sexta-feira, 26 de abril de 2013

1918: ACORDO DE CESSAR-FOGO SELA O FIM DO IMPÉRIO AUSTRO-HÚNGARO









O Estado criado pela dinastia dos Habsburgo no sudeste da Europa desintegrou-se no final da 1ª Guerra Mundial. Em 3 de novembro de 1918 foi assinado o acordo de cessar-fogo, selando o fim do Império Austro-húngaro.







O atentado contra o príncipe herdeiro austríaco Francisco Ferdinando fora a causa imediata para a deflagração da 1ª Guerra Mundial em 1914, mas o conflito acabaria levando à desestruturação do Estado austríaco.

No começo da guerra, a Áustria-Hungria ainda era um império com uma imensa área territorial: do Lago de Constança à Transilvânia, da Boêmia à Bósnia. Mais de 52 milhões de pessoas viviam no país multiétnico, cuja capital era Viena. No final da guerra, restou um pequeno Estado alpino, uma república com seis milhões de habitantes.

Com tal estrutura multiétnica, a Áustria não podia ser homogênea, nem estava livre de tensões internas antes da 1ª Guerra Mundial.

O tratamento desigual dado às diversas províncias e nacionalidades levou frequentemente a conflitos e movimentos de autonomia, em especial nos Bálcãs, onde a Áustria havia anexado a Bósnia-Herzegovina em 1908. Mas foi a guerra que liberou inteiramente tais forças centrífugas, que levaram ao completo desmembramento do Império Austro-húngaro.

Em maio de 1915, a Itália abandonou a sua neutralidade, juntando-se aos países da entente cordiale, a Inglaterra, a França e a Rússia. Com isto, a Áustria passou a lutar na frente sul não apenas contra a Sérvia, mas também contra a Itália: uma guerra de montanha extremamente difícil, em especial na região do Tirol do Sul (hoje, para os italianos, Alto Ádige).


Fome, doenças e rebeliões

Já em 1916, a situação de abastecimento no império dos Habsburgos tornara-se catastrófica. Apesar de todas as medidas para a produção agrária de emergência, o governo não conseguiu impedir que a subnutrição e as enfermidades aumentassem cada vez mais entre a população civil. Ao lado das rebeliões por motivo econômico, também as tensões por razões políticas ou nacionalistas tornaram-se frequentes.

No dia 21 de outubro de 1916, o primeiro-ministro conservador Karl von Stürgkh foi assassinado pelo filho de Viktor Adler, o chefe dos social-democratas austríacos. No mesmo ano, morreu o imperador Francisco José, que personificava a tradicional monarquia austro-húngara.

Ele havia reinado durante mais de 60 anos, mantendo o controle sobre as ações governamentais. Seu sucessor foi o sobrinho Carlos, a respeito de quem o primeiro-ministro de então tinha uma opinião arrasadora: "O imperador Carlos tem 30 anos de idade, uma aparência de 20, e fala como uma criança de 10 anos." Jovem, inexperiente e avesso a reformas, Carlos I não conseguiu impedir a desagregação do seu império.

A partir de 1918, começaram a surgir greves e rebeliões em todas as partes do país. Foram registradas deserções em massa, principalmente entre os integrantes das minorias nacionais.


Manifesto da reforma chega tarde demais

Em outubro de 1918, foi formado em Zagreb (Croácia) um Conselho Nacional Sul-eslavo, que logo anunciou a unificação dos territórios sul-eslavos com a Sérvia e Montenegro. Em Viena, constituiu-se uma Assembleia Nacional provisória para a "Áustria alemã" e, em Praga, foi proclamado o Estado tchecoslovaco.

O jovem imperador Carlos I não conseguiu impedir a fragmentação do Império Austro-húngaro



Em 16 de outubro, Carlos I ainda tentou impedir uma desintegração do seu império, através da publicação de um manifesto de reforma. Mas já era tarde demais – a autonomia sob a coroa vienense já não era mais uma opção aceitável para as províncias.

Depois do fracasso da última ofensiva militar em Piave, na Itália, a monarquia austro-húngara estava à beira da derrocada. Em fins de outubro começaram as negociações sobre um cessar-fogo. As condições impostas pela entente eram praticamente as de uma capitulação: "Retirada do Tirol até o Passo de Brenner e do Vale do Puster até Toblach, retirada do planalto norte-italiano, da Ístria incluindo Trieste, da Dalmácia e todas as ilhas no Mar Adriático, liberdade de ação para as tropas aliadas em território austríaco, desarmamento de 20 divisões, entrega dos equipamentos bélicos da metade da artilharia".

Após longa hesitação e por falta de alternativa, a delegação austríaca assinou o tratado de cessar-fogo em 3 de novembro de 1918. Com ele ficou selada a desagregação definitiva do tradicional Império do Danúbio.

Fonte: DW

quinta-feira, 11 de abril de 2013

COMO PARAR UMA GUERRA NUCLEAR - REFLEXÕES SOBRE A CRISE DOS MÍSSEIS DE 1962

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Por Michael Dobbs

 
À medida que estuda como responder à bravata militar da Coreia do Norte, Barack Obama está aprendendo a lição que John F. Kennedy precisou assimilar durante a Crise dos Mísseis de Cuba. No caso de um possível confronto nuclear, delegar poderes para os generais antecipadamente pode ser um grande erro.
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De acordo com notícia publicada esta semana no Wall Street Journal, a Casa Branca abriu mão de um "manual" previamente aprovado que exigia uma demonstração de força contra a Coreia do Norte em resposta às suas ameaças de um ataque nuclear. Em vez de adotar uma série de medidas, bem orquestradas e bem divulgadas, com o objetivo de aumentar a pressão sobre Pyongyang, o governo Obama estaria agora examinando maneiras de acalmar a tensão na Península Coreana.
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Funcionários da Casa Branca estariam contrariados com o fato de a Marinha ter tornado pública a mobilização de dois destróieres lançadores de mísseis teleguiados para a região - o que poderia provocar uma resposta imprevisível de Kim Jong-un.
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Esses sinais de divergência entre civis e militares lembram um célebre confronto no auge da Crise dos Mísseis, entre o secretário de Estado Robert McNamara e o comandante das operações navais, almirante George Anderson. Depois de o presidente anunciar um bloqueio naval de Cuba, Anderson achou que tinha toda a autoridade necessária para impedir que os navios soviéticos cruzassem a "linha de quarentena", se necessário, à força. "Sabemos como fazer isso", ele disse a McNamara, agitando no ar sua bastante manuseada cópia das leis militares em caso de guerra. "Fazemos isso desde os tempos de John Paul Jones."
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O confronto chegou a tal clímax que o secretário da Defesa, furioso, respondeu ao comandante: "Nenhum tiro será disparado sem minha permissão expressa". Alguns meses depois o almirante Anderson foi exilado como embaixador dos EUA em Portugal.
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O presidente Kennedy e seu secretário de Estado Robert McNamara
 
 
Esse episódio foi um momento decisivo de mudança nas relações entre civis e militares. Durante a 2ª Guerra, os comandantes militares desfrutavam de muita autonomia. O general Dwight Eisenhower deu ordens para "libertar a Europa" - mas não houve nenhum político interferindo, supervisionando cada detalhe das suas operações. Ele tomou decisões históricas - como sua recusa em disputar com o Exército soviético a chegada a Berlim - o que decidiu sozinho.
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A era nuclear acabou com o tradicional comportamento militar do "diga-nos o que fazer, mas não como". Erros são inevitáveis em guerras - mas não existe nenhuma margem de erro quando ela envolve o uso de armas nucleares.
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Preocupado com a possibilidade que um simples erro pudesse ter conseqüências cataclísmicas, John F. Kennedy e Robert McNamara insistiram na criação de um centro de tomada de decisões militares. O símbolo dessa mudança foi a criação da "Sala da Situação de Emergência" na Casa Branca, que permite ao presidente e seus assessores obter informações quase em tempo real do campo de batalha e portanto ter um controle e poder de comando muito maiores.
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Com material suficiente para fabricar meia dúzia de armas nucleares, Kim Jong-un dificilmente pode ser comparado ao arqui-inimigo de Kennedy, Nikita Kruchev. Em 1962, a União Soviética possuía 300 armas nucleares capazes de atingir o território dos EUA, incluindo 32 em Cuba, a 145 quilômetros de Florida Keys.
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Entretanto, existem paralelos inquie- tantes com a Crise dos Mísseis. Apesar de Kim precisar de alguns anos até poder atingir o território americano com um míssil, ele poderá transformar Seul num monte de cinzas amanhã. Com seus ternos estilo Mao e uma imagem de Doutor Maldade, Kim pode servir de tema para os comediantes de programas de TV, mas o fato é que ele controla um arsenal nuclear crescente que ameaça aliados dos EUA. Como Kennedy, Obama precisa se preocupar com a possibilidade de um erro de cálculo que pode resultar no que McNamara chamou de "resposta espasmódica" do outro lado.
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O bloqueio marítimo contra Cuba: solução para ganhar tempo na crise

 
Quatro décadas se passaram desde que o mundo chegou à beira de uma destruição nuclear, em outubro de 1962, mas as repercussões desse incidente continuam relevantes. A seguir, um sumário das lições mais importantes oferecidas pela Crise dos Mísseis, no que se refere à Coreia do Norte (ou ao Irã):
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1) Uma única bomba nuclear muda tudo. Confiando que os EUA desfrutavam de uma vantagem nuclear de 10 para 1 em relação à União Soviética, os que defendiam uma guerra, liderados pelo general Curtis LeMay, insistiram para o presidente acertar as contas com os "bastardos comunistas" de uma vez por todas. Mas a superioridade nuclear esmagadora dos EUA pouco importava para Kennedy, que mais tarde admitiu que a possibilidade de uma única ogiva nuclear soviética atingir úma cidade americana fora um "fator de dissuasão substancial".
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2) Evitar uma escalada cega. Quando um avião espião U-2 foi derrubado em Cuba no dia 27 de outubro, no auge da crise, Kennedy foi informado de que os planos de guerra existentes estabeleciam uma imediata resposta contra o sistema antimísseis soviético. Preocupado com a possibilidade de uma retaliação ter conseqüências imprevisíveis, Kennedy ordenou ao Pentágono retardar a resposta, permitindo mais tempo para a diplomacia.
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3) Prestar atenção às "incógnitas". Por mais confiantes que os chefes da inteligência possam estar, eles podem ser incapazes de informar muita coisa. Durante a Crise dos Mísseis, Kennedy ignorava que as tropas soviéticas em Cuba possuíam quase 100 armas nucleares táticas capazes de aniquilar uma força invasora dos EUA. O presidente parecia um cego tropeçando na escuridão, mal sabendo o que ocorria em torno dele. Como JFK, Obama está descobrindo que precisa agir com base no instinto tanto quanto na inteligência, em tempo real e confiável.
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4) Compreender os limites da "administração da crise". Gomo resultado da Crise dos Mísseis, acólitos de Kennedy como Arthur Schlesinger alimentaram o mito de um presidente resoluto usando um poder militar "calibrado" e uma diplomacia hábil para fazer frente ao seu homólogo no Kremlin. Acreditando na sua própria propaganda, de "melhores e mais brilhantes", eles acharam que poderiam usar uma estratégia similar durante a Guerra do Vietnã. Mas superestimaram seu poder de controlar os acontecimentos. Desconhecendo os princípio da teoria do jogo da maneira ensinada pela Rand Corporation, os comunistas norte-vietnamitas se igualaram aos americanos a cada escalada da guerra.
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5) Evitar traçar linhas que levem a arrependimentos mais tarde. Antes da Crise dos Mísseis, Kennedy ficou cada vez mais pressionado pelos republicanos, que o acusaram de ignorar a expansão militar soviética em Cuba. Ele reagiu publicando uma declaração na qual disse que "problemas mais graves" surgiriam se os soviéticos desenvolvessem "uma capacidade de ofensiva significativa" na ilha. Depois de ficar comprovado que Kruchev tinha enviado de fato mísseis nucleares para Cuba, Kennedy desejaria não ter feito aquela declaração. E foi compelido a agir, não porque os mísseis soviéticos haviam mudado consideravelmente a balança do poder militar, mas porque temia parecer fraco. Ele se viu enjaulado.
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6) Conversar com os inimigos. Depois de analisar seriamente um possível ataque aéreo cujo alvo seriam locais onde estavam estacionados os mísseis, Kennedy decidiu-se por uma ação intermediária, um bloqueio parcial a Cuba, limitado a "equipamentos. militares ofensivos". O bloqueio serviu para dar tempo de todos voltarem à razão. Kruchev mais tarde elogiou Kennedy por seu enfoque "racional". Tivesse o presidente americano seguido seus instintos iniciais e os conselhos de pessoas como LeMay, Kruchev provavelmente teria autorizado algum tipo de resposta militar que desencadearia uma cadeia imprevisível de acontecimentos.
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7) A contenção funciona. O comunismo não foi derrotado militarmente; ele foi vencido econômica, cultural e ideologicamente. Esgotados em razão da competição militar com os EUA, os sucessores de Kruchev não conseguiram oferecer ao seu próprio povo um nível básico de prosperidade material. Com a aquisição de armas nucleares, os comunistas norte-coreanos conseguiram afastar a ameaça de uma intervenção estrangeira. Mas não resolveram nenhum dos problemas econômicos subjacentes e podem até mesmo tê-los aprofundado. O comunismo no final será derrotado na Coreia do Norte, como ocorreu na União Soviética. Precisamos apenas ser pacientes
 
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Fonte: Estadão
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O EXÉRCITO BRITÂNICO DO DUQUE DE MARLBOROUGH



 


Um dos chefes militares que fugiram do comum nas operações do último século da Idade Moderna foi John Churchill, Duque de Marlborough (1650-1722).  As ações que caracterizam sua capacidade de liderança e seu gênio militar ocorreram durante a Guerra de Sucessão espanhola (1701-1711).  Nesse conflito, importante para a Europa e também para o Brasil (durante ele ocorreram a perda da colônia do sacramento e as duas invasões francesas no Rio de janeiro, em 1710 e 1711), eram adversários principais, de um lado, França, Espanha e Baviera e, do outro, Inglaterra, Áustria, Holanda e Estados alemães da Dieta de Ratisbona.
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A França, esgotada pelas guerras anteriores de Luís XIV, estava em situação crítica do ponto de vista militar, pois suas forças careciam de instrução, disciplina e equipamento.  Com exceção do Marechal Villars, os chefes militares eram escolhidos por suas qualidades de cortesãos, sem nenhum valor militar.
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Em contrapartida, o Exército inglês, sob o comando de Churchill, embora constituído de voluntários de toda a Europa Ocidental, comportando apenas um terço de ingleses, era bem treinado por seu comandante em manobrar sob fogo e resistir com tenacidade aos ataques adversários.  Além disso, Churchill instaurou uma disciplina férrea.
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A infantaria de Churchill era constituída por batalhões de 700 a 900 homens armados de fuzil e baioneta, formados em três ou quatro fileiras.  O fogo era comandado simultaneamente por um pelotão em várias fileiras, enquanto os franceses atiravam por fileira.  Quando um batalhão era envolvido, formava um quadrado e estava habituado a se deslocar nessa formação.  Cada batalhão compreendia uma companhia de granadeiros, munidos de granadas de mão e machados, que encabeçavam o ataque aos pontos fortificados ou a transposição de obstáculos.
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Granadeiro britânico do Exército de Marlborough

A cavalaria carregava à espada, porém, os dragões eram armados de mosquetões, podendo atuar como infantes quando apeavam, mantendo o terreno conquistado pelo fogo.
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A artilharia disparava projetis maciços a 400 metros e caixas de metralha a 300 metros.  Churchill tinha um cuidao todo especial com sua artilharia, ele próprio escolhia, por diversas vezes, suas posições de bateria.
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Surpresa, velocidade e manobra eram os pontos em que Churchill pôs mais ênfase, a ponto de levar Napoleão a julgá-lo bem superior a Frederico II e a outros grandes chefes da Idade Moderna.  Para Churchill, o que importava era a destruição do exército inimigo e não o assédio a praças fortes.  Porém, essas idéias, tão em contraste com as que predominam na época, encontraram numerosos opositores.  Para limitar ainda mais sua liberdade de manobra, havia a timorata, mesquinha e egoísta política de segurança da Holanda – a financiadora do Exército Britânico -, voltada para as operações em suas fronteiras, eriçadas de praças fortes.
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Quando Churchill pôde, ocasionalmente, vencer essa política, na quadra em que os franceses ameaçavam atuar no vale do Danúbio para pôr fora de ação a Áustria (1704), foi possível aos ingleses e alemães – estes comandados pelo príncipe Eugênio – obterem a brilhante vitória de Blenheim, das mais decisivas da Europa e, também, do mundo.
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John Churchill, primeiro duque de Marlborough

Churchill, então, precisava marchar com suas forças da Flandres para o alto Danúbio, despistando as tropas francesas que guarneciam a fronteira leste da França.  Além disso, a marcha fugia completamente às condições normais em que então se combatia.  Para contornar as enormes dificuldades que ela apresentava para ser cumprida com êxito, Churchill adotou as seguintes providências: emprego de destacamentos precursores para para preparar o estacionamento e a alimentação para o grosso; obtenção de créditos com os banqueiros aliados para a aquisição dos suprimentos necessários ao Exército (não existia ainda o Serviço de Intendência); compra de milhares de pares de calçados antes de lançar a tropa na transposição dos terrenos acidentados; construção das pontes necessárias no itinerário de marcha, uma delas com a finalidade de iludir os franceses quanto à sua verdadeira direção; e, finalmente, transporte de artilharia e trens pelo Reno em grande parte do percurso.
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Quando feita a junção com as tropas do Príncipe Eugênio, Churchill se defrontou com os franco-bávaros em Hochstadt (Blenheim ou Plentheim), no dia 13 de agosto de 1704, percebeu o ponto fraco do dispositivo inimigo, no centro, e, juntamente com seu companheiro de comando, orientou uma força adequada para ruptura, conseguindo a penetração e o envolvimento de grande parte das forças adversárias.
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Em Ramillies (1706), Oudenarde (1708), Malplaquet (1709), estas ainda em companhia de Eugênio, e Arleux (1711), Churchill obteve novas vitórias sobre os franceses.

Fonte: Adaptado de A Arte da Guerra, de Francisco Ruas Santos

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quarta-feira, 3 de abril de 2013

UNIFORMES - SOLDADO MONGOL

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Exército Mongol
Soldado arqueiro, Século XIII



O Soldado ao lado, pertencente ao exército mongol de Kubali Khan, possui traje adequado para o combate a cavalo no ambiente operacional da Ásia.  Utiliza túnica e gorro de pele, que lhe confere proteção contra o frio do inverno rigoroso.  A calça de algodão e as botas de couro permitem ao soldado a flexibilidade necessária para combater montado, o que ocorria com a maior parte do exército mongol.


Seu armamento consiste em um arco de madeira, que podia ser disparado mesmo com o cavalo em movimento.