sexta-feira, 30 de setembro de 2011

O JAPÃO NA 1ª GUERRA MUNDIAL

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A Coreia foi anexada ao Império Japonês em 1910, sendo explorada e abusada até onde se pôde. Mas os japoneses queriam mais.

Durante a 1ª Guerra Mundial o Japão declarou guerra à Alemanha em 23 de agosto de 1914, desejando expandir sua esfera de influência na China e no Pacífico. Aliado ao Império Britânico, ambos deslocaram forças para ocupar Tsingtao – a fortaleza alemã da Esquadra do Leste da Ásia -, os territórios ocupados de Shandong na China, bem como as ilhas Marianas, Carolinas e Marshall, que faziam parte da Nova Guiné alemã. O cerco de Tsingtao e uma rápida invasão do território alemão de Jiaozhou foram bem sucedidos, com a rendição das tropas germânicas no início de novembro de 1914.

Fuzileiros navais japoneses desembarcando perto de Tsingtao

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Fiel a seus aliados, o Japão enviou uma força naval ao Mediterrâneo para auxiliar as ações antissubmarinas, enquanto consolidava sua posição na China por intermédio das “Vinte e Uma Exigências”, em janeiro de 1915. Com o sentimento antijaponês difundido na China e a condenação internacional de suas ações, o Japão retirou suas exigências e um tratado foi assinado em maio de 1915.

Em 1918, com a eclosão da Revolução Bolchevique na Rússia, o Japão e os EUA enviaram tropas para a Sibéria com a finalidade de apoiar o Exército Branco russo em sua resistência contra os bolcheviques.  Nessa intervenção, o Japão planejava empregar um exército de 70.000 soldados para ocupar a região a oeste do lago Baikal, no entanto, a execução foi limitada, pois, desconfiados das intenções japonesas, os norte-americanos retiraram seu apoio.

Réplica de uniforme de soldado japonês de 1915

Em 1919 o Japão propôs uma cláusula de igualdade racial para ser incluído na Liga das Nações, na conferência internacional de Paris. A cláusula, contudo, foi rejeitada por vários países ocidentais e não foi encaminhada para discussão na reunião plenária da conferência. Essa rejeição fez com que o Japão se afastasse do Ocidente, por sentir-se desprezado pelos antigos aliados, direcionando-se a políticas nacionalistas. Como resultado, a Aliança Anglo-Japonesa encerrou-se em 1923.

O Japão participou da guerra e, sem sofrer qualquer dano considerável, lucrou e equilibrou-se economicamente, consolidando a base do capitalismo que, até então, se achava instável. A procura de produtos japoneses pelos países que estavam participando diretamente da guerra era grande e trouxe progresso para as indústrias e incrementou a exportação.

 

MASSADA: A ÚLTIMA FORTALEZA





O ano 72 d.C. estava próximo de seu fim quando um sentinela judeu, que montava guarda num posto avançado nas montanhas, avistou uma nuvem de poeira aproximando-se no horizonte. Ele sabia que aquilo só podia significar uma coisa: os romanos estavam chegando. Foi dado o alarme. A última fortaleza da resistência judaica despertou. A guerra havia chegado à Massada.


A fortaleza

Massada, que, provavelmente, significa "lugar seguro" ou "fortaleza", é um imponente planalto escarpado, situado no litoral sudoeste do Mar Morto. O local é uma fortaleza natural, com penhascos íngremes e terreno acidentado. Na parte leste, a face do penhasco se eleva 400 metros acima da planície circundante. O acesso só é possível através de uma difícil trilha que serpenteia pela montanha.

As vertentes norte e sul são igualmente escarpadas, mas o lado oeste é um pouco mais fácil de atingir. Ali, embora a montanha ainda se eleve a mais de 100 metros de altitude, o terreno sobe com uma inclinação de vinte graus até cerca de 13 metros do topo. O platô de Massada tem a forma aproximada de um losango, com cerca de 600 metros de comprimento e 300 metros na parte mais larga.

Planta da fortaleza

Flávio Josefo, o famoso historiador judeu do primeiro século, é a principal fonte de informação sobre a história de Massada. Embora alguns de seus relatos e números sejam muitas vezes questionados, grande parte do que ele descreveu foi confirmado pela arqueologia.

Massada tornou-se uma fortaleza judaica durante o período dos hasmoneus (cerca de 150-76 a.C.). Mais tarde, o rei Herodes fez ampliações e reforçou suas defesas (37-31 a.C.). Como era de se esperar, as reformas de Herodes foram impressionantes. Uma dupla muralha de pedra, com 140 metros de extensão e quase seis metros de altura em alguns pontos, estendia-se por todo o perímetro do platô. No espaço de 4 metros de largura que separava as duas muralhas, foram construídos vários quartos, que eram usados para guardar armas e alojar as tropas. A muralha tinha quatro portões e mais de trinta torres.

Herodes também construiu dois palácios com todo conforto e luxo da época: pisos de mosaicos, afrescos, colunatas e até uma piscina. Para garantir a auto-suficiência de seu refúgio no deserto, Herodes mandou plantar hortaliças e grãos na montanha, além de construir enormes cisternas escavadas na pedra para coletar água da chuva, com capacidade para mais de 40 milhões de litros. Suas despensas guardavam jarros de azeite, vinho, farinha e frutas. Herodes também tinha um estoque de armas suficiente para um exército de dez mil homens.  Depois da morte de Herodes, a fortaleza de Massada foi ocupada por uma guarnição romana que ficou aquartelada ali por quase cem anos.


Esboço mostrando como era a fortaleza de Massada por ocasião do asslto romano


Os sicários

Durante o censo de Quirino (6 d.C., cf. Lc 2.2), surgiu entre os judeus daquela região uma quarta filosofia ou seita (além dos fariseus, saduceus e essênios). Josefo apontou essa seita como responsável pela destruição do Templo de Jerusalém, em 70 d.C. Esse partido defendia a rebelião contra Roma e não reconhecia nenhuma autoridade, senão a divina. Seus seguidores eram conhecidos como sicários, do latim sica, que significa "adaga curva". Alguns estudiosos identificam os sicários com os zelotes.

Josefo não tinha muitas palavras boas a dizer sobre os sicários. Ele os definiu como bandidos, que não assassinavam só os romanos, mas matavam e saqueavam seus próprios compatriotas, cometendo crimes bárbaros e fomentando a revolta, sob uma capa de patriotismo e ideais libertários.

No ano de 66 d.C., um grupo desses rebeldes entrou furtivamente na fortaleza de Massada e dizimou a guarnição romana aquartelada ali, pertencente à Legião III Gallica. Pouco depois, o líder dos sicários, Manaém, chegou a Massada com seus homens, saqueou o arsenal e seguiu em direção a Jerusalém, como líder autoproclamado da revolta contra Roma. Chegando em Jerusalém, Manaém agiu com extrema crueldade, assassinando todos os que não se submetiam à sua autoridade. Sua opressão tornou-se tão insuportável que provocou um levante num grupo de judeus de Jerusalém que consideravam sua tirania pior que a de Roma. Nessa revolta, Manaém foi preso e executado. Muitos de seus seguidores, inclusive um parente seu chamado Eleazar ben Jair, fugiram para Massada, onde Eleazar tornou-se líder dos sicários.

Os sicários (também identificados como zelotes) eram guerreiros judaicos inspirados na trajetória do libertador Moisés


Durante os seis anos seguintes, os sicários de Massada demonstraram fervorosa devoção religiosa. Entretanto, em total incoerência com essa aparente piedade, Eleazar e seus homens costumavam atacar as povoações vizinhas, até mesmo as de judeus, para roubar provisões. A vila de En-Gedi, situada a cerca de 25 quilômetros ao norte de Massada, foi alvo de seu ataque mais cruel. Os sicários investiram contra a aldeia durante a Festa dos Pães Asmos, roubaram todos os mantimentos, expulsaram os habitantes judeus e, segundo Josefo, mataram setecentas pessoas.

Quando Jerusalém foi finalmente destruída pelos romanos, no ano 70 de nossa era, um pequeno punhado de sobreviventes dirigiu-se para Massada. Na época em que os romanos atacaram a fortaleza na montanha, no final de 72 d.C., a população judaica que ali vivia já somava 967 pessoas.


Os romanos cercam a fortaleza

Após a tomada de Jerusalém, os romanos começaram a operação de limpeza das áreas conquistadas. Dois baluartes judaicos remanescentes – Herodion e Maqueronte – foram rapidamente esmagados. Massada foi deixada para o novo procurador, general Flávio Silva.

Silva marchou em direção a Massada com a Legião X Fretensis e uma tropa auxiliar de milhares de soldados, além de milhares de prisioneiros judeus que trabalhavam como escravos, produzindo alimentos e fornecendo água para o exército.

Dispositivo romano ao redor de Massada

Ao chegar à base da fortaleza de Massada, Silva começou a elaborar uma estratégia para enfrentar o desanimador desafio que se erguia à sua frente. Após avaliar a situação, ele decidiu, primeiramente, construir oito acampamentos de base em torno da fortaleza. Um deles foi colocado na montanha que dava vista para Massada, no lado sul. O local era um ótimo posto de observação, permitindo acompanhar as atividades dos sicários. O quartel-general de Silva estava localizado em um dos acampamentos maiores, a noroeste da fortaleza.

O primeiro objetivo de Silva era impedir que os sicários escapassem. Para isso, construiu uma muralha de três quilômetros de extensão e quase dois metros de espessura, circundando toda a montanha.

O segundo objetivo de Silva era transpor a muralha defensiva no alto da montanha e penetrar na fortaleza. Ele sabia que um cerco prolongado estava fora de questão, pois Massada tinha uma abundante reserva de provisões. Então, decidiu construir uma rampa de assalto sobre a elevação natural na encosta oeste de Massada. Esse feito não foi nada desprezível. As tropas de Silva levaram grande quantidade de terra e pedras para o local, e usaram vigas de madeira de tamargueira, com 60 centímetros a 1 metro de comprimento, para escorar a pilha de entulho. Com esse material, construíram um plano inclinado que deve ter tido uns 160 metros de comprimento, 15 metros de largura e 8 metros de profundidade.


Mas os sicários sabiam muito bem quais eram as intenções dos romanos, e não ficaram assistindo de braços cruzados. Enquanto os romanos tentavam construir sua rampa, os judeus juntavam grandes pedras, pesando uns 50 quilogramas cada uma, e as mandavam rolando morro abaixo. Além disso, outros sicários arremessavam pedras menores com suas fundas.

Massada hoje: ainda é possível ver a rampa construída pelos romanos para assaltar a fortaleza

Mas a resistência foi em vão. O plano inclinado foi concluído e as enormes máquinas de guerra dos romanos entraram em ação. Uma dessas torres tinha entre 20 e 30 metros de altura, e, lá de cima, os romanos lançavam uma chuva de setas e pedras sobre os atarantados rebeldes.

A torre também tinha um poderoso aríete, composto de uma enorme tora de madeira com uma ponta de ferro no formato de cabeça de carneiro. A tora era suspensa por cordas, dentro da máquina de guerra. Os soldados empurravam a máquina até perto da muralha ou dos portões e, ao chegarem a uma distância suficiente, puxavam a tora para trás e depois a empurravam para a frente com toda a força. Josefo comentou que nenhuma muralha ou torre conseguia resistir à violência desses golpes.

Sabendo disso, os sicários usaram um sistema engenhoso para reforçar a muralha exterior. Usando as vigas dos telhados de 90 por cento das construções de Massada, eles construíram uma muralha de madeira por dentro da muralha de pedra e encheram de terra o espaço entre as duas. A muralha interna "deveria ter entre 20 e 25 metros de extensão, cerca de 18 metros de espessura e 7 a 8 metros de altura".

Aparentemente, o aríete tinha pouco efeito sobre este tipo de muralha, exceto o de compactar ainda mais a terra, a cada novo golpe. Mas o sucesso da nova muralha de madeira não durou muito, pois ela tinha uma grande fraqueza: podia ser queimada.

Silva ordenou que suas tropas lançassem tochas flamejantes sobre a muralha, e, em pouco tempo, ela estava em chamas. Quando um vento vindo do norte soprou as chamas de volta na direção dos romanos, os judeus cercados sentiram a esperança renascer. Mas os ventos mudaram outra vez, levando as chamas novamente para a muralha. Enquanto suas defesas queimavam rapidamente, os sicários perceberam que o fim estava próximo.


Tirando a própria vida

Em vez de investirem para a matança, os legionários voltaram a seus acampamentos para passar a noite, preparando-se para desferir o ataque final pela manhã. Porém, durante a noite, Eleazar ben Jair convenceu seus compatriotas, embora com certa dificuldade, de que era melhor morrerem livres do que sofrerem a tortura que certamente estaria reservada para eles e suas famílias, nas mãos dos romanos. O suicídio coletivo era preferível à escravidão. Com grande tristeza, cada chefe de família matou sua mulher e seus filhos. Em seguida, foram sorteados dez homens para matar os restantes. Desses, um foi selecionado para matar os outros nove, incendiar o palácio onde todos haviam tombado e, depois, suicidar-se.

Com o raiar do sol, as tropas romanas precipitaram-se pelas fendas da muralha, preparadas para entrar em combate contra a resistência, mas tudo o que encontraram foi o silêncio. Intrigados, os soldados gritaram para atrair os guerreiros. Em vez disso, viram surgir das sombras duas mulheres e cinco crianças, que haviam escapado do massacre da noite anterior escondendo-se em cavernas subterrâneas. Os sobreviventes contaram aos romanos o que os sicários tinham feito, mas eles só acreditaram quando entraram no palácio incendiado e contemplaram o monte de cadáveres.

As mortes ocorreram no décimo quinto dia do mês de nisã, segundo o calendário judaico, no primeiro dia da Festa dos Pães Asmos do ano de 73 d.C.


Massada hoje

No sítio de Masada foi erguida uma igreja ortodoxa no séculos V e VI.  Depois disso, o local permaneceu em estado de abandono até à criação do Estado de Israel, após a 2a Guerra Mundial.

O sítio foi objeto de uma extensa campanha arqueológica, entre os anos de 1963 e 1965, coordenada por Ygal Yadin, com a colaboração de centenas de voluntários provenientes não apenas de Israel, mas de todo o mundo.


Hoje o sítio de Massada é considerado parimônio mundial pela UNESCO e encontra-se aberto à visitação pública, com acesso pelo lado Sul, a partir da estrada de Bersheva. No local há estacionamento para veículos e um teleférico para acesso ao alto do monte. Para os mais aptos, a subida é gratuita pelo antigo "Caminho da Cobra", a primitiva trilha que percorre a encosta.

Atualmente, o moderno Estado de Israel homenageia Massada, não necessariamente por seus defensores, mas por seus ideais. As palavras do hino nacional israelense expressam o anseio do coração de todo judeu, desde que os romanos romperam as defesas de Massada: "Viver em liberdade na terra de Sião e Jerusalém".



Fontes: Torah Web e Aventuras na História

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domingo, 18 de setembro de 2011

NOTÍCIA - P-51 MUSTANG DA 2a GUERRA MUNDIAL CAI EM SHOW AÉREO NOS EUA





A queda de um avião de pequeno porte sobre o público durante uma competição aérea na cidade de Reno, no estado norte-americano de Nevada, matou pelo menos três pessoas e deixou ao menos 56 feridos, segundo as autoridades. A informação inicial era de 75 feridos.
O acidente ocorreu às 16h30 locais desta sexta-feira (16). O piloto e outras duas pessoas que estavam em solo morreram.  Imagens da TV local KRNV-TV mostraram corpos ensanguentados e destroços, em um ambiente de caos.
Gravado aparentemente da arquibancada principal, ele mostra o público dizendo "Oh, meu Deus" após a queda da aeronave, que ergueu uma nuvem de fumaça e provocou um incêndio.
Jeff Martinez, homem do tempo da KRNV, estava no local. Ele disse que o avião virou para a direita e então caiu direto, de bico, em direção ao chão.
 "Ninguém acreditou." Ele era o dono do avião, um caça P-51 Mustang, do tempo da Segunda Guerra Mundial.  
"A gente via pedaços e partes por todos os lados", disse Martinez. 

Momento do impacto do P-51 com o solo


Piloto experiente

Mike Houghton, presidente da empresa responsável pela National Championship Air Races, disse que o piloto Jimmy Leeward, de 80 anos, natural de Ocala, no estado da Flórida, morreu no acidente.
Leeward, segundo o empresário, era um piloto experiente, que trabalhou como de dublê em filmes de ficção como "Amélia". Ele voava desde 1975.
Fonte: G1.F
Fonte

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

PERSONAGENS DA HISTÓRIA MILITAR – GENERAL ANDOCHE-JUNOT

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* 24/09/1771 – Bussy-le-Grand, França

+ 29/07/1813 - Montbard, França


Jean-Andoche Junot nasceu em Bussy-le-Grand, Côte-d'Or, filho de Michel Junot e Marie Antoinette Bienaymé. Iniciou os seus estudos em Châtillon e seguiu para Paris, quando, ao eclodir a Revolução Francesa, alistou-se no Exército, no batalhão de voluntários da Côte-d'Or, onde foi ferido por duas vezes e conseguiu a patente de sargento. Durante o cerco de Toulon de 1793, foi escolhido como ajudante-de-ordens de Napoleão Bonaparte, com quem faria carreira na Itália, no Egito (1798-1801), na Áustria (1805), na Guerra Peninsular (1807-1808, 1810) e na Campanha da Rússia (1812).


A Campanha da Itália

Tendo-se distinguido na Campanha da Itália por sua bravura, foi promovido a coronel. Recebeu um ferimento na cabeça em Lonato, que seus biógrafos acreditam tenham lhe causado permanentes transtornos de pensamento e de caráter, afetando-lhe a capacidade de julgamento e tornando-o impetuoso e temperamental. Mais tarde, participou no golpe do 18 Brumário. Casou-se com Laure (Laurette) Martin de Permond em 1800.

Alcançou o posto de general-de-brigada durante a Campanha do Egito, mas, ferido em um duelo, foi capturado quando de seu retorno como inválido à França. Ao chegar, foi promovido a general-de-divisão e nomeado governador de Paris (1801). O próprio Napoleão o afastou do cargo, enviando-o para Arras, como instrutor do novo Corpo de Granadeiros.

Seu envolvimento com Portugal iniciou-se a partir de 1805, quando serviu um curto período como representante diplomático em Lisboa. De Portugal passou à Áustria, onde combateu na batalha de Austerlitz, em 1805. Nomeado governador-geral de Parma, no ano seguinte foi nomeado governador militar de Paris.


Guerra Peninsular

Portugal, então governado pela Casa de Bragança e sob a regência do príncipe D. João, recusava o pedido de Napoleão de participar no bloqueio comercial à Inglaterra. A 12 de agosto Napoleão e o Carlos IV de Espanha pediram ao príncipe D. João que declarasse guerra à Inglaterra. Entretanto, os exércitos de Napoleão marchavam na fronteira com a Espanha, e, em 1807, no comando do Corpo de Observação da Gironda, Junot comandou a invasão de Portugal, saindo em novembro de Salamanca, entrando em Portugal, no dia 17 de novembro, por Segura, na Beira Baixa, capturando Lisboa no dia 30 desse mês.

Indicado como governador-geral de Portugal, foi feito Duque de Abrantes em março de 1808. Os ingleses desembarcaram em Portugal em agosto de 1808 e, diante da ofensiva de Arthur Wellesley - Depois duque de Wellington -, que bateu as tropas francesas na batalha da Roliça (17 de agosto) e na batalha do Vimeiro (21 de agosto), Junot propôs aos ingleses um armistício que lhe permitiu a retirada: a Convenção de Sintra, assinada no dia 30 de agosto. Na retirada, levou todas as "armas e bagagens" que pôde, tornando famosa essa expressão em Portugal. Levado pela Marinha Real britânica para a França, por pouco não foi submetido à corte marcial.  Em 1810 retornou à Península Ibérica com as tropas do general André Masséna, sendo gravemente ferido.

Monumento em homenagem a Andoche-Junot na França

Últimos anos

Durante a Campanha da Rússia de 1812, Junot foi acusado de permitir a retirada do Exército Russo após a batalha de Smolensk, embora tenha comandado o 8º Corpo de Exército francês na batalha de Borodino de forma destacada.

Em 1813 foi feito governador da Ilíria, mas, mostrando sinais de demência, regressou à França, onde tentou cometer suicídio atirando-se por uma janela. Fraturou a perna, e depois tentou amputá-la com uma faca de cozinha. Morreu alguns dias mais tarde, em 29 de julho de 1813, devido a complicações por infecção.
   


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sexta-feira, 9 de setembro de 2011

PENSAMENTO MILITAR



"Não lute uma batalha em que você não pode ganhar."

General Erwin Rommel

A GUERRA DE 1812

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De 1812 a 1815 os EUA travaram com a Grã-Bretanha uma “segunda guerra de independência”.  Os britânicos não queriam o confronto e, do lado americano, os motivos eram obscuros, não ficando claro se os EUA pretendiam ou não anexar o Canadá parcial ou totalmente.



Início da guerra

Os EUA declararam guerra à Grã-Bretanha em 18 de junho de 1812, uma decisão controversa, pressionada pelo presidente James Madison e pelos políticos belicistas – os “falcões” – partidários do expansionismo americano.  Os EUA, no entanto, estavam mal preparados para a guerra e, ainda que seu pequeno exército permanente fosse reforçado por voluntários de serviço temporário, os americanos apoiavam-se em milícias estaduais.  Madison acreditava que essas forças seriam suficientes para ocupar o Canadá.  Isso era possível na teoria, uma vez que os maiores recursos da Grã-Bretanha estavam comprometidos com a guerra na Europa contra Napoleão, deixando um contingente mínimo no Canadá.  Uma invasão do território britânico em agosto de 1812, no entanto, terminou em desastre: o ataque em três frentes foi rechaçado por um punhado de soldados britânicos, milícias canadenses e guerreiros indígenas.


Vitória americana no mar

O revés para os EUA em terra foi compensado por significativas vitórias navais.  De uma maneira geral, a Marinha dos EUA não chegava nem perto da poderosa Marinha Real britânica, que possuía mais de 700 navios de guerra.  Os EUA possuíam apenas 17, nenhum maior do que uma fragata.  No entanto, a principal força da Marinha Real participava do bloqueio aos portos franceses e não podia ceder navios para a guerra americana.  As fragatas dos EUA eram mais bem armadas do que as britânicas e tripuladas por oficiais e marinheiros habilidosos e determinados.

Fragata norte-americana desembarcando tropas no início da guerra


Foi um choque para o orgulho britânico quando o USS Constitution triunfou em combates individuais contra as fragatas HMS Guerrière e HMS Java; e a USS United States capturou a fragata HMS Macedonian.  Os navios de guerra e os corsários norte-americanos aplicaram um duro castigo à navegação comercial britânica.

As mais importantes vitórias navais americanas, no entanto, foram conquistadas no lago Erie.  O comandante Oliver Hazard Perry assumiu o comando de um pequeno esquadrão de navios de guerra construídos no local para se contraporem ao domínio britânico no lago.  Em 10 de setembro de 1813, Perry derrotou uma força britânica de tamanho equivalente à sua e, graças ao controle das águas do lago, os EUA retomaram Detroit, que fora perdida no ano anterior, garantindo, desse modo, a posse de Ohio.



Luta contra indígenas

O resultado selou também o destino de Tecumseh, líder da tribo shawnee que lutava ao lado dos britânicos.  Quando seus aliados se retiraram de Detroit, ele teve que acompanhá-los, sempre perseguido pelas forças do americano William Henry Harrison.  Em 1813, na batalha do Thames, os britânicos e os indígenas foram vencidos e Tecumseh foi morto.

O chefe shawnee Tecumseh, morto na batalha de Thames quando lutava ao lado dos britânicos


Com a pressão do conflito e o passar do tempo, o Exército dos EUA se organizou e passou a lutar sob melhores lideranças.  O general Winfield Scott despontou como herói americano em meados de 1814, quando os EUA organizaram uma segunda e mais bem planejada invasão do Canadá.  Ele conduziu seus homens à vitória em Chippewa e, em seguida, foi gravemente ferido em um duro confronto em Lundy’s Lane em julho.

No sul, outro oficial americano destacou-se na luta contra os nativos: o coronel Andrew Jackson, comandante da milícia do Tenessee.  Uma facção da tribo creek, conhecida como os Cajados Vermelhos, começara a lutar contra os EUA.  Em 1814, a milícia de Jackson, apoiada por outros índios creek e cherokee, lançou uma campanha contra os Cajados Vermelhos, massacrando-os na batalha de Horsehoe Bend, em março. 

Apesar dos êxitos, em 1814 a maré da guerra estava virando contra os EUA.  Na Europa, Napoleão fora deposto em abril, o que liberou tropas e navios britânicos.  Apesar das façanhas dos marinheiros americanos, o poderio da Marinha Real começou a se fazer sentir: as fragatas USS Chesapeake e USS Essex tinham sido capturadas e um bloqueio cada vez mais rígido do litoral dos EUA teve severo impacto na economia do país e nas finanças governamentais.

Principais batalhas da Guerra de 1812




Queima da capital

Livres para atacar em qualquer ponto do litoral, os britânicos enviaram, em agosto de 1814, tropas recém-chegadas da Europa para assaltar Washington.  Sob o comando do general Robert Ross, os britânicos expulsaram a milícia que defendia a cidade e queimaram prédios públicos.  No mês seguinte, os britânicos tomaram o Maine oriental, mas uma invasão do estado de New York, a partir do Canadá, fracassou.

Tropas britânicas queimando a capital Washington

O general britânico George Prevost conduziu um exército até a cidade de Plattsburgh, no lago Champlain, mas a força naval que o acompanhava foi derrotada por um esquadrão lacustre americano, sendo ele obrigado a recuar.



O fim da guerra

A essa altura, os dois lados estavam extenuados com o conflito.  As lutas somente ocorriam como forma de obter vantagens potenciais nas negociações de paz que tiveram início em Ghent, na Bélgica.  Os britânicos decidiram se apoderar de nova Orleans, com o almirante Alexander Cochrane à frente de um corpo de soldados oriundos da Jamaica.  Em 8 de janeiro de 1815, protegido pela escuridão, um exército britânico comandado por Edward Paekenham tentou um assalto frontal à fortificações defendidas por Andrew Jackson, já promovido a general, e seus 5 mil soldados.  Paekenham foi morto e a operação abandonada.  As tropas não sabiam que um acordo de paz – o Tratado de Ghent – havia sido assinado duas semanas antes.  A notícia só chegou em fevereiro.

O general Andrew Jackson, herói da Guerra de 1812 e, mais tarde, presidente dos EUA


A única mudança territorial resultante da Guerra de 1812 foi o ganho pelos EUA do território espanhol de Mobile, no Alabama.  A guerra estimulou uma onda nacionalista nos EUA e no Canadá.  O Star-spangled banner, escrito por Francis Scott Key durante o assalto a Baltimore, se tornaria o hino nacional americano.  Disputas de fronteira entre EUA e Canadá foram resolvidas por acordos no decorrer do século XIX.

A guerra propiciou liberdade para milhares de escravos negros que fugiram de seus donos americanos e se juntaram aos britânicos.  Para os americanos nativos, porém, a guerra trouxe mais opressão.  Andrew Jackson liderou ataques a indígenas e as escravos fugidos na Flórida, na Guerra Seminole, de 1817-1818.


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sexta-feira, 2 de setembro de 2011

ENCERRADO O XXXVII CONGRESSO INTERNACIONAL DE HISTÓRIA MILITAR

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Encerrou-se no dia de hoje, na cidade do Rio de Jeneriro, o XXXVII Congresso Internacional de História Militar.  O evento, coordenado pela Comissão Internacional de História Militar teve como eixo temático as guerras coloniais e as guerras de independência.  Durante uma semana, foram realizadas 29 sessões onde foram apresentados mais de 90 trabalhos por historiadores militares de três dezenas de países.

Na oportunidade o editor do Blog apresentou o trabalho A milícia em armas: o soldado brasileiro da Guerra de Independência.

A seguir, algumas imagens do Congresso:




O editor do Blog apresentando seu trabalho no XXXVII CIHM


O Blog História Militar parabeniza a Comissão Brasileira de História Militar, o Instituto de Geografia e História Militar do Brasil e a Escola de Comando e Estado-Maior do Exército pela qualidade da organização do Congresso.


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