segunda-feira, 28 de maio de 2012

sábado, 19 de maio de 2012

GUERRA FRANCO-INDÍGENA (1752-1760)

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Apesar de travada por forças reduzidas, muito estava em jogo na Guerra Franco-Indígena.  Batalhas por fortes e povoados determinariam o formato final da América do Norte.  Se o resultado tivesse sido diferente, EUA e Canadá não existiriam como os conhecemos hoje.

Vista no geral como o desdobramento norte-americano da Guerra dos Sete Anos (1756-1763), a Guerra Franco-Indígena começou, na verdade, antes do conflito Europeu.  A Grã-Bretanha e a França ainda estavam em paz em 1754 quando ocorreram os primeiros choques significativos. A área disputada era o vale do rio Ohio, que, para a França, era um elo essencial entre sua colônia no Canadá e as terras que ela reivindicava ao longo do Mississipi.  O governo britânico, porém, fazia concessões de terras na região à Companhia do Ohio, fundada por seus colonos na Virgínia.
Em 1752 o marquês de Duquesne foi nomeado governador da Nova França, com instruções específicas de garantir o controle do território do Ohio.  Com esse objetivo, Duquesne estabeleceu uma cadeia de fortes ao sul dos Grandes Lagos, ganhando o apoio de muitos grupos de índios algonquins, tradicionalmente pró-britânicos.  Robert Dinwiddie, governador da Virgínia e um dos mais influentes integrantes da Companhia de Ohio, estava determinado a resistir à investida francesa.  Na primavera de 1754 ele enviou um corpo da milícia da Virgínia, sob o comando do tenente-coronel George Washington, para enfrentar os franceses no forte Duquesne, atual cidade de Pittsburgh.

George Washington com uniforme da milícia da Virgínia


Uma escaramuça entre a força de Washington e uma patrulha francesa, em 28 de maio, provocou a morte de um oficial francês.  O grupo de Washington era fraco demais para resistir à tropa francesa e indígena enviada para puni-los.  Em 4 de julho, Washington rendeu-se no forte Necessity, no estuário da Pensilvânia, só sendo liberado depois de assinar um documento no qual admitia o “assassinato” do oficial francês.

Vacilo britânico
Os virginianos solicitaram apoio do governo britânico e receberam dois regimentos, sob o comando do major-general Edward Braddock.  Com Washington como seu ajudante de ordens, Braddock marchou com dois mil homens para atacar o forte Duquesne.  Em 9 de julho de 1755, a coluna britânica foi emboscada por uma força predominantemente indígena, sob a liderança francesa, no rio Monongahela.  Na ação, cerca de 500 homens foram mortos, inclusive o próprio general Braddock.


Único retrato conhecido do General Edward Braddock, morto na batalha de Monongahela

Depois desse episódio, os franceses prevaleceram na região. Os britânicos obtiveram alguns sucessos, conquistando a Nova Escócia e conservando posições no vale do rio Hudson.  Quando a Grã-Bretanha e a França entraram em guerra na Europa, em maio de 1756, eram os franceses que tinham condições de tomar a iniciativa na América do Norte.  O general Louis-Joseph de Montcalm foi enviado para assumir o comando das tropas francesas em Quebec.  Em agosto de 1756, capturou e destruiu o forte Oswego, uma importante posição avançada britânica na margem sul do lago Ontário e, um ano mais tarde, forçou os britânicos a se renderem no forte William Henry, no lago George. A queda dessa fortificação tornou-se notória devido ao comportamento dos indígenas aliados de Montcalm, que torturaram e mutilaram centenas de britânicos depois que estes haviam deposto as armas.

Equilíbrio de forças
Em 1757 a configuração do conflito começou a mudar.  Engajada numa guerra generalizada contra a França, a Grã-Bretanha passou a dedicar substanciais recursos militares ao conflito norte-americano.  Com o controle do Atlântico pela Marinha Real britânica, a França passou a ter dificuldades para reforçar suas tropas no Canadá, dando aos britânicos crescente superioridade bélica.  À medida que os britânicos começaram a acumular vitórias, os indígenas começaram a mudar de lado, deslocando ainda mais o equilíbrio de poder contra os franceses.

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Ainda que a luta pelo território de Ohio prosseguisse, a guerra tornou-se cada vez mais uma campanha britânica de conquista em direção ao Canadá.  General notável, Montcalm não permitiu que seus inimigos obtivessem sucesso facilmente.  No verão de 1758, o general James Abercrombie liderou um exército britânico de mais de 15 mil homens – força enorme para os padrões do conflito – em um avanço através do atual estado de New York rumo à fronteira canadense no forte Ticonderoga.  Com menos de 4 mil homens sob seu comando, Montcalm preparou fortificações de campanha que Abercrombie tentou desastrosamente capturar com um ataque frontal.  Os britânicos sofreram 2 mil baixas e foram obrigados a bater em retirada.  Nesse mesmo mês de julho de 1758, contudo, a fortaleza francesa de Louisburg, na ilha do Cabo Bretão, que dominava o golfo de São Lourenço, foi capturada por tropas britânicas sob o comando do general Jeffery Amherst, trazidas por mar de Halifax.


General Montcalm

A conquista do Canadá
No ano seguinte, a fortaleza de Louisburg tornou-se a base ofensiva direcionada para o coração do Canadá.  Enquanto outras forças britânicas e coloniais tomavam dos franceses os fortes Ticonderoga e Niagara, uma frota britânica subiu o rio São Lourenço transportando 8 mil soldados comandados pelo general James Wolfe, a fim de atacar Quebec.  A cidade foi habilmente defendida por Montcalm, um desembarque britânico inicial foi repelido e o bombardeio do núcleo urbano a partir da margem oposta do rio teve pouco efeito.



Mapa mostrando a Batalha de Quecec


Sentindo-se incapaz de manter um sítio prolongado, Wolfe adotou um plano arriscado, que exigiu um desembarque noturno num trecho do rio acima de Quebec e a escalada dos penhascos das chamadas Alturas de Abraão.  Isso foi conseguido em 12 de setembro, forçando Montcalm a travar batalha no dia seguinte nas Planícies de Abraão, um terreno plano fora das muralhas da cidade.  Os britânicos saíram vitoriosos em breve mas duro combate, no qual os dois comandantes perderam a vida.
Os franceses fizeram um último esforço para retomar Quebec na primavera de 1760, mas seus ataques foram neutralizados.  A posição dos franceses tornou-se insustentável; em grande inferioridade numérica, entregaram o Canadá aos britânicos em Montreal, em setembro de 1760.

Tropas britânicas escalando as Alturas de Abraão durante a conquista de Quebec


Consequências
A guerra européia entre Grã-Bretanha e França prosseguiu até 1763, mas a disputa na América do Norte já estava decidida.  O acordo de 1763 confirmou a posse do Canadá para os britânicos, os espanhóis cederam a Flórida à Grã-Bretanha e, em contrapartida, receberam dos franceses a Louisiana, deixando a França sem territórios substanciais na América do Norte.
A guerra foi muito mais dolorosa para os indígenas do que para os franco-canadenses.  A Grã-Bretanha entraria, anos mais tarde, em conflito com suas colônias, surgindo os EUA.



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quarta-feira, 2 de maio de 2012

ENCONTRADOS VINTE SPITFIRES ENTERRADOS NA BIRMÂNIA

 
 
 
Vinte novíssimos Spitfires da RAF podem em pouco tempo ganhar os céus após um acordo assinado recentemente com o governo da Birmânia.
Os especialistas acreditam que descobriram os locais onde vinte dos famosos caças da 2ª Guerra Mundial foram enterrados em aeródromos por todo o país. O Primeiro-Ministro David Cameron assinou um acordo que prevê que eles sejam devolvidos à Grã-Bretanha.
Historiadores dizem que os Spitfires foram enviados para a Birmânia no verão de 1945, duas semanas antes das bombas atômicas caírem no Japão e encerrarem a guerra.
A campanha britânica para expulsar os japoneses da Birmânia foi a mais longa e sangrenta da guerra, tendo sido iniciada com a invasão japonesa no fim de 1941.
Os Spitfires ajudaram a dar apoio às forças especiais Chindits no solo – e provaram-se um grande incentivo ao moral. Tiveram um papel crucial na derrota do inimigo e cobriram o subseqüente avanço Aliado pela Birmânia, protegendo as tropas no solo.
Mas os Spitfires enterrados nunca viram ação. O comandante do teatro de operações, Lorde Louis Mountbatten, ordenou que fossem escondidos em 1945 para impedir que forças estrangeiras os tomassem, após o exército britânico ser desmobilizado. As aeronaves, recém-saídas da linha de montagem, foram enterradas em caixas numa profundidade de 1,2 a 1,8 metros, para conservá-las. Seus paradeiros foram perdidos após a RAF perder os documentos em seus arquivos.

Pilotos da RAF deixando seus Spitfires após missão contra os japoneses na Birmânia
 
Mas entusiastas da aviação, auxiliados por especialistas da Universidade de Leeds e um veterano da 2ª Guerra que testemunhou a ocultação, acreditam ter encontrado suas localizações usando a mais recente tecnologia de radar de penetração de solo.
O governo britânico disse que quer desenterrar as aeronaves e restaurá-las para que possam retornar à sua antiga glória.
As condições das caixas de carga e das aeronaves, cujas asas e fuselagem foram enterradas separadamente, são desconhecidas. Mas especialistas esperam que estejam bem preservadas.
Uma fonte ministerial disse que David Cameron fechou um acordo com o presidente birmanês para que o país ajude a Inglaterra a escavar as aeronaves num projeto histórico conjunto.
“O Spitfire é provavelmente a aeronave mais importante da história da aviação, tendo um papel crucial na 2ª Guerra Mundial. Espera-se que haja uma oportunidade de trabalhar com o governo birmanês para escavar, restaurar e exibir estas aeronaves, bem como levá-las aos céus da Grã-Bretanha mais uma vez”, disse.

Fonte: Daily Mail
 
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