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Em
3 de fevereiro de 1917, o presidente americano Woodrow Wilson rompeu relações
com a Alemanha em represália à Guerra Submarina ordenada pelo imperador
alemão Guilherme II, que ameaçava navios mercantes dos EUA.
Por
Gábor Halász
"Quando
eclodiu a guerra, eu estava visitando meu irmão em Meissen. Vi os soldados
marchando sobre a ponte do rio Elba, com flores nos capacetes", lembrou o
veterano Paul Epstein, de Leipzig. Os soldados foram em clima de festa para as
frentes de batalha da Primeira Guerra Mundial, acreditando que voltariam para
casa em poucas semanas.
O
sonho de vitória rápida das potências centro-europeias – Alemanha e
Áustria-Hungria – logo se dissipou. A guerra contra a Tríplice Entente, formada
pelo Reino Unido, França e Rússia, terminou num beco sem saída.
Os
Estados Unidos, por longo tempo, não intervieram no conflito. Apesar de
simpatizarem com a Tríplice Entente, mantiveram-se neutros do ponto de vista
militar. Financeiramente, porém, já participavam da guerra, com armas,
mantimentos e créditos no valor de nove bilhões de dólares. Os navios que
traziam as mercadorias para a Europa eram atacados constantemente.
Em
1917, os EUA declararam guerra à Alemanha, alegando lutar contra o
autoritarismo e o militarismo. O pretexto para entrar no conflito ao lado da
Entente foi o anúncio feito pelo imperador Guilherme II, a 1º de fevereiro de
1917, de que iniciaria uma guerra total com submarinos, ameaçando inclusive
afundar sem aviso prévio os navios neutros a caminho dos portos britânicos.
Inverno
arrasador
No
dia 3 de fevereiro, o presidente norte-americano Woodrow Wilson rompeu relações
diplomáticas com o Império Alemão. O gelado inverno de 1917 foi arrasador para
a Alemanha. A colheita de batatas caiu à metade e 750 mil pessoas morreram de
fome.
Paul
Epstein, inicialmente entusiasta da guerra, já não acreditava mais na vitória.
"A situação era precária. Quanto mais pessoas eram recrutadas, mais
diminuía o número de empregos. A economia estava arruinada", conta. O
inverno de fome e as greves na indústria armamentista esmagaram os alemães em
seu próprio território.
Tropas norte-americanas desembarcando na França em 1917. O poderio militar dos EUA desequilibrou o balanço de forças na guerra e apressou a derrota da Alemanha
Quando
os EUA declararam guerra à Alemanha, começava a Revolução na Rússia. A aliança
formada por Alemanha, Áustria-Hungria, Bulgária e Turquia tentou decidir a
guerra na Europa Ocidental antes de os americanos desembarcarem na França.
Centenas de milhares de soldados morreram nas trincheiras, sem conquistar um só
metro de território inimigo. "Era uma guerra tática. Quem olhasse por cima
da trincheira era fuzilado", lembra o veterano Epstein.
A
intervenção dos EUA decidiu a Primeira Guerra Mundial. Em janeiro de 1918, o
presidente Woodrow Wilson apresentou uma proposta de paz de 14 pontos, que só
foi aceita pelos alemães quando a derrota já era inevitável. Em julho do mesmo
ano, as forças inglesas, francesas e norte-americanas lançaram um ataque
definitivo contra a Alemanha, obrigada a retroceder.
A
Bulgária e a Áustria retiraram-se do conflito e a Turquia se rendeu. A Alemanha
resistiu sozinha, mas a falta de alimentos causada pelo bloqueio aliado e a
precária saúde da população colocaram o país à beira da revolução social. A
Baviera proclamou-se república e a sublevação alastrou-se por todo o país, até
ser anunciada a abdicação do kaiser, exigida pelos EUA.
O
líder social-democrata Friedrich Ebert assumiu o poder e negociou a rendição,
assinada a 11 de novembro de 1918. Os quatro anos de guerra (1914-1918)
deixaram um saldo de 8,7 milhões de soldados mortos e cerca de 20 milhões de
feridos.
Fonte:
DW
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