quarta-feira, 29 de março de 2017

PERSONAGENS DA HISTÓRIA MILITAR – GENERAL JOSÉ DIAZ

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* 17/10/1833 – Cerro Verá-Paraguai
 

+ 07/02/1867 – Rio Paraná


José Eduvigis Díaz Vera nasceu no dia 17 de outubro de 1833 na cidade de Cerro Verá, leste de Pirayú, no departamento de Paraguarí, no Paraguai, filho de Juan Andrés Díaz e Dolores Vera. Em 1852 juntou-se à milícia paraguaia e dez anos depois tornou-se tenente em um batalhão de polícia. Organizou o 40º Batalhão da Polícia, alcançando finalmente o posto de sargento-mor.


Durante a Guerra da Tríplice Aliança, distinguiu-se primeiro nos combates em todo o rio Paraná, em Corrientes, na primavera de 1866. Díaz foi o herói da Batalha de Curupaiti, em 22 de setembro de 1866, onde infligiu uma constrangedora derrota às forças aliadas. 

Em 7 de fevereiro de 1867, apenas quatro meses depois da grande vitória, morreu em uma missão que lhe foi confiada por Francisco Solano López. A canoa na qual fazia reconhecimento da esquadra brasileira foi atingida por fogo de artilharia, ferindo-o com gravidade. Sua perna foi amputada pelos médicos, mas eles não puderam salvá-lo. Uma hora antes de sua morte, foi promovido ao posto de general.


Além da batalha de Curupaiti, Díaz participou das batalhas de Corrales, Estero Bellaco, Tuiuti e Boquerón. Seu caixão foi levado para Assunção, onde a cidade acompanhou-o a seu lugar de descanso, no bairro Recoleta. Em 1939, os restos mortais de Díaz foram depositados em uma urna no Panteão dos Heróis,  junto com os de Carlos Antônio López.


quinta-feira, 23 de março de 2017

ACORDO DE CESSAR-FOGO SELA O FIM DO IMPÉRIO AUSTRO-HÚNGARO

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O Estado criado pela dinastia dos Habsburgos no sudeste da Europa desintegrou-se no final da 1º Guerra Mundial. Em 3 de novembro de 1918 foi assinado o acordo de cessar-fogo, selando o fim do Império Austro-húngaro. 


Por Rachel Gessat

O atentado contra o príncipe herdeiro austríaco Francisco Ferdinando fora a causa imediata para a deflagração da Primeira Guerra Mundial em 1914. Mas o conflito acabaria levando à desestruturação do Estado austríaco.

No começo da Primeira Guerra Mundial, a Áustria-Hungria ainda era um império com uma imensa área territorial: do Lago de Constança à Transilvânia, da Boêmia à Bósnia. Mais de 52 milhões de pessoas viviam no país multiétnico, cuja capital era Viena. No final da guerra, restou um pequeno Estado alpino, uma república com seis milhões de habitantes.

Com tal estrutura multiétnica, a Áustria não podia ser homogênea, nem estava livre de tensões internas antes da Primeira Guerra Mundial.

O tratamento desigual dado às diversas províncias e nacionalidades levou frequentemente a conflitos e movimentos de autonomia, em especial nos Bálcãs, onde a Áustria havia anexado a Bósnia-Herzegovina em 1908. Mas foi a guerra que liberou inteiramente tais forças centrífugas, que levaram ao completo desmembramento do Império Austro-húngaro.

Em maio de 1915, a Itália abandonou a sua neutralidade, juntando-se aos países da entente cordiale, a Inglaterra, a França e a Rússia. Com isto, a Áustria passou a lutar na frente sul não apenas contra a Sérvia, mas também contra a Itália: uma guerra de montanha extremamente difícil, em especial na região do Tirol do Sul (hoje, para os italianos Alto Ádige).


Fome, doenças e rebeliões

Já em 1916, a situação de abastecimento no império dos Habsburgo tornara-se catastrófica. Apesar de todas as medidas para a produção agrária de emergência, o governo não conseguiu impedir que a subnutrição e as enfermidades aumentassem cada vez mais entre a população civil. Ao lado das rebeliões por motivo econômico, também as tensões por razões políticas ou nacionalistas tornaram-se frequentes.

No dia 21 de outubro de 1916, o primeiro-ministro conservador Karl von Stürgkh foi assassinado pelo filho de Viktor Adler, o chefe dos social-democratas austríacos. No mesmo ano, morreu o imperador Francisco José, que personificava a tradicional monarquia austro-húngara. 

Ele havia reinado durante mais de 60 anos, mantendo o controle sobre as ações governamentais. Seu sucessor foi o sobrinho Carlos, a respeito de quem o primeiro-ministro de então tinha uma opinião arrasadora: "O imperador Carlos tem 30 anos de idade, uma aparência de 20, e fala como uma criança de 10 anos." Jovem, inexperiente e avesso a reformas, Carlos I não conseguiu impedir a desagregação do seu império.

O jovem imperador Carlos I não conseguiu impedir a desintegração do seu império


A partir de 1918, começaram a surgir greves e rebeliões em todas as partes do país. Foram registradas deserções em massa, principalmente entre os integrantes das minorias nacionais.


Manifesto da reforma chega tarde demais

Em outubro de 1918, foi formado em Zagreb (Croácia) um Conselho Nacional Sul-eslavo, que logo anunciou a unificação dos territórios sul-eslavos com a Sérvia e Montenegro. Em Viena, constituiu-se uma Assembleia Nacional provisória para a "Áustria alemã" e, em Praga, foi proclamado o Estado tchecoslovaco.

Em 16 de outubro, Carlos 1º ainda tentou impedir uma desintegração do seu império, através da publicação de um manifesto de reforma. Mas já era tarde demais – a autonomia sob a coroa vienense já não era mais uma opção aceitável para as províncias.

Depois do fracasso da última ofensiva militar em Piave, na Itália, a monarquia austro-húngara estava à beira da derrocada. Em fins de outubro começaram as negociações sobre um cessar-fogo. As condições impostas pela entente eram praticamente as de uma capitulação: "Retirada do Tirol até o Passo de Brennero e do Vale do Puster até Toblach, retirada do planalto norte-italiano, da Ístria incluindo Trieste, da Dalmácia e todas as ilhas no Mar Adriático, liberdade de ação para as tropas aliadas em território austríaco, desarmamento de 20 divisões, entrega dos equipamentos bélicos da metade da artilharia".

Após longa hesitação e por falta de alternativa, a delegação austríaca assinou o tratado de cessar-fogo em 3 de novembro de 1918. Com ele ficou selada a desagregação definitiva do tradicional Império do Danúbio.

Fonte: DW


segunda-feira, 13 de março de 2017

LANÇAMENTO DO NOSSO LIVRO - "O BRASIL NA PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL - A LONGA TRAVESSIA"

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Caros amigos e amigas,

No próximo dia 29, no Instituto Histórico-Cultural da Aeronáutica, ministrarei a palestra VOANDO NA GRANDE GUERRA: OS AVIADORES BRASILEIROS NA PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL, que abordará a experiência de nossos aviadores navais (e um do Exército) em 1918 no contexto da guerra.

Na oportunidade também lançaremos o nosso livro O BRASIL NA PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL - A LONGA TRAVESSIA, publicado pela Editora Contexto.
Sua presença será uma honra para mim. Um abraço e até lá.






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quinta-feira, 9 de março de 2017

DIA INTERNACIONAL DA MULHER - “QUERIDA, VOCÊ DERRUBOU UM BOMBARDEIRO HEINKEL!”

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Em ‘Defendendo a Pátria’, Lyuba Vinogradova narra a corajosa luta das aviadoras soviéticas contra os nazistas e contra o machismo


Por Jacinto Antón

Mulheres que voam, que combatem, que vencem e que caem, alvejadas, queimadas, destroçadas, vítimas inclusive da “pior das mortes”: precipitar-se do céu sem paraquedas, depois de saltar de seu avião em chamas. O mundo heroico, vertiginoso e terrível da aviação de guerra, no feminino. Em Zashchishchaya Rodinu (“defendendo a pátria”, inédito no Brasil), a pesquisadora Lyuba Vinogradova (Moscou, 1973), colaboradora habitual e prestigiosa dos historiadores Antony Beevor (que assina o prefácio) e Max Hastings, traça, a partir de fontes documentais originais e depoimentos em primeira mão, a grande aventura das aviadoras soviéticas da II Guerra Mundial. Narra essa história com uma voz de mulher, atenta a detalhes comovedores que costumam ser ignorados, como a separação das famílias, a dificuldade de contar com roupa adequada – inicialmente, recebiam trajes masculinos, incluindo cuecas –, as lágrimas quando suas tranças eram cortadas, o assédio e os gracejos dos colegas homens, geralmente embriagados de vodca, a falta de acesso a anticoncepcionais (Vinogradova descreve uma cena em que as aviadoras observam com inveja um preservativo capturado do inimigo, uma raridade na época) ou a confecção de lingeries com a seda dos paraquedas de aviadores alemães abatidos. Ficamos imaginando como isso deveria ser humilhante para os pilotos nazistas. Ser derrubado por uma mulher já é duro, diriam os machões da Luftwaffe, mas daí a fazerem calcinhas com o seu equipamento...

“Os alemães não tinham mulheres como combatentes em seu exército, para não falarmos de pilotos”, conta Vinogradova ao EL PAÍS. “Naturalmente, as aviadoras despertavam muita curiosidade neles. No entanto, as que caíam como prisioneiras eram tratadas com enorme dureza.” Para começar, despiam-nas para comprovar o gênero. Quando Lina Smirnova foi abatida, conta a autora, deu um tiro em si mesma antes que pudesse ser capturada.


A aviadora russa Marina Raskova

A emoção das vitórias era semelhante à dos homens, mas às vezes expressa de modo peculiar. “Você derrubou um Heinkel, querida!”, anunciou uma mecânica a Lera Khomyakova quando esta pousou após um combate. Imediatamente, as outras moças em terra a rodearam e a cobriram de beijos. A aviadora foi derrubada pouco depois disso. Seu corpo foi encontrado em um campo de girassóis.

A luta contra o machismo dentro das suas fileiras era tão dura para as aviadoras quanto a própria guerra contra os alemães? “Em comparação à maioria das mulheres no Exército soviético, que constantemente sofriam assédio sexual e às vezes violência sexual, as aviadoras eram um grupo privilegiado. O assédio ostensivo não era tolerado. Entretanto, havia muita discriminação. Os homens se apropriavam dos seus caças, menosprezavam as aviadoras, chamavam-nas de ‘bonecas’. Um exemplo clássico são as exclamações dos pilotos homens no campo perto de Stalingrado quando foram informados de que um regimento de bombardeio feminino chegava: ‘Protejam-se, tem umas meninas tentando aterrissar!’. A grande aviadora Raisa Belyaeva, que havia participado de apresentações aéreas antes da guerra, precisou escutar o comandante do regimento de caças onde combatia lhe dizer: ‘Não quero enviar você em missão, você é muito bonita’, o que, obviamente, ela encarava como um insulto. As mulheres, que muitas vezes tinham mais experiência de voo que seus camaradas masculinos, precisavam provar constantemente suas habilidades e sua coragem.” Paulatinamente, dando o sangue, conquistaram o respeito.

A URSS mobilizou suas mulheres na luta de vida ou morte contra os nazistas, de uma forma que nunca ocorrera antes nem voltou a ocorrer depois. Quase um milhão de soviéticas engrossaram as fileiras do Exército Vermelho, em todos os postos: sapadoras, tanquistas, franco-atiradoras (tema do próximo livro de Vinogradova), operadoras de metralhadora... Ao todo, 92 delas foram condecoradas como Heroínas da União Soviética, sendo 50 postumamente. As soviéticas foram as únicas mulheres do mundo a pilotarem aviões em missões de combate naquele sangrento conflito, enfrentando de igual para igual em numerosas ocasiões os ases da Luftwaffe de Hitler, aos quais impunham surpresas às vezes letais.


O frágil e obsoleto Polikarpov Po-2 foi a aeronave mais utilizada pelas aviadoras russas


Quando vejo um avião com as cruzes negras e a suástica na cauda, tenho um só sentimento: ódio; essa emoção faz com que eu aperte ainda mais firmemente o disparador das minhas metralhadoras”, dizia a frágil e minúscula – porém corajosa e vital – Lilya Litvyak, conhecida como Garota Vingadora e Lírio Branco de Stalingrado e Kursk, a quem era atribuído o abate de um grande piloto alemão, que ficou perplexo ao ser apresentado à inimiga que o havia derrubado. Dizem que tentou beijar-lhe a mão, mas Vinogradova garante que isso já é invenção da propaganda oficial. Litvyak, a mais famosa aviadora de caça, com 12 abates confirmados, desapareceu durante uma missão em agosto de 1943, aos 21 anos, no comando de seu Yak-1, o número 18, qual uma Saint-Exupéry no feminino, ou uma Amelia Earhart fardada. Seus restos só seriam encontrados em 1979, em parte por causa da roupa íntima – incluindo um sutiã feito com seda de paraquedas. Estava claro que não se tratava de um piloto qualquer.

Litvyak realmente estava à altura da sua lenda? “Era pequenina e muito bonita, com olhos verdes, um cabelo maravilhoso e ótimo tipo. Era uma grande bailarina, adorava roupas bonitas e flertava com os pilotos jovens. Era estilosa. Como muitas outras, queria ser boa piloto sem deixar de ser uma mulher atraente. E ao mesmo tempo tinha muitíssimo caráter. Tinha a coragem de um demônio audacioso.

A história favorita de Vinagradova envolve Litvyak. “Numa ocasião, após um combate, fez um pouso forçado num terreno com mato muito alto. Dois soldados soviéticos correram para resgatar o piloto. Não o encontravam. Então escutaram a voz aguda de uma garota: “Eu sou o piloto’. Lilya era tão baixinha que não conseguiam vê-lo no mato crescido.

Litvyak, segundo Vinogradova, era uma mulher briosa. Foi punida várias vezes por desobediência e comportamento indecoroso. Tornou-se amante do ás da aviação Salomatin, também piloto de caça, com quem voava em dupla e que caiu pouco antes dela, num caso de “vandalismo acrobático”.

Como eram o amor e o sexo para essas meninas aviadoras? “Eram muito jovens e, no começo, o estado de ânimo dominante era de que ‘a guerra não é lugar para romances’. Depois, com o confronto se prolongando, elas perceberam que não podiam esperar o seu fim para quer a vida recomeçasse, porque, naqueles momentos, a guerra era a sua vida e era bastante possível que não houvesse um ‘depois’, já que tantas delas estavam morrendo. Muitas já voltaram da guerra casadas e várias outras perderam seus companheiros em combates”. A autora menciona vários casos, e pelo menos um relacionamento homossexual.


A capitão de aviação Masha Dolina, do regimento de bombardeio pesado 587, em 1941.

Vinogradova destaca que as mulheres da aviação da URSS no segundo confronto não só lutaram no comando de caças e bombardeiros e foram tripulantes, observadoras, radiotelegrafistas ou membros da artilharia, como também participaram das equipes em terra atuando como mecânicas, fornecedoras de munição ou de combustível. Com efeito, o Exército Vermelho teve em sua força aérea três regimentos compostos unicamente por mulheres: um de caça (586), outro de bombardeio pesado (587) e um terceiro de bombardeio noturno (588). Este último era o das Bruxas da Noite. “Diz a lenda que esse nome foi dado pelos alemães, que eram atacados por elas com seus frágeis aviõezinhos, os pequenos biplanos de treinamento U-2 (Po-2), de compensado, que, por causa de seu ruído específico, eram chamados de máquinas de costura. Mas eu acredito que foram elas mesmas que se autodenominaram assim. Elas são admiráveis, pois era preciso ter muita coragem para combater nesses aparelhos, que se incendiavam facilmente. Muitas delas tiveram mortes terríveis. De modo geral, entre as mulheres pilotos e navegadoras que lutaram nas primeiras fileiras, as baixas foram enormes. Talvez um terço do total. É difícil quantificar. No regimento de bombardeio noturno, onde as baixas eram cobertas pelo próprio pessoal, as mortas e feridas chegaram a 50% dos efetivos iniciais”.

As aviadoras tinham diversas origens: estudantes, camponesas, operárias. Muitas delas haviam se formado em escolas de aviação do Konsomol, a organização das juventudes comunistas. Para outras, tal como ocorria no caso de seus colegas masculinos, a guerra fornecia a oportunidade de realizar o sonho de voar. Fizeram isso sob condições dificílimas, morrendo em acidentes e combates. Em seu livro A guerra não tem rosto de mulher, a prêmio Nobel Svetlana Alexiévich reporta o testemunho de uma das Bruxas da Noite, Aleksandra Popova – falecida aos 91 anos de idade em 2013 -, segundo o qual algumas deixavam de menstruar por causa do estresse. Mas, como testemunhou uma outra aviadora, a capitã Klaudia Térejova: “Nós, meninas, voávamos e derrubávamos os ases da aviação! Os homens nos observavam com perplexidade. Nos admiravam”.

Na galeria das aviadoras, destaca-se a grande Marina Raskova, que já era uma pioneira da aviação, criadora dos regimentos femininos e que, além disso, atuava como agente secreta da NKVD, dirigida por Beria. Seu lema era: “Podemos fazer tudo”.

O que aconteceu com as sobreviventes depois da guerra? “Foram muito poucas as que permaneceram no exército. Na verdade, elas só haviam sido recrutadas para a guerra. Muitas que já eram aviadoras civis voltaram à sua profissão. Mas é difícil combinar a vida de piloto com a criação de uma família. As poucas que continuaram na força aérea foram desestimuladas por seus superiores: a pátria precisara delas durante a guerra, lhe diziam, mas agora elas precisavam partir e deixar o trabalho dos homens para os homens”.

As aventuras das aviadoras são lembradas hoje em dia na Rússia? “Os russos, de um modo geral, têm muito orgulho de seus heróis e heroínas da Grande Guerra patriótica. No entanto, muitos deles, ou a maioria, ainda prefere a versão da propaganda soviética às versões mais verdadeiras. As mulheres pilotos sobre as quais escrevi não são muito conhecidas, com exceção das mais famosas, como as Bruxas da Noite”. Atualmente, segunda Vinogradova, não há nenhuma dessas valentes aviadoras ainda viva. “Quando comecei a fazer as entrevistas, em 2009, ainda consegui falar com algumas. Tinham muito orgulho daquilo que haviam feito, e eu tinha muito orgulho delas!”.

Qual foi a sua contribuição concreta para o esforço de guerra e para a vitória? “Um regimento de aviação, mesmo que contasse com apenas dez pilotos, era algo bastante valioso na frente de combate do Leste: o Exército Vermelho padecia de uma grande escassez de aviões e de pilotos experientes. Os três regimentos femininos foram, sem dúvida, muito úteis nesse terreno. Desempenharam, além disso, um papel importantíssimo no sentido de elevar o moral na luta tanto entre mulheres soldados como entre as civis, que carregavam um peso enorme em suas costas”.

Fonte: El País


sexta-feira, 3 de março de 2017

IMAGEM DO DIA - 3/3/2017

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Com o início da Revolução Constitucionalista em São Paulo, em 9 de julho de 1932, o Governo Provisório mobilizou tropas de todo o Brasil, tanto do exército quanto das polícias, para fazer frente ao movimento.
Na foto, tropa do 3° Batalhão de Caçadores, procedente do estado do Espírito Santo, uma das primeiras a chegar, aguarda ordens no Rio de Janeiro antes de seguir para a frente de combate.
Fonte: Correio da Manhã.

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quarta-feira, 1 de março de 2017

O AFUNDAMENTO DO “PORTO ALEGRE”




O cargueiro brasileiro Porto Alegre foi afundado em 3 de novembro de 1942, pelo submarino alemão U-504, ao largo de Port Elizabeth, na África do Sul, em águas do Oceano Índico.


Pertencia à Companhia Carbonífera Sul Riograndense e foi o vigésimo quinto navio afundado na Segunda Guerra e o quarto a sê-lo desde a declaração de guerra ao Eixo em agosto daquele ano. Consistiu no único afundamento de um navio brasileiro fora do Atlântico, no qual, uma pessoa morreu.

Flagrante do Porto Alegre, fotografado pelo submarino alemão instantes antes de ir ao fundo do Oceano Índico
  

O navio e sua história


O navio foi completado em maio de 1921 no estaleiro italiano Cantiere Navale Triestino, em Monfalcone, perto de Trieste, e pertenceu, até 1933, à operadora Cosulich Line, também de Trieste, sob o nome Gilda. Naquele ano, foi vendido à empresa brasileira Companhia Carbonífera Sul Rio-Grandense e rebatizado Porto Alegre, em homenagem à cidade homônima, capital do estado brasileiro do Rio Grande do Sul.


Possuía 5.187 toneladas de arqueação bruta de registro, 110,3 metros de comprimento, 15 metros de largura e 9,2 metros de calado. Construído em casco de aço, era propelido por um motor a vapor de tripla expansão acoplado a uma hélice, fazendo-o alcançar a velocidade de 10 nós.
 


O afundamento


Aproximadamente 150 milhas náuticas a sudeste de Port Elizabeth, no Oceano Índico, às 18:42, horário local, o cargueiro, desarmado e sem escolta, foi atingido por um torpedo disparado pelo submarino U-504, sob as ordens do Capitão-Tenente Hans-Georg Friedrich Poske.


Era comandado na ocasião pelo Capitão-de-Longo-Curso José Francisco Pinto de Medeiros, e fazia a rota entre Durban e Cidade do Cabo, em uma região onde nos meses anteriores os aliados tiveram perdas consideravelmente altas. O submarino alemão era de pequeno porte e tinha em sua vela a pintura de uma cabeça de lobo emergindo das águas, com os dentes pontiagudos bem abertos à mostra. 

Capitão-tenente Hans-Georg Friedrich Poske, comandante do U-504 
 
Depois de arriadas as baleeiras, às 19:20, o "u-boat" ainda disparou um segundo torpedo contra o cargueiro, fazendo-o submergir rapidamente. Em seguida, veio à tona, e um oficial interrogou o comandante brasileiro em inglês, traduzindo as respostas, em alemão, para o Capitão-Tenente Poske.


Entre os náufragos do Porto Alegre estavam 11 tripulantes do mercante inglês Laplace (torpedeado em 29 de outubro pelo U-159), resgatados na véspera – quase todos salvos, após quatro dias no mar. As baleeiras do navio brasileiro chegaram em terra no dia 7 de novembro, a 50 milhas de Port Elizabeth.  A única fatalidade foi o imediato Francisco Lucas de Azevedo.


Fonte: U-boat.net