tocante aos
militares inimigos prisioneiros de guerra. Após a vitória das forças japonesas sob seu
comando, na Batalha de Bataan, a mais dura das batalhas pela conquista das
Filipinas, Homma ordenou que os
prisioneiros americanos e filipinos fossem levados a pé, da península de Bataan
até o campo de prisioneiros O'Donnell, em uma marcha de mais de 150 km sem água e comida, sob forte calor, atacados pela malária e sem descanso. 75 mil prisioneiros participaram da marcha, que causou a morte de cerca de 650
americanos e de 10 mil filipinos, a qual ficou conhecida nos anais militares como " a marcha
da morte".
Este fato lhe custaria a vida ao final da guerra.
Julgamento e execução
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Após a rendição
japonesa em 1945, Homma, que se
encontrava desligado do Exército e na obscuridade em Tóquio, desde o episódio
das Filipinas, foi preso e levado de volta ao país por ordem do general Douglas
MacArthur e submetido a corte marcial perante a Comissão Aliada de Crimes de
Guerra.
Homma com seus oficiais nas Filipinas
Sua
responsabilidade direta na "marcha da morte" não ficou absolutamente clara, já
que ele havia emitido ordens para o transporte de prisioneiros ainda durante as
batalhas pela conquista de Corregidor, onde norte-americanos e filipinos ainda
lutavam e nas quais ele estava focado, e ela foi levada cabo por seus oficiais,
sem que ele tomasse conhecimento dos detalhes da operação, assim como das atrocidades
cometidas pelos japoneses aos prisioneiros após a chegada ao campo de destino.
O tenente-general Masaharu Homma conversa com sua esposa, Fujiko Homma, durante um breve recesso em seu julgamento por crimes de guerra em Manila, Filipinas, em 7 de fevereiro de 1946. Pouco depois, a Sra. Homma depôs em defesa do marido.
Ainda assim, foi
considerado culpado e condenado à morte por crimes de guerra pela Comissão,em um
veredicto criticado por juristas, que consideraram seu julgamento irregular e
carregado de fatores emocionais. A mulher de Homma pediu clemência ao general MacArthur, mas teve seu pedido
negado.
Masaharu Homma
foi executado por um pelotão de fuzilamento no dia 3 de abril de 1946 em Los
Baños, nas cercanias de Manila, a cidade que havia conquistado quatro anos
antes.
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