domingo, 29 de abril de 2018

A REFORMA HERMES E A MODERNIZAÇÃO DO EXÉRCITO BRASILEIRO

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No princípio do século XX o marechal Hermes da Fonseca empreendeu uma ampla reforma estrutural no Exército Brasileiro, com o propósito de superar as deficiências técnicas e operacionais instaladas desde o fim da Guerra do Paraguai e evidenciadas por ocasião da Campanha de Canudos.


A estagnação no Exército somente foi rompida no início do século XX, com as transformações iniciadas pelos Ministros da Guerra marechais João Nepomuceno de Medeiros Mallet, Francisco de Paula Argolo e Hermes da Fonseca, entre os anos de 1900 e 1908. Com o apoio do Barão do Rio Branco, que intercedeu junto ao Presidente da República Afonso Pena, Hermes da Fonseca conseguiu promover um processo de revitalização do Exército, que incluía o sorteio militar, a aquisição de armamentos e a criação de novas unidades. 

Marechal Hermes da Fonseca

A “Reforma Hermes”, como ficou conhecido esse processo de modernização, compreendeu a reestruturação da força terrestre, a reorganização do ensino militar, a criação e a regulamentação do Estado-Maior e a melhoria das defesas da barra do Rio de Janeiro, então Capital Federal. A partir de 1908, foi fixada uma nova organização de comando para o Exército Brasileiro, ficando o território nacional dividido em 21 regiões para alistamento militar e 13 para inspeção.

Hermes da Fonseca era um grande admirador do Exército Prussiano e dizia publicamente que a força terrestre brasileira precisava atingir o nível dos germânicos, onde se destacava o Estado-Maior, criado por Helmuth von Moltke, e a tecnologia de ponta na produção de armamentos. Assim, motivado também pela inexistência de uma indústria bélica nacional, viajou para a Alemanha em agosto de 1908 em busca de material bélico moderno e de novos conhecimentos técnico-profissionais. 

400.000 fuzis Mauser calibre 7 mm foram adquiridos para a infantaria


Como resultado da viagem, foram adquiridos armamentos variados em grandes quantidades, como 400.000 fuzis Mauser calibre 7 mm para a infantaria e 10.000 lanças Ehradt, 20.000 espadas e 10.000 mosquetões para a cavalaria. 

A artilharia de campanha foi servida com 27 baterias de canhões Krupp 75 mm Modelo 1908, seis de canhões Krupp 75 mm de montanha e cinco de obuses Krupp 105 mm.

A artilharia de campanha foi servida com 27 baterias de canhões Krupp 75 mm Modelo 1908, seis de canhões Krupp 75 mm de montanha e cinco de obuses Krupp 105 mm. A artilharia de costa também foi reaparelhada, com o início da construção do Forte de Copacabana e a aquisição de seus imensos canhões Krupp de 305 mm. Parte deste armamento adquirido na Alemanha, no entanto, não chegaria ao Brasil, devido ao início da guerra na Europa.

A artilharia de costa também foi reaparelhada, com o início da construção do Forte de Copacabana e a aquisição de seus imensos canhões Krupp de 305 mm.


Conheça essa e outras história lendo

O BRASIL NA PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL – A LONGA TRAVESSIA



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quarta-feira, 25 de abril de 2018

III ENCONTRO DO LABORATÓRIO DE HISTÓRIA MILITAR E FRONTEIRAS DA UNIVERSO


Convidamos todos os amigos e amigas a participarem do III Encontro do Laboratório de História Militar e Fronteiras da Universidade Salgado de Oliveira.

Inscrições gratuitas no local.

A você, que gosta de estudar ou tem interesse pela História Militar, fica o nosso convite.




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domingo, 22 de abril de 2018

HISTÓRIA MILITAR EM PORTUGAL - PESQUISA DE CAMPO NAS LINHAS DE TORRES VEDRAS

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Dentre os eventos programados pelo Instituto Universitário Militar, tivemos a oportunidade de realizar uma pesquisa de campo em um sítio de História Militar muito importante, a Linha de Torres Vedras.

   
Juntamente com os professores de História Militar do Instituto Universitário Militar, coronel Leonel Martins e major Fernando Ribeiro, e com o coronel José Paulo Berger, do Gabinete de Arqueologia da Engenharia Militar do Exército Português, e responsável pelos trabalhos arqueológicos e de recuperação das fortificações da linha, pude percorrer, no terreno, os sítios das defesas de Lisboa, preparados por ocasião da Guerra Peninsular, no princípio do século XIX.  

O coronel Berger encontra-se à frente de um projeto de mais de dez anos, que reúne o Exército Português e os concelhos de diversas municipalidades para preservarem os vestígios arqueológicos das Torres e preservarem a memória das defesas portuguesas contra a invasão  francesa.


Mapa mostrando as Linhas de Torres Vedras



Reencenadores portugueses revisitando um dos enfrentamentos contra as tropas francesas durante a Guerra Peninsular


As Linhas de Torres eram um conjunto de fortificações, dispostas ao longo de três linhas de defesa, que tinham como objetivo impedir o acesso à Lisboa às forças da terceira invasão francesa.  As Linhas de Torres foram mandadas construir pelo Duque de Wellington, em outubro de 1809, com o objetivo de deter uma terceira invasão francesa que se visualizava. Tentava-se evitar que as forças napoleônicas chegassem a Lisboa.

Diante do fosso da Obra nº 18 - Reduto da Ajuda Grande, com seu fosso inundado pela chuva


Aspecto do reduto da Ajuda Grande, com cavalos de frisa restaurados


Na entrada do Reduto da Ajuda Grande

Nesse sentido foram construídas três linhas de defesa com várias dezenas de quilômetros. A primeira linha estende-se de Torres Vedras, passa pelo Sobral do Monte Agraço e termina em Alhandra. A segunda percorre as áreas de Mafra, Montachique e Bucelas. A terceira cobre a enseada de S. Julião das Barra.


O coronel engenheiro militar José Paulo Berguer, do Gabinete de Arqueologia da Engenharia Militar do Exército Português, e responsável pelos trabalhos arqueológicos e de recuperação das fortificações da linha, mostrando o dispositivo e a configuração defensiva do Forte da Carvalha (Obra nº 10)



Junto ao paiol de munições do Forte da Carvalha



Posição de comandamento do terreno a partir do Forte da Carvalha, sobre o vale onde se deslocavam as forças francesas.

As construções defensivas aproveitaram as irregularidades do terreno e compreendiam linhas de trincheiras, baluartes de artilharia, fortins e fortes. Em alguns pontos foram também abertos fossos ou realçados acidentes naturais do terreno.

A construção deste intricado sistema de defesa levou cerca de um ano, e Wellington esperava parar as tropas francesas antes destas chegarem à capital ou, pelo menos, ganhar tempo para embarcar as tropas ingleses em Lisboa.


No mirante do Forte do Alqueidão (Grande Forte - Obra nº 14), uma das posições-chave das Linhas de Torres Vedras



Estrada militar (à esquerda), construída para fazer a ligação entre os fortes e redutos.



Planta do Forte do Alqueidão



No interior do paiol do Forte do Alqueidão

Após a batalha do Buçaco, em 27 de setembro de 1810, as tropas francesas continuaram a avançar apesar da derrota. As primeiras unidades francesas avistaram as linhas de torres em 11 de outubro e o marechal Massena, comandante francês, percebeu que seria impossível ultrapassar o obstáculo sem reforços.


Diante das muralhas do Forte São Vicente, em Torres Vedras, com uma guarnição de 2.000 homens e 26 bocas de fogo

Registro aqui o meu agradecimento ao coronel José Paulo Berger, do Gabinete de Arqueologia da Engenharia Militar do Exército Português, responsável pelo trabalho arqueológico e pela sensibilização das municipalidades no sentido da preservação do patrimônio histórico-militar. 

Homenageando o Regimento de Engenharia nº 1, tradicional unidade de Engenharia do Exército Português, que, ao longo de mais de dez anos, vem trabalhando em prol da preservação da Linha de Torres Vedras


A equipe que realizou o trabalho de campo. Muito orgulho e convicção da importância histórica do sítio.



sexta-feira, 20 de abril de 2018

OS ITALIANOS CONQUISTAM ADIS ABEBA (1936)

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No dia 6 de maio de 1936, a Itália realizava o sonho de transformar o país em império. Da sacada do Palazzo Venezia, Mussolini anunciou que tropas italianas haviam ocupado Adis Abeba e dominado a Abissínia.


Por Oliver Ramme

No delírio da vitória, ninguém podia imaginar que a empreitada colonialista italiana na África Oriental seria de pouca duração. Em Roma, só se pensava em comemorar a revanche por uma derrota sofrida há 40 anos. Em 1896, a Itália fora humilhada na fronteira entre a Eritreia e a Etiópia, no maior conflito militar ocorrido até então em solo africano. Oito mil soldados italianos morreram na batalha de Adua.

Arrogantes, os italianos haviam subestimado a força e o engenho tático das tropas do imperador Menelik. Com a derrota, a Itália teve de enterrar as suas ambições de se tornar uma das grandes potências coloniais.

O país foi obrigado a pagar reparações; milhares de prisioneiros de guerra foram submetidos a trabalhos forçados, na construção da capital, Adis Abeba. Quarenta anos depois, essa humilhação continuava doendo aos italianos, como prova uma carta do escritor direitista Gabriele d’Annunzio a Mussolini: "Ainda sinto a cicatriz de Adua no meu ombro", escreveu.


Mais de dez anos de preparo

Pouco depois da subida de Mussolini ao poder, em 1922, haviam sido armados os primeiros planos para um ataque à Etiópia. Mas somente em 1935 a Inglaterra e a França consentiram silenciosamente a invasão. Supostamente, Paris e Londres teriam cedido para impedir que Mussolini fizesse uma aliança com Hitler. De março a setembro de 1935, 177 mil soldados italianos desembarcaram com armas e equipamentos de transporte na cidade portuária de Massaua (Eritreia).

Forças italianas modernas não encontraram dificuldade em subjugar a Abissínia


As advertências do imperador Haile Selassié de que a Etiópia não ficaria de braços cruzados no caso de uma invasão foram ignoradas em Roma. Na madrugada de 3 de outubro, o exército italiano cruzou o rio fronteiriço Mareb, abrindo uma frente de combate de 70 quilômetros.

Segundo a emissora BBC, poucos minutos após a invasão, o governo da Abissínia enviou um telegrama à Liga das Nações, em Genebra, informando que aviões italianos atacavam Adua e os combates já se estendiam em direção a Agamee.


Crueldade e transgressão à Convenção de Genebra

A campanha militar avançou lentamente. Sobretudo as longas distâncias dificultavam o abastecimento dos 500 mil soldados italianos. A Liga das Nações condenou a agressão, impôs um embargo de armamentos e um boicote econômico à Itália. As sanções, porém, não tiveram efeito e o embargo foi suspenso poucos meses depois.

A guerra na Abissínia foi conduzida com toda a crueldade imaginável, incluindo o uso do gás mostarda, numa evidente transgressão à Convenção de Genebra, assinada pela Itália em 1925. Os italianos levaram mais de meio ano e perderam 4 mil soldados até entrarem vitoriosos em Adis Abeba, obrigando Selassié a fugir para o exílio em Londres.

O fraco exército da Abissínia não foi capaz de conter os italianos


Nos anos seguintes, a resistência etíope foi duramente reprimida, principalmente depois de um atentado ao vice-rei Rodolfo Graziani – nomeado por Mussolini. Num dos incontáveis massacres, 400 monges foram executados num mosteiro copta.

O domínio do império italiano criado por Mussolini sobre a Etiópia só durou cinco anos. Fustigada pela guerrilha, a Itália praticamente não conseguiu ocupar o território e explorar as ambicionadas matérias-primas.

Em 1941, durante a Segunda Guerra Mundial, tropas do Reino Unido expulsaram os italianos e recolocaram Selassié no trono. Um ano antes, Mussolini havia declarado guerra à França e ao Reino Unido. As relações entre a Itália e a Etiópia somente se normalizaram em 1997, quando o presidente italiano Oscar Luigi Scalfaro foi a Adis Abeba, "para encerrar definitivamente um vergonhoso capítulo da história".


Fonte: DW



quarta-feira, 18 de abril de 2018

HISTÓRIA MILITAR EM PORTUGAL - MUSEU DE MARINHA DE LISBOA

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O Museu de Marinha está localizado na ala ocidental do Mosteiro dos Jerônimos, bem perto do Rio Tejo e do ponto de largada dos navios que partiram para descobrir o novo mundo


Prosseguindo em nossas pesquisas em Lisboa, estivemos no Museu de Marinha, um muito bem montado espaço museológico que possui um rico acervo, afinal, Portugal, com sua configuração geográfica voltada para o Atlântico, foi pioneiro na expansão marítima europeia.

O editor do Blog Carlos Daroz-História Militar pesquisando no Museu de Marinha de Lisboa

O Museu de Marinha foi fundado em 1863 pelo rei D. Luís, com sede inicial em um edifício da antiga Escola Naval de Lisboa. Em 1916, após um incêndio de grandes proporções que destruiu diversas peças do acervo, a necessidade de novas instalações tornou-se evidente e um objetivo a ser atingido.

Somente em 1948, com a doação feita por Henrique Maufroy de Seixas, foi possível a instalação no palácio do Conde de Farrobo, nas Laranjeiras, onde o museu permaneceu até 1962. Em 15 de agosto desse ano, o Museu de Marinha foi inaugurado no Mosteiro dos Jerônimos.  

Maquete de um galeão português do início do século XVI

Uniforme de 1º piloto da Marinha Portuguesa, 1806


Bandeira naval portuguesa exposta no museu


Maquete da canhoneira Pátria, construída no Arsenal de Marinha de Lisboa em 1903, como produto de subscrição pública de portugueses emigrados no Brasil


Os fuzileiros navais portugueses também merecem destaque no Museu de Marinha


A marinha moderna: fragata Vasco da Gama, classe Blohm & Voss, incorporada à Marinha Portuguesa em 1991. Um dos meios de combate navais mais atualizados a serviço de Portugal.

Atualmente possui cerca de 17 mil peças em seu acervo, incluindo fotografias, uniformes, desenhos, maquetes e planos de navios, com aproximadamente 2.500 delas em exposição permanente. Além do acervo permanente, o museu realiza exposições temporárias e, no momento, apresenta uma sobre o centanário da Aviação Naval portuguesa, que será objeto de uma postagem posterior do nosso blog.

O editor do Blog Carlos Daroz-História Militar na Sala das Galeotas do museu


Para quem vem a Lisboa, uma visita ao Museu de Marinha é essencial.


Museu de Marinha
Praça do Império 1400-206
Lisboa - Portugal
http://museu.marinha.pt.pt

terça-feira, 17 de abril de 2018

HISTÓRIA MILITAR EM PORTUGAL – MUSEU DO COMBATENTE

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O Museu do Combatente, mantido em Lisboa pela Liga dos Combatentes de Portugal, é uma parada obrigatória para os que se dedicam ao estudo da história militar, especialmente nos temas ligados à Grande Guerra e à Guerra de Ultramar. O editor do Blog Carlos Daroz-História Militar visitou o museu.


Aproveitando nossa ida a Lisboa, para cumprir agenda acadêmica junto ao Instituto Universitário Militar, realizamos um estudo e pesquisa no Museu do Combatente, organizado e mantido pela Liga dos Combatentes de Portugal.

A Liga foi criada em 1923, com o nome de Liga dos Combatentes da Grande Guerra, para congregar os ex-combatentes da 1ª Guerra Mundial que pertenceram ao Corpo Expedicionário Português (CEP).  Posteriormente, passou a ser aberta todos os ex-combatentes portugueses, alterando a sua designação para Liga dos Combatentes.

Liga dos Combatentes de Portugal

O Museu do Combatente, mantido pela Liga, encontra-se instalado no Forte do Bom Sucesso, à beira do Rio Tejo e junto à Torre de Belém, adjacente ao Monumento aos Combatentes do Ultramar.

O Forte de Bom Sucesso é uma fortificação concebido pelo General Vallerée. Sua construção teve início em 1780, com o objetivo de reforçar a Defesa do porto de Lisboa. Em 1808, durante a ocupação de Lisboa pelas forças francesas comandadas pelo Marechal Junot, o Forte foi ligado à Torre de Belém por uma Bateria corrida, conhecida como “Bateria Nova do Bom Sucesso ou o flanco esquerdo”, armada com 47 Peças e 10 Morteiros. 

A fachada do Forte do Bom Sucesso, que hoje abriga o Museu do Combatente

Em 1815 foi construída a “Bateria do flanco direito”. Depois de um período em que a fortaleza permaneceu abandonada (entre 1836 e 1879), em 1870, no reinado de D. Luís I, iniciou-se a reconstrução de uma nova Bateria no local do antigo Forte do Bom Sucesso. Em 1876, construiu-se a plataforma das peças e paióis e, em 1881 foi transformada em Bateria de Artilharia de Costa, sob o comando do capitão Jacinto Parreira. Durante as campanhas do Ultramar, foi sede da Chefia do Serviço Postal Militar e, após abril de 1974, recebeu o Comando do Agrupamento Militar de Intervenção e a Associação 25 de Abril.  De julho de 1986 a 1992 passou a sediar o Comando da Brigada de Forças Especiais, e, em 13 de Janeiro de 1999, foi oficialmente entregue à Liga dos Combatentes. O museu foi, então, organizado e, em 2003, aberto ao público.

O espaço museológico tem como principal objetivo a significação dos feitos militares portugueses, constituindo um polo de divulgação da História de Portugal, que evidencia três épocas do século XX: 1ª Guerra Mundial, Campanhas do Ultramar e Missões de Paz.

A seguir, algumas peças pertencentes ao acervo do museu:

Viatura blindada BRDM-2, de fabricação soviética

Mina naval de contato AZ

Carro de combate leve M-5A1

Nariz da aeronave de ataque Fiat G-91


Macacão e equipamento de voo de piloto da Força Aérea portuguesa

O museu integra três espaços expositivos ao ar livre, com equipamentos e acervos relativos aos ramos das Forças Armadas Portuguesas, além de exposições temporárias diversas.  Por ocasião de nossa visita, o Museu do Combatente estava com algumas exposições temporárias bastante interessantes:

- A Trincheira, uma recriação do ambiente no qual estavam inseridos os soldados durante a Grande Guerra na Frente Ocidental. Com cenários bastante realistas, com luzes, sons, texturas, manequins, uniformes e equipamentos, a exposição dava uma experiência sensorial de como era a vida miserável dos soldados nas duras condições das trincheiras.

Exposição A trincheira: experiência sensorial sobre o cotidiano dos soldados na Grande Guerra


Junto a manequim com uniforme original do Corpo Expedicionário português


- A Grande Guerra ao vivo, trazendo a participação de Portugal na Grande Guerra, com a apresentação de uma bem elaborada linha do tempo, iconografia, armas e materiais empregados pelo CEP no conflito.

Armas e equipamentos utilizados pelo CEP na Grande Guerra


Linha do tempo: Portugal na Grande Guerra

O editor do Blog Carlos Daroz-História Militar rememorando, junto com o Museu do Combatente, o centenário da Grande Guerra e a partricipação do Corpo Expedicionário Português

Além dos acervos, destaca-se o Monumento aos Combatentes de Ultramar, construído em homenagem a todos aqueles que tombaram ao serviço da Pátria, durante a Guerra do Ultramar (1961 a 1974).  


Monumento em homenagem aos combatentes do Ultramar

A homenagem a todos que morreram por Portugal, é feita através das lápides colocadas na própria parede do Forte em que, a par das lápides nominativas, elaboradas, segundo as listas oficiais por anos e por ordem alfabética, existem duas lápides com o escudo nacional em que, na primeira, se faz referência a todos os combatentes envolvendo mesmo aqueles que, eventualmente, não constem nominalmente das lápides já referidas e na segunda, lhes é prestada a homenagem de Portugal. A frieza da geometria do Monumento é quebrada pela "chama da Pátria" que, ao manter-se sempre acesa, simboliza a perenidade de Portugal e a sua continuidade.

Em resumo, vale muito a pena uma visita ao Museu do Combatente, tanto pelo simbolismo, como pelo cuidado com o acervo e pela riqueza material e imaterial presente.

Museu do Combatente
Endereço: Forte do Bom Sucesso, 1400-038 Lisboa
Horário de visitação: 10:00h- 16:00h
Ingresso: 4€

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domingo, 15 de abril de 2018

MORRE O ATOR E EX-MILITAR RONALD LEE ERMEY, AOS 74 ANOS

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Ele foi indicado ao Globo de Ouro pelo papel do sargento fuzileiro de "Nascido para matar"

É famosa a história de Ronald Lee Ermey, morto na manhã deste domingo, nos Estados Unidos, aos 74 anos, em consequência de complicações com uma pneumonia.

É com grande tristeza que me cumpre a tarefa de informá-los que R. Lee Ermey morreu esta manha de complicações com pneumonia. Nós sentiremos muito a sua falta", diz o tuíte publicado na conta do ator pelo seu agente, Bill Rogin.

Foi Stanley Kubrick, para quem Lee Ermey trabalhava como consultor militar em "Nascido para matar" (1979), que lhe deu a oportunidade de fazer o sargento Hartman no filme. O personagem, responsável na primeira parte da trama pelo treinamento dos soldados que iam para a Guerra do Vietnã, lhe valeu uma indicação ao Globo de Ouro de melhor ator coadjuvante na época.

Lee Ermey interpretando o sargento Hartaman em "Nascido para matar"


O sargento reformado do Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA tornou-se, assim, um ator ligado ao arquétipo do homem autoritário. Ele foi o prefeito Tilman em "Mississippi em chamas", o xerife Hoyt na refilmagem de "O massacre da serra elétrica", o capitão de polícia em "Seven - Sete pecados capitais", entre muitos outros.

O jovem Lee Ermey, no tempo em que serviu no Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA na década de 1970


Fonte: O Globo