terça-feira, 29 de junho de 2021

UNIFORMES - OFICIAL DOS ATIRADORES ARGELINOS, 1867

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Tenente do 3º Regimento de Atiradores Argelinos do Exército Imperial Francês. 


Renato Coutinho


Excelente foto batida em 1867. Este veterano veio de baixo. Começou sua carreira militar como praça, sargento na Guerra da Criméia, servindo no 5º Batalhão de Caçadores a Pé do Exército Imperial Francês, quando foi condecorado por bravura com a Medaille Militaire (condecoração que aparece nesta foto). Foi promovido a 2º tenente (sous-lieutenant em francês), promoção que recompensou sua conduta exemplar sob fogo, quando tinha 29 anos de idade. Foi promovido a 1º tenente com 34 anos (simplesmente "tenente" em francês). 

O oficial também lutou na Campanha do México. Em 1870, quando eclodiu a Guerra Franco-Prussiana, era capitão comandando uma companhia de um dos batalhões do excelente 3º Regimento de Atiradores Argelinos. Na Batalha de Froeschwiller, o 3º Regimento de Atiradores Argelinos combateu com uma tenacidade fora do comum e sofreu baixas muito pesadas. O capitão teve o quepe arrancado de sua cabeça por um projétil de fuzil prussiano, o qual também arrancou alguns cabelos de sua cabeça. Outra bala inimiga partiu a lâmina de seu sabre (esse mesmo sabre que aparece na foto). O capitão deu sorte naquele dia... Não foi ferido... Cerca de 82% dos oficiais do regimento foram mortos ou feridos naquele terrível dia. 

Ele foi agraciado com a Légion d'Honneur pela conduta/liderança exemplar que teve naquela batalha. Encerrou sua carreira militar em 1884, como coronel comandando um regimento de infantaria de linha francês.


segunda-feira, 14 de junho de 2021

IMAGEM DO DIA - 14/6/2021

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Grupo de veteranos franceses da Batalha de Verdun durante uma viagem aos EUA para ajudar a apoiar o Terceiro Empréstimo da Liberdade, promulgado em abril de 1918, e que permitiu a captação de US$ 3 bilhões em títulos de guerra a 4,5% de juros.



domingo, 13 de junho de 2021

BAIONETA: A ARMA QUE MILITARIZOU O CAMPONÊS RUSSO

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A baioneta estreou nos exércitos europeus no final do século 17 como uma espécie de “arma de destruição em massa” primitiva. As armas de fogo da época eram pouco precisas e apresentavam diversos problemas técnicos. Mas a baioneta imediatamente revolucionou os rifles pesados e ineficientes nos quartéis da Europa.


Por Alexandr Verchínin


No final do século XVII surgiu uma novidade no continente europeu que iria mudar drasticamente a dinâmica e eficácia do combate de infantaria: a baioneta. Esse punhal fixo montado abaixo do cano de um fuzil permitia que um soldado em terra lutasse contra um adversário de perto quando o uso de qualquer arma de fogo já era impraticável.

As tropas preferiam recorrer ao gatilho e balas, acumulando rapidamente uma grande quantidade de corpos em ambos os lados. Mas um esquadrão de infantaria armado com fuzis e baionetas não só conseguia resistir contra os ataques de cavalaria, mas era também capaz de montar ataques que poderiam acabar com setores inteiros das tropas inimigas.

Os soldados russos se familiarizaram com a baioneta no início do século XVIII, e comprovaram de cara os benefícios dessa lâmina fixa montada abaixo do cano da arma. A inconsistência do calibre e falhas de disparo muitas vezes tornavam os rifles obsoletos e ineficazes no campo de batalha, especialmente para as tropas compostas por trabalhadores rurais.

Mas um fuzil com uma baioneta afiada era muito parecido com o tridente usado pelos camponeses russos desde a infância. Enquanto o soldado de infantaria europeia tentava fincar a baioneta no peito do inimigo, com seu fuzil mantido na altura do ombro, os granadeiros russos atacavam no “estilo camponês”, empunhando o objeto na posição vertical contra a barriga. Quando a baioneta penetrava, eles largavam a coronha do rifle e impulsionavam a baioneta. Além disso, o modelo triangular da baioneta russa tornava a arma mais fácil de penetrar em roupas grossas e deixar feridas profundas e de difícil cicatrização. “A bala é tola; a baioneta, uma boa companheira”, disse certa vez o famoso general russo Aleksandr Suvorov, que enfatizou a necessidade de habilidades de luta entre os cadetes do exército.

Enquanto os fuzis de cano liso do final do século XVIII tinham alcance de até 100 passos (cerca de 75 metros), a infantaria de Suvorov cobria essa distância em 30 segundos, permitindo que o inimigo desse apenas um voleio antes de ser massacrado pelas ondas de tropas russas.

Em algumas ocasiões, seus protégées venciam forças muitas vezes maiores em número e armas. “O inimigo tem mãos como nós, elas só não sabem manusear a baioneta”, escreveu Suvorov. Antes da campanha italiana contra os franceses, em 1799, ele supervisionou pessoalmente o treinamento de baioneta para o Exército austríaco aliado, que também contava com técnicas de combate corpo a corpo.

Napoleão cobrara uma vitória contra as forças russo-austríacas na Batalha de Austerlitz, em 1805, mas o general francês elogiou mais tarde as habilidades dos inimigos russos. “Os russos lutaram contra seus adversários um por um. Eu vi como soldados lutavam sozinhos com tanta confiança, como se tivessem o apoio de um batalhão”, afirmou.

Na batalha de Leipzig, em outubro de 1813, alguns soldados do Regimento de Salvaguarda Finlandês foram cercados por forças inimigas superiores. Os granadeiros revidaram com baionetas fixas até que apenas um soldado continuasse vivo. Ferido 18 vezes, ele foi preso e, em seguida, citado por Napoleão como um exemplo de habilidade de combate próximo para o seu exército.

Infantaria russa realiza um ataque à baioneta na Batalha de Berezina


Na Guerra da Crimeia, nos anos de 1854 e 1855, os britânicos e franceses experimentaram a fúria da carga de baioneta russa durante o cerco de Sebastopol.

A Rússia pode não ter vencido a guerra, mas o efeito de suas lâminas foi uma memória persistente para os vencedores. Doze anos depois, O Reino Unido e a França até pressionaram a organização russa da Sociedade Internacional da Cruz Vermelha a convencer as autoridades militares russas a abandonar o uso de golpes de baioneta contra o estômago. A Rússia concordou formalmente com o pedido, mas seus soldados muitas vezes continuavam a lutar usando o estilo antigo.

Até o início do século XX, as habilidades de combate com baioneta da Rússia eram consideradas as melhores da Europa, apesar de não haver orientações escritas – as habilidades eram passadas de soldado para soldado.

A baioneta russa também encontrou aplicação na nova era de fuzis de disparo rápido e até foi adotada em alguns dos principais rifles alemães na Primeira Guerra Mundial. Mas a baioneta foi gradualmente suplantada por variantes, que seriam amplamente introduzidas no Exército Vermelho – antes da eclosão da Segunda Guerra Mundial interromper essa reforma.

A rapidez do ataque nazista à União Soviética indicou que ainda havia muito espaço para a baioneta no campo de batalha quando a guerra eclodiu. O soldado soviético Ivan Ischenko, por exemplo, matou sete alemães em combates corpo a corpo perto de Kirovograd, em 1944, usando sua afiada baioneta russa.

Depois da guerra, o Exército soviético finalmente adotou a faca-baioneta, que foi lançada com o novo fuzil de assalto Kalashnikov. A antiga arte marcial se espalhou para além do ambiente militar como uma variação de esgrima, com carabinas e baioneta. Não durou muito mais do que uma década, no entanto, e foi retirada a pedido do Comitê Olímpico Internacional, que considerava a modalidade excessivamente agressiva e militarista.

Fonte: Gazeta Russa


segunda-feira, 7 de junho de 2021

“COM O SACRIFÍCIO DA PRÓPRIA VIDA” ... QUANDO RENDER-SE NÃO É UMA OPÇÃO

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Todas as sociedades são constituídas por diferentes corporações profissionais que, não raro, reúnem homens e mulheres extremamente dedicados a seus ofícios, trabalhando com competência e de forma destacada. Existe, no entanto, uma profissão diferenciada, na qual seus integrantes, ao nela ingressarem, comprometem-se voluntariamente a doar, se necessário for, seu bem jurídico mais valioso: a própria vida. Apenas por esse aspecto singular, a profissão militar revela-se diferente de todas as demais. Ao serem incorporados às fileiras do Exército Brasileiro (EB), todos os homens e mulheres – soldados, sargentos e oficiais – prestam o compromisso de defender a Pátria, “com o sacrifício da própria vida”.

No curso da história militar, não é difícil encontrar exemplos onde tal conceito foi provado no calor da batalha. No distante ano de 480 a.C., cerca de trezentos guerreiros espartanos, sob as ordens de Leônidas, resistiram até a morte diante de uma investida persa, no desfiladeiro das Termópilas. Em 1836, pouco mais de duzentos norte-americanos permaneceram lutando até o fim no Forte Álamo, Texas, ao serem atacados por 1.800 soldados mexicanos. Menos de dez defensores da fortificação sobreviveram. Durante a Segunda Guerra Mundial, por ocasião da blitzkrieg alemã contra a França, em 1940, a 13ª Brigada britânica decidiu “ficar para trás”, a fim de cobrir e possibilitar a retirada em Dunquerque, mesmo sabendo que o destino seria a morte ou a captura.

Tenente Antônio João, defensor da Colônia Militar de Dourados

Em nossa história militar, soldados brasileiros também foram levados até esse limite, onde a rendição não era uma opção a ser considerada. Em dezembro de 1864, nos primeiros movimentos da Guerra da Tríplice Aliança, uma coluna paraguaia com aproximadamente 300 homens sob o comando do Coronel Vicente Barrios investiu contra o Mato Grosso, tomando a direção da Colônia Militar de Dourados, um diminuto posto avançado do Exército Imperial liderado pelo Tenente de Cavalaria Antônio João Ribeiro. Ciente da notícia da aproximação de tropa inimiga de valor incontestavelmente superior, o oficial brasileiro providenciou para que a população civil da colônia fosse evacuada para um local seguro e decidiu resistir, ainda que a vitória fosse impossível. Liderando sua guarnição, não se renderia ao inimigo.

Instado à capitulação pelo major paraguaio Martin Urbieta, Antônio João comunicou-lhe sobre sua disposição em defender aquela longínqua porção do território de sua Pátria, e enviou-lhe a resposta que entraria para a história: "Sei que morro, mas o meu sangue e o de meus companheiros servirá como solene protesto contra a invasão do solo de minha Pátria."

Cópia da página do Almanak do Exército Brasileiro de 1864, onde constam os dados do tenente Antônio João.


Não se renderam. O Tenente Antônio João e sua guarnição não foram poupados pelos paraguaios. Em 1870 o conflito terminaria com a vitória da Tríplice Aliança. Quase 120 anos mais tarde, em 1980, Antônio João foi escolhido pelo EB como Patrono do Quadro Auxiliar de Oficiais (QAO).

Representação do sacrifício do tenente Antônio João em escultura na Praça General Tibúrcio (Praia Vermelha), Rio de Janeiro


No entanto, extrapolando o universo dos integrantes do QAO, na verdade o Tenente de Cavalaria Antônio João representa o compromisso perene e o espírito de sacrifício do soldado do Exército de Caxias, pronto para, se necessário for, entregar seu bem maior – a vida – na defesa da Pátria. 

Não se rendeu... entrou para a história com “o sacrifício da própria vida”.

Fonte: EBlog


UNIFORMES - MILÍCIA POPULAR SOMALI

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Milícia Popular Somali
Miliciano
Guerra do Ogaden (1977-1978)

A breve Guerra do Ogaden começou com a invasão somali da Etiópia. A União Soviética desaprovou a invasão e cessou seu apoio à Somália, passando a apoiar a Etiópia. A Etiópia foi salva de uma grande derrota e da perda permanente de território por meio de um transporte aéreo massivo de suprimentos militares no valor de US $ 1 bilhão, a chegada de entre 12.000 e 24.000 soldados cubanos enviados por Fidel Castro para obter uma segunda vitória africana (após seu primeiro sucesso em Angola em 1975-1976).

O miliciano acima utiliza uniforme camuflado modelo de selva e equipamento de origem soviética. Está armado com uma metralhadora DP-27, remanescente dos estoques da Segunda Guerra Mundial.