terça-feira, 28 de agosto de 2012

IMAGEM DO DIA - 28/08/2012

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Durante a 2ª Guerra do Ópio (1856), tropas britânicas atacam uma posição defensiva chinesa, cujos soldados lutam com o que possuem, inclusive lançando pedras


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HEINKEL 115 É RESGATADO DO FUNDO DO MAR NA NORUEGA




 
Um raríssimo Heinkel He-115 alemão foi resgatado de um fiorde norueguês após 70 anos no fundo. Agora será restaurado de volta à sua antiga forma

O bombardeiro e torpedeiro hidroavião bimotor foi produzido na Alemanha, antes e durante a 2ª Guerra Mundial, numa série de cerca de 300 unidades. É um tesouro da guerra e foi resgatado de uma profundidade de 40 metros em Stavanger – pouco menos de dois quilômetros do museu de aviação local.

Egil Enderson, representante do museu, revelou que ficou extremamente animado com a operação de resgate e recolocação em terra: "Não dormi nada na noite anterior, embora a fuselagem já tivesse sido descolada do fundo lamacento do fiorde um dia antes, tendo sido erguida até 20 metros da superfície."

Erguer o Heinkel até a superfície foi um processo tedioso. Todo o processo se deu muito lentamente. Ninguém podia dizer com certeza quais eram as condições da fuselagem após 70 anos no fundo do fiorde. Quando o avião finalmente emergiu da água, provou-se em melhor estado do que o esperado.
 
Detalhes da fuselagem estavam bastante visíveis e intactos, assim como a pintura original e a estrutura das asas. “Iniciaremos agora o trabalho de restauração da aeronave. O primeiro passo é dividi-la em partes menores e imergi-las em um tanque de água fresca”, disse Endresen.
 
Heinkel He-115 alemão decolando na Noruega em 1940

As peças ficarão imersas pelo menos por dois anos para extrair todo o sal que impregna a fuselagem. Os tanques serão localizados do lado de fora da entrada do museu, então os visitantes poderão ver as partes da fuselagem durante o processo de dessalinização.
 
Centenas de curiosos se juntaram para acompanhar o processo de resgate, que foi efetuado com a ajuda de voluntários do museu. Entre eles estava Tor Andreassen, que foi quem primeiro localizou o Heinkel em Hafrsfjord em 2006.

Antes de a aeronave ser colocada em terra seca, teve que ser tratada e limpa de toda a água e lama. Isso aconteceu enquanto o He-115 estava pendurado por um guindaste móvel.
 
Endressen disse que há grande interesse internacional no resgate do Heinkel. Ele revelou que o museu tem um bom contato com a Universidade Técnica de Berlim, o que deve facilitar o processo de restauração.
 
O He-115 8L+FH sendo içado do fundo do fiorde

A Alemanha vendeu para a Marinha da Noruega seis exemplares do He-115 antes do começo da guerra. Um desses exemplares foi capturado pelos alemães quando da invasão do país em abril de 1940.

A aeronave resgatada, código 8L+FH, acidentou-se durante o pouso em dezembro de 1942. Ela tentou pousar após uma missão de escolta de comboio na costa de Jaeren. O pouso foi tão difícil que um dos flutuadores desprendeu-se e afundou. Os alemães conseguiram salvar um dos motores antes que a fuselagem desaparecesse nas profundezas. A tripulação não se feriu no acidente.

Fonte: Aftenbladet

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quinta-feira, 16 de agosto de 2012

CSS HUNLEY - O PRIMEIRO ATAQUE DE SUBMARINO DA HISTÓRIA

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O CSS Hunley, que serviu às forças confederadas durante a Guerra Civil Americana (1861-1865), foi o primeiro submarino operacional da história a realizar um ataque bem sucedido a um navio de guerra.

O submarino Hunley, batizado com o nome do seu inventor, Horace Lawson Hunley, foi desenvolvido no auge da guerra pelos confederados, na cidade de Mobile, no estado do Alabama, sendo transportado por via férrea para a cidade de Charleston. Quando da chegada do Hunley a Charleston, seu porto encontrava-se bloqueado por dois navios da União, o USS Housatonic e o USS Canandaigua, que se encontravam posicionados ao largo das ilhas Sullivan´s e Morris, para impedir que navios mercantes abastecessem a cidade. Foi nesse contexto que o Hunley foi construído, para destruir os navios da União, pondo um fim ao bloqueio naval.

Unidades da Marinha da União bloqueando o porto de Charleston


A bordo dos dois navios da União, já corriam rumores sobre uma "máquina infernal", que tinha sido desenvolvida pelos confederados, mas não se sabia ao certo o que era, apenas sabiam que podia deslizar silenciosamente pela água e aproximar-se de um navio sem ser notado, e afundá-lo. Como tal, o capitão do USS Housatonic dera ordens para que a área em torno do navio fosse constantemente vigiada, as caldeiras mantivessem a todo o tempo uma pressão de 220 psi, e os motores preparados para arrancar a qualquer momento, para se desviarem do que quer que fosse que os confederados lançassem sobre eles.

Horace Lawson Hunley, o inventor do Hunley


E era mesmo isso que os confederados tinham em mente, mas antes o Hunley fora submetido a rigorosos testes.

Com 12 metros de comprimento, um peso avaliado em 7.5 toneladas, movido à força de braços por meio de uma manivela acionada por 7 homens ligada a uma engrenagem dupla, ligada a uma hélice de ferro forjado, uma velocidade à superfície na ordem dos 13 nós, e submerso de cerca de 4 nós, o Hunley mostrou ser um submarino muito capaz, mas, ao mesmo tempo, muito perigoso.  Antes mesmo de o Hunley zarpar para o mar para atacar o USS Housatonic, o submarino afundou duas vezes, afogando seu próprio inventor e mais doze vítimas.

Com isso, os confederados perderam em parte o interesse no Hunley. Um oficial da Marinha Confederada chegou a declarar: "Ele é mais perigoso para nós que para eles".

Foi então que se deu uma reviravolta.

O Tenente George L. Dixon, e sete marinheiros destemidos, demonstraram interesse em utilizar o Hunley, mesmo sabendo de sua má fama. O Tenente Dixon fez uma série de inspeções no Hunley, nas quais identificou o que presumivelmente falhou quando dos dois afundamentos anteriores, e ordenou uma série de pequenos reparos e adaptações, notadamente no sistema dos lemes de profundidade, ordenou a instalação de uma hélice mais resistente e que movimentasse mais água, e uma série de melhorias nos tanques de lastro.

USS Housatonic, que bloqueava o porto de Charleston, foi o alvo do CSS Hunley


Com isso o submarino Hunley começou a ser testado por Dixon e sua tripulação. Dixon levou o submarino ao limite, testando-o exaustivamente, calculando o tempo que o submarino percorria determinada distância, quanto tempo podiam permanecer submersos até que os niveis de oxigênio obrigassem a regressar à superfície e renovar o ar.  Dixon calculou que podiam permanecer submersos cerca de 30 minutos, até terem de subir à superfície e renovar o ar. No final desses testes, Dixon sentiu-se confiante no Hunley, e estava disposto a mostrar ao Almirantado que o submarino, em mãos hábeis e experientes, podia ser uma arma mortífera e extremamente eficaz.

Assim, Dixon começou as negociações com o Almirantado, com vista a receber a permissão para atacar o navio do bloqueio, o USS Housatonic, que ocupava uma boa posição para atacar, e caso fosse afundado, daria tempo para que alguns navios de mercadorias passassem pela "entrada desprotegida" providenciada pelo Hunley, ao afundar o Housatonic.



O CSS Hunley ataca

Em pouco tempo, Dixon recebeu a autorização para atacar, mas foi ordenado que atacasse à noite, por volta das 21:20h, período em que estaria mais escuro. Nuvens escuras aproximavam-se de Charleston, elevando a moral de Dixon e de sua tripulação, pois a luz do luar não iria refletir no casco de ferro do Hunley, sendo muito difícil a sua detecção antecipada pelos tripulantes do navio da União.


Tenente George L. Dixon, comandante do CSS Hunley


Na noite de 17 de fevereiro de 1864, às 20:45h, Dixon e a sua tripulação entraram a bordo do pequeno submarino CSS Hunley, e começaram a sua jornada a caminho da posição ocupada pelo Housatonic. Segundo o plano de ataque que Dixon entregou ao Almirantado, ele pretendia submergir o Hunley quando estivesse a 1,2 km de distância do alvo. Seu armamento consistia de um torpedo. Na terminologia da época, torpedo designava um explosivo instalado na ponta de um arpão, que era direcionado e preso ao casco da embarcação inimiga e, depois, detonado por espoleta.




O sistema de propulsão do CSS Hunley: movido a manivela e força braçal


De acordo com um tripulante, que sobreviveu ao afundamento do USS Housatonic, a noite corria clara. Nuvens escuras ocultavam as estrelas e o céu. Eram 21:05h, a tripulação do Housatoniccantava em conjunto o Hino americano, quando ouviu-se o apito do vigia. Todos pararam de cantar e encaminharam-se para bombordo.

Segundo um relatório dos arquivos navais americanos, transcrevemos a descrição dada pelo referido tripulante:


“Cantávamos o Hino americano, quando de súbito, sem que nada o previsse, ouviu-se o apito do vigia, paramos de cantar e fomos para o lado bombordo do convés. O que eu e os meus amigos marinheiros vimos, deixou-nos sem sangue. Acabara de aparecer à superfície um objeto cilíndrico, e que se encaminhava na nossa direção, não dava para perceber o que era, a luz fraca dos holofotes não permitia que se visse bem, mas então, dois tubos ergueram-se desse objeto, e percebemos que o que quer que fosse, fora construído pelo homem, e que as intenções com que se encaminhavam para nós, não eram as melhores.

O capitão Pickering, de imediato, ordenou que se abrisse fogo sobre esse objeto, que, a cerca de 30 metros de nós, se começava a notar fracos clarões de luz vindos do seu interior. Dada a proximidade a que se encontrava aquele objeto, não nos foi possível abrir fogo com as peças principais, sendo nós obrigados a abrir fogo com os mosquetes e revólveres. Do meio da confusão, dos disparos, o capitão Pickering ordenou que os motores fossem de imediato postos em marcha à ré. Eu estava na amurada, a disparar o meu mosquete naquele objeto, ele encontrava-se a dois metros do nosso casco quando de súbito parou. Ouviram-se gritos no interior da máquina atacante, e vi que tinha por cima pequenas vigias, e foi para lá que tentei apontar, na esperança de atingir algum dos homens no seu interior.

Então dois tripulantes, cujo nome eu desconhecia, gritaram, apontando para baixo, e vimos uma barra de ferro, que ia da máquina atacante até ao nosso casco. Enquanto continuávamos a abrir fogo, a máquina atacante começou a recuar lentamente. Não me parecia que as balas de mosquete estivessem a ter qualquer efeito naquela máquina, mas não havia mais nada que pudéssemos fazer. Então, quando a máquina atacante recuou a cerca de 40 metros de nós, ouviu-se uma explosão debaixo de água, todo o Housatonic tremeu debaixo dos nossos pés, água lançada ao ar caiu sobre o convés, e nem um minuto após a explosão sentimos o convés a inclinar-se sob os nossos pés, percebemos de imediato que nos estávamos afundando.

O capitão Pickering deu ordem de abandonar navio, e de imediato os botes foram lançados para dentro da água, e muitos lançaram-se ao mar. Eu fui um dos muitos que se lançaram à agu, na tentativa de escapar. A água estava gelada, e fui resgatado para dentro de um bote. Nunca mais vi essa máquina que nos atacou. O Housatonic inclinou-se para trás, a proa surgiu nas águas, e nem quatro minutos após a explosão, todo o magnifico navio desapareceu nas águas.”

O submarino CSS Hunley: é possível ver o arpão com o 'torpedo' na ponta


Especulações e resgate

Pouco se sabe em relação ao que aconteceu a bordo do CSS Hunley após a explosão. Sabe-se que o submarino fez o sinal combinado, com uma lanterna de magnésio, confirmando o afundamento do USS Housatonic, e que os navios de abastecimento podiam encaminhar-se depressa para o porto de Charleston. Em terra, esperou-se pacientemente o regresso do triunfante submarino, coisa que nunca aconteceu.

O Hunley desapareceu para só ser encontrado 136 anos depois, no dia 8 de agosto de 2000, enterrado sob dois metros e meio de areia e lodo, que o conservaram para a posteridade, mais as ossadas do Tenente Dixon e dos seus sete tripulantes.


Os destroços do Hunley sendo resgatados em 2000


Muita especulação existe em torno do que sucedeu com o submarino que não regressou de sua missão. Em geral, as teorias mais aceitas são:

1) A força da explosão da bomba, cravada no casco do USS Housatonic, pode ter danificado os componentes do submarino, a ponto de ficar parcialmente não operacional;

2) Com o esforço realizado pela tripulação do Hunley, os níveis de dióxido de carbono podem ter aumentado a níveis que fizesse os tripulantes desmaiarem, fato bem possível de ter acontecido, pois, aquando da escavação no Hunley, as ossadas dos tripulantes encontravam-se tombadas sobre a manivela, o que é consistente com a teoria de terem desmaiado em plena atividade;

3) Outra hipótese é a de que, na explosão, o casco tenha ficado danificado, a ponto de permitir a entrada de água no casco, mas que deu tempo para a tripulação fazer o sinal de confirmação com a lâmpada de magnésio, e;

4) Uma inundação repentina, pela falha dos tanques de lastro por exemplo, que fizesse com que o Hunley mergulhasse a pique, e que afogasse os seus tripulantes.


O submarino CSS Hunley em exposição, após ter sido recuperado e restaurado


Controvérsias históricas a parte, o fato é que o CSS Hunley foi o primiro submarino a afundar um navio de guerra em combate.  Apesar de sua perda, o conceito de uma embarcação que poderia submergir para o ataque fora provado e, nas duas guerras mundiais do século XX, o submarino desempenharia papel essencial na luta pelo domínio do poder marítimo.


segunda-feira, 13 de agosto de 2012

PENSAMENTO MILITAR

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"Os exemplos históricos esclarecem tudo; possuem, além disso, um poder demonstrativo de primeira categoria [...]. Isto verifica-se na arte da guerra mais do que em qualquer outro campo."

(Karl von Clausewitz, general prussiano)

GUERRAS DA UNIFICAÇÃO ITALIANA (1840-1861)

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Desde a queda do Império Romano no século V, a Itália consistia em uma série de reinos e cidades-estado rivais, disputados e muitas vezes controlados por potências estrangeiras, em especial Espanha e Áustria.

Em 1796, Napoleão Bonaparte invadiu o norte da Itália para expulsar os austríacos. O domínio francês foi estabelecido no noroeste e na região central, enquanto o resto foi reorganizado nos reinos da Itália, ao norte, e da Sicília, no sul. O fracasso de Napoleão em unir a Itália levou os patriotas a formarem sociedades secretas, como a dos Carbonari, para lutar pela unificação.

Depois da derrota de Napoleão em 1815, os governantes e as fronteiras da Itália de antes da guerra foram restaurados, mas com a Áustria dominando um reino combinado Lombardia-Vêneto no norte e controlando três pequenos ducados no centro. A restauração provocou levantes em Nápoles, em 1820, no Piemonte e em Palermo, em 1821, e em Módena e nos Estados Pontifícios em 1831. Todos foram esmagados.

Os reveses, no entanto, estimularam um ressurgimento do nacionalismo. Radicais liderados por Giuseppe Mazzini e outros exilados na França organizaram o movimento Jovem Itália para substituir as antigas sociedades secretas e lutar pela unidade italiana. O movimento foi encorajado por Carlos Alberto, o novo rei do Piemonte e da Sardenha.


Primeira guerra italiana (1840-1849)

Em 1848 eclodiu uma revolução na França que repercutiu por toda a Europa. Os protestos estenderam-se até a áustria em março, com rebeliões contra o domínio austríaco irrompendo em Milão, na Lombardia e em Veneza. Aproveitando a debilidade austríaca, o rei Carlos Alberto, de Piemonte, declarou guerra à Áustria para expulsá-la da Lombardia e Veneza declarou sua independência.

O marechal austríaco Josef Radetzky retirou suas tropas de Milão e levou-as para o Quadrilátero: as cidades fortificadas de Verona, Mântua, Peschiera e Legnano. O Exército Piemontês sitiou e capturou Peschiera e preparou-se para ocupar a região montanhosa de Custoza. No entanto, os piemonteses foram derrotados por Radetzky em 1848. O marechal, então, reocupou Milão e expulsou os piemonteses da Lombardia. Foi declarada uma trégua, mas, quando a guerra foi retomada em março de 1849, as forças austríacas infligiram nova derrota aos piemonteses em Novara e acabaram com a independência de Veneza depois de um sítio em agosto.

Vítor Emanuel II, rei da Itália

Uma breve rebelião em Florença foi igualmente esmagada pelas tropas da Áustria. Todas as esperanças de expulsar os austríacos do norte da Itália foram perdidas, o que levou Carlos Alberto a abdicar em favor de seu filho, Vítor Emanuel II. No sul, os nacionalistas italianos proclamaram uma república em Roma, em fevereiro de 1849, e expulsaram o papa Pio IX. Em resposta, o rei de Nápoles e o novo presidente francês, Luís Napoleão, enviaram tropas para reempossá-lo. Ajudados pelo célebre militante nacionalista Giuseppe Garibaldi, que chegara da América do Sul no ano anterior, os romanos defenderam a cidade até a noite de 30 de junho, quando os franceses esmagaram a nova república.


O revolucionário Giuseppe Garibaldi


Segunda guerra italiana (1859-1861)

As esperanças nacionalistas de uma Itália unida pareciam destinadas ao fracasso. Os últimos levantes resultaram apenas na obtenção de uma Constituição liberal no Piemonte. No entanto, os acontecimentos logo mudaram em favor dos italianos. Em 1859 o primeiro-ministro piemontês, conde Cavour, assinou um tratado secreto com com o imperador francês Napoleão III para obter seu apoio contra a Áustria. Os austríacos foram então incitados a declarar guerra ao Piemonte, o que possibilitou a intervenção da França. E esta o fez rapidamente, deslocando 130 mil homens e o mesmo número de cavalos para a zona de guerra, no primeiro movimento militar maciço feito por ferrovias da história.

Os dois oponentes se confrontaram em Magenta, na Lombardia, em 4 de junho. Um pequeno contingente francês atacou do oeste através de um canal, enquanto uma força maior sob o comando do general MacMahon investiu do norte. No entanto, o progresso foi vagaroso, o que permitiu às tropas austríacas, bem mais numerosas, deter os franceses no canal. Os soldados de MacMahon entraram por fim na cidade ao cair da tarde, expulsando os austríacos após uma luta de casa em casa.
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Napoleão III com seu estado-maior durante a Batalha de Solferino

As forças da Áustria retiraram-se para o leste, perdendo o controle de Milão, mas, em 24 de junho, os franceses os alcançaram inesperadamente em Solferino. A batalha resultante - caótica e sangrenta – foi decisiva. Os dois lados utilizaram mosquetes raiados que disparavam projéteis Minié, mas os 400 canhões raiados dos franceses mostraram-se mais eficazes do que a artilharia austríaca, com peças de alma lisa. Os austríacos acabaram desalojados, em boa medida graças à habilidade dos zuavos da infantaria francesa e dos legionários estrangeiros.

Horrorizado com a carnificina da batalha, Napoleão III firmou apressadamente a paz com a Áustria. O Piemonte ganhou a Lombardia da Áustria e cedeu algumas áreas de língua francesa como contrapartida pelo apoio. A Áustria perdeu o controle de três ducados da Itália central, que votaram pela união com o Piemonte.

Carabineiro a pé do Reino das Duas Sicílias

A união parcial do norte da Itália provocou mudanças no sul. Em maio de 1860, Giuseppe Garibaldi e cerca de mil de seus camisas-vermelhas navegaram de Gênova, no Piemonte, para a Sicília, governada, juntamente com o restante do sul da Itália, por Francisco II, rei das Duas Sicílias.

Marchando para o interior da ilha, onde voluntários aderiram em massa à sua causa, Garibaldi derrotou um exército napolitano em Calatafimi e ocupou Palermo. Sob o olhar da Marinha Real britânica,Garibaldi voltou para o continente em agosto. Ocupou Nápoles praticamente sem luta, derrotou outra vez os napolitanos em Volturno, em outubro, e, em seguida, somou forças com um exército piemontês que marchava para o sul, a fim de sitiar em Gaeta o remanescente do exército napolitano, que se rendeu em fevereiro de 1861. Em março, Vítor Emanuel II tornou-se rei da Itália, embora o novo reino ainda não incorporasse o Vêneto e os Estados Pontifícios em torno de Roma.


Garibaldi lidera um ataque de seus camisas-vermelhas contra tropas napolitanas


Veneza e Roma

Em nova tentativa de unificação, a Itália aliou-se à Prússia na guerra contra a Áustria em junho de 1866 e invadiu o Vêneto. Os dois exércitos encontraram-se em Custoza, com os austríacos saindo-se vitoriosos, o mesmo acontecendo em Lissa. Mas a Prússia venceu a guerra e o Vêneto foi cedido à Itália em agosto de 1866.

A Guerra Franco-Prussiana permitiu à Itália apoderar-se de Roma quando a legião francesa que protegia a cidade se retirou em 1870. Tropas italianas ocuparam os Estados Pontifícios e entraram e Roma, que se tornou a nova capital nacional.
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Após a unificação, o Reino da Itália continuou a se expandir e anexou terras austríacas de língua italiana nos Alpes, em 1919, após a derrota do Império Austro-Húngaro na 1ª Guerra Mundial. O Tirol do Sul, Trieste e Ístria foram cedidos à Itália pelo Tratado de Saint Germain. O Tratado de Latrão, de 1929, estabeleceu a Cidade do Vaticano como um Estado independente.

As duas guerras de curta duração transformaram a Itália, uma série de estados rivais e em boa medida controlados do exterior, em uma nação unificada, processo completado na década seguinte, quando as potências estrangeiras foram finalmente expulsas da península.



Fonte: Adaptado de War. Londres: DK Publishing, 2009



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quarta-feira, 8 de agosto de 2012

IMAGEM DO DIA - 08/08/2012

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Durante a Guerra de Independência de Israel, em 1948, soldados israelenses do Batalhão Negev treinam com um canhão de 37mm, antiquado mas ainda útil


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terça-feira, 7 de agosto de 2012

MUSEU AEROESPACIAL COLOCA EM EXPOSIÇÃO MAIS CINCO AERONAVES


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O Museu Aeroespacial (MUSAL), no Rio de Janeiro, colocou em exposição neste mês cinco novas aeronaves: um AT-26 XAVANTE 4462, primeiro da FAB, construído em 1971, um AT-26A IMPALA, um U-7 SENECA, um rebocador G-19 IPANEMA, um BOEING 737-200 VC-96, que transportou oito Presidentes da República, e uma cabine do simulador da aeronave F-5, dos anos 1990.

Fonte: Musal


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domingo, 5 de agosto de 2012

MORRE NA INGLATERRA O HISTORIADOR MILITAR JOHN KEEGAN





Considerado um dos maiores especialistas em História Militar de sua geração, o britânico John Keegan morreu de causas não reveladas na última quinta-feira, dia 2, aos 78 anos, em sua casa em Kilmington, na Inglaterra. Embora nunca tenha servido às forças armadas ou sequer pisado em um campo de batalha – aos 13 anos ele contraiu uma tuberculose ortopédica que fez com que passasse os nove anos seguintes entrando e saindo de hospitais -, Keegan escreveu mais de vinte livros sobre o assunto, incluindo a obra-prima A face da batalha.

Nascido em 15 de maio de 1934 em Londres, Keegan, assim como outras crianças inglesas, foi evacuado para o interior do país para fugir da “blitz” alemã de 1940, sendo deixado na cidade de Taunton. Por coincidência, Taunton também virou base das tropas americanas que se preparavam para invadir a Normandia e o jovem Keegan ficou fascinado com a movimentação. Anos mais tarde, ele escreveu que pôde ouvir os aviões de guerra partindo com paraquedistas para a França na véspera do ataque.

O trabalho de Keegan atravessou séculos e continentes, traçando a evolução da guerra e das tecnologias de destruição sempre tendo em mente duas constantes: os horrores do combate e o custo psicológico que os soldados têm que enfrentar. Keegan tinha especial interesse pelas raízes culturais da guerra e por que o homem briga. Em seu clássico estudo Uma história da guerra, publicado de 1993, ele argumenta que os conflitos militares eram um ritual cultural do qual a noção moderna de guerra total, como a Primeira Guerra Mundial, tornou-se uma aberração.

Entre os tópicos que abordou ao longo da carreira estão as conquistas de Henrique V e Napoleão, além da construção da máquina militar de Hitler. Mas Keegan também abordou a guerra na era nuclear, concluindo em A face da batalha que as armas atômicas tornaram impensável uma guerra total. “A suspeita cresce de que a batalha aboliu a si mesma”, escreveu. Já em A guerra do Iraque, publicado em 2004, Keegan seguiu a revolução tecnológica da guerra com a entrada em operação de armas “inteligentes” guiadas por computadores. No livro ele também fez seu julgamento político da guerra que a invasão do Iraque para derrubar Saddam Hussein era justificável.

Mas nenhum de seus livros é mais admirado do que A face da batalha, originalmente publicado em 1976. Logo na introdução, Keegan reconhece: “nunca estive em uma batalha, nem perto de uma, nem ouvi uma de longe, nem vi seu desenlace. Eu questionei pessoas que estiveram em batalhas, caminhei em campos de batalha, li sobre batalhas, claro, falei sobre batalhas, dei palestras sobre batalhas e, nos últimos quatro ou cinco anos, tenho visto batalhas em progresso, ou aparentemente em progresso, na tela da televisão”. No livro, Keegan analisou três batalhas: a de Agincourt, em 1415, a de Waterloo, em 1815, e a do Somme, em 1916, todas envolvendo tropas inglesas. Sua avaliação do que acontece no calor da batalha, incluindo a execução de prisioneiros, é sombria.

Fonte: O Globo

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quarta-feira, 1 de agosto de 2012

IMAGEM DO DIA - 01/08/2012

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Foto dramática mostrando o instante em que dois Skyhawk A-4B argentinos realizam um ataque de baixo nível contra a fragata britânica HMS Broadsword durante a Guerra das Falklands/Malvinas

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