sexta-feira, 20 de junho de 2025

PERSONAGENS DA HISTÓRIA MILITAR - GENERAL MASAHARU HOMMA

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* 27/11/1887 – Sado, Japão

+ 03/05/1946 – Los Baños, Filipinas


O tenente-general Masaharu Homma foi o comandante das tropas que invadiram e ocuparam as Filipinas durante a 2ª Guerra Mundial, responsável pela "Marcha da Morte" contra prisioneiros norte-americanos e filipinos em 1942, pela qual seria executado como criminoso de guerra ao final do conflito.

Homma era conhecido como um militar moderado, não-fanático, escritor amador apelidado de "general poeta", com profundo respeito pela civilização ocidental, tendo morado na Inglaterra e estudado em Oxford, no começo do século

. Após a queda de Nanquim, China, na guerra Sino-Japonesa, declarou publicamente que “ao menos que a paz seja conseguida imediatamente, haverá um desastre”. Durante as batalhas, ele pintava e compunha poesias.


Crime de guerra

No começo da guerra no Pacífico, Homma comandou com sucesso o 14º Exército japonês na invasão das Filipinas, em dezembro de 1941, pouco depois do ataque japonês a Pearl Harbor.  Apesar das vitórias conquistadas por suas tropas, seu comportamento com relação aos civis filipinos, ordenando a seus soldados que evitassem o saque e o estupro da população civil, e que os tratassem como amigos e não inimigos, respeitando seus costumes e religião, causaram desagrado a seus superiores e um princípio de rebelião entre oficias subordinados mais fanáticos. Acabou causando sua destituição e remoção para o Japão, após a vitória de Corregidor, pelo que o comando central do Exército Japonês considerava falta de agressividade na guerra, que custou ao Japão uma inesperada demora em derrotar as forças norte-americanas nas Filipinas.

 Prisioneiros americanos durante a "Marcha da Morte", que seria responsável pela condenação de Homma após a guerra

Entretanto, seu comportamento leniente em relação à população não foi imitado no tocante aos militares inimigos prisioneiros de guerra. Após a vitória das forças japonesas sob seu comando, na Batalha de Bataan, a mais dura das batalhas pela conquista das Filipinas, Homma ordenou que os prisioneiros americanos e filipinos fossem levados a pé, da península de Bataan até o campo de prisioneiros O'Donnell, em uma marcha de mais de 150 km sem água e comida, sob forte calor, atacados pela malária e sem descanso. 75 mil prisioneiros participaram da marcha, que causou a morte de cerca de 650 americanos e de 10 mil filipinos, a qual ficou conhecida nos anais militares como " a marcha da morte". 


Este fato lhe custaria a vida ao final da guerra.
 


Julgamento e execução

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Após a rendição japonesa em 1945, Homma, que se encontrava desligado do Exército e na obscuridade em Tóquio, desde o episódio das Filipinas, foi preso e levado de volta ao país por ordem do general Douglas MacArthur e submetido a corte marcial perante a Comissão Aliada de Crimes de Guerra.


 Homma com seus oficiais nas Filipinas

Sua responsabilidade direta na "marcha da morte" não ficou absolutamente clara, já que ele havia emitido ordens para o transporte de prisioneiros ainda durante as batalhas pela conquista de Corregidor, onde norte-americanos e filipinos ainda lutavam e nas quais ele estava focado, e ela foi levada cabo por seus oficiais, sem que ele tomasse conhecimento dos detalhes da operação, assim como das atrocidades cometidas pelos japoneses aos prisioneiros após a chegada ao campo de destino.

O tenente-general Masaharu Homma conversa com sua esposa, Fujiko Homma, durante um breve recesso em seu julgamento por crimes de guerra em Manila, Filipinas, em 7 de fevereiro de 1946. Pouco depois, a Sra. Homma depôs em defesa do marido.

Ainda assim, foi considerado culpado e condenado à morte por crimes de guerra pela Comissão,em um veredicto criticado por juristas, que consideraram seu julgamento irregular e carregado de fatores emocionais. A mulher de Homma pediu clemência ao general MacArthur, mas teve seu pedido negado.

Masaharu Homma foi executado por um pelotão de fuzilamento no dia 3 de abril de 1946 em Los Baños, nas cercanias de Manila, a cidade que havia conquistado quatro anos antes.


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