terça-feira, 29 de setembro de 2009
IMAGEM DO DIA - 29/09/2009
ARMAS – CIMITARRA
Originária da Pérsia, foi adotada pelos árabes e espalhou-se por todo o mundo islâmico até o século XIV. Originalmente, a cimitarra era uma espada de cavaleiros e cameleiros, no entanto, em muitos desses países, as espadas retas continuaram a ser preferidas para guerreiros a pé ou para fins cerimoniais.
Comparável à katana japonesa, a cimitarra é também uma espada curva de um só gume extremamente cortante e ágil, feita com aço da melhor qualidade. Uma cimitarra típica possui de 90 cm a 1 metro de comprimento total e pesa entre 1,0 kg a 1,5 kg.
A cimitarra curta é uma variante menor e mais ágil da cimitarra, freqüentemente usada aos pares, uma em cada mão. Uma típica cimitarra curta tem em torno de 55 cm de comprimento e pesa aproximadamente 500 gramas.
Representação do século XV mostrando guerreiros muçulmanos enfrentando soldados cruzados com suas cimitarras. Com seu fio agudo e sua estrutura curva, a arma era especialmente eficaz para golpear a cabeça ou o pescoço do oponente.
Represen.
A saif ("espada" em árabe) é a clássica espada longa árabe, usada desde os tempos pré-islâmicos. Os cavaleiros e cameleiros árabes passaram a preferir a cimitarra por volta do século XIV, mas a saif reta continuou a ser usada por guerreiros a pé e a ser o símbolo do status de nobres e príncipes. Uma típica saif possui cerca de 1 metro de comprimento total e pesa em torno de 1,2 kg.
DIVULGAÇÃO – I SEMANA DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO E CULTURAL MILITAR
Inscrições pelo site:
http://www.defesa.gov.br/eventos_temporarios/2009/semana_patr_hist/
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ACADEMIA DE GUERRA PRUSSIANA
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Von Scharnhorst,
Somente um em cada dez graduados era considerado apto a ingressar num dos ramos operacionais do Estado-Maior e nas divisões de campanha.
Oficiais prussianos diante da Academia de Guerra em 1914
A crescente demanda por ensino militar avançado obrigou a Prússia a fundar dezenas de novas instituições de guerra (Kriegsschule). Ainda assim, no ano de 1913 foi necessário reduzir a duração do curso e as matérias estudadas a fim de atender o maior número possível de candidatos.
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A Academia foi fechada no início da 1ª Guerra Mundial (1914) e assim se manteve no pós-guerra por conseqüência do Tratado de Versalhes. Em 1935, durante o governo nazista, a Academia retomou as suas atividades para o treinamento de oficiais da Wehrmacht e foi novamente fechada no ano de 1939 em decorrência da 2ª Guerra Mundial. Ao término do conflito a instituição foi finalmente dissolvida.
Oficiais de estado-maior alemães formados pela Kriegsakademie
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I SIMPÓSIO DE HISTÓRIA DA AVIAÇÃO MILITAR
sábado, 26 de setembro de 2009
UNIFORMES - GRANADEIRO A CAVALO FRANCÊS, 1815
IMAGEM DO DIA - 26/09/2009
1a GUERRA MUNDIAL - ENTENDENDO SUAS RAÍZES
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Dessa maneira, a Europa estava politicamente dividida entre os dois grandes acordos firmados na época. A Tríplice Entente e a Tríplice Aliança perfilavam a rivalidade num cenário bastante conturbado. A mobilização de potências em blocos preparou boa parte das condições necessárias para que ocorressem os conflitos da Primeira Guerra Mundial.
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NOTÍCIA - REENCONTRO DE FAMÍLIAS COREANAS
quarta-feira, 23 de setembro de 2009
ARMAS: PILO ROMANO
O pilo (pillum, em latim) era uma das armas padrão da legião romana. Era uma lança de arremesso composta de uma parte de ferro, mais fina e pontiaguda, e outra de madeira, maior e mais pesada. Essas duas partes eram unidas de tal maneira que quando o pilo atingisse seu alvo, a junção das duas partes entortaria, e tornaria difícil para, por exemplo, um adversário arrancar a lança se ela tivesse cravado no seu escudo. Ele então seria obrigado a jogar seu escudo fora para ter maior agilidade, e então o exército inimigo teria um soldado sem a devida proteção.
Existiram diversos tipos de pillum, sendo os mais comuns aqueles onde o metal encaixava na madeira e outros onde rebites prendiam o metal à haste. Esta arma sofreu consideráveis alterações ao longo do extenso período em que foi utilizada.
PERSONAGENS DA HISTÓRIA MILITAR – GENERAL GOMES FREIRE DE ANDRADE
* 27/01/1757 - Viena, Áustria
+ 17/10/1817 - Forte de São Julião da Barra, Portugal
Gomes Freire de Andrade era filho de António Ambrósio Freire de Andrade e Castro, embaixador de Portugal na corte austríaca, e da condessa de Schaffgotsch, vinda de uma antiga e ilustre família da Boêmia.
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Acusação
.Libertado Portugal da ocupação das tropas francesas e após a derrota de Napoleão, Freire de Andrade regressou a Portugal, onde veio a ser Grão-Mestre da Maçonaria. Foi acusado de liderar uma conspiração contra a monarquia de D. João VI, em Portugal continental representada pela Regência, então sob o governo militar britânico de William Carr Beresford. Foi detido e enforcado por crime de traição à pátria junto com outras onze pessoas: o coronel Manuel Monteiro de Carvalho, os majores José Campelo de Miranda e José da Fonseca Neves e mais oito oficiais do Exército..
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IMAGEM DO DIA - 23/9/2009
UNIFORMES - CORPO DE BLINDADOS ISRAELENSE, 1967
CRÔNICAS DA FEB - "O DIA EM QUE FUI PRISIONEIRO"
Convencionalmente, os dias santos, e feriados e outras efemérides de grande importância e significado aparecem nas folhinhas e calendários em vermelho. Que cor devo eu escolher para o dia 22 de outubro de 1944, o dia que deu início a uma das passagens mais marcantes e trágicas de minha vida?
Pois bem, no dia 22 de outubro de 1944, foi-nos dada a missão de fazer uma patrulha de reconhecimento, com um efetivo de 19 homens, para determinar a posição dos alemães à nossa frente. Eu fazia parte do grupo do Sargento José Caporicci. Saímos às 2 horas da madrugada. Chovia bastante. O terreno era acidentado. Tivemos que avançar lentamente, não só por causa do mau tempo e das condições topográficas mas, também, pelas precauções que tínhamos que tomar. Estávamos alertas para possíveis encontros com patrulhas inimigas e, em especial, para evitar dispositivos que poderiam disparar alarmes e revelar nossa presença. Fios disfarçados e quase invisíveis para acionar minas, e outros artefatos colocados pelos alemães.
Nessas circunstâncias, levamos mais de sete horas para percorrer um trecho que, normalmente, poderia ser percorrido em menos de uma. Por fim, alcançamos o vilarejo de Galicano, na região de Barga, na Toscana. Já, nessa altura, eram 7 horas da manhã. Deparamo-nos com um grupo de mulheres que acabavam de sair de uma igreja, onde haviam assistido à missa. Quando nos viram, elas logo notaram, pelo uniforme e distintivo, que éramos brasileiros. Colocaram as mãos na cabeça, em sinal de rendição, e quase cochichando puseram-se a gesticular e apontar com os polegares voltados para a retaguarda, enquanto diziam: Tedeschi! I Tedeschi! Sono vicini! Molto vicini! Guarda!
A patrulha era comandada pelo Segundo Tenente Manoel Barbosa da Silva, que, além de não dar ouvidos às advertências das mulheres, voltou-se para nós e disse que se algum de nós tentasse correr, ele atiraria para matar. Porque fez essa ameaça, ninguém sabe e nem jamais ficará sabendo, pois não havia passado pela cabeça de nenhum de nós deixar de cumprir com o nosso dever.
Com efeito, jamais se poderá saber porque o tenente agiu como o fez logo em seguida. Coragem? Bravura? Destemor? Ignorância? Incompetência? Desconhecimento de táticas militares? Falta de bom senso? O fato que foi que, sem procurar cobertura, avaliar a situação do terreno, colocar a patrulha em posição de combate, o Tenente Manoel Barbosa da Silva, sem procurar cobertura, sem avaliar a situação do terreno, sem colocar a patrulha em posição de combate, avançou uns 200 metros e, em pé, pegou o binóculo e vasculhou o terreno, da esquerda para a direita, e da direita para a esquerda. Ele deve ter localizado os alemães, porque pegou a carabina M1A1, geralmente fornecida aos oficiais e, em pé como estava, apontou e atirou.
Foi a mesma coisa, como se diz no interior de Minas Gerais, que "futucar caixa de marimbondo caga-fogo com vara curta". Os alemães começaram a disparar fogo cerrado contra nós. O Tenente Manoel Barbosa da Silva recebeu um tiro de fuzil no meio da testa e teve morte instantânea. O Sargento José Ferreira de Barros Filho e três soldados que estavam ao lado do tenente e presenciaram sua morte, lançaram-se ao chão e rastejaram, arrastando com eles o tenente morto, e conseguiram alcançar uma cocheira, cuja entrada ficava bem em frente dos alemães.
Mal o sargento e os três homens que o acompanhavam penetraram na cocheira, os alemães lançaram sobre a mesma uma descarga de tiros de fuzis, metralhadoras, morteiros e granadas incendiárias, ao mesmo tempo que iam se aproximando para invadí-la. A cocheira, que era de madeira e, além disso, deveria estar cheia de feno seco, virou um inferno de labaredas num piscar de olhos. Nossos homens, por milagre, conseguiram sair ilesos, mas tiveram que deixar para trás o corpo do tenente. Muito tempo depois, me deram a notícia de que, do desafortunado tenente, mal encontraram, em meio ao carvão e as cinzas, a arcada dentária e as placas de identificação.
Neste meio tempo, nossa artilharia, percebendo as explosões, lançaram uma barragem de tiros sobre o local. Na esperança de escapar, pedi a proteção de Deus e saí rastejando. Balas zumbiam em todas as direções, e cascas de árvores caíam sobre mim como um temporal de granito. Não consegui progredir muito porque notei a presença de um pelotão de austríacos entrincheirados logo à minha frente. Passei umas duas horas procurando uma brecha para escapar. De repente, fui abordado, por trás, por um oficial alemão com uma pistola automática em punho. Apontando a arma para a minha cabeça, perguntou:
- Amerikaner?
- Brasileiro! - respondi.
O oficial tomou-me o fuzil Springfield e fez com que eu o acompanhasse.
Segundo a sabedoria dos ditados populares, ninguém morre antes do dia. Naquele dia, de funesta memória, tanto eu com o oficial alemão poderíamos ter morrido. Quando ele me apanhou, de surpresa, por trás, poderia ter-me executado, incontinente, com um tiro na nuca, sem qualquer cerimônia ou preliminares. Com efeito, não era incomum matar prisioneiros de guerra, a sangue frio, mesmo desarmados. Tanto os alemães quanto os aliados, principalmente os russos, o fizeram com freqüência. A bem da boa verdade, há relatos de que soldados brasileiros mataram, sem mais nem menos, prisioneiros alemães, já com os braços levantados para se renderem. Eu também poderia ter matado o oficial alemão. Inexplicavelmente, ele me tomou o fuzil, mas não me fez entregar a baioneta que levava na cintura. Ademais, em vez de mandar que eu fosse na frente, fez-me acompanhá-lo. Passou-me pela cabeça aproveitar a oportunidade para tentar dar-lhe um golpe de baioneta pelas costas, porém não o fiz pela quase certeza de que havia soldados alemães por perto, observando nossos movimentos.
O oficial alemão me conduziu a uma casamata, onde me entregou-me aos soldados que lá estavam. Senti, naquele momento, na penumbra daquele abrigo subterrâneo blindado, uma espécie de calafrio e minhas pernas bambearam. Veio-me à mente o temor, de longe arraigado, de que havia chegado o momento em que os alemães iriam me submeter às terríveis torturas, tais como arrancar-me as unhas, aplicar-me choque elétricos, queimar-me com cigarros, colocar-me durante horas diante de focos de luz intensos, pendurar-me pelos dedos dos pés, e coisas piores para arrancar-me informações. Respirei fundo e procurei reunir forças para sofrer, com denodo, o que estava prestes a acontecer. Fiz uma oração mental e balbuciei cá comigo mesmo: Seja lá o que Deus quiser!
Os alemães me revistaram da cabeça aos pés, mas sem qualquer agressão física. Não tendo encontrado, no meu uniforme e corpo, qualquer coisa que lhes chamasse a atenção, logo se desinteressaram por mim. O oficial, então, ordenou que dois soldados alemães me levassem a Castelnuevo di Garfagnana, onde havia um centro de recebimento de prisioneiros.
Percorremos um caminho em meio a um bosque de castanheiros. O fogo de nossa artilharia continuou incessante na região. Estilhaços de morteiros choviam sobre as árvores, muitas vezes sacudindo os galhos e fazendo cair sobre nós frutos de castanhas, eriçados como se fossem pequenos ouriços verdes ou amarelados. Eu queria me abaixar, como se estivesse tentando me proteger dos estilhaços, mas os alemães se mostravam inabaláveis e indiferentes ao que se passava a seu redor. Meu medo de ser atingido provocou neles risos sarcásticos, enquanto diziam, "Scheisschiesserei von Ihren eigenen Scheisskameraden! Keine Gefahr!" - como se quisessem afirmar que se tratava apenas de um " tiroteio de merda de meus companheiros de merda, sem qualquer perigo". Não pude deixar de ficar impressionado com o sangue-frio e descaso daqueles soldados para com a possibilidade de receberem um impacto. Num certo momento, um estilhaço de projetil de morteiro atingiu a bota de um deles. Ele o pegou, examinou, e depois o lançou para longe com o maior desdém.
Já escurecia quando, por fim, chegamos a Castelnuevo di Garfagnana. Enfiaram-me num lugar escuro. Não tardou muito e recebi a companhia de um sargento e de três soldados de nossa malfadada patrulha. Junto com eles, veio também um jovem italiano, que depois fiquei sabendo tratar-se de um partigiano, o nome dado ao seguidor de um partido ou partidário, ou mais específicamente, um guerrilheiro que opera dentro das linhas inimigas.
A essa altura dos acontecimentos, há mais de 20 horas sem nada comer, apesar do cansaço, angústia e tensões, já sentia muita fome. Algumas horas depois, os alemães deram a cada um de nós uma pequena porção de sopa. Demos graças a Deus.
O partigiano italiano tomou a sopa quase chorando, dizendo ter certeza de que essa seria sua última refeição. Quanto a nós, disse ele apontando em nossa direção, seríamos enviados para um campo de concentração na Alemanha. Já no caso dele, disse ter certeza de que seria executado dentro das próximas horas. Quando os alemães capturam partigiano, mandavam que eles cavassem as próprias covas e eram, em seguida, exterminados com um tiro na nuca. Apontando para sua insígnia de partigiano, disse que não tinha como escapar. Sugeri, então, que ele arrancasse a insígnia e a jogasse na fossa da privada, ao que ele bateu palma e disse: "Bravo! Bravo!" - não sei se por sarcasmo ou por aprovar a idéia. Disse que era isso o que iria fazer, mas temia que os alemães já soubessem que ele era partigiano.
O que aconteceu com esse pobre rapaz italiano, eu nunca soube. Passamos o resto da noite deitados no chão duro, forrado apenas com jornais.
Na manhã seguinte, os alemães me tiraram as galochas que usávamos recheada de jornais e capim para proteger do frio, o gorro de lã, e a blusa ou jaqueta de campanha, ou field jacket, do Exército dos Estados Unidos, que recebemos para completar nosso uniforme de combate. Essa jaqueta era muito confortável e prática, que era usada, no exército americano, por todos, desde general de cinco estrelas até soldado raso. Ouvia-se dizer que, inicialmente, os altos oficiais brasileiros não gostavam de usar essa blusa. Não pude imaginar, naquele instante, a falta que essas peças iriam nos fazer nos próximos seis meses de frio intenso pelo qual passei, muitas vezes à temperatura abaixo de 28 graus negativos.
Fonte: http://www.anvfeb.com.br/
terça-feira, 22 de setembro de 2009
IMAGEM DO DIA - 22/9/2009
Dramática fotografia tirada durante a Guerra das Falklands / Malvinas em 1982. Depois de ser torpedeado pelo submarino britânico HMS Conqueror, o cruzador argentino ARA General Belgrano afunda. A imagem foi feita por um dos sobreviventes do navio e pode ser visto, no canto inferior direito, o bote salva-vidas pneumático.
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FORTE CASTELO DO MAR
História
O Porto de Nazareth era o principal e mais vizinho do nosso Arraial, e por onde entravam muitos navios com provimento, e saiam os açucares para o reino...
Até 1634, o porto do Cabo de Santo Agostinho era a porta principal por onde os pernambucanos podiam receber suprimentos, socorro de guerra. O domínio holandês já ganhara uma maior dimensão, mas lhes interessava ocupar todo Pernambuco, atingir os engenhos do sul da capitania, fechar o porto aos pernambucanos. A defesa de Nazaré, capaz de mobilizar companhias de emboscada e de garantir o porto, representava um empecilho àquelas pretensões. Após a derrota sofrida numa primeira tentativa em 1632, optaram os holandeses por usar de uma estratégia visando desviar a atenção das tropas de defesa. Em 1634, o General Van Schkoppe desembarca na Paraíba e dá início a uma operação que sugere a intenção de sitiar o Forte de Cabedelo. Tal ação tinha por objetivo atrair contingentes pernambucanos para o norte, deslocando-se a pé pelo interior. Após alguns dias em que ocupara seus homens armando barracas e abrindo trincheiras, o general embarcou às pressas suas tropas, seguindo em direção ao Cabo de Santo Agostinho.
O Forte de Nazaré, então comandado por Pedro Correia da Gama, contava com cerca de 350 homens, grande parte pescadores moradores da área e que acorreram ao forte ao ser dado o alarme quando da chegada da frota holandesa. Como previra Duarte de Albuquerque Coelho, a posição do forte não permitia a defesa da povoação do Pontal. Mas os holandeses não ousaram aventurar-se atravessando a barra de acesso ao porto, então com uma única passagem conhecida. Por duas vezes desembarcam em praias próximas e marcharam para o Pontal. Estas tentativas não surtiram o efeito desejado. Batidos pelas tropas de terra, por duas vezes foram obrigados a retroceder e reembarcar.
Numa terceira tentativa, parte da frota passou a barra, ainda que sob o fogo das baterias, e dirigiu-se ao Pontal. Nesta ação, a perigosa barra os fez perder 3 navios, os demais abriram fogo contra a povoação. Antes de fugirem, os moradores atearam fogo às casas e armazéns e em navios que se encontravam no porto. Logo os holandeses trataram de deter o fogo, buscando salvar a carga que havia. Dominaram o porto e a povoação, mas não podiam se aventurar e sair da barra sem grandes danos. Assim ficariam sem comunicação com o restante da frota se não contassem à época, com o apoio de Calabar, que era um homem instruído, educado pelos padres da Companhia de Jesus, bom conhecedor da região, e que havia, de início, participado das companhias de emboscada que faziam a Resistência.
Calabar ousou buscar passagem através da barreta mais ao sul, considerada até então impraticável. Durante a maré baixa, alargou um pouco a passagem a golpes de marreta e picão. Através dela pode conduzir, rebocados e com carga aliviada, os navios holandeses, para grande surpresa da tropa que sob o comando de Matias de Albuquerque e do conde de Bagnuolo, chegava para acudir o Pontal. Os reforços da terra chegaram a tomar uma bateria construída às pressas pelos holandeses, assim como as trincheiras que os holandeses haviam aberto. Um falso alarme, entretanto, produziu efeitos desastrosos na tropa dos da terra, promovendo a desordem e o desbaratamento das forças. Desta forma permaneceram os holandeses senhores do porto e do Pontal, enquanto que os da terra mantinham o domínio da barra e do Forte de Nazaré. Mas para os luso-brasileiros o importante porto fora perdido. Mesmo depois que a frota partiu rumo a Recife, deixando ali cerca de 2.000 homens, foram infrutíferas as tentativas luso-brasileiras de recobrar o porto e o Pontal.
Em 1635, o Forte de Nazaré caiu em poder dos holandeses, que fortificaram a área. Só muito mais tarde, à época da Campanha da Restauração, a área do Cabo de Santo Agostinho retorna às mãos dos luso-brasileiros. Os holandeses passaram a chamá-lo de Water Kasteel - Castelo do Mar - nome pelo qual até hoje é conhecido.
Restauração
Em Maio de 2007, O Batalhão elaborou projeto e estabeleceu parceira com o Conselho Gestor do Parque Metropolitano Armando Holanda Cavalcanti (PMAHC) e com a Fundação dos Economiários Federais (FUNCEF), visando a conservação e a recuperação do Forte Castelo do Mar e do Quartel Velho, mediante contratação de empresa especializada em recuperação de sítios históricos.
Coube ao 14º Batalhão Logístico, nesta fase inicial dos trabalhos, designar pessoal militar para vigilância do local e exercer atividades preparatórias (poda, capina, limpeza e remoção de entulhos) para a recuperação propriamente dita. Durante o andamento dos trabalhos, foram encontrados objetos, provavelmente da época da Invasão Holandesa / Campanha da Restauração, tais como moedas antigas, fragmentos de peças em cerâmica e artefatos de tiro (munição).
Localização
Cabo de Santo Agostinho, próximo ao povoado de Nazaré, sobre o pontal do Cabo de santo Agostinho.
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PERSONAGENS DA HISTÓRIA MILITAR - SIMÓN BOLÍVAR
Um dos maiores vultos da história latino-americana, Bolivar comandou as revoluções que promoveram a independência da Venezuela, Colômbia, Equador, Peru e Bolívia. Simón José Antonio de la Santísima Trinidad Bolívar Palacios y Blanco nasceu na aristocracia colonial. Recebeu excelente educação de seus tutores e conheceu as obras filosóficas greco-romanas e as iluministas.
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Bolívar escreveu o famoso "Manifesto de Cartagena", sustentando que Nova Granada deveria apoiar a libertação da Venezuela. Em 1813, invadiu a Venezuela e foi aclamado Libertador. Em junho daquele ano, tomou Caracas e, em agosto, proclamou a segunda república venezuelana.
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XXXV CONGRESSO INTERNACIONAL DA HISTÓRIA MILITAR
O XXXV Congresso Internacional de História Militar foi realizado na cidade do Porto, Portugal, no período de 30 de Agosto a 4 de Setembro de 2009. Organizado pela Comissão Internacional de História Militar, a Universidade do Porto e a Câmara Municipal do Porto, sob o tema "A guerra no tempo de Napoleão: Antecedentes, campanhas militares e impactos de longa duração", o Congresso integrou as comemorações do bicentenário da segunda invasão Francesa de Portugal.
As sessões temáticas compreenderam abordagens desde os antecedentes políticos e ideológicos das guerras até as campanhas militares e suas projeções globais - em geopolítica, economia, sociedade e cultura. Neste domínio, foi dada uma ênfase particular ao desenho de uma nova ordem política e à disseminação de novas ideologias, as quais fizeram nascer novos regimes e formas de governo que ultrapassaram o espaço europeu e se projetaram em outros continentes.
O Brasil se fez representar no congresso pelo Instituto de Geografia e História Militar do Brasil (IGHMB), com a participação de seu presidente, General-de-Divisão Aureliano Pinto de Moura, e de seus sócios Prof. Dr. Paulo André Leira Parente e Coronel Cláudio Skora Rosty.
segunda-feira, 14 de setembro de 2009
IMAGEM DO DIA - 14/9/2009
ORGANIZAÇÃO DO EXÉRCITO PORTUGUÊS A TRÊS LINHAS
Com a Restauração em Portugal, João IV, necessitando de se defender dos espanhóis, dá mais um passo, criando aquilo que poderá já ser considerado como um primeiro exército permanente, organizando o exército a em Distritos de Recrutamento e em Unidades Territoriais, uma vez que a sua responsabilidade era a de assegurar o recrutamento, instrução e disciplina das tropas.
Ao mesmo tempo em que constituía as tropas em três escalões: o Exército de Linha, as Tropas Auxiliares e as Tropas Territoriais.
A esta nova organização militar corresponderia:
- Exército de linha: constituído pelos «soldados pagos», ou seja, uma força profissional paga, que era levantada entre as ordenanças, proporcionalmente ao número de homens alistados, devendo ter cerca de 20.000 infantes e 4.000 cavaleiros, organizados em terços, sustentados pelos impostos que as Cortes permitiriam;
-Tropas auxiliares (Milicias): constituídas pelos «soldados auxiliares», que eram os que tinham ficado excluídos das levas; composta pelas milícias e tropas auxiliares, também organizados em terços, mas de recrutamento e comando local, podendo ser usados para apoiar e reforçar as forças de primeira linha, e guarnecer fortificações;
- Tropas territoriais (Ordenanças): constituídas pelas Ordenanças às quais competia dar apoio às forças de primeira linha e substituir na guarnição das praças as tropas em campanha. Eram compostas por todos os homens válidos dos 16 aos 70 anos, e que teria meramente uma função de defesa local e de mobilização ocasional.
Esta organização passaria a ser referida e conhecida como sendo constituída por tropas de 1ª e 2ª linhas., sendo esta ultima dividida em duas (tropas auxiliares ou Milícias e as Tropas territoriais ou Ordenanças).
Como sempre neste Reino, a estrutura era bem organizada em termos de “papel”, mas em termos reais, não se aproximava em nada da realidade. O exército de linha nunca atingiu os efetivos previstos, salvo em raras ocasiões, e os seus efetivos eram sistematicamente completados por elementos dos terços Auxiliares (milícias) , e mesmo quando necessário, por ordenanças da zona onde operava.
Só após o fim da campanha do Rossilhão, entre 1 e 7 de Agosto de 1796 foi promulgada legislação tendente à reorganização do exército, prevendo entre outros o aumento de efetivos da cavalaria, artilharia e infantaria, a criação de regimentos de Milícia, em substituição dos Terços Auxiliares.
Efetivamente, em 7 de Agosto de 1796, tenta-se criar uma verdadeira segunda linha, dando aos terços auxiliares, agora denominados regimentos de milícias, uma organização regimental idêntica aos regimentos de primeira linha. Assim, os 43 Terços Auxiliares das comarcas passaram a ser denominados Regimentos de Milícias.
Em 1806-1807 foram reorganizados os regimentos de linha, as milícias e as brigadas de ordenanças. A estrutura da Infantaria, criada em 1640, não foi modificada significativamente até 1836, com o fim da guerra civil. Foi com base na organização original de 1640, que a arma evoluiu durante 200 anos. No entanto, na estrutura interna, o número dos seus efetivos foi evoluindo, de acordo com os acontecimentos, as necessidades, o desenvolvimento da técnica e da tática militares.