terça-feira, 27 de outubro de 2020

PERSONAGENS DA HISTÓRIA MILITAR - BRIGADEIRO JOÃO MANOEL MENNA BARRETO

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* 24/1/1824 – Porto Alegre-RS

+ 12/8/1869 – Peribebuí, Paraguai

 João Manoel Menna Barreto nasceu em 24 de janeiro de 1824, em Porto Alegre. Era filho legitimado do Marechal-de-Exército João de Deus Menna Barreto, Visconde de São Gabriel. Casou com dona Maria Balbino Palmeiro da Fontoura, irmã da Baronesa de São Gabriel, em 27 de agosto de 1849. O casal teve cinco filhos: o general João Manoel Menna Barreto Filho, o general João Carlos Menna Barreto, Dona Adelaide Menna Barreto, Dona Maria Balbina Menna Barreto e dona Alice Menna Barreto.  

João Manoel assentou praça como voluntário em 1º de julho de 1839, no 1º Regimento de Cavalaria.

Em março de 1841, passou para o 2º Regimento da mesma arma. Foi promovido a alferes em 27 de maio de 1842. A tenente em 30 de setembro de 1846, no 4º Regimento de Cavalaria. A capitão em 27 de agosto de 1849. Por merecimento, em decreto de 14 de abril de 1855, foi promovido a major no 3º Regimento. A tenente-coronel, por merecimento, em 2 de dezembro de 1859. A coronel, por merecimento, em 18 de fevereiro de 1865. E, finalmente, a brigadeiro em 1º de junho de 1867. Foi condecorado com a medalha da Campanha do Estado Oriental (1851-1852), com o grau de Cavaleiro da Ordem de Cristo (1858), com o hábito da Ordem de São Bento de Aviz (1860), com o grau de Oficial da Ordem do Cruzeiro (1865), com o grau de Grande Dignitário da Ordem da Rosa (1869) e com a Medalha de Mérito Militar.

De março de 1841 a março de 1845, João Manoel participou da campanha da província, até a pacificação do Rio Grande do Sul. Posteriormente, em 1851 e 1852, participou da Campanha do Estado Oriental, nas operações contra Rosas e Oribe, tendo atuado no ataque a Paissandu, no Uruguai. O famoso "Combate de São Borja" ocorreu a 10 de junho de 1865, nos primórdios da Guerra do Paraguai. Em seguida, veio o combate de Potrero-Obella, em 29 de outubro de 1867, e o de Taji, em 2 de novembro de 1867.

1868 foi um ano glorioso para João Manoel. Tomou parte no Combate de Jacaré, no dia 7 de junho, e distinguiu-se particularmente no dia 21 de dezembro, ocasião em que se apoderou das trincheiras do Piquissiri, atacando-as de flanco por ordem de Caxias e ficando senhor de mais de 30 canhões.

No ataque de Peribebuí, João Manoel foi ferido mortalmente e faleceu a 12 de agosto de 1869. Lutava na vanguarda, como era de seu feitio, e já conquistara vários troféus de guerra, como bandeiras e armas do inimigo.

Por ocasião da Guerra do Paraguai, na ordem do dia do Exército Nacional, relativa ao dia em que João Manoel faleceu, foi registrado e lamentado o acontecimento. Ficou também assinalado o seu ingresso na História do Brasil. Em sua homenagem, o Exército Brasileiro concedeu ao 2º regimento de Cavalaria Mecanizado, unidade sediada em São Borja, a denominação histórica de Regimento João Manoel.

Fonte: 2º RCMec


terça-feira, 13 de outubro de 2020

IMAGEM DO DIA - 13/10/2020

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“Ou nós encontramos um caminho, ou abrimos um.” com essas palavras Aníbal Barca, o cartaginês, iniciou a célebre travessia dos Alpes italianos, que, mesmo diante de significativas perdas, surpreendeu os exércitos romanos com seus elefantes de guerra. 


sexta-feira, 9 de outubro de 2020

1954: OS FRANCESES SÃO DERROTADOS NA INDOCHINA

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No dia 7 de maio de 1954, a guerra do Vietnã terminou para os franceses. Após oito semanas de sítio e fogo cerrado, as tropas francesas capitularam em Dien Bien Phu.


Por Michael Kleff

Após a fundação da União Indochinesa, no final do século XIX, a França aproveitou os conflitos regionais e expandiu o seu domínio colonial a uma grande parte do Vietnã atual, ao reinado vizinho do Camboja e ao Laos. Porém, já na virada do século, aumentava a resistência entre a pequena elite cultural vietnamita contra a colonização sistemática.

Nos primeiros 40 anos dos anos 1900, os franceses ainda conseguiram controlar uma população de 18 milhões de pessoas. Quando, em novembro de 1940, uma rebelião dos comunistas foi reprimida de forma sangrenta no sul do Vietnã, fundou-se então a Liga para a Independência do Vietnã, conhecida como Viet Minh, com participação decisiva do líder revolucionário e posterior chefe de Estado Ho Chi Minh.


Da resistência ao conflito armado

Foi só uma questão de tempo até que estourasse o conflito aberto entre os franceses, reivindicando direito sobre a "sua" colônia, e a aspiração de independência do Viet Minh. Em novembro de 1946, quando tropas francesas bombardearam a cidade portuária de Haiphong, no norte do Vietnã, o Viet Minh começou a resistir com mão armada ao domínio colonial francês em todo o país.

Apesar do apoio financeiro e logístico dado pelos EUA às tropas francesas, a partir do início de 1950 o Viet Minh já controlava cerca de dois terços do território vietnamita no final daquele ano.

No começo de 1954, 12 mil soldados franceses de uma tropa de elite foram cercados na região montanhosa e isolada perto de Dien Bien Phu, norte do Vietnã, pelas forças muito mais numerosas do Viet Minh. Apesar disso, o comandante-chefe francês Navarre acreditava que conseguiria vencer uma batalha decisiva.


Eisenhower e o medo do comunismo

Em março de 1954, quando o Viet Minh intensificou seus ataques e as tropas francesas só podiam ser abastecidas por meio de paraquedas, Paris e Washington se conscientizaram da crise. O presidente americano Eisenhower e seu secretário de Estado não queriam aceitar a derrota dos franceses. Contudo, um ataque aéreo teria provocado uma intervenção chinesa.

O presidente Eisenhower ressaltou diante da imprensa internacional, em 7 de abril de 1954, a gravidade da situação e a importância da Indochina para o seu país. Nessa entrevista, ele chamou de teoria do dominó a avaliação política exterior do conflito com o comunismo, em vigor na estratégia governamental americana desde 1950.

Eisenhower almejava uma coalizão dos EUA, entre outros, com o Reino Unido, a França e a Austrália, a fim de defender o Vietnã e todo o Sudeste da Ásia contra o comunismo. Porém, tais planos não encontraram apoio. Ele rechaçou, por sua vez, uma ação unilateral dos americanos, assim como uma intervenção somente ao lado dos franceses. A seu ver, os Estados Unidos ficariam então muito identificados com a política colonial francesa aos olhos da opinião pública mundial.

Ho Chi Min condecorando soldados do Viet Minh após a vitória em Diem Bien Phu

Selou-se assim o destino das tropas francesas em Dien Bien Phu, cuja derrota foi anunciada em Washington no dia 7 de maio de 1954 pelo secretário de Estado americano John Foster Dulles: "Há algumas horas, caiu Dien Bien Phu. Sua resistência de 57 dias entrará na história como um dos maiores atos de heroísmo de todos os tempos. Os franceses e as forças nacionais de defesa impingiram graves perdas ao inimigo. Os soldados franceses provaram que estão dispostos e aptos à luta, mesmo sob as piores condições. O Vietnã provou que tem soldados com a capacidade necessária para defender o seu país."

A queda de Dien Bien Phu marcou não apenas o fim do domínio colonial da França no norte do Vietnã, mas também o começo da retirada francesa de toda a Indochina.

Fonte: DW


segunda-feira, 5 de outubro de 2020

VERA BELIK – A “BRUXA DA NOITE” QUE MORREU JUNTO COM SUA AMIGA INSEPARÁVEL

 

Conheça a trajetória de Vera Belik, uma navegadora do regimento "Bruxas da Noite" que se sacrificou pela defesa de sua Pátria.


A  tenente Vera Lukianovna Belik atuou como navegadora no 46º Regimento de Aviação de Bombardeiros Noturnos de Guardas Taman, onde trabalhou com a piloto Tatyana Makarova. Morta em combate quando seu Po-2 foi abatido por um caça alemão, após completar uma missão de bombardeio, foi postumamente premiada com o título de Heroína da União Soviética, em 23 de fevereiro de 1945.

Belik nasceu em Ohrimovka, no dia 12 de junho de 1921, em uma família ucraniana. Filha de um mestre-eletricista, possuía cinco irmãos mais novos.  Durante a maior parte de sua infância, morou em Kerch, na Crimeia, onde se formou na escola secundária em 1939. Posteriormente,matriculou-se no Instituto Pedagógico Karl Liebknecht em Moscou, para estudar Matemática.

Antes de ingressar no Exército Vermelho, em outubro de 1941, Vera Belik participou da construção de defesas e fossos antitanque, com o propósito de barrar o avanço alemão. Depois de ingressar na unidade de aviação feminina fundada por Marina Raskova, ela começou o treinamento de navegação na escola de aviação militar de Engels. Antes da guerra, os cursos regulares de navegação duravam três anos, mas, devido ao estado de guerra na época, precisavam ser completados em apenas seis meses. 

Vera Belik, nascida em Ohrimovka, na Ucrânia, e educada em Kerch e Moscou. Completou 813 missões de combate antes de se sacrificar por seu país.

Em maio de 1942, Belik foi desdobrada na frente de combate com o 588º Regimento de Bombardeiros Noturnos, que seria redesignado como 46º Regimento de Guardas, em 1943. Durante o conflito, ela trabalhou em estreita colaboração com Tatyana Makarova, que pilotava o Po-2 enquanto ela realizava a navegação.  Em dezembro de 1942, o regimento foi ampliado e Belik foi promovida a navegadora do 2º Esquadrão, do qual Makarova se tornou a comandante.  No entanto, depois que o piloto de caça alemão Josef Kociok abateu quatro aviões do esquadrão, na noite de 31 de julho-1° de agosto, Makarova solicitou sua exoneração do comando do esquadrão, e Belik, por lealdade a ela, optou por também solicitar rebaixamento para continuar voando com sua amiga.  

Vera Belik voou em missões difíceis sobre a Ucrânia, na região de Kuban, no norte do Cáucaso, na Crimeia, na Bielo-Rússia e na Polônia. Em 1º de agosto de 1944, ela e Makarova voaram a primeira missão de bombardeio sobre a Prússia Oriental, tornando-se a primeira tripulação aérea do regimento a lutar sobre o solo alemão.

Vera Belik (à direita) com a inseparável amiga Tatyana Makarova. Ambas morreram em combate aos 23 anos de idade, quando seu avião foi abatido sobre a Polônia em 1944. 
As duas se tornaram, no mesmo dia e postumamente, Heroínas da União Soviética.

Na noite de 25 de agosto de 1944, no entanto, quando completava sua 813ª missão de combate,  Belik encontrou a morte, juntamente com sua amiga inseparável. O Po-2 em que ela e Makarova voavam foi interceptado e atacado por um caça alemão em Ostrołęka, na Polônia. A aeronave incendiou-se e, como as “Bruxas da Noite” voavam sem paraquedas, ambas morreram queimadas. Vera possuía apenas 23 anos de idade.

Em suas 813 missões, Belik lançou 106 toneladas de explosivos sobre o território controlado pelo inimigo, causou 156 grandes explosões e 143 incêndios, destruiu dois holofotes, dois depósitos de munição, três entroncamentos ferroviários inimigos, três baterias antiaéreas e diversas concentrações de infantaria. 

Por suas conduta nas operações de combate e por seu sacrifício, ela recebeu, postumamente, em 23 de fevereiro de 1945, o título de Heroína da União Soviética, junto com sua amiga Tatyana Makarova. Além da maior distinção do país, Belik recebeu também a Ordem de Lênin (23 de fevereiro de 1945), a Ordem da Bandeira Vermelha (25 de outubro de 1943), a Ordem da Guerra Patriótica de 1ª Classe (14 de abril de 1944) e a Ordem da Estrela Vermelha (9 de setembro de 1942).

Depois da guerra, os soviéticos souberam honrar seus heróis e suas heroínas. Na cidade de Kerch, onde Vera Belik passou boa parte de sua infância, uma estátua a homenageia.

Como foi comum com as “Bruxas da Noite”, Vera Belik recebeu muitas homenagens em seu país, dentre os quais um envelope soviético de 1981 de uma série de capas com retratos de pessoas premiadas como Heróis da União Soviética que apresentava Belik e Makarova.  Na cidade de Kerch, onde passou boa parte da infância, uma estátua homenageia Vera Belik, e o saguão do Instituto Pedagógico do Estado de Moscou, onde ela estudou, leva o seu nome e contém um memorial dedicado a ela. Duas escolas, uma em sua cidade natal Ohrimovka, na Ucrânia, e outra em Kerch, foram nomeadas em homenagem à corajosa “Bruxa da Noite” que se sacrificou por sua Pátria.

Quer conhecer mais sobre a inspiradora história dessas corajosas aviadoras? Leia

BRUXAS DA NOITE: AS AVIADORAS SOVIÉTICAS NA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL,

de Carlos e Ana Daróz



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